OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 13
Droga de Fraqueza.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo, sem saber por onde começar a me desculpar... Que péssima impressão estou deixando para as leitoras novas (a propósito, sejam bem vindas ♥)
Ok, vou começar: ME DESCULPEM POR FAVOR!
Fiquei sem internet dia 10/11/12, e nesse tempo escrevi um capitulo que deveria ter sido postado ontem, mas meu irmão o excluiu acidentalmente. Gente, cheguei a chorar de nervoso, mas não consegui restaurar de jeito nenhum! Trist.
Ai eu escrevi esse, com o mesmo foco mas de um jeito diferente (e ficou melhor). Eu espero mesmo que vocês gostem, e me desculpem MESMO MESMO MESMO por demorar essa eternidade. Achei que fosse enlouquecer, me desculpem sinceramente!
Certo, as recomendações: eu chorei. De verdade! Não acreditei quando vi a primeira recomendação, juro que não imaginava. PULEI LIKE A MONKEY pela casa inteira, e chorei de felicidade! Obrigada "Kevin ChoiMinki Woo/ Tatiana (?)" por sua recomendação, de coração! Eu juro que não imaginava... Ai vem a LINDA DA THATA MAIA, e deixa mais uma recomendação, pra eu morrer do coração mesmo!!! Muito obrigada coração, vocês me fizeram muito feliz mesmo! Vejo no nyah tantas historias boas, e as pessoas não tem coragem de recomendar, ai logo a minha (a escritora mais noob) recebe recomendações, e sim, pra mim isso é muito importante.. enfim, chega de fala senão vocês vão me odiar kekeke~
Espero que gostem, boa leitura *---*



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_ Como foi lá? – Kiseop abraçou-me assim que comecei a chorar descontroladamente.

   Não sabia se conseguiria dizer. Mas sabia que ele insistiria em ouvir cada detalhe, e não desistiria disso.

3 horas antes [...]

_ Pois bem... – a diretora Kim limpou a garganta, olhando fixamente em meus olhos enquanto as garotas do grêmio encontravam-se sentadas a minha frente – Vou fazer uma ultima pergunta, mas é a mais importante de todas e eu quero que diga a verdade...

   O que mais ela perguntaria?

   Estava ali há meia hora, respondendo a perguntas intimas e constrangedoras e nem sabia bem o porquê.

   Devido aos boatos sobre minha gravidez, a diretoria da escola resolveu tomar partido uma vez que os alunos comentavam sobre o assunto em redes sociais, expondo o colégio. Tudo saiu de controle, e eu havia subestimado as pessoas, pois elas realmente acreditavam que minha gravidez era verdadeira...

   O que mais me indignava era como as pessoas podiam acreditar piamente em um tipo de boato como esse.

   Mas o que importava era que eu estava tendo a chance de me explicar para quem realmente merecia uma explicação. Mesmo que de uma forma estranha. Eu sabia que no fim acreditariam em mim, e desmentiriam a palhaçada. Só que eu não conseguia ver onde perguntas íntimas poderiam ajudar a explicar as coisas...

   E lá estava eu, sentada na grande mesa de madeira, as seis garotas no lado oposto e Senhora Kim na ponta; encarando-me como se eu estivesse sendo julgada. E de fato, eu estava.

   Engoli a seco enquanto as representantes encaravam-me como hienas famintas, esperando pela resposta antes mesmo da pergunta ser feita.

_ Vou ser direta. Você já teve relações sexuais? – ajeitou os óculos encarando-me.

   Tremi. Que tipo de pergunta era aquela?

_ Q-que? – não consegui manter o controle, gaguejando.

_ Veja bem Ana... – suspirou – Precisamos saber disso! A escola esta sendo muito expostas por conta deste boato... Ter uma aluna grávida não nos cairia bem, e precisamos tomar decisões sérias caso isso seja verdade! Mas se for tudo uma mentira, usaremos todas as armas possíveis para defendê-la. Só quero que nos diga a verdade, para podermos ajudá-la... – sorriu.

   Era incrível o modo como a escola pressionava e manipulava os alunos. Tudo muito bem recôndito, mas eu conseguia ver, pois estava me sentindo de tal forma. – manipulada e pressionada.

_ Não Senhora Kim. Eu nunca... – antes que pudesse terminar, uma das alunas – a de cabelos curtos – bufou em reprovação.

