OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 14
Miss You


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores ♥333 Hoje passei o dia escrevendo (feriado/aniversário da cidade) E esse cap ficou grande... Na verdade, todos tem ficado cumpridinhos nesses ultimos tempos, né? .-. Bem, o próximo capítulo é o Hentai (medo, medo, muito medo)e esse cap serviu pra eu armar as coisas pra primeira vez da Ana .-. TODOS GRITAM o/ Esperem um capítulo ainda maior, porque eu não sei como, mas vou tentar fazer o mais perfeito possível... Vou dar tudo de mim! u_u'
Bem, espero que gostem desse capítulo... Muitas coisas aconteceram, mas eu espero que tenha dado pra digerir tanta informação... Enfim, boa leitura ♥3



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   "Não suportava aqueles olhos desumanos sobre mim. Cobiçando qualquer coisa que eu tivesse a oferecer.

   E apesar da tremenda vontade de gritar, eu estava muda, e paralisada. Não podia me mover, não podia implorar por piedade, não podia fechar os olhos e deixar de encarar. Mas eu tentava gritar, tentava com todas as forças mesmo sendo algo impossível... Uma vontade suscitada pelo desejo de viver.

   Mas aquela lamina atingira-me a barriga, perfurando minha pele, atravessando meus tendões e músculos. Cortava fundo, fazendo queimar. E eu sem poder protestar, apenas deixei que algumas poucas lagrimas escapassem, enquanto tremia pela ferida.

_ Grite para mim... – suspirou rente ao meu ouvido, passeando o canivete por meu rosto.

   “Você devia ter morrido!” – a mulher de cabelos curtos gritou ao fundo. – “Você e esse bebê maldito! São como duas aberrações!” – disse segurando um bebê em seu colo, enquanto eu estava ali, imóvel, acorrentada à parede. – “Cuidarei dele agora... Cuidarei do bebê e de Kiseop... Seremos uma família sem você” – ouvi.

   O homem novamente sussurrou palavras em meu ouvido, palavras que não pude entender. Pedia para que eu gritasse, ameaçava-me com o canivete colado em minha bochecha, mas eu não podia obedecer. Não conseguia.

   Meus olhos vidrados apenas imploravam para serem compreendidos, mas ele mesmo assim cortou. A lamina congelando minha face com um ferimento que não me permitiria esquecer aquele episódio – caso sobrevivesse. Mas logo em seguida, passou a queimar, e eu por um alívio, pude gritar [...]"

_ Ana! – abri os olhos em desespero. Percorri-os por todo o cômodo, estranhando o lugar, quando finalmente pousei meus olhos inquietos em um rosto familiar. – Foi... Foi só um pesadelo... – abraçou-me quando me desfiz em lagrimas.

   Odiava aquelas cenas reproduzindo-se dentro de mim. Detestava aquela sensação de que nunca ia acabar, de que aquela tortura seria perene, que eu nunca esqueceria. Minhas mãos estavam tremulas, e a cada piscar de olhos, os flashs vinham em um turbilhão.

   O choro de uma criança, um riso familiar, o homem barbado e a dor da lâmina. Tudo soando real demais...

_ Por favor, meu amor, não chore! – beijou-me a cabeça – Estou aqui, e já está tudo bem... – Kiseop acariciava minhas costas enquanto eu tentava me controlar. Pousei a cabeça em seu peito, buscando outros pensamentos para esquecer o sonho. – Vamos voltar a dormir, tudo bem? – inclinou-se para fitar meus olhos.

_ O q-que eu estou fazendo aqui? – perguntei baixo. Não conseguia me lembrar de como havia ido parar no quarto de Kiseop. Não conseguia nem me lembrar de quando decidi dormir...

_ Não se lembra? – seu tom curioso. Eu apenas neguei com a cabeça, encarando-o, esperando que ele respondesse. – Você e Hyori brigaram... Na verdade, Hyori brigou sozinha, mas você bateu nela. – riu ao provavelmente lembrar-se.

_ E-eu fiz o que? – perguntei incrédula.

