OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 2
Volúvel


Notas iniciais do capítulo

TADÃÃ oo/ Olha eu aqui...
Bem, eu tive uma ideia, e não sei se vocês vão gostar... O que acham de uma trilha sonora? Bem, pensei que seria legal ter uma música pra cada personagem, ou uma que representasse cada episódio, ou momento. Vou deixar uma música por capítulo, e no fim, teremos uma boa trilha sonora, né? HAHA Mas enfim, vocês ouvem se quiserem... A música desse capítulo é "You - Beast" Acho que essa música combina em partes com os sentimentos dos personagens principais. Leiam os comentários finais e boa leitura amores ♥



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_ Bom dia! – omma apontou na cozinha enquanto eu estava debruçada sobre o balcão.

_ Bom dia omma! – ela beijou minha testa, bagunçando meus cabelos.

_ E então, vai fazer o que hoje?

_ Como assim?

_ Hoje é sábado menina, não vai me dizer que ficará o dia todo enfurnada em casa? – encarou-me enquanto pegava o leite na geladeira.

_ Não sei... – bocejei. – Talvez essa seja uma boa opção!

   SoonHyun encarou-me por alguns segundos, reprovando minha preguiça. Sentou-se a minha frente, bebericando de seu leite com café.

_ Porque não sai com alguns amigos? – sugeriu.

   Eu não tinha tantos amigos. Na verdade, além de Brookie, Onew e até mesmo JunHyung, eu não tinha ninguém... Deprimente.

_ Talvez eu vá visitar Brookie... Ver como ela está. – disse analisando a idéia.

_ Não... – suspirou. – Estou falando de ir se encontrar com JunHyung! – sorriu pervertida. – Vocês eram um casal tão lindo! Ainda não entendo porque terminaram, acho que vocês ainda se amam e estão sendo difíceis um com o outro! – pousou a xícara sobre o balcão com seu bigode de leite, fazendo-me rir.

   JunHyung. Ouvir seu nome fez meu coração estremecer. Sentia sua falta, falta de seu sorriso, seu perfume, seu olhar atravessando-me a alma.

_ Não sei... – meus olhos percorriam o balcão, pensativa. – Não nos falamos desde que eu voltei. – encarei finalmente os olhos de omma.

_ Porque?

_ Sei lá... – brinquei com a alça de sua xícara. – Estou insegura... Acho que talvez, esses quinze dias tenham mudado seus sentimentos sobre mim. Com relação a nós dois, não sei... 

_ Pare com isso! Acha mesmo que o amor daquele garoto iria desaparecer em quinze dias? – julgou-me com os olhos. – Pelo que pude perceber, ele a ama muito mais do que você o ama, e se você ainda não o esqueceu, como ele poderia esquecer você? Isso não tem cabimento!

   Digeri suas palavras pensativa. Tudo aquilo trouxe o torpor de volta. Pensando bem, eu jamais deixaria JunHyung se ele não tivesse sugerido a separação. Eu continuaria ao seu lado, mesmo confusa com alguns sentimentos. Pois eu sabia que com o tempo, tudo desapareceria... Toda a minha indecisão desapareceria com mais alguns dias ao seu lado. Sua falta ao meu lado, só tornou meu coração vulnerável a me apaixonar mais por Onew, que permaneceu comigo disfarçando a dor, ou até mesmo por Kiseop.

_ JÁ SEI! – SoonHyun despertou-me de minha hipnose, em êxtase. – Vou fazer um jantar essa noite, e você vai convidá-lo!

_ O que?

_ Sim! Não teime comigo menina, não vou deixar você se dar mal por causa desse orgulho! – sorriu.

_ Mas e se

_ “E se” nada! – interrompeu-me. – Vou caprichar em um jantar delicioso, e você vai convidá-lo! Sem mais...

   Ela deixou-me ali, me conformando com aquilo. Mas pensei por um lado, que não seria de todo uma idéia ruim. Eu estava com saudade daquela pessoa.