_ Ah, por favor... Se fosse outra aluna nós até acreditaríamos, mas é você! Você é uma vadia, quer mesmo que acreditemos que...

_ Silêncio, por favor! – a diretora interrompeu – Se pretendem interromper, por favor, saiam agora... – suspirou – Ok Ana, se diz a verdade, não se importaria em fazer um teste... Se importaria? – disse tirando um objeto estranho de sua gaveta.

_ Teste? – disse confusa.

_ É um teste bem simples... – ajeitou os óculos novamente, estendendo o objeto a mim. – Um teste de gravidez... – suspirou ao ver minha expressão apavorada. – Entenda, precisamos mesmo saber a verdade! Devemos encerrar essa história de uma vez por todas, mas se não soubermos a verdade, não poderemos agir justamente...

_ E a m-minha palavra não é o suficiente? – perguntei chocada.

_ Infelizmente não... – deixou o objeto a minha frente. – A escolha é sua.

[...]

___

   Claro que eu fiz o teste idiota.

   Morri de vergonha, me senti o ser mais humilhado da face da Terra, mas no fim acabei com a expectativa de todas. Eu não estava grávida, e provei. A diretora até ameaçou desculpar-se, mas não o fez. Apenas liberou-me para as aulas seguintes, prometendo que acabaria de uma vez com os boatos da maneira mais discreta do mundo.

   Não consegui me controlar nas duas aulas seguintes. Todas as perguntas que precisei responder foram constrangedoras e intimas demais para que eu simplesmente esquecesse. Eu estava magoada, me sentindo um lixo sem palavra.

   A semana não estava sendo nada fácil...

   Provas e trabalhos escolares; Essa história de gravidez que me atormentou e rendeu dores de cabeça intermináveis; A saudade de JunHyung chegou a um ponto em que corroia meu coração; Onew que aparecia do nada, virava minha vida de ponta cabeça e depois sumia; Saudade do Brasil, meus pais e o sol quente de Petrópolis; E Kiseop... O idiota do Kiseop que provavelmente estaria amando me deixar sem saber o que pensar...

   Talvez fosse querer demais, uma tola indecisa como eu, desejar que Kiseop tomasse partido de algo. O que eu podia exigir? Mas por outro lado, o que eu podia fazer se sentia a necessidade irracional de dar nome ao tipo de relacionamento que estávamos mantendo? Mas eu não sabia o nome... Ele nunca dizia nada a respeito, e eu não ousaria...

   Mas era um desejo incontrolável de deixar bem claro para o mundo – e para mim mesma – que Kiseop era meu, e eu dele. Vai entender...

   Mal prestei atenção nas aulas de matemática. Sabia que era matéria pra prova, mas não conseguia me concentrar, decepcionada com os acontecimentos anteriores, e por não conseguir dar um rumo positivo em minha vida...

   Brookie até tentou me distrair, mas estava tão indignada quanto eu, e sempre que abria a boca era pra falar sobre como estava se aproximando de DooJoon.

   Contou-me com os olhos brilhando sobre o almoço que tiveram ontem, e sobre os assuntos aleatórios que conversaram. Repetia mil vezes “Não acredito que almocei com meu Bias”, e seu sorriso seguia de orelha a orelha sempre que dizia isso.

   Contou-me também – pela milésima vez – sobre ter ido à fisioterapia e tido a noticia de que voltaria a andar em breve. Deixaria a cadeira de rodas em duas semanas, e passaria a usar muletas, pois já conseguia sentir as pernas e os pés. Aquilo era realmente um alívio.

   De todo modo, estava feliz por ela... Sentia falta do sorriso espontâneo, e de todos os surtos que ela há muito tempo não dava... Saber que ela voltaria a andar foi a melhor notícia que recebi em tempos;

   Ao final da aula esperei por Kiseop, assim como havíamos combinado. Ele sabia sobre minha conversa com a diretora, e torrou meu celular com mensagens preocupadas, mas eu queria falar pessoalmente.

   Estava tão desapontada, que não conseguia sequer disfarçar meu rosto, e fingir estar melhor. Eu queria desabar em lagrimas, e sabia que o faria assim que contemplasse os olhos castanhos e brilhantes que Lee Kiseop possuía.