_ Isso mesmo, você se sentiu uma lutadora de UFC, e bateu em Hyori. – riu novamente, mais alto desta vez ao ver minha expressão.

_ Ai meu Deus... – murmurei. Começara a me lembrar aos poucos, lembrando-me de pequenas partes da discussão, e de minha atitude agressiva e impulsiva. – Onde ela está agora? – perguntei por Hyori – Porque eu estou aqui?

_ Aish... olha, está tarde... Conversamos amanhã, pode ser? – deixou a cama para deitar-se na esteira ao lado.

_ Kiseop... por favor... F-fique aqui comigo...– pedi. Além de curiosa, estava com medo de que o pesadelo voltasse a me perturbar. – Me conte, o que aconteceu?

_ Ya! Você é mesmo insistente não? – bufou. Deitou-se ao meu lado, cobrindo-se com o edredom até o pescoço. – Você está aqui, porque não seria nada legal as duas dormirem no mesmo quarto depois de você ter batido nela... Você é tão besta que desmaiou, se fosse eu, teria arrancado os cabelos dela... Não me admira que não se lembre! É a sua cara fazer esse tipo de coisa... – riu – Omma pediu para que eu a recebesse em meu quarto, e acho que Hyori dormiu chorando depois de tanto ouvir sermões dos meus pais...

_ Eu bati nela, e ela ouve sermões? – perguntei incrédula.

_ Por acaso se lembra das coisas que ela disse? – lembrava-me vagamente. – Ela mereceu apanhar... Eu estava prestes a fazer algo muito pior quando você a atingiu...

_ Preciso me desculpar... Não foi certo! – foi mais um pensamento alto.

_ Não vai não. Ela não merece... Acho que eu bateria em você se tivesse ouvido tudo aquilo de cabeça baixa... Eu estou, de certa forma, orgulhoso de você! Chega de permitir que as pessoas pisem em você, ok? – puxou-me para que eu me deitasse ao seu lado. – Agora vamos dormir...

_ Eu desmaiei mesmo? – aish, que ridícula eu sou.

_ Sim. – sorriu novamente – Acho que, por você ter tomado a iniciativa de se defender, algum tipo de curto circuito aconteceu dentro de você... Não sei bem, mas vindo de você não é algo estranho! Mas fique tranqüila, ninguém além de Hyori esta com raiva de você! – disse pousando sua mão em meu pescoço, brincando com a correntinha que havia me dado, e que eu não havia tirado do pescoço desde o dia do casamento.

   Rendi-me ao cansaço, fechando os olhos. Teria tempo o suficiente para pensar sobre o acontecido quando amanhecesse. Dei as costas para Kiseop, permitindo que ele me abraçasse, e me esquentasse do frio terrível que fazia nesta noite em particular. Adormecemos, e eu não fui atormentada por nenhum pesadelo.

___

   Acordar ao lado de Kiseop seria maravilhoso, mas por alguma circunstância, ele não estava lá. Vasculhei cada canto de seu quarto com os olhos, e nenhum sinal do teimoso. Levantei-me então, encarando as horas no celular dele. Já passava da hora do almoço, eu nunca havia dormido tanto assim! Odiei-me por acordar tão tarde, e xinguei Kiseop em pensamento, por não ter me acordado assim que despertou.

   Minha sorte é que era sábado, e eu não precisava ir à escola ou trabalhar. Procurei pelas pantufas de Kiseop, dirigindo-me até a porta. Precisava criar coragem pra encarar as pessoas da casa, e me desculpar com Hyori, por mais que ela não merecesse...

_ Seu celular... – ele abriu a porta de supetão, assustando-me. Estendia meu celular em minha direção, que por sua vez, vibrava freneticamente com o nome “Brookie” no identificador de chamadas.

   Sem dizer nada, tomei o aparelho de sua mão, atendendo-o com a voz mais sonolenta possível. Seop permaneceu ali, encarando-me encostado no batente. Encarava-me de cima a baixo, com seus pés descalços e tronco despido. Custava ele por uma camiseta?

   Seus olhos brilhavam, lindos e arregalados enquanto encarava-me. Eu tentei me concentrar na conversa, mas era impossível. Encarava-me como se quisesse adivinhar que tipo de conversa Brookie e eu estávamos tendo. Tentando escapar, comecei a andar em círculos pelo cômodo, um tanto inquieta.

   Broo contava-me sobre o feito de DooJoon. A velha história das flores que eu já sabia que ele faria... Ela estava feliz, deslumbrada. Como se estivesse presa em um sonho.

_ Ok, então... Daqui a pouco eu passo ai... – sorri. Meus olhos passaram rapidamente pela face de Kiseop, e ele parecia desapontado. Como se eu tivesse digo algo errado. – Ta... Tchau. Também amo você... – desligamos juntas.

   Ouvi o suspirar pesado de Kiseop, que deu as costas assim que eu desliguei.

   Não conseguia entender muito bem o que estava se passando, mas pela cara dele, boa coisa não era. O que eu tinha feito dessa vez?

_ Ya... Kiseop... – alcancei-o no corredor, parando-o com a mão em seu ombro. – O que foi? = perguntei quando ele finalmente encarou-me.

_ Não é nada. – respondeu seco, retomando seus passos.

   Percorri com os olhos por meu quarto, parada em frente a porta. A cama estava arrumada, as roupas de Hyori que antes estavam espalhadas pelo quarto, já não estavam em lugar nenhum. Notei o silêncio estranho na casa. Algo incomum na hora do almoço, pois omma costumava cozinhar ouvindo música... Talvez estivessem trabalhando, mas e Hyori? Onde ela estava?

_ Kiseop... – disse mais uma vez, fazendo-o bufar.

_ O que foi? – perguntou agressivo.

_ Onde estão todos?

_ Ah... – aproximou-se três passos. – Minha tia piorou... Parece que o que ela tem é sério. Ligaram hoje de manhã pra avisar, e meus pais foram levar Hyori até lá... Vão ficar lá por esse fim de semana, e de lá meus pais vão pegar um avião pra China. Outra reunião. – explicou indiferente.

_ O que a sua tia tem? – perguntei.

_ Não sei. – deu as costas novamente. – Os médicos ainda não descobriram, mas omma disse que liga assim que tiverem notícias. – desapareceu do corredor.

   Ignorei-o. Ele parecia estar de mal humor, e eu não estava afim de brigar.

   Resgatei algumas roupas em minha gaveta, e parti para um banho. Estudei meu rosto no espelho, e eu estava uma bruxa. Descabelada, pálida, e com olhos inchados de tanto dormir. Envergonhei-me por Kiseop ter me visto daquele jeito.

   Após o banho, vesti uma calça jeans e a camiseta do Bob Esponja, agasalhando-me com três blusas de frio e um gorro vermelho. Eu iria para casa de Brookie mais cedo, já que o humor de Kiseop estava insuportável.

   *mensagem*

   “As coisas também não tem sido as mesmas sem você. Estou com saudades, mas estou de volta :D

                                                 Jun-sshi”

   Meu coração parou de bater por um momento. Eu havia me esquecido da mensagem.

   Todos os momentos com Junhyung voltaram em um torpor, torturando-me. Respirei fundo, criando coragem pra dar o primeiro passo e esquecer o poder que ele tinha sobre mim. Era quase impossível ignorar meus sentimentos por JunHyung, mas eu precisaria ser forte, e respeitar sua decisão.

_ Vou sair. – disse à Kiseop, largado no sofá. Ajeitei minha mochila sobre os ombros, seguindo para a cozinha e capturando uma maça na fruteira.

_ Você já vai? – sentou-se sobre o móvel, virando-se para me encarar.

_ Aham.

_ Porque vai agora? – seu tom estranho.

_ Olha, eu até ficaria aqui com você até mais tarde... – suspirei parando em sua frente. – Mas parece que você está de mal humor e quer ficar sozinho, então...