__

   Estava sentada ao lado de Hyori no sofá, trocando mensagens com JunHyung que já havia confirmado sua presença mais a noite. Passava das cinco horas e  Kiseop percorria impaciente por todos os canais, não permitindo que nós assistíssemos qualquer tipo de programa.

_ YA! ME DA O CONTROLE! – Hyori gritou atingindo Kiseop com a almofada.

_ Não... – ele disse calmo, ainda encarando a televisão.

_ Kiseop, você não está deixando ninguém assistir nada! Pare de mudar de canal! – eu disse encarando seu rosto.

   Kiseop parou, encarando-me por longos dois segundos. Quando voltou sua atenção para a televisão, revirou os orbes enquanto o clipe de “On Rainy Days” começava a ser exibido.

_ AAAAAH – Hyori gritou, chamando nossa atenção. – Deixa ai, deixa por favor! Eu amo essa música, eu amo Beast, eu amo! – implorou, fazendo com que Kiseop deixasse no canal.

   O clima tornou-se tenso. Eu mantive meus olhos na TV enquanto percebi de canto de olho, que Kiseop encarava-me sem piscar. Hyori pulava discretamente no sofá, completamente tomada por uma excitação, cantando junto com Gi Kwang. Foi quando ela parou por um segundo, encarando meu rosto, e o da garota, o “par romântico” de JunHyung.

_ Ana, essa menina se parece muito com você! – Hyori disse curiosa enquanto Kiseop sorria ironicamente. – Na verdade, parece muito! Só o que muda é o cabelo...

_ Você acha? – Kiseop disse sarcástico, enquanto eu me envergonhava.

   JunHyung finalmente me beijou na televisão, e Hyori deu um grito.

_ PORRA, É VOCÊ! – levantou-se de imediato. – É você, não é?!

_ Sim, é ela Hyori... – Kiseop disse entediado, cobrindo o rosto com a almofada, recusando-se a olhar para a televisão.

_ Como... Aish... Como você fez isso? Você beijou mesmo o Jun? Você... – sentou-se inconformada, tomada por um pensamento. – Que beijo mais lindo! – ela disse enquanto meu coração extravasava de saudade, tomado pelas lembranças.

   Tudo tornou-se silencioso, e só o que podíamos ouvir, era o refrão tocante da música que enchia ligeiramente meus olhos d’água. Então eu me encarei na televisão, enquanto corria na chuva, lembrando-me do quão frio estava naquele dia. E quando JunHyung segurou-me em seus braços, beijando-me pela segunda vez, meu coração bateu mais forte que o normal e Hyori encarou-me enquanto o vídeo clipe se encerrava.

_ Você é mesmo sortuda! – sorriu levemente. – JunHyung é meu bias no Beast... Não sei se te mato, ou se viro sua fã! Mas então... – seu tom voltou a soar entusiasmado. – Ele beija bem? Ela é bonito pessoalmente? Como você conseguiu fazer essa participação no vídeo? – seus olhos brilhavam a cada pergunta, torturando meu coração a lembrar-se de cada resposta. – Vocês ficaram lindos no clipe! Lindos! Um casal quase que perfeito... só não mais perfeito do que eu e ele... – sorriu.

_ Aish... Como você é idiota Hyori! – Kiseop atingiu a cabeça da prima com a almofada. – Esse clipe é ridículo, Ana estava ridícula, esse mano ai é ridículo e essa música é gay e irritante! – disse grosso.

_ Ya! Não ofenda os meus meninos! – Levantou-se rapidamente, socando Kiseop. – O JunHyung é um gato, lindo, maravilhoso e gostoso e você não chega aos pés dele! Nunca vai chegar, porque você não é homem como ele!

_ Para de ser ridícula! Só mais ridícula que você é a Ana que se dispôs a participar dessa gravação podre e ficar beijando qualquer um na televisão! – encarou-me a fim de me provocar.

   Eu ignorei Kiseop, fazia de tudo para ignorar. Ainda estagnada pelas lembranças, sentia meu coração acalmar-se aos poucos enquanto a discussão banal dos dois prosseguia.

