O jovem de cabelos negros sorrira, parecia não se preocupar com a fúria de Kiba, aguardando calmamente que ele se aproximasse. O garoto de cabelos castanhos apanhou várias kunais de sua bolsa ninja, deu um salto para trás e atirou-as na direção de Sonchi.

O ninja do som sequer se mexeu, utilizando seu poder ele controlou as kunais e jogou-as de volta para Kiba. O garoto por pouco conseguiu desviar-se delas, pousando no chão.

– Será necessário mais do que isso para acabar comigo. – provocou Sounchi com um sorriso debochado em seu rosto.

Kiba não disse nada, concentrou seu chakra e começara a usar sua técnica Gatsuga tentando acertar o ninja do som que se desvencilhava com dificuldade de seus golpes, devido à sua perna ferida. Em um determinado momento o garoto, cansado de tanto atacar voltou à sua posição normal, inesperadamente o ninja do som aproximou-se dele de frente, recordando-se do que Shino dissera, Kiba desviou seu olhar.

Sounchi percebendo pegou o rosto do garoto e forçou-o em sua direção, Kiba fechou seus olhos com força para não olhar nos olhos do ninja do som.

– Acha que vai aguentar ficar muito tempo com os olhos fechados? – perguntou o garoto enquanto golpeava Kiba com um chute em seu estômago, lançando-o contra algumas árvores que se encontravam á frente.

Nesse momento Emi que estava cuidando de Akamaru colocou a mão sobre sua boca, preocupada com Kiba. Ela levantou-se e ficou observando de longe o garoto levantar-se com certa dificuldade e voltar a atacar Sounchi com seus olhos cerrados.

“Você é capaz Kiba, eu sei” – pensava a garota consigo mesma, desejando que o garoto que ocupava seus pensamentos conseguisse vencer a batalha.

Shino impedido de ajudar Kiba, pois sabia que o amigo precisava dessa batalha para se provar, se dirigiu até onde Hinata se encontrava. Ele esperava que a essa hora Sai já estivesse livre do domínio de Sounchi, assim poderia armar uma estratégia para deter Kimimaro. No entanto quando ele aproximou-se do local onde eles se encontravam, Sai ainda lutava contra a garota de cabelos azulados, que se defendia com certa dificuldade.

– Sai! – gritou o garoto de óculos escuros – O que está fazendo?

Parecendo não escutar a pergunta de Shino, o garoto continuava a atacar, seu olhar já não estava mais fixo como antes, era um olhar diferente, frio e algo mais que Shino não conseguia identificar.

Hinata pulou em uma árvore para desvencilhar-se de duas kunais explosi vas que o garoto havia jogado, as quais acabaram atigindo uma árvore que expolodiu, deixando um rastro de destruição e fumaça no ar. Aproveitando a situação, Hinata conseguiu aproximar-se de Shino sem que Sai visse.

– Ele está descontrolado. – respondeu Hinata enquanto olhava para os lados para ver se Sai não estava por perto– Não sei o que aconteceu com ele, a pouco tempo ele tinha voltado ao normal, mas de repente...- antes que Hinata completasse sua frase, o garoto de pele pálida e cabelos negros havia encontrado-os. Ele estava com sua espada em punho e se movia rapidamente.

A garota já estava cansada, seu rosto estava úmido de suor e ela arfafa, lutar contra um membro da ambu não era nada fácil. Desde muito novos eles eram ensinados a serem imbatíveis, tendo que enfrentar quem quer que fosse, somente importando o cumprimento de suas missões. Eram treinados para serem usados como meros robôs sem sentimentos.

Shino se pôs à frente de sua companheira de equipe utilizando seus insetos para protegê-los do golpe de Sai.

– O jutso de Sounchi deve ter descontrolado o psicológico de Sai. – observou Shino enquanto concentrava seu chakra para manter seus insetos um ao lado do outro de modo a formar o escudo.

Afinal o jovem de cabelos negros a pouco estava aprendendo sobre sentimentos, e ao passar por uma experiência como essa, seu lado de frio e calculista veio a tona, para ele essa era uma missão e ele tinha que matar quem se pussesse à sua frente.

– O que faremos então? – perguntou Hinata preocupada.

– Temos que lutar com tudo que temos, vamos encontrar uma força de prendê-lo, para que ele não possa fazer mal a mais ninguém até voltar ao normal. – disse o garoto de óculos escuros.

Hinata assentiu.

Shino desfez o escudo e começou a lutar com Sai enquanto que Hinata usava sua técnica Byakugan para encontrar algo que pudesse ajudá-los. Os dois tinha uma boa sincronia, o que não era surpresa, já que participaram de diversas missões juntos. A garota se sentia mais segura com a presença de seu companheiro de equipe.

Enquanto isso Kiba continuava lutando contra Sounchi com seus olhos fechados, como seu sentido do olfato era apurado, para ele não era tão difícil. Além disso, ele tinha os ouvidos treinados, o que lhe permitia ouvir melhor que pessoas normais.