_ Não é isso... – Seus orbes castanhos mergulhados em confusão, aterrou sua cabeça em suas mãos, contemplando o tapete. – Ele vai estar lá, não vai? – perguntou baixo.

_ Não sei. – respondi na mesma altura, sentindo meus joelhos falharem só por pensar em Jun.

   Ele não disse nada, apenas bufou, sem encarar-me. Passei por ele, seguindo em direção a porta.

_ Por favor, não vá! – segurou-me firme pelo braço, ainda sem encarar-me. – Fique...

_ Confie em mim. – pedi. Queria acabar com toda a insegurança dentro de Kiseop, queria acabar com toda a insegurança dentro de mim. Abaixei em sua frente, pousando minhas mãos em seu joelho, procurando por seus olhos. – Eu prometi que cuidaria do seu coração, e é isso que vou fazer... – disse segurando o pingente.

   Ele não disse nada. Apenas encarou-me, respirando mais tranqüilo. Talvez, cedendo. Segui para a porta, deixando-o ali com seus pensamentos.

___

_ Que bom que veio amiga! – Brookie abriu a porta sorridente, conseguia manejar sua cadeira de rodas com perfeição. – Chegou cedo... – disse fechando a porta.

_ É, e-eu sei. Estou atrapalhando? – perguntei deixando a mochila sobre o sofá.

_ Não! Meu pai está no escritório, e eu estou arrumando as coisas pra quando Doojoon chegar. – abriu um enorme sorriso.

_ Hm... – sorri. – Me conte, como foi ontem? O que conversaram?

_ Amiga, ele é mais perfeito do que eu imaginei! – suspirou – Ele é incrível! Confesso que fiquei com medo... Não existem muitos jeitos de agradá-lo estando nessa cadeira de rodas, mas eu vou sair daqui! Foi difícil acreditar que ele, logo ele, esta apaixonado por mim, mas eu vou sair daqui por ele. Pra ser a melhor amiga, melhor namorada e companheira dele. Porque ele merece as melhores coisas do mundo... – seus olhos brilhavam. – Olha só o que ele trouxe. – apontou para o buquê de lírios. – Ele é perfeito Ana... Perfeito! Eu estou tão feliz, que parece um sonho... De hora em hora me belisco pra saber se é verdade!

_ Ai que boba apaixonada... – rimos. – Mas me conte, já se beijaram? – perguntei com a maior cara de pau.

_ Ainda não. – disse constrangida – Nós conversamos muito. Ele ficou horas aqui, foi embora pouco antes do jantar... Ele é um bom amigo, que ouve, entende e ajuda... Quer dizer, agora ele é mais que amigo né? – gargalhou de felicidade – Mas não é nada oficial. Mesmo porque, ele parece ser do tipo certinho, que faz as coisas certas na hora certa e enfim...

_ Ele deve ser do tipo de JunHyung-sshi. – pensei alto.

_ Verdade. Ana, como você está? Q-quer dizer, Joon comentou que JunHyung volta hoje...

_ Não sei Brookie. Sinceramente, não sei! Eu estou tão confusa, que prefiro nem pensar muito sobre isso pra falar a verdade...

   Conversamos por um bom tempo, sobre os meninos, sobre Onew, e sobre o incidente com Hyori. Falamos de coisas aleatórias, provas e trabalhos semestrais. Falamos sobre o mal humor de Kiseop, e a forma como ele conseguia fazer com que eu o amasse mais a cada dia. Era estranho admitir, mas eu estava perdidamente apaixonada por aquele que antes fora meu inimigo.

   Então ouvimos o soar estridente da campainha, e era DooJoon. Em suas mãos, um pacote de frango frito, e um sorriso enorme estampado no rosto. Beijou a testa de Brookie assim que entrou, e meu coração sentiu-se um tanto aliviado ao não ver ninguém atrás dele. Mas por outro lado, estava decepcionada.

_ Tudo bem? – Broo perguntou, preparando-se para fechar a porta.