_ Eu já falei que ela parece uma puta nesse clipe! E você esta quase igual assanhada desse jeito... Não pode ver um beijo! – afundou-se ainda mais na poltrona, mudando finalmente o canal. Hyori jogava qualquer objeto que via pela frente na direção de Kiseop. – AISH PARA SUA MACACA! – ele gritou.

   Fiz de tudo para ignorar sua provocação, mesmo atingida por suas palavras. Kiseop era um grosso!

   Omma finalmente entrou pela porta, com algumas sacolas do mercado, livrando-se de seus calçados. 

_ Está realmente frio lá fora! – reclamou sorrindo. – Meu nariz esta congelando!

   Fui imediatamente a sua direção, ajudando-a com as compras. Nós começamos então com os preparativos para o jantar. Kiseop e Hyori permaneceram implicando um com o outro na sala, brigando por qualquer motivo.

   Eu preparei o molho branco para a pasta que omma pretendia fazer. Cuidei de alguns legumes, cortando-os simetricamente enquanto SoonHyun cuidava das carnes. Todo o jantar estava encaminhado, então eu parti para meu quarto, em busca de um banho relaxante.

   Arrumei-me cuidadosamente, queria estar bem para rever Jun. Delineei os olhos, perfumei-me e vesti um vestido florido que havia ganhado de minha mãe no Brasil. Ele era lindo, todo delicado e com a saia curta e rodada, com alças delicadas que deixava os ombros a mostra. Optei por usar uma meia calça que combinava e meu coturno preto, pondo por cima um agasalho de lã de abotoar. Penteei meu cabelos para traz, bagunçando os fios em seguida. Ok, nada parecia fora do lugar. Parti para a sala então.

   Kiseop estava quase dormindo na poltrona, mas ao me ver, sentou-se imediatamente e manteve seus olhos vidrados em mim.

_ Está linda meu amor! – SoonHyun disse transitando pela sala. – Pode me ajudar com a mesa?

_ Claro. – sorri indo até a cozinha, Kiseop acompanhava-me com os olhos enquanto Hyori seguiu para seu banho também.

   Apenas eu e SoonHyun sabíamos o motivo daquele jantar. JaeSoon logo chegaria do escritório, e seria surpreendido pelo jantar delicioso. Para Kiseop e Hyori, aquela era apenas mais uma ocasião de família...

   O relógio apontava oito horas em ponto, e JunHyung logo chegaria, eu já estava impaciente, andando de um lado para o outro da casa, sem quietar-me em algum lugar.

   Ouvi o estridente som da campainha soar, pulando entusiasmada e seguindo diretamente para a porta. Kiseop percebeu minha animação, e correu na minha frente para atender.

   Ele tornou-se imóvel em frente a porta, impedindo-me de ver quem era, mas eu sabia que era JunHyung. Meu sorriso escancarou-se de imediato.

_ O que esta fazendo aqui? – Kiseop perguntou tão baixo que eu quase não pude ouvir.

_ Quem é? – Omma apontou na sala, limpando suas mãos com o pano de prato. O ambiente tornou-se tenso. SoonHyun e eu tentávamos ver o convidado por traz dos ombros de Kiseop. – Filho, quem é?

   Kiseop saiu da frente, com os olhos baixos e deixou a sala imediatamente. Foi quando eu me concentrei na porta, e meu coração saltou mais forte do que eu imaginei que saltaria ao ver Jun. Ele usava uma roupa social, calça de linho preta e uma camisa azul marinho, cobrindo com sua jaqueta de couro. Sua franja caindo aos olhos, e um buquê de rosas champanhe em mãos. Abriu seu sorriso de lado, encarando-me paralisado enquanto eu fazia o mesmo.

_ Me desculpe por isso! Kiseop as vezes não tem juízo! – omma riu, acolhendo o garoto. – Vamos, entre logo! – puxou Jun pelas costas e fechou a porta atrás dele.

_ Aqui... – Jun estendeu as flores para SoonHyun. – São para a senhora! – sorriu.

