My Friend, My Love escrita por Marcela


Capítulo 21
Final ou Início?




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Eu acordara depois do almoço.

 

- Não. É claro que não. - foi a primeira coisa que ouvi quando abri os olhos - Ela não vai sair de casa. - a voz sussurrava e parecia falar ao telefone.



Ela? Era de mim que falavam? E por que não sair de casa?



- Ela está arrasada. - é. Era sobre eu. Mamãe esperou pela resposta durante meio minuto e pareceu concordar. - Ok. Tchau.



Tive que forçar meus pés a ficarem firmes no chão e, quando dei o primeiro passo, cambaleei para o lado e segurei na cabeceira da cama, sentando-me novamente. Apertei as pálpebras tentando segurar o choro. Algumas imagens apareceram em minha mente de relance e eu me senti um pouco zonza.



- Mamãe? - chamei em um murmúrio enquanto tentava me levantar mais uma vez.



- Estou aqui filha. - sua voz ecoou pelo corredor.



Corri até a sala me equilibrando pelas paredes do corredor e faltou pouco para eu não cair, mas Beatriz me segurou. As mãos macias e protetoras me pegaram pelos braços e ela me apertou em seu peito.



- Calma, filha. Está tudo bem.



- Notícias?



- Nenhuma. - ela suspirou.



Respirei fundo.

 

- Quem era no telefone, mãe? - perguntei mais calma.



- O Marcos. Ele está vindo pra cá. - a morena respondeu calmamente.



Engoli seco. Não queria que ele me visse naquele estado.



- Eu disse a ele que você não estava bem e não iria sair, mas ele insistiu e disse que viria te buscar para darem um passeio. Trate de se trocar.



Assenti e voltei para o quarto. Procurei por uma roupa confortável e vesti rapidamente. Coloquei uma calça jeans e uma blusa de manga curta. Estava nublado, mas fazia calor. Depois fui ao banheiro, escovei os dentes e arrumei os cabelos. Ele estava armado e horrível. A chuva não fizera bem para ele. Suspirei cansada. Fiz uma trança que acabou ficando meio frouxa, mas a deixei do jeito que estava.



Então a campainha tocou.



- Eu atendo! - gritei e fui abrir a porta.



Marcos estava lá, parado e lindo como nunca. Os cabelos negros tinham alguns fios rebeldes que apontavam para todos os lados. E os olhos azuis me fitavam.



- Você é louca, é?! - ele me abraçou com força e eu fiquei sem ar - Ontem à noite você sumiu e...



- Eu sei, Marcos. - disse enquanto me esquivava de seus braços fortes - Eu precisava voltar para casa. - abaixei a cabeça.



- E isso acarretou no atropelamento do Eduar... - Marcos de interrompeu.



Meus olhos se encheram de lágrimas e eu estremeci com o que ele falava.



- Opa, me desculpe. - então eu comecei a chorar - Ai Marcela... Cara, eu sinto muito.



Ele foi me abraçar e, tentando me recompor, peguei em sua mão direita, puxando-o para longe dali. Depois não dissemos mais nada. Eu não sabia ao certo para onde íamos, apenas continuei andando em vão.



Depois de um tempo percebi que ia para a escola. Embora fosse sábado, o local estava aberto para reforços de provas e tudo mais. Puxei Marcos para o anfiteatro e ele hesitou antes de entrar.



- Quer ensaiar? - sua voz estava rouca.



Assenti e subi no palco enquanto ele me fitava ainda parado na escada.



- Tem certeza? Você está bem para fazer isso? Não deveríamos esperar mais um pouco? Não sei... Você me parece bem exausta.



- Cala a boca Marcos! - minha voz se alterou e ele me olhou assustado - Chega de perguntas. Estamos ensaiando há algum tempo e você sabe muito bem como nossos ensaios têm acabado. A peça está logo aí e precisamos acabar com isso. - eu disse rapidamente e um tanto irritada.

 

- Se é assim que você prefere... - disse ele, subindo no palco e parando ao meu lado.



- Não é questão de preferência, Marcos. - sentei-me no chão de madeira e balancei os pés - Aceitei fazer essa peça musical porque pensei que seria um jeito legal de eu lutar contra meu medo de palcos.



Ele riu.

 


- Não acho que isso seja tão engraçado. - acrescentei e ele riu mais alto.



Sua voz ecoou pelo espaço como um estrondo e eu abaixei a cabeça. Só havia eu e ele ali. Marcos roçou os dedos em minha face, puxando meu queixo para cima e então voltei a olhar dentro de seus olhos.



- Me perdoe. - o moreno pediu e meus olhos se arregalaram.



- Pelo quê? - perguntei incrédula.



- Por tudo. No começo fui chato com você, pois achei que você seria chata comigo, mas acho que por um momento achei que teria alguma chance com você. - eu arfei e ele continuou - Mas ontem... Ontem, quando estávamos na casa de Lígia e eu vi seu amigo pela primeira vez, senti tanta raiva por ele conseguir fazer você se encantar tão fácil e eu... Eu nunca consegui.



- Não é verdade! - rebati.



- Não?



- Eu... Por um momento me senti... Segura com você. Era como se nos conhecêssemos há tanto tempo, como se eu soubesse quem você era. Tão frio e tão quente ao mesmo tempo. - admiti fracassada.



- Gosto disso. - ele disse e rimos juntos.



- Uma pessoa tão misteriosa. - disse por fim.



- Tão teimosa. - Marcos riu. - Ontem vi como ele olhava para você enquanto estavam lá fora, na chuva. - ele hesitou e olhou para frente como se estivesse se lembrando do dia anterior. - Ele tinha um olhar tão protetor, tão apaixonado. Queria sentir isso por alguém algum dia.



Senti meu corpo fraquejar. Estremeci e, de repente, tudo ficou escuro. As cadeiras tremeram e pisquei para voltar ao normal. Apaixonado. Era essa a palavra que eu procurava já fazia um tempo.



- Você está bem? - