My Friend, My Love escrita por Marcela


Capítulo 7
Novo Lar


Notas iniciais do capítulo

[Narração: Eduardo]



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A viagem fora muito demorada, pelo fato de eu não querer estar me mudando para outra casa, a qual era bem diferente da que eu morava antes. Bem maior por sinal e muito mais linda. Dois andares, era sua estrutura. Sua cor branca me fez me sentir mais calmo. A entrada era enfeitada por uma fileira de arbustos e flores, formando um belo jardim. Já se fazia mais de vinte e quatro horas que nos mudamos pra cá. Os móveis estavam, quase todos, nos lugares certos e só faltavam alguns detalhes para serem arrumados. Os olhos de minha mãe brilhavam de felicidade, assim como os do meu pai. Eu não estava nem um pouco feliz.

 

- Você vai gostar daqui, filho. - Os braços da minha mãe envolveram meus ombros largos - Amanhã começam suas aulas.

 

- É... - Minha voz monótona me fazia suspirar - Espero gostar mesmo. - Agora era um sussurro, mais para mim do que para ela.

 

Não demorou muito para ela se virar e começar a ajudar meu pai com o resto das coisas. Meu pai não queria economizar na mobília, pois seu novo salário o permitia de cometer tal ato. Com as últimas caixas nos braços, subi as escadas que me levariam até meu quarto. Meus passos eram calmos e suaves.

 

Coloquei o que estava segurando, no chão e toquei a maçaneta, hesitando ao virar a mesma. As paredes eram de um verde claro, tão tranqüilo, que me fez querer dormir ali mesmo, de pé. Suspirei, quando vi o tamanho do espaço - eu teria que comprar tantos móveis novos para preencher aquilo ali, já que passaria a maioria de minhas tardes preso nessa enorme casa e minhas coisas antigas não ocupariam todo o espaço permitido. Caminhei até a janela e a abri, deixando a brisa fresca entrar pelo meu quarto e bater contra meu corpo. Fechei os olhos para trazer de volta a linda visão que eu tinha da minha amiga. Aquele seu rosto maravilhoso, de um par de olhos belos como o doce mel, seus cabelos ondulados escorriam pelos ombros como uma grande onda marrom, me traziam deliciosas lembranças como nosso último selinho de leve nos lábios. Ah, aquele seu jeitinho todo sem graça, tímido, sua face corada ao me tocar, tudo, tudo aquilo era tão magnífico para mim.

 

Dei um meio sorriso quando lembrei de quando ela resistiu ao meu beijo no parquinho. Como ela era teimosa! Eu sei que ela queria, tanto quanto eu, mas acabamos ficando apenas nos abraços. Respeito a sua decisão, só queria ter saciado meu desejo de conhecer o sabor de seus lábios e fazer com que nossas línguas se encontrassem e dançassem num ritmo e sincronia perfeitos. Queria poder ter a tido mais, mais do que treze anos. Ter ficado com ela todos os dias de nossas vidas, a cada hora, minuto ou segundo que se passasse. Ela era minha melhor companhia, minha melhor amiga, era a garota a qual eu estava incondicionalmente apaixonado.

 

- Já estou sentindo sua falta, Má... - Disse para mim mesmo.

 

Logo tive a brilhante idéia de lhe mandar um torpedo, para saber das novidades e como estava a escola esse ano, se ela já havia feito novas amizades, etc. Procurei meu celular do bolso da bermuda e digitei as respectivas teclas e depois o número da morena. Não hesitei em mandar a mensagem e olhei para a tela do objeto enquanto esperava para a mesma ser enviada.

 

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Torpedo SMS enviado às XX:XX

Sinto sua falta. Como vão as coisas aí?

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Aguardei ansioso pela resposta que demorou para chegar. Cansado de olhar para ‘pedra falante’, desci as escadas para terminar de trazer a mudança pra dentro de casa. Minha mãe tagarelava sem parar, fazendo planos para os próximos dias na nova cidade não-litorânea. Meu pai estava feliz também, mas quieto com um sorriso no rosto. Ao acabar de arrumar minhas coisas, corri até o quintal, onde um maravilhoso jardim enfeitava a área externa, formando um ambiente tranqüilo e zen.

 

Deitei na grama verde, embaixo sombra que a grande árvore fazia em cima de mim, e apoiei a cabeça nas mãos e observei o céu azul. Eu sabia que ela não teria coragem de deixar de me responder, pois o bip do celular ecoou em meus ouvidos, fazendo-me pegar o mesmo rapidamente e ler a tão esperada mensagem.

 

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Torpedo SMS recebido às XX:XX

Seu louco! Estava na aula, e não deu pra te responder antes. Também sinto sua falta! As coisas aqui estão indo... Fiz amizade com uma nova aluna, a Lígia. Já estou na última aula de hoje e não vejo a hora de ir embora. E aí, como é sua casa nova?