_ OMO! – ela cobriu a boca surpresa. – Como você é um garoto doce! Muito obrigada, essas flores são lindas... – encarou-me satisfeita. Afinal, Jun ganhara ainda mais pontos com ela. – Mas eu espero que tenha trazido algo para Ana, eu aposto que ela pensou que as flores seriam pra ela! – omma soltou essa pérola, e eu senti minhas bochechas corarem enquanto Jun riu sem graça, encarando o chão.

   Nos aproximamos em passos lentos, nos abraçando enfim, enquanto omma encarava-nos apaixonada.

_ Senti sua falta! – ele disse respirando quente em meu ouvido.

_ Eu também... – inspirei seu perfume atordoada. – Senti muito a sua falta!

   Não sairia dali nunca. Senti que tudo estaria bem enquanto Jun envolvesse-me em seus braços.

   Não demorou muito para que JaeSoon chegasse também, e enquanto eu e SoonHyun preparávamos o que faltava, JunHyun e Kiseop encaravam-se no sofá. Hyori permanecia em seu banho infinito enquanto JaeSoon fora apenas livrar-se de sua roupa de trabalho.

_ Venham vocês dois, podemos nos sentar já! – omma chamou pelos dois que encaravam-se vidrados na sala, sem uma palavra. – Kiseop, saia daí meu filho... Quem vai sentar do lado da Ana é o nosso convidado... – sorriu enquanto Kiseop permaneceu com seu olhar entediado.

   JaeSoon apontou no cômodo, sentando-se à ponta da mesa, de frente para SoonHyun.

_ Esta faltando alguém... – appa notou. – Onde esta Hyori?

_ AQUIIIII! – ela gritou fazendo uma pose estranha na porta. Ela estava linda também, com seus cabelos molhados e uma maquiagem pesada, notei então que ela usava o meu pingente. O pingente que eu havia ganhado de Kiseop. Foi impossível não me enfurecer ao ver aquilo, afinal, eu odiava que mexessem em minhas coisas. Mas disfarcei, aquele era um assunto para ser resolvido mais tarde.

   Ela arregalou os olhos ao ver que quem sentava-se ao meu lado era JunHyung.

_ OH MEU DEUS! – gritou. – JUUUUUUUUUUUUN! – esperneou na porta, assustando Jun. – AMOOOOOOOOOOOOOOOOOREEE!

   Jun e eu nos entreolhamos, e ele segurou um riso abafado, perguntando-me com os olhos quem era aquela criatura.

_ Ya! Menina comporte-se! – SoonHyun disse repreendendo-a. – Nada de ataque de fã... Isso é pra ser um jantar tranqüilo!

   Ela quietou-se, contendo sua euforia. Sentou-se na almofada ao lado de Kiseop, de frente para Jun, apoiando sua cabeça entre as mãos e encarando-o sem cessar.

_ Hyori, eu disse pra se comportar! – omma repreendeu novamente. – Me desculpe por isso querido! – ela disse para Jun.

   Ele segurou minhas mãos por debaixo da mesa, e eu o encarei amorosa. Sentia falta até de suas mãos quentes.

_ Hyori, você ficou linda com esse colar! – Kiseop disse, encarando o pescoço da prima e logo em seguida, fitando minha expressão. Eu fingi não me abalar com aquilo, entrelaçando meus dedos nos de JunHyung, encarando em seus olhos.

_ Você acha? Eu achei que ficaria melhor em mim do que em Ana... – riu. – O que você acha Jun? – ela disse interrompendo nosso contato visual.

   Jun desviou um pouco para encará-la.

_ Desculpe?

_ O que acha desse colar? Ficou bom em mim? – repetiu enquanto eu controlei minha vontade de rir. Aquela situação estava no mínimo, ridícula.

_ A-aah... – Jun hesitou. – É legal... – passou seus olhos por meu rosto, envergonhado.

   O jantar seguiu de uma maneira, que eu ousarei chamar de tranqüila. O que mais poderia acontecer afinal? Não podia existir alguém com um mal humor maior que o de Kiseop, Hyori mal comia, apenas encarava JunHyung frenética, e SoonHyun de cinco em cinco minutos atirava-me para Jun, fazendo com que nós dois ríssemos sem graça. O único que salvava, era JaeSoon, que comia saboreando tudo.

_ Essa comida está deliciosa! – appa disse livrando-se dos vestígios de comida com o guardanapo.

_ Eu gostei do molho. – Kiseop finalmente disse, porém, ainda emburrado.

_ Ana que fez o molho! – omma sorriu orgulhosa. – Viu JunHyung, se quiser uma esposa que cozinhe bem, Ana é uma boa candidata!

   Desejei ser um aspargo.

   Encarei JunHyung com o canto dos olhos, e ele ria da situação.

_ Realmente, eu desconhecia esse talento de Ana! – acariciou minhas mãos – Eu acho que todos os homens desejam por uma esposa que seja boa cozinheira... – sorriu.

_ Isso é verdade! – JaeSoon disse bebericando de seu vinho. – E nesse aspecto, eu não tenho do que reclamar não é meu amor? – encarou SoonHyun do outro lado da mesa, e ela mandou-lhe um beijinho.

_ Também sei cozinhar muito bem! – Hyori disse chamando a atenção de todos.

_ Isso é mentira! – Kiseop riu. – Omma, lembra quando ela esqueceu o macarrão no fogo por tanto tempo a ponto de deixar a água secar, e a  panela pegou fogo? – riu lembrando-se daquilo.

_ É, realmente... é melhor deixar Hyori longe de um fogão! – appa sorriu.

   A garota emburrou sua face, fuzilando Kiseop por lembrar-se daquele episódio.

_ Mas eu sou bonita! – sorriu. – E as mães dos rapazes sempre sonham em ter noras bonitas, e coreanas de preferência! – disse isso e o clima tornou-se tenso. – Tia, você gostaria de ver Kiseop casando-se com uma mestiça? – sorriu,

   Todos tornaram-se cálidos, abandonando os talheres a mesa. Eu encarei meu prato constrangida por aquilo. Por mais áspero que aquilo havia soado, Hyori não deixava de ter razão. Mestiças nunca eram bem recebidas por suas sogras, nunca eram bem vistas pela sociedade. Eu não passava afinal de uma sangue sujo.

_ Porque não cala a sua boca? – Kiseop disse encarando-a.

_ O que? Estou dizendo a verdade! – continuou sorrindo.

   Jun apertou minhas mãos ainda mais forte, forçando-me a encarar seu rosto. Seus olhos diziam para eu me acalmar, tornando-se meu porto seguro.

_ Que tipo de verdade esta dizendo sua macaca? Que tipo de mãe vai querer ter uma nora tão burra e tagarela como você?

_ Oppa, não diga isso... – fez bico.

_ Hyori, pela milésima vez, comporte-se! – SoonHyun disse como quem dizia a uma criança. – No fim das contas, o tipo sanguíneo ou a raça não importam muito para mães que querem que seu filho seja realmente amado por outra mulher. Esses tipos de coisa não classificam uma pessoa, só pessoas atrasadas acreditam nisso! – sorriu olhando para mim. – Ainda mais quando temos como prova, uma pessoa tão doce como Ana!

_ Não foi isso que eu quis dizer ajumma! – Hyori retrucou. – Você gostaria de ter um neto que fosse fruto de uma mestiça? Imagina o tanto de preconceito que ele sofreria? No fim das contas, não importa se a pessoa é legal ou não, as pessoas querem um fruto da sociedade coreana!

_ Hyori, cala a boca! – Kiseop repetiu socando a mesa, puxando-a pelo braço e arrastando-a para longe dali. 

   Acho que já era hora de o jantar dar-se por encerrado. JaeSoon foi o primeiro a levantar-se. Omma encarou-me com olhos piedosos, e eu tentava transparecer estar bem enquanto sentia alguns olhares pesando sobre mim.

_ Me desculpe por isso meu querido... – omma dizia enquanto despedia-se de JunHyung. – Minha sobrinha fala até demais as vezes,mas acho que ela não faz por mal!

