Tomando Coragem escrita por Alinehyuga


Capítulo 53
Histórias do Passado


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal! Finalmente após um tempinho estou postando um novo capítulo da fanfic^^
Desculpem pela demora, é que devido aos afazeres só deu pra postar agora.

Espero que gostem, e se possível comentem^^ Seus comentários me animam ainda mais a continuar escrevendo a fanfic^^



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Antes vamos conferir um breve trechinho do capítulo anterior:
Após o almoço, Naruto se despediu dos Hyuuga. Hinata acompanhou-o até o portão do clã.

– A comida estava deliciosa, Hinata-chan. Obrigado por prepará-la. – disse Naruto sorrindo enquanto caminhava ao lado da kunoichi.

– F-Fico feliz que tenha gostado, Naruto-kun. – respondeu a jovem envergonhada.

Assim que chegaram ao portão e ficaram de frente um pro outro para se despedirem, Hinata fitou Naruto timidamente.

– V-Você tem certeza do que está fazendo, Naruto-kun? Quer mesmo passar por essa prova? – perguntou a garota baixando o olhar.

– Do que está falando, Hinata? Claro que quero passar pela prova, essa é a única forma de podermos ficar juntos. – disse o garoto segurando as mãos da jovem.

– É que... fico pensando se eu valho todo o seu esforço, pois... – continou Hinata insegura.

– Pra mim você vale isso e muito mais. – replicou Naruto erguendo levemente o queixo da jovem que o observava com os olhos aguados – Você é a pessoa mais importante pra mim, que sempre me aceitou da forma que eu sou, tendo sempre uma palavra de apoio e confiança, mesmo em momentos em que nem eu confiava em minha capacidade. – nesse momento Hinata logo se recordou da conversa que Naruto e ela tiveram antes da luta do garoto contra seu primo Neji, durante o Exame Chunnin, e um leve sorriso formou-se em seus lábios, pois esta fora a primeira vez que Naruto, de certa forma, disse que gostava dela. - Você dá luz à minha vida e não me imagino sem você, quero tê-la sempre ao meu lado. Sei que é um pouco cedo para dizer isso, mas desejo ficar com você por toda a vida. Quero que seja minha esposa. – concluiu o rapaz, surpreendendo Hinata – Por isso, nunca mais diga que você não vale o meu esforço, pois pra mim você vale muito.

O coração da garota batia depressa enquanto suas bochechas estavam muito coradas. Hinata ficou sem palavras, não sabia o que dizer. Seus olhos se encheram de lágrimas, as quais ela não conseguiu segurar. Ouvir palavras tão doces de seu amado era uma verdadeira dádiva para ela.

Desde a declaração de Naruto na floresta, a qual desfez a técnica de hipnose que Kamuya a havia submetido, Hinata não se sentia tão feliz e amada. Ela encarou Naruto com seus olhos lacrimejantes.

– Obrigada. E-Eu te amo muito, meu coração se tornou seu desde a primeira vez que nos encontramos. – disse a jovem timidamente – E farei de tudo para fazê-lo feliz. Conseguiremos passar por essa prova juntos. – continou Hinata mais confiante.

O garoto deu um sorriso esplendoroso e não resistindo beijou sua amada carinhosa e intensamente. Hinata retribuiu beijo e se deixou tomar pelos braços de Naruto. Ela se sentia feliz e confiante, esperançosa de que estavam próximos de alcançar a felicidade juntos.

No clã Hyuuga, Hiashi se encontrava sentado na varanda de sua casa, observando o pátio de treinamento. De repente ele ouviu passos se aproximando.

– É você, Neji? - perguntou sem olhar para o jovem que parou muito próximo a ele.

– Sim, Hiashi-sama. - respondeu Neji formalmente.

– Gostaria de perguntar-me alguma coisa? - indagou como se já soubesse a resposta.

– Quem passou pela prova há 19 anos?

Hiashi dirigiu seu olhar ao sobrinho dando um leve sorriso.

– Seus pais.


Neste capítulo:


– Meus pais... – repetiu Neji seriamente.
– Vejo que não parece tão surpreso. – comentou Hiashi.

