My Friend, My Love escrita por Marcela


Capítulo 25
Pare de chorar


Notas iniciais do capítulo

A música que acompanha esse capítulo é Stop Crying Your Heart Out do Oasis, aqui está ela, para quem quiser ouvir pelo youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=6QyVil0dwhk&feature=related



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— Marcos, a gente precisa conversar. – foi a primeira coisa que eu disse depois do sinal que anunciava o término das aulas soou.

 

O moreno assentiu e entrelaçou seus dedos da mão com os meus.

 

— Essa é a primeira coisa que temos que cortar.

 

— O que? Eu segurar suas mãos? – ele me olhou céptico.

 

— Sim. – minha voz estava fria.

 

É estranho lembrar da época em que dois garotos faziam meu coração bater cada vez mais rápido. Um moreno e um loiro. Uma disputa que parecia ser eterna.

 

— MARCELA! – uma voz feminina me chamou de longe.

 

Virei-me para ver quem era. Lígia vinha ao meu encontro e, quando estava perto o bastante, me envolveu em seu abraço e me girou pelo corredor da escola.

 

— O que aconteceu, sua louca? – perguntei estranhando tanta felicidade em uma pessoa só.

 

— O Marcos... Eu... Nós...

 

Ela não precisou dizer mais nada para que eu soubesse o que tinha acontecido.

 

Ajeitei-me na areia e continuei observando o mar. As ondas iam e vinham numa seqüência frenética. Era maravilhoso. Como sempre fora.

 

Meu coração doía. O Marcos estava bem com a Lígia. Depois que ele tentou dar uma chance a ela parece que começou a gostar da sua companhia, do seu carinho. E eu continuei sozinha. Sem ninguém comigo, sem ninguém que se lembrasse de mim. Literalmente.

 

“Ele vai se lembrar de você. Pode apostar que vai”.

 

Fiquei martelando as palavras de Clara na cabeça com a intenção de que, se elas se fixassem em minha mente, poderiam ser verdadeiras. Será que ele iria mesmo se lembrar de mim? E se lembrasse, iria demorar quanto tempo pra isso acontecer? Aquelas perguntas já estavam me deixando louca.

 

O sol minguava e começava a dar lugar a lua no céu. Estava desaparecendo no horizonte, se escondia na imensidão do oceano. Era uma visão lenta e maravilhosa. Pensei em acelerar o tempo para que minha vida se ajeitasse logo, mas se fosse só por aquele cenário, eu deixaria o tempo parado para sempre.

 

Meus olhos se fartaram de lágrimas que eu hesitei em deixar cair. Uma escapou pelo cantinho e salgou meus lábios. Eu não chorei, pelo contrário, sorri. Sorri por estar ali, viva e saudável.

Ele colou seu corpo ao meu e suas mãos afagaram minhas costas molhadas. Aninhei-me em seu peito podendo ouvir seu coração bater aceleradamente. Coloquei minha cabeça sob seu queixo e fui envolvida pelos seus braços fortes. Começamos a rodar, mas não saíamos do lugar. Sua voz doce penetrava em meus ouvidos me fazendo suspirar.

Enrosquei alguns de seus fios da cor da luz do sol em meus dedos e brinquei com eles. Descansei sobre seu ombro largo, ainda dançando ao som da sua delicada voz. A praia estava deserta e a maresia beijava em meus cabelos, os quais grudavam em minha face. A respiração pausada do loiro tocava meu pescoço e perdi as contas de quantas vezes eu suspirei.

E esses suspiros se transformaram em lágrimas e mais lágrimas.

 

— Será gente teria dado certo? – perguntei a mim mesma. Quando ouvi o tom horrível da minha voz eu nem me surpreendi.

 

“Faça seu coração parar de chorar!”;

 

Minha consciência gritava comigo e era insuportável aceitar que ela estava certa em querer que eu parasse de sofrer. Eu estava me corroendo por dentro, estava me matando.

 

Os braços fortes envolveram meu corpo e eu estremeci ao encostar minha pele novamente na sua que estava quente. Suspirei aliviada. As gotas de seu choro molharam meu ombro, deslizaram pelo meu peito e eu afundei minha face chorosa em seu pescoço, e aquele ato me permitia sentir seu cheiro delicioso novamente.

 

Como eu queria sentir seu cheiro novamente! Como eu queria tê-lo em meus braços mais uma vez! E pensar que isso é impossível!

Por um momento tentei reformular todas as respostas guardadas em minha mente, na tentativa de retirá-lo daquela situação, mas eram palavras difíceis de dizer sem sucumbir.

— Não chore.

Agora era ele quem precisava me consolar.

Eu queria cuspir os beijos do Marcos na areia e deixar que o mar os levasse. Eu me sentia suja por ter ficado com o moreno e enrolado o loiro, pois era por este que eu estava demasiadamente apaixonada.

— Não se importe com esse garoto tolo que eu sou. Vou ficar bem.

Eu sei que vai, com ou sem a minha companhia, mas vai.

Olhei uma última vez para o céu naquela noite e vi a lua sorrir pra mim. Ela fulgurava extremamente bela e isso me fez me sentir bem. Pisquei para ela e continuei deixando a chuva colar em minha pele, com seu beijo cortante.

A lua ainda não tinha tomado seu lugar no céu. O sol ainda estava lá. O sol sempre estaria lá. E ele pode não se lembrar de mim todos os dias em que aparecer, mas eu também vou estar lá, olhando pra ele e me lembrando das vezes em que ele me aqueceu.

De repente eu senti a presença de alguém se aproximando. Não me virei para ver quem era, apenas esperei e a espera fora saciada quando o Eduardo sentou-se ao meu lado meio hesitante e forçando um sorriso, que ainda sim era maravilhoso.

Fim do 25º capítulo.

 

Ressusitando a fic! Perdoem-me pela demora, povo! Esse ano ta sendo difícil pra mim em todos os sentidos! Achar inspiração pra escrever essa fic foi difícil, e ainda sim não saiu muito bom, né? Enfim, espero que tenham gostado! Comentem aí! Beijos ;*


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