Dark Glasses escrita por Ille Autem


Capítulo 4
Capítulo 4 - O Cair do Sol




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Eu me levantei cedo no meu quarto no Colégio Coríntio, meu quarto era bonito, organizado. Da ultima vez que D. Madrid havia ido me visitar ela o deixara de um jetinho bem aconchegante do jeito que eu gostava. Havia se passado um ano desde o casamento de papai, e eu havia mudado muito. Estava mais moça

Estava maiis alta, e meu corpo estava mais bem definido. Eu estava com cabelos longos castanhos, e a maioria das roupas ficava bem em mim, meus belos olhos encantavam a maioria dos meninos, mas pena que nenhum deles me encantara como aquele do casamento que eu nunca mais vira. 

O Rapazinho loiro e muito cavalheiro, romantico havia desaparecido e eu nunca mais havia o visto na minha vida. Eu havia perguntado ao papai, mas ele disse que não se lembrava de nenhum rapazinho de cabelos loiros da minha idade. Mas não importava, a vida davava voltas. Quem sabe um dia eu o encontrava de novo?

Sai para a primeira aula no Bloco C, aula de Sociologia com o Sr. Ruffos, ele era um homem careca e muito animado. Durão as vezes, mas tinha um carinho especial pelos alunos estudiosos. Como eu.

Cheguei na aula dele cinco minutos antes do primeiro sinal, havia atravessado o campus calmamente com todos os olhares focados em mim, desde que eu saira dos prédios do dormitório até o Bloco C de aulas. Haviam ja alguns alunos na sala, quando a coordenadora, Rita, chegou na sala e me chamou. Estava pálida, e tensa. 

-Sophie, posso falar com você querida? -perguntou ela de olhos baixos- Recebemos um telefonema de sua madrasta a alguns minutos.

Bateu naquele momento um aperto no coração, alguma coisa havia acontecido.

-Madame Letícia, sua madrasta, nos informou que seu pai faleceu num acidente de carro enquanto voltava de uma reunião de negócios na Lagoa. 

Naquele momento lágrimas escorreram do meu rosto como água saía de uma torneira ao abri-lá. Eu cai no choro e D. Rita me abraçou e me levou até a coordenação, todos nos olhavam curiosos. Eu estava me sentindo péssima. Não havia tido oportunidade de me despedir de papai, o exemplo de pessoa que eu queria ser. 

A Ultima vez que eu o vira, fora depois do seu casamento, nos falávamos mais por telefone ou e-mail, mas só. Nem um abraço, um beijo na testa, ou um...

"Eu te amo filha"

Tinhamos acabado de sair do enterro de papai, eu, Letícia e alguns famíliares e amigos. Letícia estava fazendo uma cena incrivel de drama por perder meu pai, mas no fundo de alguma forma, eu sabia que era culpa dela. Algo me dizia, e minha intuição nunca falhava quando o assunto era minha madrasta megera. 

Eu tinha recebido três dias de folga do colégio, naquele mesmo dia, o advogado leria o testamento de papai para nós, eu e Letícia, os parentes mais próximos deles 

Assim que chegamos em casa, sem rodeios fomos para a sala de estar onde o advogado nos informou sobre o testamento.

Papai havia deixado tudo, absolutamente tudo para mim. Letícia no mesmo momento se levantou batendo os pés no chão e me fuzilando com os olhos. Eu apenas sorri, mas havia um porém no testamento. Eu poderia mexer na fortuna apenas se eu me casasse ou Letícia morresse, e até isso acontecer, ela tomaria conta de tudo, mas não poderia mexer em nada da quantia, apenas receberia um salário mensal para isso. Eu só poderia sacar a minha mesada de mil reais por mês e o resto das contas como colégio e contas das casas seriam debitadas da conta.

Toda a fortuna e a empresa seria administrada pelo advogado e melhor amigo de papai e meu padrinho, Philipi. Ele era um cara legal, morava no Rio mesmo, mas não costumava muito vir me ver, ele era muito ocupado, mas sempre mantinha contato e vinha sempre que possivel me visitar.

Mas aquilo não me importava, me importava por que eu queria que Letícia estivesse na miséria, mas fora isso, o que eu mais queria era meu pai de volta. O Abraço dele, a voz dele, a letra dele, os passos dele, eu queria meu pai de vlolta e só aquilo me faria feliz de novo. 

Pelo menos por enquanto.

Fora o Cair do meu Sol, tudo de repente se apagara.


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