O jovem de 17 anos permaneceu em silêncio. Ele já havia imaginado desde que Hiashi mencionara a prova de que fossem seus pais que haviam passado dela.

Embora Hizashi nunca tenha lhe contado essa história, Neji lembrava que ele mencionara que o clã foi contra o casamento dele e sua mãe e eles passaram por muita dificuldade devido a isso. No entanto seu pai nunca se arrependera, pois segundo ele, a esposa lhe trouxera grande felicidade.

Compreendendo o silêncio do sobrinho, Hiashi perguntou:

– Gostaria de saber a história completa?

O jovem assentiu.

Hiashi fez menção para que Neji se sentasse ao seu lado, e quando o sobrinho o fez, começou a falar.

– Há 19 anos eu estava quase pronto para tomar o lugar de seu avô como líder do clã Hyuuga, porém faltava um pequeno detalhe, o casamento. Pois como você sabe, a não ser em caso de morte de seu antecessor, o novo líder só pode assumir seu lugar após se casar, a fim de garantir a estabilidade do clã. – explicava o homem enquanto que em sua mente se formavam imagens daquela época – E para mim estava prometida Nadia, nossa prima, minha e de Hizashi, em segundo grau, com a qual não tínhamos contato desde crianças.

Ela havia ido morar em outra vila, a partir dos 12 anos, para se preparar para o casamento. É um antigo costume do clã que a noiva do líder se prepare com atencedência quando possível, sendo que os dois só pode ter contato um com o outro no momento em que atingem a idade para casar.

Naquela época fazia 8 anos que não a víamos. Sinceramente pouco me recordava de seu rosto. No entanto no dia combinado de nos reencontrarmos e começarmos os preparativos para o casamento, eu fiquei muito doente e como o clã não queria que nosso encontro fosse adiado, Hizashi, seu pai, foi mandado em meu lugar.

O que eu não sabia na época é que desde a infância, Hizashi fora apaixonado por Nadia. Imagino, o quanto deve ter sido duro para ele, encontrar-se com a mulher que amava, fingindo ser outro. – comentou Hiashi com certo pesar, enquanto Neji permanecia concentrado ouvindo a história.

Apesar de sermos muito parecidos fisicamente, éramos completamente diferentes em nossa personalidade. E mesmo não sabendo da troca, Nadia pareceu se afeiçoar a Hizashi, acreditando que era seu noivo.

E assim eles passaram por três encontros, onde conversaram e conheceram melhor um ao outro, até que eu me recuperasse e retomasse meu lugar. Porém Nadia percebeu a troca e quando toda a família foi reunida em um jantar e ela nos viu juntos, grande foi sua tristeza.

Longe dos olhares de todos, Hizashi conseguiu conversar com ela, desculpando-se pela mentira e confessando seu amor. Nadia também estava apaixonada por ele, e assim aceitou seus sentimentos.

Sabendo que o clã não aceitaria sua união, os dois decidiram fugir.

No entanto um dos empregados havia ouvido sua conversa e contou ao meu pai. Os dois foram pegos e levados até ele.

Segundo as leis do clã Hyuuga, devido à traição, Hizashi e Nadia deveriam ser setenciados à morte. Mas meu pai não queria que Hizashi fosse morto dessa forma e disse que se eles desistissem dessa loucura e Nadia se casasse comigo, tudo seria esquecido. Eu estava presente durante essa conversa.

Nesse momento a mente de Hiashi viajou por entre os tempos, recordando-se da cena que ficara tão viva em sua memória:

– Não posso aceitar isso. Não quero que Nadia se case com outra pessoa a não ser eu. – rebateu Hizashi firmemente, fitando seu pai.

– Não entendo. Você conhece as regras do clã, a união entre vocês é impossível, por que insiste tanto? – indagou o líder do clã sem entender.

– Porque eu amo Nadia de todo meu coração e não posso desistir dela. – respondeu o então jovem Hizashi com convicção.