_ Aham... – disse disperso – Não! Não feche... JunHyung já está subindo... – disse encarando-me por fim.

   “JunHyung já esta subindo” – ouvi-lo fez com que meu coração batesse descompassado. Droga, minhas mãos já tremiam, e eu já estava inquieta.

   Sentei-me sobre o colchão no chão, encarando o menu do filme na enorme tela plana, engolia a seco.

   Então senti aquele perfume. Senti minha pele toda arrepiar apenas por sentir aquele cheiro delicioso, que espalhou-se por toda a casa. Fechei os olhos e abracei minhas pernas contra o peito, ouvindo-o rir com DooJoon na porta. Então criei coragem e o encarei. Assim que meus olhos pousaram em sua face, mergulhamos um nos olhos do outro, e o sorriso em seu rosto aumentou. Já eu, parecia uma retardada, paralisada ao ver aquela espécie de anjo.

   Meu coração batia tão forte, que envergonhei-me por considerar o fato de que todos ali estariam ouvindo...

   Não sei quanto a Brookie e DooJoon, mas tenho certeza de que JunHyung sabia exatamente o que eu estava pensando, e como estava me sentindo. E mesmo tal momento parecendo eterno para mim, pisquei rapidamente e me dei conta de que segundos haviam se passado, e apenas Jun e eu sentimos como se o mundo tivesse parado de girar.

_ Oi – disse sorridente da porta. Seus olhos vendo através de mim, seus lábios rindo do que provavelmente via.

_ O-oi. – disse baixo, sem me mover.

_ Vamos assistir o filme? – DooJoon perguntou a Brookie, pegando-a no colo.

   Me distrai com tal cena. Ele a carregou até o sofá enquanto ela gargalhava acanhada. Os dois sentaram-se no móvel, e ele a aconchegou em seu peito, acariciando-a. Jun fechou a porta atrás de si, hesitando ao sentar-se em um extremo do colchão. Ambos estávamos tímidos e receosos. Eu temia que apenas um toque fizesse com que toda a minha força de vontade fosse por água a baixo. Tentei evitar ao maximo pensar em como o amava, em como sentia sua falta. Mas só aquele cheiro estava me forçando a ceder.

_ Que filme comprou hyung? – Jun perguntou.

_ “I See The Devil”, já assistiram? – perguntou.

_ Não.

   Brookie soltou o filme. Doojoon-sshi levantou-se rapidamente e fechou as cortinas, tornando o ambiente escuro. Meus olhos passaram pelo rosto de Jun rapidamente, e ele me encarava. Desviamos envergonhados, mas ele surpreendeu-me, deitando sua cabeça em meu colo, sem encarar-me.

   Eu não soube bem o que fazer. Estava indecisa entre controlar meus batimentos cardíacos e agir naturalmente, mas ambas as coisas eram muito difíceis. Aquele perfume estava ainda mais perto de mim, fazendo com que as lembranças voltassem a freqüentar minha mente. Droga, porque eu tinha que ser tão fraca?

   Tranquilamente, pousei uma de minhas mãos em seu ombro, enquanto a outra encontrava-se sobre o colchão. Ele passou suas mãos por minhas pernas, encontrando a mão livre e entrelaçando nossos dedos. Fechei os olhos com força, impedindo meu coração de sair pela boca.

   Ele não encarou-me um segundo sequer. Mantinha-se concentrado no filme, que estava só começando...

    Mas a história em si era muito familiar. Conforme assistia ao filme, sentia como se estivesse em um Deja Vu. O maníaco torturou sua vítima e a matou. Ele ansiava por um grito, assim como o protagonista de meus sonhos. E tudo tornou-se real demais, para que eu continuasse assistindo. Fechei os olhos novamente, desta vez, tomada por um pânico maior do que podia controlar. Involuntariamente, apertei a mão de Jun mais forte do que pretendia, atormentada pelo pesadelo. E ele encarou-me.

