Através da Tua Alma eu Posso Ver escrita por they call me hell


Capítulo 22
[S02E12] Extremos.




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* * *

 

A noite começava a avançar sobre o céu e naquele momento podia-se ver o meio-youkai com uma expressão vazia fitando o horizonte. Inuyasha estivera esperando por Kagome sentado na copa daquela árvore, próxima a entrada da vila, durante todo o tempo desde que ela havia partido.

Preocupava-se com a amada e por mais que só houvessem se passado alguns dias, sentia-se temeroso por não tê-la acompanhado. Poderia ter acontecido algo, na pior das hipóteses. Felizmente, sabia que o tempo de sua ausência colocaria ordem em seus pensamentos e isso poderia aproximá-los de um modo mais satisfatório. Existia também a hipótese de que tivesse que se afastar, mas o hanyou preferia não pensar nisso.

Enquanto pensava em todas aquelas coisas, uma brisa suave acariciou seu rosto atraindo a atenção devida para o horizonte mais uma vez. Ali, tão distante, aproximava-se a Miko em seu cavalo esbranquiçado. Os cabelos, que viviam presos com a fita branca, agora estavam soltos e esvoaçavam ao redor dela como se dançassem com o vento.

Ao tê-la finalmente por perto, o coração dele acelerou-se e não pôde evitar correr para buscá-la e enlaçar seus braços em volta da cintura dela. Se corria o risco de perdê-la, que tivesse uma despedida memorável, ao menos.

 

— Senti sua falta, Inuyasha. — Kagome riu.

 

Ele poderia ter respondido, mas preferiu beijá-la como ansiara fazer durante todos aqueles dias que haviam se passado. Seus lábios tocaram-se com fervor e se alguém passasse por ali, poderia ver dois corpos pertencendo um ao outro, entregues aos devaneios do amor.

Era muito bom tê-la ali novamente, ele considerou. Ela, por sua vez, sentia-se leve o bastante para entregar-se ao hanyou, sorridente por saber que mesmo diante de tanto tempo passado, não era tarde para amá-lo com toda a ansiedade de sua alma apaixonada.

 

— Eu temi por você. — Inuyasha disse em sussurros. Seus corpos ainda estavam colados em um abraço apertado. — É bom tê-la de volta.

— Eu havia de voltar para você. — Ela riu baixinho.

— Hai, havia. Me pertence. — Beijou-lhe o rosto com carinho. — Assim como pertenço a você e nossa alegria nunca é completa sem o outro. Eu te amo, Kagome. Deveria ter lhe dito isso muito antes, Gomen ne.

— Eu também te amo. Independente disto, não há o que ser perdoado. — Ele se assustou por um momento, fitando os olhos dela. — Todos os erros nos trouxeram exatamente aqui, agora. Dependemos deles para sermos tão felizes, acredite. Sem eles não estaríamos aqui.

— É bom saber que tudo está bem agora.

— Hai, tudo há de ficar bem. Principalmente por estarmos juntos.

 

Ignorando quaisquer coisas que pudessem ser ditas, Inuyasha beijou-lhe o pescoço diversas vezes sentindo que ela se arrepiava e respirava com certa dificuldade. Continuou distribuindo números beijos até alcançar-lhe a boca, sentindo que as mãos delicadas dela subiam do topo das suas vestes avermelhadas até o seu rosto, acariciando-lhe de modo que o levava ao céu.

Os dedos dela se entrelaçavam com os seus cabelos prateados enquanto suas bocas eram seladas em outro beijo apaixonado. Jazia ali a Miko humana e o hanyou teimoso, amando-se sem medo tendo a lua como testemunha de tudo que haviam vivido.

 

* * *

 

— Sesshoumaru-sama. — Rin disse aliviada ao vê-lo aproximando-se no horizonte.

 

O youkai vinha em passos velozes, aproximando-se cada vez mais. Assim como sua proximidade, aumentavam também os batimentos descompassados do coração daquela garota; Coração bobo e apaixonado, sempre batendo por ele.

Como ela havia considerado, ele havia acordado naquela manhã agindo como se nada tivesse acontecido no dia anterior e assim mantivera-se. Não havia palavras ou tratamentos doces, mas diferente das outras vezes, Sesshoumaru parecia perturbado com algo. Quando ele saíra, usualmente sem dizer aonde iria ou por quanto tempo ficaria fora, Rin desejara por um momento que ele fosse mais parecido com o irmão.

