My Friend, My Love escrita por Marcela


Capítulo 27
Meu Amor


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo da fic! Espero que gostem!

A música que acompanha esse capítulo é Love Story da Taylor Swift, aqui está ela, para quem quiser ouvir pelo youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=8xg3vE8Ie_E



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“Essa é a minha deixa”.

Foi exatamente isso que meu pai disse após minha mãe meter um bico na cara e subir as escadas com pisadas estressadas e barulhentas.

 

— Ela anda muito cansada, querida. – foram as primeiras palavras que Felipe disse quando mamãe começou a bufar e revirar os olhos com as piadinhas sem graça do moreno.

 

Quando ela já estava no quarto, ele disse suas últimas palavras e subiu atrás dela. Fiquei sozinha no sofá rindo dos dois. Meus sorrisos rapidamente se transformaram em tensão. Meu rosto de fechou em um nervosismo indescritível. No dia seguinte seria minha apresentação do musical de Romeu e Julieta. Todo mundo havia ensaiado bastante para não haver erros e estarmos bem preparados.

 

Eu e Marcos conseguimos resolver bem nossos conflitos. Os últimos ensaios saíram melhor do que eu esperava. Agora estávamos totalmente preparados. Pelo menos era isso o que eu esperava.

Fitei a televisão por uns dois minutos, mais ou menos. Mudei de canal algumas vezes, mas não achei nada interessante para assistir. Desliguei-a.

 

Corri até meu quarto e troquei de roupa, embora não soubesse o motivo. Fiz uma trança no cabelo – típico – e sai de casa. Não avisei meus pais. Não queria atrapalhar o momento deles. Comecei a rir enquanto andava. Pelo menos estava espantando o nervosismo.

 

Não chovia nem fazia frio. Estava uma temperatura agradável para mim. Eu andava sem rumo até decidir passear pelo calçadão da praia. Tinha bastante gente lá até. Senti-me tranqüila por um longo momento.

 

Procurei por algum dinheiro em meu bolso para poder comprar uma água de coco. Não achei nada. Tive que passar vontade até encontrar alguém que me pagasse uma.

 

— Eduardo! – arfei quando o vi na mesma calçada que eu.

 

— Ei! – ele apressou seus passos para chegar até onde eu estava mais depressa. – E aí?

 

— Eu ia comprar uma água de coco, mas sai desprevenida de casa. – fiz um biquinho e ele riu.

 

— Não seja por isso. – o loiro pegou algumas notas em seu bolso e me entregou.

 

— O que?

 

— Ainda bem que seu amigo é prevenido. Pegue.

 

— Não... Não precisa. Vou ficar bem sem a água. – sorri encabulada enquanto ele foi até o bar e comprou um coco. — Eu disse que não precisava. – disse quando ele voltou.

 

— Quem disse que é pra você? Também gosto de água de coco.

 

Senti-me um lixo. Como eu era tola! Claro que ele não iria comprar pra mim, pois eu já havia recusado. Que mico! Desejei abrir um buraco no chão para poder me esconder. Aquele não era o mesmo Eduardo que eu crescera junto. Era uma nova pessoa, que não tentava me agradar a todo o momento.

 

Permaneci quieta enquanto o loiro tomava a bebida. Ele me olhou com os olhos cor de esmeralda e riu prazeroso.

 

— Pegue logo esse bendito coco! Comprei pra você e não pra mim!

 

Um sorriso amarelo se formou em meu rosto. Tentei rir também, mas não deu certo e acabei soltando um barulho esquisito pela boca, que fez meu amigo rir ainda mais.

 

— Quer parar de rir? – pedi – Foi sem querer e você está me deixando sem graça.

 

— Desculpe-me.

 

— Ta.

 

Depois ficamos quietos e começamos a andar. Tomei aquela água de coco toda antes do Eduardo puxar algum assunto.

 

— O que você estava fazendo sozinha na rua? – sua voz estava calma.

 

— Estou nervosa por causa da apresentação de amanhã na escola.

 

— Sério? Apresentação de que?

 

— Vai ser um musical de Romeu e Julieta. Não vamos ter muitas falas, mas eu tenho pânico de palco. – confessei cabisbaixa.

 

— Tenho certeza de que você vai se sair bem.

 

— Queria que você estivesse certo.

 

— Pode apostar que estou! – ele sorriu e eu quis morrer com sua beleza – Posso ir te assistir?

 

— Você já ia mesmo...

 

— Hã? Ah... Como Eduardo. Entendi.

 

Sorri sem vontade e joguei o coco no lixo mais próximo. Eu estava me sentindo tão boba, tão infantil! Aquele garoto me fazia perder os sentidos, pois eu continuava apaixonada por ele.

 

— Edu... Ardo... Como é que seu pai está?

 

— Ah, Clara disse que ele está bem melhor. Parece que estão perto de conseguir um doador de medula óssea.

 

O loiro sorriu. Parecia feliz por Fernando estar se recuperando. Mesmo que fosse difícil aceitar que aquele homem era seu pai, ele sorriu. Tentei me manter tranqüila o passeio inteiro, sem saber ao menos onde estávamos indo. Mas depois de alguns minutos eu reconheci o lugar.

 

— Você me trouxe até o parquinho, Eduardo? – perguntei céptica.

 

— Não. Você me trouxe até aqui.

 

Nós andamos até o parquinho sem querer. Sentei-me no balanço e relaxei. Edu se sentou ao meu lado. De repente um bilhão de sentimentos tomaram conta de mim. Estava nervosa, confusa, cansada, triste e apaixonada. Uma singela lágrima escapuliu de um de meus olhos. Mordi os lábios quando o loiro se ajoelhou na areia em minha frente e tocou meu rosto para enxugar a gota.