Nadia se mantinha calada, no entanto o sorriso em seu rosto ao ouvir as palavras de seu amado, fizeram Hiashi ter a certeza de que ela se sentia da mesma forma.

– Pai, não há uma forma de aceitar a união deles? – perguntou Hiashi, provocando olhares surpresos tanto de seu avô quanto de seu irmão – Hizashi tem sido tão leal ao clã ou mais do que eu, aceitou ser posto em segundo lugar, como filho mais novo e sempre realiza seus deveres com extrema dedicação, honrando os Hyuuga. – comentou o jovem seriamente - Não pode fazer uma exceção?

– Você não se importaria? – perguntou Hizashi ao irmão.

– Não amo Nadia e sei que se ela se casasse comigo seria muito infeliz, assim como você. – respondeu seriamente.

Neste momento Hizashi se emocionou com a resposta do irmão, que por seu gênio sério e frio, nunca havia demonstrado tanta preocupação para com sua felicidade.

– Muito bem. – disse o pai – A pedido de Hiashi farei uma concessão. Vocês poderão se casar com meu conssentimento, desde que passem por uma prova, a qual provará se são merecedores. Dessa forma o conselho do clã aceitará.

E assim. – continuou Hiashi voltando a olhar para o sobrinho – Seus pais passaram pela dura prova elaborada por seu avô, mostrando-se merecedores e podendo se casar.

Neji estava surpreso com o relato de Hiashi, nunca imaginou que as coisas haviam ocorrido dessa forma.

Agora ele podia compreender ainda mais a atitude de seu pai, ao se sacrificar pelo irmão, ele o fizera mesmo de livre e espontânea vontade, não só por considerá-lo e para não provocar uma guerra, mas porque se sentia grato por Hiashi ter intercedido por ele, para que assim pudesse se casar com a mulher que amava.

– Não sinto qualquer rancor de Hizashi por isso. – disse Hiashi de repente – Como mencionei antes nunca amei sua mãe, apenas me casaria com ela, pois assim correspondia ao meu dever. Mas agradeço ao seu pai, pois através de suas ações, pude conhecer Hanae, a mãe de Hinata e Hanabi. – comentou e por um momento Neji pode ver um brilho diferente nos olhos de seu tio.

A expressão de Neji tornou-se mais amena e ele dera um leve sorriso. O jovem tinha poucas lembranças de sua mãe, pois ela morrera quando ele tinha apenas sete anos de idade. No entanto se recordava de risadas e de um lar feliz.

E agora sabendo da história dos dois e da atitude do próprio Hiashi, se sentia ainda mais confiante em sua decisão de apoiar Naruto e Hinata.

De repente uma pergunta formou-se na mente do jovem.

– Como é a prova que o vovô elaborou?

– Esteja presente amanhã às sete horas juntamente com Naruto e Hinata e terá sua resposta. – respondeu Hiashi dando um leve sorriso enigmático, enquanto se levantava e dava as costas ao sobrinho que o observava pensativo.

...

Na casa de Kiba, ou melhor, em seu quintal, se encontravam Kimimaro que estava de pé observando o céu tranquilamente, enquanto Tsuhime estava sentada encostada em uma macieira com a cara emburrada.

– Até quando pretende ficar aí? – perguntou ela rispidamente, olhando de soslaio para o jovem.

– Até que você se abra e desabafe toda a sua tristeza. – respondeu Kimimaro seriamente.

– E quem te pediu pra fazer isso? – indagou irritada.

– Hana, Kiba e Emi também. – disse simplesmente.

– E você faz tudo o que te pedem, é? Não tem opinião própria? – desafiou.

– Desde que me entendo por gente apenas fiz o que me pediram, no entanto se estou aqui não é somente por eles, mas porque decidi estar. – disse o jovem calmamente.

– E por que quer estar aqui? – perguntou Tsuhime sem entender.

– Para ajudar alguém assim como eles me ajudaram. – respondeu.

Tsuhime fitou o jovem, espantada, era a primeira vez que se deparava com uma pessoa tão sincera e ingênua, em sua opinião.

– E por que acha que devo confiar em você para desabafar? – replicou a garota - Mal te conheço.