Sounchi lançava diversas armas branca ninja na direção do garoto, mas ele desviava-se de todas. Apesar do ninja do Som ser privilegiado com sua técnica do poder da mente, seu corpo não era tão bem treinado, por isso sua agilidade e força tinham diminuído bastante devido ao ferimento em sua perna.

O jovem de cabelos castanhos sentia que seu oponente se encontrava em dificuldades e deveria aproveitar essa chance. Então ele tentou algo que nunca fez sem a ajuda de seu cão Akamaru, criou um clone e utilizou a sua técnica Gatsuga.

– Não se cansa de usar esse mesmo truque? – perguntou Sounchi com desdém

O jovem continuou a atacá-lo sem sucesso, pois o ninja do Som o empurrava com seu poder, impedindo-o de atacá-lo. Mas em um determinado momento sem sobreaviso, os dois clones se separaram cada um de um lado de Sounchi, pegando-o de surpresa.

Cada um segurou um dos braços do ninja do Som, impedindo-o de usar as mãos.

– Te pegamos. – disse Kiba com um sorriso triunfante.

– Uma hora você vai ter que abrir os olhos, ou pensando bem posso controlar seus amigos, já imaginou todos contra você? Inclusive sua namoradinha a quem tanto protege? – riu-se Sounchi, mas intimamente não estava tão confiante assim.

– O que você ganha com tudo isso? – perguntou Kiba indignado com as palavras do cruel ninja. – O que Orochimaru lhe prometeu que o faz se arriscar tanto por ele?

– Não é óbvio? Se sou tão poderoso hoje devo a ele, desenvolvi minha técnica graças às experiências que ele fez, mas como pode notar essa nova geração do quarteto do som não possui o selo amaldiçoado, isso poderia dar poder, mas também enfraquecia muito. – explicou Sounchi com um sorriso triunfante.

Kiba apanhou uma kunai apontando para o pescoço do ninja, mas manteve sua mão parada.

– Não tem coragem de me matar? – perguntou o ninja do Som provocando-o.

– Nunca mataria alguém a sangue frio. – disse Kiba abaixando sua kunai.

– Pois eu sim. – disse o ninja do som que aproveitando-se da distração de Kiba, empurrou seu clone, que acabou caindo e desaparecendo, apanhou o punhal que Emi criara que outrora estivera fincada em sua perna e pulou sobre Kiba para atacá-lo. Parecia que seu chakra havia se esvaído, pois ele não usara seu poder, mas isso não impediu-o de atacar com força bruta.

Sendo pego de surpresa o ninja de Konoha defendeu-se, perfurando seu peito com a kunai que segurava.

O ninja começou a cuspir sangue, agonizando, Kiba desvencilhou-se de seu corpo que iria cair sobre ele. Sounchi caiu no chão, virando-se de costas e olhando para Kiba, que nesse momento abrira seus olhos.

– Meu...poder é tão grande...como posso morrer... dessa forma tão...patética?– dizia ele com dificuldade, ao mesmo tempo em que seu corpo perdia as forças, até cerrar seus olhos para sempre.

Kiba olhou com compaixão para o corpo de Sounchi, era lamentável que algumas pessoas só dessem valor ao poder sem se importar com mais nada, Orochimaru havia deixado um legado de ninjas poderosos, mas ocos por dentro. Então o garoto rapidamente se dirigiu à Emi que se encontrava ao lado de Akamaru que já havia acordado. Assim que viu o garoto são e salvo, um grande alívio invandiu o coração da jovem de cabelos negros.

O garoto aproximou-se dela abaixando-se próximo a ela e do cão branco. Ele tocou levemente a cabeça de seu companheiro que logo começou a balançar levemente sua longa cauda. Kiba sorriu.

– Valeu amigão. Você foi muito valente. – disse ele calmamente enquanto acariciava a cabeça de Akamaru.

Então o garoto desviou seu olhar para Emi, que foi pega de surpresa, pois ela estava observando-o desde sua aproximação. Suas bochechas coraram, mas ela não desviou o olhar de Kiba.

– Obrigado. – disse o garoto sinceramente pegando a mão da jovem que estremeceu ao seu toque – Se não fosse por você eu não teria vencido essa luta.

– Essa força estava dentro de você, apenas bastava acreditar. – disse a jovem sorrindo.

Kiba não pode deixar de sorrir com o comentário, nunca alguém havia lhe dito tais palavras, ele passou sua mão para a face de Emi, que ficou ainda mais ruborizada. O garoto olhou bem no fundo daqueles belos olhos verde-floresta, enquanto que Emi perdia-se em sua íris castanha. O jovem começou a aproximar seu rosto do de Emi, que começava a fechar seus olhos.

– Emi. – disse uma voz fraca não muito longe, fazendo o casal despertar.

A garota levantou-se de sobressalto, envergonhada, olhando na direção da voz e a uns 10 metros de distância viu Daichi que se encontrava acordado, ao lado de Sakura.