   Não demorou muito e eu o vi saindo pelo portão principal. Seus olhos afobados vasculhavam – provavelmente procurando por mim – o meio da multidão. Então nossos olhares cruzaram-se, e senti os meus marejando antes mesmo de sentir o abraço que daria fim a minha angustia. Droga de fraqueza.

   Ele desviou lentamente dos alunos em sua frente, encarando-me fixamente; como se mais uma vez conseguisse ver dentro de mim, e sentir o que eu estava sentindo. Então finalmente estava lá. Parado a minha frente, seu perfume exalando de seu corpo, encarando-me de cima com a respiração quente e falha. Abraçou-me.

_ Como foi lá? – perguntou.

   Comecei a chorar descontroladamente.

   Não sabia se conseguiria dizer. Mas sabia que ele insistiria em ouvir cada detalhe, e não desistiria disso.

_ Aish... Você vai ficar bem. – disse. Estranhei a afirmação, ele parecia ter certeza do que dizia. Seu tom de voz severo, convencendo-me daquilo.

   A julgar por como estava me sentindo no momento, não sabia ao certo se conseguiria acreditar que realmente ficaria bem. Mas eu acreditava nele. Acreditava cegamente, e se ele dizia que eu ficaria bem, então eu ficaria.

_ Vou. – disse baixo contra seu peito.

   Seus dedos acalmaram-me em um afago, cessando meu choro agoniado. Ele sussurrava que tudo ficaria bem, e que já havia passado; Sendo assim, seguimos para o carro.

_ Foi horrível... – finalmente consegui dizer depois de um bom tempo em silencio. O carro parado pelo sinal vermelho, Kiseop concentrado na direção, ignorou o transito e encarou meu rosto.

_ Eu sei. – bufou. – Não há muita coisa que você consiga esconder de mim... – sorriu. – Mas não precisa dizer se não quiser...

_ Acho que só não quero falar sobre isso agora. Talvez amanhã, pode ser?

_ Quando você quiser. – sua mão direita pousou em meu joelho.

   Ele desconfiava que eu não estivesse bem. – não só pela pequena reunião com a diretora Kim, e sim por tudo. – E eu realmente não estava.

   Senti-me por um momento aliviada. No fim das contas eu tinha sorte por ser tão previsível, e por Kiseop conseguir interpretar-me de maneira tão simples e fácil. Na verdade, aquilo – desvendar meus pensamentos – parecia algo fácil de fazer para qualquer um que se dispusesse.

   Era bom ser poupada de dizer muitas coisas. Um privilégio.

_ Mudando de assunto, minha mãe conversou comigo... – riu. – Quando me contaria?

_ E-eu esqueci... – encarei seu rosto. – E depois, ela disse que gostaria de conversar com você, ela mesma... Então eu deixei.

_ Entendi. – suspirou – Fiquei feliz! Quer dizer... eu quero você, e é um alívio que ela não se oponha a isso. Na verdade, ela até apóia! – disse surpreso. – Disse que fica feliz por eu ter me apaixonado por alguém legal... – arqueou a sobrancelha – Ela pensa que você é legal, coitada... – riu.

_ Idiota! – xinguei. Como resposta, Kiseop bagunçou meus cabelos, fazendo-me rir. – YA! Para com isso seu insuportável! – ele gargalhava feliz. Um brilho inexplicável em seus olhos, e o sorriso perfeito intimidando-me.

_ Já disse que fica linda quando sorri? – perguntou após um tempo. – Bem, você fica linda irritadinha, mas quando sorri é algo indescritível. – disse deixando-me envergonhada.

_ Ta. Hm... Obrigada! – ajeitei os cabelos atrás da orelha. O jeito como ele elogiava, deixava-me absolutamente sem jeito, pois na maioria das vezes eram em momentos inesperados. Sempre espontâneo.

_ Também gosto de tímida! – disse irônico.

_ Cala a boca! – soquei seu braço.