– Sou uma pessoa neutra, que não irá te julgar, afinal não estou nem do seu lado ou de Kiba neste assunto. – respondeu Kimimaro calmamente.

Tsuhime soltou uma leve risada, surpreendendo o jovem.

– Tudo bem, você me convenceu. Mas vou te avisando, eu falo demais. – disse ela dando um sorriso, e ao ver seu sorriso tão espontâneo e cativante, Kimimaro não pode ficar indiferente, dando um leve sorriso em resposta.

...


Em seu apartamento, deitada em sua cama, Sakura olhava para o teto de seu quarto, refletindo nas palavras de Daichi: “clã amaldiçoado”.

“Por que as coisas tiveram que acontecer assim, Sasuke-kun?” pensava a jovem tristemente “Por que você não pode esquecer sua vingança?”

De repente uma lembrança inusitada veio à mente da rosada. A primeira vez em que conversou com Sasuke e que ele brigou com ela, quando ela fez pouco caso de Naruto por ser órfão.

“Como eu era idiota naquela época.” admitiu Sakura “Não é a toa que o Sasuke-kun ficou bravo, eu não sabia nada sobre ele e nem sobre sua dor, nem mesmo a de Naruto.” a jovem se revirou na cama, voltando-se para o lado da parede e colocando o travesseiro sobre seu rosto. “Mas agora estou diferente. Não sou a mesma, compreendo suas ações assim como o Naruto também tenta entendê-lo. Então por que você se afasta cada vez mais de nós?” perguntava-se com amargura ao recordar-se de seu último encontro, no esconderijo de Orochimaru, em que Sasuke não só demonstrara frieza como tencionara matá-los sem pestanejar.

Subitamente a jovem levantou-se de sua cama e com uma expressão convicta olhou pela janela.

“Eu não vou desistir, nem que você me mate. Na primeira oportunidade que tiver irei atrás de você.”

E assim com um olhar triste, mas decidido, a jovem Haruno continuou olhando o céu através da janela, enquanto seus pensamentos giravam em torno de seu amado Uchiha.

...

– Eu disse algo errado a Sakura? – perguntava Daichi, desanimado a Sai que caminhava calmamente ao seu lado pelas ruas de Konoha.

O jovem pálido fitou-o seriamente assentindo.

– Há uma pessoa importante para Sakura que pertence àquele clã. No entanto não sei se essa pessoa corresponde a seus sentimentos.

– Então ela ama alguém. – concluiu o jovem de cabelos negros, tristemente.

– Sim. – respondeu Sai simplesmente.

– Se essa pessoa não corresponder aos sentimentos dela, você acha que ela desistiria? – perguntou Daichi esperançoso.

– Não sei. Mas pelo que conheço da Sakura, ela é tão teimosa que até chega a ser irritante. – comentou o jovem em tom irônico.

Comprendendo a situação, Daichi deu um sorriso tristonho.

– Amanhã vou me desculpar com ela. Se eu soubesse nunca teria dito aquilo. – disse mais para si mesmo do que para Sai – Obrigado por responder às minhas perguntas, Sai. Vou indo. – despediu-se dando um aceno e continuando o caminho rumo ao clã Inuzuka.

– Certo. Até mais. – respondeu Sai tomando a direção oposta.

“Desse jeito a Sakura vai virar uma solteirona.” Pensava Sai balançando levemente a cabeça, no entanto em seu olhar demonstrava preocupação pela amiga.

...

Naruto e Hinata estavam tensos àquela noite. Enquanto Naruto tentava se acalmar em seu local preferido de treinamento, próximo à cachoeira, onde ele e Hinata treinaram juntos pela primeira vez, a kunoichi tentava desanuviar sua tensão no pátio em que sempre treinara sozinha ou com Neji.

Embora ansiosos ambos estavam confiantes de que venceriam juntos, pois nunca desistiriam de seu amor. Os dois só ansiavam pelo desconhecido, se perguntando: Qual seria o tipo de prova a que seriam submetidos?