_ Está bem? – perguntou baixo. Tão baixo que os outros dois no sofá não puderam ouvir. Eu apenas neguei com a cabeça, encarando seu rosto, recusando-me a encarar a televisão novamente. – Ah... – então, ele pareceu cair na real. Seus olhos tão ardilosos quando se tratava de desvendar meus pensamentos. Ele notou a enorme semelhança entre o filme, e o que aconteceu comigo, e levantou-se rapidamente, puxando-me pelo braço.

   Em frações de segundos, já estávamos fora do apartamento. A única coisa que pude ouvir antes de ter a porta fechando-se a minha frente foi Doojoon perguntando onde estávamos indo.

_ O-o q-q-que... – não conseguia parar de gaguejar. A fraqueza inútil de deixar bem claro para quem quisesse ver, o quanto eu estava nervosa. Junhyung estava paralisado a minha frente, ainda segurando uma de minhas mãos. Acalmou sua respiração, e seus olhos fitavam nossas mãos unidas. Talvez, pela primeira vez, ele tivesse agido por impulso.

_ Senti sua falta. – tomou-me em seus braços, abraçando-me forte. Agindo por impulso pela segunda vez...

   Sua respiração quente contra meu pescoço, e eu com a mania idiota de arrepiar a cada 5 minutos. Seus braços pressionando minha cintura contra seu corpo, estava a ponto de tirar meus pés do chão. Aquele cheiro, porque diabos tinha que ser tão bom? Ele havia cortado o cabelo, só um pouquinho, mas o suficiente para que eu notasse a diferença. Mas no geral, JunHyung não havia mudado, e nem o que eu sentia por ele...

_ T-tambem senti sua falta. – admiti, fechando os olhos em seguida. Minhas mãos acariciavam sua nuca e costas, enquanto eu matava a saudade.

   Então ele me soltou. Nos encaramos por alguns segundos, e foi estranho. Foi inquieto.

   Jun limpou a garganta, encarando o corredor em que estávamos parados. Apertou o botão do elevador sem dizer uma palavra, e ficou parado em frente à porta.

   Encarei o relógio rapidamente, e passava das cinco da tarde. Quase seis na verdade.

   Voltei a encará-lo. Porque ele estava de costas para mim? Porque ele havia me puxado, me abraçado, e ficado mudo em seguida?

_ Vou levá-la para casa... – ele disse baixo. – Aquele filme... Aquele filme não é uma boa idéia... – riu abafado, ainda encarando a porta do elevador. Suas mãos quietas em seu bolso, ele encarava o letreiro acima da porta. Esperávamos o número 8 aparecer...

   Aproximei-me alguns passos e enfim pude estar ao seu lado. O elevador finalmente chegou, e entramos. Toda aquela situação estava muito inconfortável. Acima de tudo, ele era meu amigo, porque estávamos nos comportando daquela forma? Talvez ele houvesse de fato mudado, como pretendia.

_ Como... Como foi a viagem? – perguntei baixo. O elevador fazia questão de mover-se lentamente.

_ Legal... – respondeu.

_ Hm... E como você está? – insisti em puxar algum assunto.

_ Bem... – encarou-me estranho. Seus lábios ameaçando sorrir, mas não o fez.

   Não estava mais agüentando aquilo. O que ele pretendia? Uma hora parecia bem, e agora estava simplesmente indiferente, como se não fizesse questão de conversar comigo. Eu já não era a pessoa mais atenta do mundo, ainda tinha que adivinhar o que estava acontecendo?

_ Hm... – disse novamente. Porém, algo nessa situação fez com que ele começasse a rir descontroladamente. Encostou suas costas no espelho, e abaixou-se, mal conseguindo respirar. – YA! – estava confusa. O que era engraçado naquilo? – O que foi? Do que está rindo? – perguntei.

_ De você! – respondeu. Sua face tão vermelha, que parecia que a qualquer momento explodiria. – “Hmm...” – esforçou-se em imitar minha voz. – Você... Não... Muda... – pousou sua mão na barriga, controlando o riso.

_ Aish... – resmunguei baixo. O elevador parou no térreo, e eu sai primeiro, deixando-o para trás.