   Não demorou muito e chegamos. Esperava que o dia de trabalho pudesse distrair minha cabeça. Manter-me ocupada;

   Kiseop despediu-se de mim com um beijo na testa e desejando-me um bom dia de trabalho, então eu segui. Cheguei mais cedo do que de costume, mas fui para meu posto assim que me troquei. Estar atrás do balcão e ter uma visão privilegiada de todo o salão era bom. Tinha o costume de observar todas as mesas, e imaginar o tipo de conversa que os clientes estariam tendo. As vezes até criava diálogos em minha cabeça, e ria de minhas próprias idiotices;

   Mas não foi possível fazer aquilo em um dia como hoje. A casa estava vazia, por algum motivo estranho. E nem os clientes de costume estavam lá para pedir o prato do dia. Talvez fosse pelo frio cortante;

   Yao Ming andava da cozinha para o salão com o avental limpo. Não conseguia disfarçar o fato de estar inquieto e ansioso por fazer mais um de seus deliciosos macarrões. Desapontado, sentou-se em uma das mesas e cantarolou a música de Yeah Yeah Yeahs que soava ao fundo.

_ Achei que hoje teríamos mais movimento... – disse movendo-se para frente do balcão, e sentando-se em um dos bancos. – Estou desapontado! – brincou com o bloco de panfletos. – Daria tudo por um único cliente! É terrível abrir o restaurante e não ter lucro algum...

   Nesse momento, o sino que soava sempre que a porta se abria, ecoou pelo salão fazendo com que Ming e eu nos virássemos bruscamente em direção a ela, ansiosos por ver o primeiro cliente do dia.

_ DooJoon sunbae? – perguntei surpresa, e ele abriu seu enorme sorriso.

_ Cliente! – Ming quase berrou. – Sente-se por favor, deseja ver nosso cardápio ou já tem algum prato preferido?

_ A-Ah... Eu já almocei, obrigado! – disse ele esquivando-se do cardápio que Yao Ming praticamente empurrou em sua direção. – Na verdade, eu queria saber se posso conversar com Ana por alguns minutos, se não for atrapalhar... – ele disse, deixando-me confusa.

   Ming encarou-me e desmanchou sua expressão de entusiasmo.

_ Sim, claro... pode. – disse cabisbaixo. – Conversem o tempo que quiserem! – deixou o cômodo.

   Eu encarei Joon curiosa, ansiosa por saber o que o trazia ao meu trabalho.

_ Oi Ana-shi! – sorriu. – Surpresa em me ver?

_ Aham... – sorri acomodando-me em meu banco. – Aconteceu alguma coisa?

_ Na verdade sim. Não são tão surpreendentes, mas queria contar pessoalmente, e quem sabe assim você possa me aconselhar.

_ Ok. Do que se trata? – perguntei.

_ Bem... – passou os dedos pelo cenho, aparentando nervosismo. – É que ontem, Brookie e eu almoçamos juntos e... – limpou a garganta com um pigarro – Bem... Ela é incrível! – vi um sorriso bobo formar-se em seu rosto. – Quer dizer, eu não a conheço direito, sei disso! Mas eu me senti absurdamente confortável enquanto conversávamos, e pensei nela a noite inteira! Senti vontade de ligar pra ela de madrugada, só para podermos continuar conversando... Ela é linda, e espontânea! É esforçada, inteligente e cômica... Sempre sonhei em ter alguém que me fizesse rir da maneira como ela fez ontem. Simplesmente não consegui esquecer...

_ Esta falando sério? – perguntei chocada.

_ Sim. – pousou o cotovelo sobre o balcão, aterrando sua cabeça em suas mãos em seguida. – Na verdade, meu coração acelerou assim que impedi que ela caísse, aquele dia, lembra-se? Na quadra... – suspirou – Eu ignorei, porque ela é linda e acho que muitos devem se sentir assim quando a vêem, mas ontem eu tive certeza de que esse sentimento não era natural...

   Encaramos-nos por longos segundos. Sorri internamente imaginando como Brookie berraria de felicidade ao saber disso. Ela merecia alguém que a amasse. E quando disse a ela que alguém ou algo apareceria em sua vida, e a mudaria pra melhor, não esperava que acontecesse tão rápido.

_ O q-que quer que eu diga? – perguntei segurando o riso.

_ Me ajude... Do que ela mais gosta? A cor preferida, a flor preferida... Você é amiga dela, deve saber dessas coisas e... Estou com medo que ela me rejeite ou algo assim e...

_ Calma! – ri. – O que você pensa em fazer? Quer dizer pra ela já? DooJoon-shi, preciso pedir uma coisa... – suspirei. Ele encarou-me, esperando que eu continuasse. – Por favor, cuidado com ela!