 

— O que... O que está fazendo? – gaguejei.

 

Meus olhos estavam arregalados.

 

— Desculpe-me de novo. Eu só... Não sei o que estava fazendo. – o loiro se levantou assustado e eu fiz o mesmo.

 

— Ei, calma! Você não fez nada de errado! – segurei seu braço forte e ele fixou os olhos em mim. – É só que... Que...

 

Então seus olhos estavam perto demais! Assim como sua boca. Estávamos prestes a nos beijar. Eu já podia sentir o gosto da sua boca na minha. Fechei os olhos.

 

Não aconteceu nada.

 

Demorou... Abri os olhos novamente e o loiro estava saindo do parque.

 

— Aonde vai? – arfei correndo atrás dele.

 

— Pra casa. Er... Vejo você amanhã.

 

Acabou que fui embora sozinha pra casa.

 

***

 

Rodei em frente ao espelho para meu vestido balançar.

 

— Você está linda, querida!

 

— Obrigada mãe.

 

Beatriz sorriu pra mim e deu uma última ajeitada em meus cabelos antes de entrarmos no carro para ir até a escola.

 

O percurso fora rápido o bastante para o meu coração querer sair pela boca. Eu estava tão nervosa quando entrei naquele anfiteatro! A coxia estava pouco iluminada e eu quis morrer.

 

— Não vai dar certo! – pensei alto e alguém pareceu ouvir.

 

— Claro que não vai dar certo se você continuar sendo pessimista deste jeito!

 

Eduardo estava bem atrás de mim com os olhos fixos nos meus novamente.

 

— Relaxa garota! Vai dar tudo certo!

 

— Espero! Minhas pernas estão tremendo! Acho que vou cair no palco!

 

— Shhh. – ele me apertou em um abraço forte e sussurrou em meu ouvido – Vim desejar boa sorte.

 

— Obrigada. – sorri quando ele olhou pra mim graciosamente.

 

Tive vontade de chorar, não nego. Ele estava deslumbrante em seu traje social. Não resisti e o abracei mais uma vez, só que quando fomos nos desgrudar pensei em beijá-lo na bochecha. Ele teve a mesma idéia. Fomos para a mesma direção com ambas as bocas. Ele se assustou e se afastou quando demos um selinho.

 

— Perdão! Eu... Eu...

 

— Não foi nada. – o loiro respondeu com os olhos ainda arregalados. – Enfim, boa sorte.

 

E ele saiu dali.

 

Senti o martelar do meu coração em minhas costelas. Eu havia recebido o melhor “boa sorte” da minha vida.

 

***

 

As músicas foram maravilhosas. A maioria fora muito melodramática, porém com uma melodia gostosa. Acho que não errei nenhum passo, nem nada. Mamãe havia comprado sapatilhas novas para mim. Consegui usar meus dons e conhecimentos que tinha do balé. Acho que funcionou.

 

Lembro-me de ter visto o Eduardo na primeira fileira. Uma hora estava sorrindo pra mim, depois estava nervoso e olhava para os lados. Parecia perdido ou algo assim. Eu vi o constrangimento e o nervosismo estampados em seu rosto.

 

— Você estava linda, Marcela! – Lígia me cumprimentou após a peça. Deu um beijo em Marcos, que veio até mim.

 

— Estava divina. – seus olhos azuis brilharam.

 

— Posso dizer o mesmo, Romeu.

 

Rimos juntos.

 

Meus pais estavam tão orgulhosos e eu estava tão aliviada por ter acabado! Fora muito bom e muito lindo, mas eu nunca mais iria querer participar de uma peça!

 

Os minutos se passaram e eu estava sozinha no camarim. Sentei-me em uma cadeira pra tirar a sapatilha.

 

— Apaixonados e entregues a uma morte súbita. Nenhum pensamento precavido. Nada. É assim que eu te deixo, minha amada Julieta. – uma voz masculina soou ali dentro.

 

— Nossa Eduardo! Conseguiu gravar a fala inteira do Marcos?

 

Eu ri quando ele apareceu no camarim com pose de galã.

 

— Não é difícil para alguém com a cabeça tão boa quanto a minha. Mas eu mudaria quase todas as palavras. “Apaixonados e entregues a um amor súbito. Nenhum pensamento precavido. Nada. É assim que eu me sinto, minha amada Marcela.”

 

O loiro pegou uma cadeira e se sentou ao meu lado novamente. Sorriu pra mim. Esqueci como respirava. Olhei para seu pescoço. Tinha um pingente. Mas não era um pingente qualquer. Era um coração e tinha meu nome gravado nele.

 

— O que... Está fazendo... Com isso?

 

— Você me deu, não lembra?

 

Meu coração pulou.

 

— Lembro. Mas... Você lembra? – eu estava ofegante.

 

— Eu nunca me esqueci de você.

 

Ele não precisou dizer mais nada. Meus olhos se encheram de lágrimas que não cessaram em cair. Eduardo as enxugou e sorriu mais uma vez antes de selar seus lábios aos meus.

 

Finalmente eu provei de seu beijo. Finalmente ele era meu.

 

O meu amigo e o meu amor.

 

Fim do 27º capítulo.

 

Meus amores, acabou! Sinto tanto ao dizer isso! É tão bom saber que a fic chegou até aqui graças à leitores como vocês, mas é tão triste ver que teve um fim! Bem, eu me sinto grata a todos vocês! Obrigada por me ajudarem a manter essa fanfic firme e forte!

Comentem sobre suas opiniões! Beeeeeeeeijos e até a próxima! Amo vocês! s2


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