_ Está tudo bem, fique tranqüila quanto a isso... – ele disse segurando em minhas mãos. – O jantar estava maravilhoso, o senhor tem sorte por ter duas cozinheiras tão boas em casa! – ele disse a JaeSoon. – Muito obrigado pelo convite!

_ Nós que agradecemos pela sua visita filho... – JaeSoon disse abandonando sua taça de vinho sobre o balcão. – Tenha boa noite...

   Eu puxei JunHyung pelo braço enquanto seguíamos para a saída. Omma permaneceu nos encarando por uns segundos, e eu pude ouvi-la dizendo à JaeSoon “eles dois não são uma gracinha juntos?” , ri com seu comentário.

   Encarei JunHyung fechando a porta atrás de mim, estávamos novamente naquela situação, em que tínhamos de nos despedir no hall de entrada.

_ Você esta bem? – ele perguntou-me segurando meus cotovelos. Eu apenas afirmei com a cabeça, pousando minhas mãos em seus ombros.

_ Preciso me desculpar por isso! – me referi ao jantar desastroso. – Acho que as coisas fugiram do controle, jamais deveria ter concordado com essa idéia...

_ Não diga bobagens... – ele sorriu. – Você cozinha maravilhosamente bem, quando me contaria isso? – aquilo me fez rir. – E eu gostei de conhecer melhor a ajumma SoonHyun e o ajosshi JaeSoon, eles parecem pessoas ótimas! Fico feliz em saber que esta sendo tão bem cuidada por eles...

_ A sim, claro! – ironizei – Graças a Deus omma não jogou todas as indiretas que pretendia... – rimos daquilo.

_ Ela é uma figura! – disse tirando a franja de meus olhos. – E falando em figura... Essa prima,de onde ela veio? – perguntou.

_ Ela veio do interior, sempre passa as férias aqui pelo que eu sei...

_ Esta sendo difícil conviver com ela?

_ Não sei... Por enquanto, cada segundo tem sido uma surpresa sobre ela. Tirando o fato de estar tendo que dormir no chão, já que ela ocupa minha cama, tudo esta correndo bem... Ela é engraçada as vezes.

_ Não sei se posso dizer o mesmo... – ele disse pensativo. – Acho que ela lhe causará muitos problemas, não sei por que mas tive essa impressão...

_ Esqueça isso! – sugeri com nossos corpos ainda colados.

_ Ok, mas qualquer coisa é só você se mudar pro dormitório... eu e os meninos vamos adorar ter você por perto! – rimos.

   Nos encaramos pelo que pareceram ser horas. Eu poderia passar a eternidade encarando aqueles olhos maravilhosos que me tiravam o fôlego. Percorri com os olhos por todos os seus traços, reparando em suas covinhas, seu nariz perfeito, e seus lábios. Estudei-os por alguns segundos, lembrando-me da ultima vez que havia beijado-os. Meu coração apertou-se quando me lembrei da ultima vez que havíamos nos visto. O abraço acolhedor, os olhares perdidos e o beijo negado. Aquela enxurrada de lembranças tentou-me a beijá-lo.

_ Melhor não... – ele disse baixo ainda segurando-me os cotovelos, adivinhando meu pensamento.

_ Não faça isso... – disse sentindo-me ridícula por implorar.

   Ele estava certo, aquela não era uma coisa boa a se fazer. Até quando eu permaneceria naquela situação? Amando a três homens, sentindo a necessidade de ter os três por perto... Aquilo era ridículo.

   Eu havia pensado muito sobre aquilo no Brasil, pensado muito nos três principalmente antes de dormir. Eu não conseguia me decidir! Cheguei a conclusão de que eu poderia ser feliz com qualquer um deles que escolhesse, qualquer um dos três me fariam a pessoa mais realizada do mundo, mas não tinha o direito de magoar aos outros. Não suportava a idéia de escolher um, e ferir o coração dos outros. Logo, não conseguia tomar minha decisão tão de prontidão. Não suportava a idéia de ter os olhos de Onew, Jun ou Kiseop encarando-me com rancor, dor, ou tristeza. Não conseguia imaginar aquilo, não seria feliz com aquilo.

  Permaneci encarando Jun enquanto pensava em tudo aquilo, meus olhos implorando para que ele matasse minha saudade de seu beijo, nem que aquele fosse o ultimo.

   Aproximei meu rosto do dele, encarando-o nos olhos sem desviar. As vezes sentia-me mais que tentada a encarar seus lábios, mas mantive tal desejo, tentando descobrir o que ele pensava, tão facilmente como ele descobria meus pensamentos. Nada. Ele era uma incógnita.

_ Eu juro que não vou pedir mais... – Aish... que ridículo Chiao Ana, palmas pra você! Como eu conseguia ser tão digna de pena? – Talvez eu tenha me tornado tão patética, a ponto de você não ver mais graça em mim, é por isso não é? É por isso que não quer mais me beijar... – realmente acreditava naquilo. – Você só esta tentando encontrar uma maneira fofa de dizer que não me ama mais, não é? – senti meus olhos marejando, e martirizei-me por aquilo.

_ Não seja ridícula! – sorriu debochado. – Esse tipo de coisa não combina com você! Pensei que estivesse segura sobre o meu amor. – acariciou minha bochecha com o polegar. – Não faz idéia do quanto estou me esforçando pra não beija-la agora!

   Encarei-o com meus olhos embaçados, ansiava por sua boca, Meu coração palpitava, e minhas mãos encontravam-se tremulas. Era incrível, aquela sensação nunca me abandonava quando estava perto de Jun. eu já devia estar acostumada com aquilo, mas era impossível.

   Desisti. Se ele não queria o mesmo que eu, não me exporia ainda mais ao ridículo, implorando por um beijo. Talvez ele não quisesse aquilo, talvez ele não me quisesse mais. Afinal, eu provava ser cada dia mais babaca, como um tipo fácil de menina, incapaz de guiar seu coração, ou entender seus sentimentos.

   “Ok... Tudo bem então.” – pensei enquanto removia minhas mãos de seu ombro.

_ Não faça essa cara... – ele movia seu rosto, procurando por meus olhos.

_ Que cara? – perguntei confusa. Que tipo de cara estava fazendo?

   Ele riu, puxando-me de volta pela cintura.

_ Eu não consigo resistir! – beijou o canto de minha boca rapidamente. – Porque você faz isso? Porque você é assim? – intercalou suas perguntas beijando os extremos de minha boca, enquanto eu permanecia com os olhos encarando os seus. – Não entendo o que você tem! O porque de você ser tão irresistível...

   Ele agarrou-me pela cintura, puxando-me contra si e apertando-me com seus dedos. Estávamos perto demais. Perto demais.

   Nossos lábios encontraram-se enfim, satisfazendo ao meu desejo e ao dele. Seus lábios predominavam-se sobre os meus, chupando-os com certa força enquanto eu precisei lembrar-me como respirar. Ele mordeu meu lábio inferior suavemente, enquanto nossos olhos cerrados abriam-se lentamente. O beijo teria se encerrado ali se eu não tivesse procurado por seus lábios novamente, frenética. Ele riu abafado, beijando-me intensamente enquanto suas mãos acariciavam partes diferentes de meu corpo e eu bagunçava-lhe os cabelos vagarosamente.

   Ele era maravilhoso demais para que eu não o tivesse em minha vida. Que tipo de sentimento egoísta era aquele?

_ Poxa... Eu te amo tanto! – abraçou-me.

   Ele era incrível. Perfeito. Por um momento, não importou-me o quão errado aquilo parecia ser. Eu me permiti ser feliz naquele momento. Por mais que soubesse o quão confusa estaria depois, procurei não pensar no quanto estava sendo uma vaca, permitindo-me viver aquele momento. Eu o amava, e isso era uma certeza.

