Depois daquele dia, a minha vida virou um completo inferno. Eu fiquei de castigo por duas semanas, tudo por que Letícia fizera a cabeça da minha mãe dizendo que era a idade da adolescencia que estava se aproximando e eu ia ficando rebelde, quando mais rigidez melhor. E mamãe acreditara.

Letícia também estava mandando nos empregados como cachorros, o que me irritava, principalmente com D. Madrid, a minha babá. Aquela megera fazia a festa quando papai viajava a negócios e mamãe tinha compromissos, Letícia na verdade só estava se aproveitando de meus pais, e eles não estavam percebendo isso.

Os meses foram passando, e eu notava que Letícia e Papai estavam se tornando cada vez mais amigos, e me parecia que mamãe também. Mas ela não queria acreditar no que via, sabia que papai era fiel a ela e que nada mudaria e que em breve Letícia iria embora.

Mas não foi assim tão fácil, mamãe começou a arrumar discussões com papai a noite por causa de Letícia que fingia não ouvir, mas ouvia é óbvio, e papai como bom amigo a defendia, as vezes mais do que ele mesmo queria, mas mais por que papai a achava inocente de tudo.

Os meses seguiram, e no fim do ano, quase no natal o clima estava tenso na minha casa, mamãe e papai brigados e Letícia no meio se fazendo de sonsa,

Num dos meus ultimos dias de aula, eu sai de manhã, mamãe me levou reclamando que meu pai havia acordado tarde e ela mandara ele dormir em outro lugar, eu não sabia onde ele havia dormido, mas sabia que Letícia não havia conseguido dormir, conseguia ouvir do meu quarto, ao lado do dela, os barulhos dela se remexendo na cama.

E Na hora da saida, quem me buscou foi Madrid que estava tensa, e eu descobri o por que assim que cheguei em casa e vi Letícia, mamãe e papai discutindo no hall, mamãe estava ao pé das escadas com uma mala na mão, e papai no meio das escadas, Letícia no andar de cima debruçada no parapeito fingindo cara de pena. Ela estava envolvida num roupão rosa choque.

–Você é um traidor Pietro ! -berrou mamãe aos prantos- Como você pode fazer isso comigo?

–Wanda, meu amor, foi por impulso, por favor, não faça isso comigo, com Sophie ! -ele disse gritando mais alto- Não faça isso comigo, você sabe que eu te amo !

–Não ama nada Pietro, você me traiu com essa... essa vagabunda que fingiu ser minha amiga por tanto tempo só para se aproxiamr de você, e te roubar de mim. Eu não vou conseguir viver assim, com ela morando aqui.

–Ela vai embora, mas fique Wanda !

–Ela vai voltar e nos infernizar Pietro, eu não quero isso pra mim, some da minha vida, não me procure nunca mais. -mamãe chorava e então ela me notou na sala. ela se aproximou de mim e beijou minha testa- Meu amor, me desuclpe por isso, mas não vamos nos ver mais.

–Mamãe... não vai...

–Desculpe meu amor. Mas não dá para continuar assim, um dia ue prometo que eu volto. -ela sussurrou- Eu te amo filha.-ela me abraçou e eu retribui a segurando, até que ela se levantou e saiu.

O Taxi tinha chegado.

Quando me dei por mim, eu estava chorando. Aquele sem duvida fora o pior dia da minha vida, vi minha mãe deixar a casa com sua unica mala de mão. Vi a casa perder a cor, perder a graça, perder a aparencia de lar. O Que era uma família sem uma mãe? Não era a mesma coisa.

Eu corri até a porta da frente da mansão, mas ja era tarde. O Táxi ja estava ultrapassando os portões e agora eu não tinha mais como fazer nada, como dizer a ela que eu a amava e que eu iria a esperar pra sempre.

Senti braços fortes me envolvendo e me pegando no colo, papai também chorava. Ele me abraçou forte e deitou minha cabeça no seu ombro. Eu apenas continuei a chorar até pegar no sono e sonhar com mamãe sorrindo para mim, num belo campo com flores e ela com uma bela rosa vermelha no cabelo.

Ela dizia que me amava.