Rin não vira Inuyasha e Kagome muitas vezes, sequer havia visto demonstrações de afeto entre os dois, mas mesmo assim jazia no coração do hanyou uma extensa preocupação com a humana e isso era admirável. Além do mais, Inuyasha dedicara-se à Kikyou com todo o seu coração no passado e isso já era algo muito distinto de Sesshoumaru.

Não que o youkai fosse alguém mal, porque não o era. Porém, seus sentimentos permaneciam sempre bem trancafiados no interior do seu peito, como se ele não visse nada de bom em possuí-los e demonstrá-los. Mesmo que Rin permanecesse ali ao seu lado sempre muito afetuosa, ele sequer lhe agradecia pelo companheirismo. Ainda assim, ela o amava com todo o seu ser.

 

Ela sorriu ao vê-lo diante de si e surpreendeu-se ao ver que ele agachava-se diante dela, que estava confortavelmente sentada na vasta pele que usava como leito. O youkai encarou seus olhos por um momento que pareceu muito longo, deixando-a temerosa.

 

— O que houve, Sesshoumaru-sama? — Questionou, não obtendo resposta.

 

Dentro do youkai habitava uma briga entre seus sentimentos e a razão que imperava em si. Ele desejou por um momento poder dizer-lhe que agora sabia que a amava, mas não havia palavras que pudessem traduzir isso. Assim, apenas aproximou-se dela o suficiente para provar seus lábios, deixando que seu corpo caísse sobre o dela no adorável leito.

Rin logo pensou que ele repetiria o feito da noite anterior e não mais dedicou-se ao beijo, por mais que algo ali fosse diferente naquele momento. Interrompeu-se a cena até que Sesshoumaru deitasse ao seu lado segurando sua mão com carinho, fitando-lhe como se questionasse o que estava acontecendo.

 

— Amanhã você agirá como se nada tivesse acontecido. — Ela disse, sentindo as lágrimas desejando escorrer pelos seus olhos. — Sei que não faz por mal, mas isso me magoa muito.

— Gomen. — Sesshoumaru disse, surpreendendo-a. — Gomen ne, Rin.

— Está tudo bem. — Ela retirou sua mão da dele, fitando o travesseiro improvisado.

— Acho que eu amo você. — O youkai sussurrou, olhando o céu por um momento. — Não entendo dessas coisas, mas me faz bem estar aqui agora.

— Isso não é amor, Sesshoumaru-sama. — Ela permitiu-se chorar. — Isso se chama companheirismo, e existe entre nós porque caminhamos juntos há muito tempo. Apenas isso.

— Então você não me ama? — Ele riu, escondendo seu nervosismo. Talvez tivesse estragado tudo e agora fosse tarde demais.

— Amo. — Rin limitou-se a dizer em baixo tom.

— Eu demorei a perceber, mas te amo também.

 

Assim, novamente apanhou a mão dela, entrelaçando-a com a sua. A garota ainda não o olhara e permanecia chorando, mas ele utilizou a mão livre para erguer seu rosto gentilmente, beijando cada uma das lágrimas que haviam escorrido dos seus olhos.

Rin não conseguia entender o que estava acontecendo, mas amava demais o youkai, de modo que simplesmente deixou que tudo acontecesse. Se iria se magoar no dia seguinte, como sempre, não sabia; Mas estava fadada a isso. Valia a pena, desde que tivesse bons momentos como esse.

Logo o youkai selara os lábios de ambos com carinho, algo que jamais estivera presente em seus beijos, sempre tão impulsivos. Acariciava o corpo de Rin como se o tocasse pela primeira vez, sentindo que ela estremecia sob si. Passaram então a se amar como desejavam, ora de modo doce, ora com todo o ardor da paixão que pulsava em si.

 

Sesshoumaru levaria ainda algum tempo para dizer a ela tudo que sentia no seu peito quando estavam juntos, mas aquele era o começo de tudo. O que realmente importava é que estavam sendo sinceros um com o outro e estavam se fazendo felizes mutuamente.

 


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