Através da Tua Alma eu Posso Ver escrita por they call me hell


Capítulo 20
[S02E10] Para ti, o meu amor.




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* * *

Algum tempo após Kagome selar-se na Go-Shin Boku, Rin fizera seus vinte anos. Para um youkai como Sesshoumaru, isso era apenas uma fração ínfima de tempo, mas para uma humana na Sengoku Jidai, era no máximo um terço de sua vida. Tal pensamento estava assombrando o coração rígido daquele homem e fora o que lhe levara a tomar uma iniciativa.

Sua mãe, Satori, já se encontrara com a menina duas vezes: A primeira, quando estava a o acompanhar no intuito de falarem com a guardiã do portal do inferno; A segunda, quando a pequena Rin implorara para que fosse levada ao mundo dos mortos para encontrar o falecido youkai, que posteriormente fora ressuscitado graças a Inuyasha.

Satori já notara a ligação que Sesshoumaru e Rin possuíam entre si, e no seu coração de mãe batia a esperança de que a garota pudesse trazer alguma humanidade ao filho tão sem compaixão.

Deste modo, quando Sesshoumaru a procurou naquela tarde ela não surpreendeu-se. Tampouco quando ele iniciou o assunto no qual ela estivera pensando por tanto tempo. Decidiram por fim que a garota seria imortalizada utilizando o poderoso youki de Satori, mas em segredo ela fizera além disso – transformara a garota em uma verdadeira youkai.

Assim viviam desde então, sem as sombras do cruel destino a lhes assombrarem, estando sempre companheiros um do outro. Mesmo assim, Sesshoumaru não se tornara alguém capaz de demonstrar seus sentimentos. Amava a garota, ou pelo menos imaginava que aquilo fosse amor, já que não entendia nada sobre aquilo.

A garota, por sua vez, o amava de modo até mesmo exagerado. A presença do youkai em sua vida era necessária e quando este se ausentava às vezes, insistindo na mesma história desde que ela era uma pequena criança, a saudade lhe invadia por completo e tornava temerosa pelo regresso dele. Foi assim que ela decidiu que iria conquistá-lo naquela noite, quando ele retornasse.

Sesshoumaru chegara cansado e logo fora aquecer-se nas fontes termais próximas dali, o que fizera com que a garota tentasse a sua primeira idéia: seduzi-lo.

Aproximou-se aos poucos, despindo-se por completo, e avançou em meio às águas até o lugar onde o youkai estava. Seus olhos estavam fechados e seu corpo apoiava-se confortavelmente em uma pedra próxima, estando suas feições muito relaxadas.

Ao notar a proximidade da garota, ele sorriu para ela como sempre fazia. Não era bem um sorriso, mas os olhos dele ganhavam certo brilho de satisfação com sua presença e seu rosto por um momento perdia os ares de seriedade que lhe eram costumeiros.

Ele aproximou-se devagar, puxando-a pelo braço e prendendo seu corpo entre o dele e a pedra que antes fora seu escoro. A garota sorriu convencida de aquilo dera certo e imaginou os lábios de Sesshoumaru tocando os seus mais uma vez. Sim, mais uma vez, já que um dia – há tanto tempo – ele havia deixado seus impulsos o dominarem.

Porém, contrastando-se com o que ela imaginara, ele apenas permaneceu ali fitando seu rosto com a mesma expressão. Talvez estivesse esperando pela sua iniciativa, já que era tão reservado com seus sentimentos e desejos.

— O que você está tentando fazer, Rin?

— E-eu... — Envergonhada e sentido o rosto aquecer-se, a garota a apenas tentou afastar o youkai. — Nada, Sesshoumaru-sama.

— Nada?

Finalmente conseguindo se livrar dos braços que a prendiam, afastou-se o mais rápido que pôde sem olhar para trás. Ao chegar à margem da fonte apenas adentrou em suas vestes e rumou para um lugar onde fosse se sentir mais confortável.

Maldito Sesshoumaru. Ela pensou. Será que não consegue ver meus sentimentos? Sente tanta necessidade assim de ignorar-me?

 

Enquanto a garota mantinha-se ali, distante o suficiente para pensar em paz no que fizera de errado, Sesshoumaru suspirava aliviado submerso quase que completamente nas águas quentes. Estava aliviado por ter evitado que seus impulsos o dominassem novamente, o levando a fazer algo absurdo.

Rin era uma mulher maravilhosa e ter aparecido ali daquele modo o seduzira de um jeito que ele não imaginava ser possível. Sentia-se fisgado, frágil. Sentia como se aquela mulher pudesse fazer dele o que quisesse e ainda assim ser admirada por ele como se fosse uma deusa.

Logo ele não conseguia conter-se, desejando ardentemente ir até ela e foi isso que fez, mesmo praguejando mentalmente por estar prestes a cometer atos insanos e impensados. Vestiu os trajes inferiores apenas, sentindo um tipo de urgência apaixonada, carregando o resto das roupas nos braços fortes.

Ao finalmente chegar, porém, a garota jazia adormecida sobre a macia pele que usava de leito. Era imensa e ela vivia dizendo que havia espaço o suficiente para que ambos dormissem confortáveis, mas desde que ele fizera aquela loucura de beijá-la nunca mais se atrevera a deitar-se ali.

Agora, porém, era totalmente diferente. Aconchegou-se ao lado dela e pôde ver que a área abaixo de onde apoiava-se o rosto dela estava molhada, certamente por lágrimas. Droga, fizera afinal com que ela chorasse, como era estúpido.

Beijou-lhe a testa e sentiu que sua pele estava quente, muito mais do que o normal. Talvez estivesse doente, o youkai considerou. Assim, a abraçou sem medo do que ela pudesse pensar caso acordasse e provou os lábios dela com carinho, sendo correspondido aos poucos.

Logo a garota tornava tudo mais intenso e aconchegava-se no corpo do youkai, sentindo o modo como os braços dele envolviam sua cintura. Era apenas aquilo que queria, mas sabia que no dia seguinte o youkai voltaria ao seu comportamento usual e agiria como se nada daquilo tivesse acontecido.


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