No entanto mesmo com a dúvida e ansiedade, eles se esforçaram para dormir, pois precisariam estar bem descansados para enfrentarem a prova do dia seguinte.

...

Naquela mesma noite, Hiashi se encontrava no jardim, refletindo sobre sua conversa com Neji.

Por um lado ele estava feliz pela mudança de atitude do sobrinho, que antes tratava Hinata como uma verdadeira inimiga. Ver os dois se aproximarem tanto, como dois irmãos de verdade, trazia leveza a seu coração. Já que ele tinha plena consciência que suas atitudes contribuíram para o sofrimento de ambos.

Afinal a omissão dos verdadeiros sentimentos de Hizashi assim como sua dureza no treinamento de Hinata, e o fato de ter obrigado Neji a treinar com sua prima, mesmo sabendo o quanto ele odiava o ramo principal, havia trazido grande tristeza para eles, o que uma simples palavra e compreensão poderiam resolver.

Mas desde a morte de sua esposa, Hiashi não fora mais o mesmo.

Hanae também era prima de Hiashi, de segundo grau, assim como Nadia, no entanto desde seu nascimento ela viveu em outra vila. Pois era filha de um homem que não pertencia ao clã Hyuuga.

Sua mãe, uma Hyuuga legítima havia se apaixonado por um mercador de cabelos azulados e sorriso gentil – as mesmas características que Hanae e Hinata haviam herdado - e assim conseguido fugir e viver uma vida feliz ao seu lado fora da vila e das rígidas leis do clã Hyuuga.

Sem noiva, pois não havia mais qualquer prima que estivesse pronta para se casar com Hiashi, o líder do clã decidiu trazer de volta a mãe de Hanae que se encontrava viúva e em difícil situação, em troca de seu consentimento para que a filha se casasse com Hiashi.

Não tendo outra escolha, a mulher aceitou. No entanto Hanae que havia sido criada de forma totalmente diferente de Hiashi não aceitava ter seu casamento arranjado.

Ela tencionava fugir assim que tivesse a primeira oportunidade. E numa noite, antes mesmo de conhecer seu noivo, ela tentou pular o muro que dividia as ruas de Konoha e a propriedade do clã Hyuuga. No entanto fora surpreendida por Hiashi que agarrou seu braço, puxando-a de volta.

– O que está fazendo? – perguntou a jovem tentando soltar-se.

– Impedindo-a de cometer uma loucura. – respondeu Hiashi seriamente, já sabendo que ela era sua nova noiva. Pois o jovem sabia que sua noiva tinha sangue estrangeiro e além de possuir os cabelos azulados, diferente dos outros membros do clã que possuíam as madeixas castanhas, Hanae também não havia herdado os olhos cor de lavanda.

Seus olhos em tom avelã fitavam Hiashi com indignação.

– Loucura seria me casar com quem sequer conheço. – rebateu a jovem mal sabendo que estava à frente de seu futuro marido.

Hiashi soltou o braço de Hanae, que o fitou surpresa.

– Vai me deixar ir?

– Se essa for a sua decisão. – respondeu o Hyuuga seriamente e antes que a jovem tentasse subir o muro novamente acrescentou – Mas você já pensou nas consequências de sua decisão? Se você fugir o que acontecerá com sua mãe? Sem você talvez a enviem de volta para onde moravam.

– Eu voltarei para buscá-la quando puder dar uma vida decente a ela. – respondeu a jovem convicta.

– E quanto tempo isso demoraria? Você tem algum plano em mente? Sua mãe sabia das consequências ao fugir do clã e enfrentou-as, no entanto se viu obrigada a voltar, pois pensou ser a única forma de te dar um futuro.

– Você quer que eu desista é isso? – indagou a jovem.

– Não. Só que apenas pondere sua decisão antes de cometer um ato do qual poderá se arrepender depois. Muitas vezes temos que pensar no bem dos outros a invés do nosso próprio bem, isso acontece quando outras pessoas dependem de nós. Por isso a decisão é tão difícil. – respondeu Hiashi calmamente e Hanae pode sentir certa amargura em suas palavras – Mas no final a decisão é sua. – terminou ele fitando-a mais uma vez antes de dar as costas e retornar para a Casa da Família Principal.

A jovem permaneceu de pé observando o homem misterioso, cujas palavras tocaram seu coração.

Passado dois dias, chegara o momento em que Hiashi e Hanae seriam apresentados oficialmente. O jovem soubera que ela não fugira e quando se reencontraram, Hanae não ficara tão surpresa ao saber que o homem com quem havia conversado era na verdade seu noivo, e Hiashi pode notar um leve sorriso formar-se em seus lábios.

Apesar de ser um casamento arranjado, com o passar dos dias os dois se apaixonaram e embora fossem opostos um do outro, se completaram perfeitamente.

Hanae era a única que sabia como despertar um sorriso alegre e sincero em Hiashi, e, por sua vez, era o único que sabia como domar seu espírito rebelde através da razão.

Os anos que passaram juntos foram muito felizes, assim como o tempo que Hizashi passou com Nadia. No entanto o destino tirou a mulher amada de ambos os irmãos no mesmo dia.

As duas estavam na casa de Hizashi com seus filhos ainda pequenos, enquanto os maridos lidavam com os afazeres do clã.

Uma distração causou um incêndio. Preocupadas em salvarem os filhos, as mulheres os tiraram da casa. No entanto antes de sair, Nadia passou mal, desmaiando, sufocada com a fumaça.

Hanae deixou as crianças afastadas em um lugar a salvo e voltou para ajudar a cunhada. Mas infelizmente nenhuma das duas saiu com vida da casa, o fogo já havia tomado conta de tudo e quando Hiashi e Hizashi chegaram ao saber do incêndio era tarde demais.

Posteriormente após a morte de Hizashi que se sacrificou pelo irmão, Neji passou a morar na Casa Principal. Mas Hiashi que nunca mais fora o mesmo desde que perdera sua esposa, piorou ainda mais após a morte do irmão.

Hiashi se sentia culpado e queria se punir. Por isso relutara tanto em contar a verdade a Neji. No entanto essa atitude não só o prejudicou como suas filhas, Hinata por ser menosprezada pelo primo e Hanabi, por ter se tornado como ele, obcecada pelo seu dever como herdeira do clã, esquecendo-se de seu lado humano.

Mas agora, tudo estava melhor. Hinata estava mais confiante, Neji havia se libertado da raiva que sentia ao entender as razões de seu pai e também por compreender que existem coisas mais importantes que a genialidade e as condições de seu nascimento, tendo todos direito de ter uma escolha.

E mesmo Hanabi parara de julgar a irmã, voltando a admirá-la, e não cobrando demais de si mesma, apenas se esforçando por pensar no bem do clã e não como algo imposto.

Mesmo sem ter certeza, Hiashi suspeitava que Naruto estava ligado a essas mudanças. Pois pela forma que Neji falara dele e o olhar cheio de brilho que vira pela primeira vez nos olhos de sua filha quando olhavam para o louro, o fizeram ter a certeza que eles o estimavam muito.

“Se eles passarem pela prova, parece que não vai ser tão ruim tê-lo como genro. É uma pessoa que penso que Hanae aprovaria.” pensava o homem dando um leve sorriso enquanto dirigia-se ao seu quarto.

E assim após uma longa noite para Naruto e Hinata, finalmente amanheceu. Um pouco antes das sete, o louro já se encontrava à frente do grande portão do Clã Hyuuga.

Assim que adentrou a Casa Principal, Naruto encontrou Hinata, Hiashi, Neji e Hanabi esperando-o na sala de visitas.

O jovem dirigiu um leve sorriso a Hinata, antes de cumprimentar Hiashi, enquanto que a garota sorriu de volta, corando levemente.

– Então... estão prontos? – perguntou Hiashi seriamente.

– Sim. – responderam Naruto e Hinata em uníssono, com um olhar confiante.


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Notas finais do capítulo

E agora? O que vai acontecer?

Como será a prova que Naruto e Hinata irão passar?

Algum palpite?



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