   Talvez eu seja mesmo uma puta, como Kiseop costuma dizer quando esta com raiva, afinal, que tipo de pessoa mantêm esse tipo de relacionamento, ou esse tipo de sentimento por pessoas diferentes? Eu nunca havia me apaixonado antes, não sabia como essas coisas funcionavam... E quando considero-me uma pessoa normal por finalmente ter me apaixonado, caio de amores por três pessoas, e volto a ser uma anormal. Talvez eu tenha tendência a ser diferente.

_ Tenho uma coisa pra você! – ele disse afastando-se e encarando meus olhos. Colocou uma de suas mãos em seu bolso. – Eu queria ter dado a você antes, mas devido as circunstancias embaraçosas no jantar, achei melhor não... – mostrou-me enfim o que tinha em suas mãos. Era uma corrente prateada, que brilhava. Acentuada por uma pedra azul, tão linda quanto o mar de Petrópolis.

_ Já que não posso por uma aliança em seu dedo, permiti-me trapacear dessa forma... – sorriu. – Achei que combinaria com você...

   Eu estava imóvel pela beleza do presente. Rindo, ele logo tratou de enfeitar-me com o regalo, deixando o pingente pousar um pouco a cima de meu decote.

_ Ficou linda... – disse encarando-me de cima a baixo. – Linda!

_ Obrigada Jun, e-eu amei... – disse alisando a pedra.

_ Não precisa agradecer, achei mesmo que combinaria com você! – sorriu.

_ Mesmo assim, obrigada! – insisti encarando seus olhos.

   Permanecemos ali, conversando por alguns minutos. Eu não conseguia desviar a atenção de seus lábios enquanto ele falava vagarosamente. Conversamos sobre coisas banais enquanto eu o acompanhava até seu carro, onde nos despedimos mais uma vez. Nos beijamos algumas vezes, rapidamente, jurando um paro o outro ser a ultima vez, até que ele finalmente seguiu para sua casa. Recomendei que dirigisse com cuidado, e permaneci abanando as mãos até que seu carro desaparecesse na esquina.

   Entrei em casa com um sorriso devastador, finalmente dando-me conta do frio que fazia. SoonHyun veio rapidamente em minha direção, abraçando-me forte e provavelmente adivinhando o que tinha acontecido, encarando meus lábios inchados e levemente borrados pelo batom.

_ Ele é perfeito! – ela disse empolgada. – Tão educado, bonito, cheiroso... Você não pode deixar ele escapar Ana! Estava nos olhos dele o quão louco ele é por você! – sorriu acariciando-me os ombros.

   Nós conversamos por alguns minutos, e ela rendeu-se ao sono, indo acompanhar JaeSoon que já dormia a alguns minutos em seu quarto.

   Eu segui para o mesmo destino, precisava dormir um pouco e acalmar meu coração das emoções recentes.

_ Ya... – Kiseop parou-me no corredor quando eu estava aponto de entrar em meu quarto. – Esta bem? – sussurrou.

_ Estou... – livrei meu braço de sua mão. – O que quer? – sussurrei de volta, calma.

   Depois de alguns segundos, com os olhos já acostumados pela escuridão, pude encarar seus olhos, esperando por sua resposta.

_ Peguei de volta para você! – ele estendeu a mão, mostrando-me o pingente.

_ Não, tudo bem... – empurrei sua mão levemente. – Ele fica bem melhor em Hyori! – disse irônica.

_ Não faça isso... – segurou-me novamente. – Por favor, aceite! Pegue de volta... Eu só fiquei irritado por ter aquele cara em casa e... – ele parou imediatamente pousando seus olhos em meu pescoço. – Entendi... – suspirou cabisbaixo. – Você não demorou nem um pouco pra por outro no lugar não é? 

A culpa tomou meus olhos. 


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Notas finais do capítulo

Porfa, não me odeiem... Não me matem muito! Vou indicar uma fanfic muito legal, que a missbabyjojo esta escrevendo o/ https://www.fanfiction.com.br/historia/216630/Y.O.U Aqui o link se vocês quiserem ler... enfim, espero ter feito certo ja que nunca indiquei uma fanfic antes...



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