   Não demorou muito para que ele me alcançasse na portaria do prédio. Suas mãos agarraram meu braço, fazendo-me parar.

_ E você... Como está? – perguntou ainda vermelho. Um sorriso perfeito em seus lábios.

_ Bem... – respondi com o mesmo tom indiferente que ele. E ele riu novamente.

   Guiou-me ate o carro, e abriu a porta, como sempre fazia. Parou em frente ao automóvel, digitando algo em seu celular. Seus olhos encaravam-me pelo vidro, e ele guardou o celular no bolso, entrando no carro.

   Meu celular vibrou assim que ele fechou a porta. Deixei um riso escapar assim que fitei seu rosto... Ele também não mudava...

   *mensagem*

   “A viagem foi ótima, mas pensei em você todos os dias... Eu estou bem, melhor agora que sei que você está bem e continua tão linda como eu me lembrava... Fiquei longe poucos dias, mas foram dias eternos sem você :|

                                                Jun-sshi”

   Encarei a movimentação dos carros um tanto envergonhada. A carta dizia que ele iria me esquecer, mas aquilo parecia tão impossível para ele, quanto era pra mim, esquece-lo. Por mais que tentasse evitar, era impossível esquecer meu primeiro beijo, meu primeiro namorado e todas as coisas que passamos juntos.

_ Jun... – suspirei. Não sabia ao certo o que dizer.

_ Não precisa dizer nada... Foi só uma fraqueza, estou quase me arrependendo... Vou deixá-la em paz. Eu prometi a mim mesmo... – sorriu.

_ Não é isso. É que... As coisas aqui não são as mesmas sem você. – disse sem encará-lo.

_ Imagino. Eu sou legal... – disse debochado.

_ Idiota. – soquei seu braço, e rimos.

   Conversamos muito o caminho todo. JunHyung falou mais do que de costume. Contou-me sobre os passeios da viagem, e sobre um presente que havia comprado para mim. Eu contei sobre o trabalho, sobre o pé de guerra com Hyori, sobre os boatos da gravidez e o que fui sujeita a fazer para provar que era tudo mentira, e o não casamento de Park Min.

_ Você ficou mesmo com ciúmes dele? – perguntou.

_ É... Ok, eu sei que isso é horrível, mas nem eu entendo as coisas que sinto... Mas senti como se ele estivesse sendo roubado de mim, sei lá.

_ Você é estranha sabia?

_ Já ouvi isso... – disse desapontada.

   Silencio.

_ Sinto muito que tenha passado por tudo isso sozinha. – disse concentrado na direção.

_ Está tudo bem agora. – disse – Você voltou e, além do mais, foi uma ótima idéia pedia a Doojoon para estar sempre ao nosso lado... ele e Brookie formam um casal bonitinho.

_ É, sobre isso... Eu não entendi nada! Quer dizer, sua amiga é uma ótima pessoa, mas hyung nunca se apaixonou antes... Isso é tão estranho! – riu. – Ele parece mais bobo do que de costume agora...

_ Eles estão felizes...

_ É, pelo menos eles... – disse, provocando-me a encara-lo.

   Entendi o que ele quis dizer, e me senti culpada mais uma vez. Poderia pedir desculpas a JunHyung a vida toda, mas nunca seria o suficiente.

   Eu o amava, mas algo estava estranho. Sempre que pensava em beijar, tocar e abraçar, vinha somente Kiseop em minha mente. Meu coração batia ansioso por vê-lo. Como se eu não o fizesse a muito tempo...

   Não consegui dizer nada. Não havia o que dizer... No fim das contas, eu destruía o sentimento das pessoas e desapontava a todos.

_ Pronto, está entregue... – ele sorriu ao estacionar o carro em frente à casa dos Lee’s.

_ Obrigada por me trazer. – disse sem a menor pressa de sair do carro.

   Contemplei o céu. O sol estava prestes a se esconder atrás dos arvoredos, e o tom alaranjado no céu refletia-se sobre a pele de Jun, tornando-o mais lindo que o normal. Era inevitável, ele sempre teria um efeito estranho sobre mim. Sempre me faria perder o chão, apesar de tudo.

_ Não se preocupe... Eu estarei sempre com você agora. – disse após pensar um pouco. – Eu tentei não pensar muito em você o tempo que estive fora, e foi quase impossível... Eu entendi, que nunca vou deixar de amar você! Entendi que você vai ser a única em meu coração pra sempre, não importa quanto tempo passe... Mas se eu puder ser somente seu amigo, seu porto seguro, como costuma dizer, eu estarei satisfeito. Pelo menos um pouco...

_ O que eu sinto por você, nunca vai desaparecer também... Eu acho – disse baixo, constrangida.

_ Não se preocupe em retribuir... Do jeito que é avoada, vai acabar confundindo tudo, logo agora que as coisas parecem estar se ajeitando pra você e o rabugento do Lee Insuportável. – revirou os olhos. – Mas conte comigo pra sempre... Isso soa idiota, como se eu não tivesse orgulho próprio, mas eu sempre estarei aqui quando precisar. Não vou ter forçar pra recusar um pedido de ajuda seu...

_ Jun... – pousei minha mão em seu ombro assim que notei a lagrima que formava-se debaixo de seus olhos lindos. – Por favor, não faça isso. Eu me odeio por fazer isso com você, talvez nunca consiga me perdoar... Mas não chore, por favor... Ou ser Chiao Ana se tornará um fardo muito grande para mim...

_ Idiota. – ele riu. – Você diz muitas bobagens, sabia? – suspirou. Saiu do carro rapidamente enquanto eu lutei com o cinto de segurança, que insistia em me manter presa ali.

   Ele abriu a porta para mim, mas eu estava distraída demais, tentando me libertar. Jun debruçou-se sobre mim, nossos rostos perto demais um do outro, e puxou o cinto com força.

_ Pronto. – disse um pouco inquieto enquanto eu encarava seus lábios, perto demais dos meus. – Está livre. – afastou-se.

_ O-obrigada. – segurei sua mão para sair do carro.

   Não falamos muitas coisas. Apenas nos abraçamos mais uma vez, nos despedindo.

_ Cuide-se. – ele disse beijando-me a testa. – Até segunda... – seguiu para o carro.

   Eu fiquei ali, me sentindo uma boba. Esperei seu carro sumir após dobrar a esquina, lembrando-me de ter esquecido minha mochila na casa de Brookie.

_ Aish... Droga! – capturei meu celular em meu bolso, abrindo a caixa de mensagens.

   *mensagem*

   “Broo, esqueci minha mochila na sua casa --* Jun só me trouxe pra casa, o filme estava me fazendo mal... imagino que saiba o porquê... kekeke~ Talvez amanhã passe ai pra pegar... Beijo

                                         Ana ♥”

   Deixei a calçada, indo em direção a porta. Kiseop encarava-me por uma fresta da cortina. Assustei quando o vi, mas ele rapidamente deixou seu posto...

   Ao me aproximar da fechadura, ouvi uma gritaria estranha de dentro da casa. Hesitei em entrar...  


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Notas finais do capítulo

O JUN VOLTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU O/ [/por favor, não me matem por ter parado assim... kkk Posso garantir que Kiseop não está assistindo filme pornô! Ok? ok. kkkkkkk
Bem, é isso. Espero que tenham gostado, e peço desculpas por ter mais uma vez demorado. Vou me esforçar para postar o próximo o mais rápido possível! É que ta meio difícil... nunca tive tantas notas vermelhas na minha vida, e estou envergonhada. Ja não sou mais o melhor boletim da família, e a falação na minha cabeça está demais... Trabalhar e estudar não é fácil... Preciso me empenhar mais ja que é o meu ultimo ano. No entanto, não abandonarei a fic nunca nunquinha... mas talvez não consiga postar todos os dias, como fazia antes :/ Me desculpem mesmo! Aguardem o proximo capítulo com um hentai lindo ♥3333333 beijos



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