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Um sorriso largo se desenhou na minha face, indo de orelha à orelha. Como era bom conversar com ela, mesmo sendo por mensagens - Marcela me fazia tão bem. Não demorei para correr com os dedos pelas teclas mais uma vez e digitar novamente palavras que me faziam suspirar de saudades pela minha morena.

 

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Torpedo SMS enviado às XX:XX

Até que aqui é legal - é uma bela casa, mas tudo isso só estaria perfeito só com a sua companhia. Que bom que fez amizade aí! Minhas aulas só começam amanhã. Preciso ouvir sua voz.

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Nem tive chance de respirar, quando o celular começou a tocar em um som de chamada, não de mensagem. Meus olhos brilharam ao ver seu nome na tela e senti um grande alívio por poder ouvir aquela voz suave e alegre novamente, mas não consegui nem falar alô.

 

- Achou que iria fugir de mim? Eu posso te ligar todos os dias.

 

- Eu... É... Você não estava na aula? - Perguntei, estranhando.

 

- O sinal acabou de bater. - Ela riu.

 

- Não deu tempo nem de eu poder dizer ‘alô’. - Ri também, hesitando um pouco- Alô?

 

- Ai meu Deus! Oi Du! - Sua voz estava novamente alegre - Ta fazendo o que?

 

- Deitado na grama de casa e falando com a garota dos meus sonhos... - Suspirei - E você?

 

- Voltando à pé pra casa com a companhia de um loirinho lindo do outro lado da linha.

 

 Ficamos mudos por um tempo, nos fazendo suspirar. Eu pude ouvi-la na outra linha, um pouco distante de mim. Rimos juntos por causa do silêncio, que ela acabou cortando logo, com sua doce voz de mel.

  

- Pena que não podemos nos abraçar pelo telefone... - Sua voz era monótona.

 

- Nem nos beijar. - Ri com vontade.

 

- Não desistiu disso ainda? - Ela pareceu rir sem graça.

 

- Não... Daria tudo pra estar aí agora e te ver encabulada. - Ri novamente.

 

- Para Edu! - Gargalhou - Nossa, que droga, começou a chover! Peraí.

 

Permaneci quieto novamente, esperando ela responder, mas a demora era tanta que acabei ficando nervoso e chamei seu nome consecutivamente. Marcela logo respondeu que depois ligaria, só não disse o porquê. Tentei dizer um ‘eu te amo’, mas a linha já tinha caído. Suspirei e subi tomar um banho para poder me refrescar daquele dia quente. - Marcela não me retornou a ligação.

 

***

 

Dei graças por não ter pego um resfriado daquela última noite, a qual choveu e eu e Marcela nos molhamos embaixo dela. Após desligar o despertador, que apitava consecutivamente em cima do criado-mudo, levantei-me e me dirigi até o banheiro. Ainda eram cinco e meia da manhã, quando resolvi entrar em um banho gelado para poder ficar bem acordado durante o dia todo e não dormir no primeiro dia de aula. A água do chuveiro, que era fresca e gostosa, deslizava sem cessar pelo meu corpo forte. Enxuguei-me e me troquei, colocando meu uniforme e calçando o par de tênis.

 

Coloquei o coração do colar para dentro da blusa, assim ele poderia ficar ali, junto ao meu peito, em todos os momentos dos meus dias. Suspirei cansando indo em direção à cozinha, onde minha mãe preparou um delicioso café da manhã para mim. Infelizmente a escola não era perto de casa, assim eu teria que ir de carro. Sentei-me no banco do carona no carro e meu pai me guiou até o colégio.

 

A estrutura do local era bem diferente da escola antiga, era maior e mais bonita. Caminhei para a entrada, com passos calmos e tranqüilos, quando notei a presença de uma menina bonita, rodeada de tantas outras - acho que eram suas amigas, em frente a minha respectiva sala de aula. Loira dos olhos verdes. Assim se descrevia as favoritas da maioria dos homens. Ela era assim, linda, 'gostosa' e bronzeada. Corpo de quem passa o dia todo na praia sem ficar vermelha. Suas curvas de um corpo latino chamavam a atenção de todos que passavam ao seu lado. Até vestida com um pano de chão, ela seria perfeita. Perfeita é a palavra que a define, mas já não bastava ser só linda e maravilhosa, ela tinha que ser inteligente também? Inteligente e engraçada. Todos os garotos sonhavam com ela, a garota loira 'perfeituda'. Usava roupas de marca, coisas de última geração que faziam moda na escola.

 

Fitei o chão assim que ela me olhou com um jeito interessando e bastante sedutor.

 

Fim do Sétimo Capítulo.

 

Mais uuuum capítulos amores e amoras *O* Espero que tenham gostado dele :D Ficarei feliz com os comentários. Olha, só pra avisar, a história vai começar à tomar um rumo diferente daqui pra frente ok? :] Beijos meus chuchuzinhos, amo vocês ;*

 


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