_ Como assim? – sua face fez-se confusa.

_ É que, Broo já se machucou demais... Ela gosta de você. Na verdade, essa foi uma das primeiras coisas que soube sobre ela, assim que nos apresentamos... Foi algo parecido com “Oi, prazer... Sou Brookie e meu bias é DooJoon”, e na época eu nem sabia quem você era. Mas ela admira você! Admira por razões que eu sinceramente desconheço, mas ela não vai se conter de felicidade se você a disser tudo o que me disse! Então peço que tenha cuidado... – suspirei encarando em seus olhos – Se não tiver certeza sobre isso; Se não estiver seguro, não se precipite, porque ela vai se machucar, e não sei se ela agüenta outra decepção.

_ Jamais faria como Min Ho Soo. – disse calmo em resposta – Na verdade, se o vejo em minha frente nem sei o que eu faço! Como ele pode fazer aquilo com ela e sair ileso?

_ Ela contou?

_ Não, quer dizer... Ela comentou, mas eu fiquei curioso e perguntei pra YoSeob se ele sabia de algo a respeito. E ele sabe de tudo! – sorriu.

_ Bem, acho que Min Ho Soo teve o que mereceu! Ele vai viver pra sempre com a culpa, e não há sentimento pior que esse...

_ Tem razão... Mas sabe, eu tenho certeza! Desde que comecei a passar os intervalos com vocês, sinto uma vontade imensa de estar sempre ao lado dela... Mas eu não quero estar próximo só nos intervalos! Quero almoçar com ela mais vezes, e leva-la ao parque... Soube que ela vai voltar a andar, e quero acompanhar seu progresso, quero ajudar e fazer parte da vida dela... Acho que estou apaixonado, e devo agarrar essa chance. Eu não me apaixono fácil. Na verdade, a única vez que me apaixonei, foi por um amor impossível e eu sai magoado... Quero aproveitar a oportunidade de amar e ser amado... Acha que ela aceitaria? – perguntou inseguro. Tão inseguro que chegou a ser engraçado.

_ Sinceramente, não sei... Quer dizer, ela não iria se conter de felicidade! Mas ela esta um pouco paranóica com essa história de não poder andar... Conhecendo-a como eu a conheço, acho que ficara insegura, e ira se sentir inferior por estar ao seu lado nas condições em que ela esta... – fui sincera.

_ Então eu farei de tudo pra mostrar a ela o quanto isso é idiota, e se eu a quero ao meu lado, é porque acho que ela é boa o bastante... Independente de poder ou não andar. Isso não diz nada sobre o caráter dela... – aquilo me fez sorrir. Doojoon era um cara legal, e eu estava feliz por ele – milagrosamente – corresponder ao amor platônico de Brookie.

_ Acho que não vai precisar de muito para convence-la! – rimos. – Quer beber alguma coisa? Desculpe, eu nem perguntei antes...

_ Não! Fique tranqüila, eu já estou indo... Mas antes, queria dizer pessoalmente que JunHyung volta amanhã! – ouvir isso fez com que meu coração parasse de bater. – Você esta bem? Ana? Ana-shi? – passou as mãos em frente aos meus olhos.

_ Hm... – continuei fitando o nada, lembrando-me do cheiro de JunHyung. – E-ele volta mesmo? – minha voz saiu baixa e chorosa.

_ Sim! – sorriu. – Ele ligou agora pouco, e disse que esta voltando amanhã pela manhã. Da tempo de pegar da segunda aula...

_ E como ele está? – perguntei ainda surpresa.

_ Bem! JunHyung sempre está bem, mesmo quando não está...

_ Sinto falta disso... – admiti.

_ Ele perguntou se você estava bem... – encarou-me – E eu disse que sim. Que apesar das confusões em que você sempre se metia, você estava viva! – riu – E que eu cuidei de você, assim como o prometi. Cuidei de você, não cuidei?

_ Sim... – ri – O que mais ele disse? – insisti.

_ Acho melhor vocês conversarem amanhã... – sugeriu – Acho que ele quer contar as novidades pessoalmente... – sorriu novamente.

   Tentei disfarçar minha ansiedade, passando as mãos pelo rosto e sorrindo. Distrai-me por uns segundos, passando os dedos pela cicatriz e sentindo-a menos que a ultima vez.

_ Esta sumindo... – ele disse.

_ É, até que enfim... – confessei – Acho que ela não vai sumir por completo, mas espero que suma o suficiente para ser escondida com uma simples base...

_ Ah, mas eu gosto dela, sabia?

_ Sério? – perguntei surpresa.

_ É! Sei lá, você fica com mais personalidade... Combina com você, a deixa mais humana... E esta bonita, ainda assim... Com todo o respeito! – riu sem jeito.

_ Obrigada, eu acho... – ri – Mas ela me faz lembrar de coisas desagradáveis... Coisas que só vou esquecer se ela desaparecer... – encarei o balcão pensativa.

_ Talvez você não deva esquecer... – disse.

_ Como assim?

_ Talvez essa cicatriz deva permanecer ai, pra lembra-la de que você deve dar valor a algo que quase perdeu... Talvez ela deva permanecer ai pra você sempre se lembrar de que quase perdeu a vida, e quem a salvou... Quem sabe assim você dê mais valor...

_ Eu nunca pensei por esse lado... – admiti.

_ Imaginei... – bagunçou minha franja – Eu vou indo.

_ Já?

_ Preciso ir... – disse. – Cuide-se. – deu as costas.

_ Brookie gosta de lírios – eu disse fazendo com que ele se virasse sorrindo para mim.

_ Talvez pegue uma floricultura aberta há essa hora... – sorriu e retomou seus passos em direção a porta.

   Após a visita de DooJoon, as horas passaram voando. Não consegui conter minha ansiedade ao saber que JunHyung voltaria. Flagrei-me rindo como idiota no mínimo cinco vezes. Contrariada, enviei uma mensagem, mesmo sabendo que ele demoraria a responder, ou talvez nem o fizesse.

  *mensagem*

  “ A quadra não tem sido a mesma sem meu travesseiro. Espero que esteja bem;

                                     Ana *--*”

   Voltei para casa de ônibus. Não agüentaria enfrentar a longa caminhada naquele frio. As ruas estavam vazias, os feirantes estavam abrindo suas barracas de soju e jogo de xadrez, e eu desci no ponto mais próximo de casa.

   Estava quase anoitecendo. O céu pintado de um lindo tom alaranjado, e as arvores balançando relutantes contra o vento gélido.

   Entrei em casa cautelosa, deixando os tênis sobre o tapete, o gorro e o casaco sobre o pino perto a porta. Ouvi da sala o barulho da panela de pressão, e senti o cheiro do que parecia ser sopa.

_ Omma? – gritei.

_ Chegou? Venha aqui meu amor, estamos aqui... – gritou da cozinha.

   Apontei no portal, encostando-me no parapeito enquanto encarava Kiseop e JaeSoon sentados a mesa, apostando... uma queda de braços?

_ O que estão fazendo? – perguntei aproximando-me.

   Kiseop estava mais vermelho que um pimentão enquanto seu pai não expressava reação nenhuma. Nem parecia estar fazendo esforço, já Kiseop aparentava que morreria a qualquer minuto.

_ Ah, eles estão nessa competição idiota a mais de dez minutos... Kiseop não desiste! Ele nunca ganhou do pai dele, e não vai ser hoje... – omma disse seguindo em minha direção, dando-me um beijo na testa. – Como foi o trabalho?

_ Foi ótimo! – disse. – Porque Kiseop esta insistindo nisso?

_ Porque ele é teimoso! Não conhece a criatura? JaeSoon caiu da besteira de prometer que deixaria ele ter um cachorro caso ganhasse... – sorriu. – Ok, ok, ok! Vamos parar! – beliscou as costas de Kiseop. – O jantar esta pronto!

_ AISH OMMA! – bufou – Logo agora que eu ia ganhar!

_ Que ia ganhar o que? – atingiu o filho com o pano de prato – Estava prestes a nos matar com um pum, só se for! – disse fazendo-me rir.

   Rapidamente coloquei as tigelas e talheres sobre a mesa, sentando-me no mesmo lugar de sempre.

_ Appa, ainda vou ganhar! Quero ter um cachorro faz tempo, não vou desistir! – disse recuperando sua cor natural.

_ Qual cachorro quer? – perguntei.

_ Qualquer um que seja lindo, fofo e destrua a casa inteira...

_ Labrador. – disse rindo – É a raça mais encantadora que existe! – meus olhos fitavam o além enquanto me lembrava de Buma. Minha ultima cachorra – labradora – cor chocolate, olhos verdes e um temperamento horrível. Destruía de chinelos a carpetes, e até o telhado da própria casa de madeira. Não tinha critérios, gostava apenas de destruir! Carinhosa, fiel e sapeca; Tsc. Morreu dois meses antes de minha viagem para a Coréia. – Já tive um. Uma na verdade, Buma... Tenho saudade de ter um cachorro – sorri. – Tomara que ganhe essa queda de braços! – disse brincando.

   Antes que alguém pudesse dizer algo, nos calamos assim que ouvimos a porta se abrir. Não poderia ser ninguém mais além de Hyori, mas esperamos que ela dissesse algo para termos certeza.

_ Família? – a voz fina ecoou por toda a casa.

_ Estamos aqui querida! Venha, já vamos jantar...

_ TADÃÃÃ... – gritou fazendo uma pose extravagante ao apontar no cômodo.

   OMO!

_ Hyori, v-você cortou o c-cabelo? – omma perguntou surpresa.

   Eu estava chocada. Hyori havia cortado seu cabelo, e o pintado para que ficasse com o mesmo corte e cor que o meu. Claro que meus cabelos eram de um castanho escuro natural, mas as longas madeixas cor de mel encaracoladas nas pontas haviam sido dissipadas. Seu corte agora era como o meu.

_ Ficou bom né? – disse sentando-se do lado oposto da mesa. – O que achou Kiseop oppa? – perguntou. – Queria que ficasse como o da Ana, mas acabou ficando melhor! – sorriu.

   Todos estavam chocados. Fisicamente, éramos completamente diferentes; Mas chegava a ser estranho como ficou idêntico seu penteado ao meu. Senti um calafrio subindo-me a espinha.

_ Agora Kiseop oppa pode me amar, já que Ana e eu estamos iguais! A diferença é que eu sou naturalmente mais bonita... – gargalhou.

_ Hyori... – JaeSoon ameaçou dizer algo, mas estava tão sem palavras quanto qualquer um na mesa.

   Omma encarava-me confusa, e eu não sabia onde enfiar a cara. Então Hyori já sabia que SoonHyun aprovava meu “relacionamento” com Kiseop? Aquilo era no mínimo constrangedor.

   Meus olhos cruzaram rapidamente os de Kiseop, e ele estava boquiaberto.

_ Seu cabelo... Hm, era bonito... antes também. – eu disse cortando o silencio.

_ Pena que a sua opinião não interessa! – disse.

_ Hyori! – omma repreendeu-a.

_ O que é tia? Agora tenho que ser gentil com essa vaca que roubou meu noivo? – perguntou chorosa.

_ Noivo? – Kiseop perguntou irritado. – Você me da nojo! Esquece essa história idiota sua doente!

_ Kiseop! – dessa vez, JaeSoon o repreendeu. Kiseop as vezes era ignorante demais, estúpido demais, e não media as palavras na hora de ofender. E eu sabia bem disso...

_ Essa garota só trás discórdia pra essa casa! – Hyori disse levantando-se e apontando o dedo contra mim. – Ela podia escolher qualquer um... Podia escolher JunHyung-shi, podia escolher Onew-shi, mas porque ela teve que ficar com o único amor da minha vida? – uma lagrima escapou de seus olhos. – Eu odeio essa vaca! E vocês ficam sempre do lado dela! – ninguém sabia o que dizer, estávamos todos pasmos – Porque ela tem sempre que ser protegida por todos? Tão cuidada como se fosse quebrar? Isso não é justo!

   Continuei ali, sentada. Não sabia para onde, ou quem encarar. Apenas ouvia aquelas palavras, que pareciam estar sendo guardadas dentro dela há muito tempo.

_ Estou cansada disso! Porque você tem que ser assim? O que tem de diferente em você, que a torna tão desejada? – suas lagrimas jorravam desta vez.

_ Hyori, querida... – SoonHyun tentou interromper, mas não conseguiu. A prima estava determinada.

_ Eu invejo você, sua vadia! Porque tem que ser tão sortuda? Participou de um clipe, foi beijada por JunHyung-shi e ele se apaixonou por você. Isso não foi o suficiente? Você teve que roubar a única pessoa que me faria feliz nesse mundo?

_ Chega disso! – Kiseop levantou-se. – Ridícula! Eu nunca disse nada, nunca alimentei nenhum tipo de sentimento quanto a isso... Nunca tive olhos pra você... Éramos crianças, e brincávamos juntos. Brincávamos...

_ Mas eu poderia fazer você me amar oppa! Eu poderia, se não fosse por essa coisa... – apontou pra mim.

   Eu me senti dona de uma culpa idiota e inexplicável. Quis abraça-la, fazer passar. Pois por mais que amasse Kiseop, conseguia imaginar o quando Hyori estaria sofrendo. Principalmente se ela o amasse tanto quanto eu.

   Aquilo não era justo, pra nenhuma de nós.

   Por um lado, ela tinha razão; Porque eu tive que me apaixonar por Kiseop?

   Talvez eu tenha me apaixonado por ele desde o começo. Desde quando nos “odiávamos”. Acredito que em nenhum momento tenha sido ódio. Apenas um sentimento mal interpretado, ou uma implicância pessoal contra as infantilidades de Kiseop. E ele contra as minhas.

_ Até minha família fica do seu lado Chiao Ana! O homem da minha vida, e a minha família gostam mais de você do que de mim...

_ Não é verdade meu amor...

_ Claro que é tia! – soluçou. – Mas no fundo, acho que até eu ficaria do seu lado se fosse eles! Você é doce e gentil... é fofa, sincera e engraçada... E-eu queria poder ser você, e ter a sorte que você tem! Acho até que poderíamos ser amigas se você não fosse uma interesseira e desse em cima propositalmente dos melhores partidos... Porque três garotos perfeitos tem que amar você? Porque o meu Seop? – estava quase chorando também, pois a mágoa de Hyori contra mim era tão forte, que fez com que eu me sentisse pior ainda. – Eu sempre vou odiar você Chiao Ana! Sempre! Principalmente por você ser tão perfeita aos olhos do homem que eu amo... Queria que você tivesse morrido! Você podia ter morrido, aqueles psicopatas podiam ter esfaqueado você até a morte, e logo esqueceriam da sua existência suja! Ou melhor; você podia realmente ter engravidado! Como eu queria que isso fosse verdade! Assim, todos se afastariam aos poucos de você, e você teria que conviver pra sempre com a aberração que gerou...

_ Isso já é demais... – omma disse brava, levantando-se.

   Não sei bem dizer o que passou. Mas meu sangue fervia.

   O que antes era pena, tornou-se uma raiva mortal. Fiquei cega, meu sangue bombeando forte dentro de minhas veias, e meu coração acelerado, tomado por algum tipo de adrenalina estranha...

   Levantei-me em um impulso, e tomada pelo mesmo, espalmei a face da prima. Espalhei meus cinco dedos por sua bochecha com tanta força, que pode-se ouvir o pescoço alheio estralando.

   Hyori soltou um grunhido de dor, as mechas de seu cabelo tampando a marca já evidente de meus dedos. Minha respiração ofegante, completamente irritada. Quase irracional.

_ Cala a sua boca sua cretina! – disse baixo, meus olhos cheios de lagrimas. – Você não tem a mínima idéia do que esta dizendo! – meu corpo todo começou a tremer, então, de repente, tudo tornou-se escuro.  


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? *---* Se alguem quiser me espancar, sinta-se a vontade kekeke~ Espero que não tenham se decepcionado, porque pela demora né...
Coloquei muita coisa nesse cap, sei disso, e me desculpo caso tenha ficado muita informação de uma vez só. Mas sintam-se a vontade pra criticar, vou dar o meu melhor para melhorar! :D:D
Tentarei postar o mais rápido possível, mas meu computador esta pior a cada dia que passa!
Um assunto aleatório: ALIVE TOUR 2012 /sanguenasal. Quem vai, quem vai? Gente, to guardando dinheiro pra esse show desde o dia em que nasci! Kpop se tornou minha vida por causa de BigBang, e vai ser pra sempre meu primeiro amor *---* V.I.P acima de tudo ♥333
Então, é isso. Olha eu postando de madrugada mais uma vez, e amanhã tenho aula... que bonito... Enfim, espero que tenham gostado,e boa noite meus amores. Chu :*



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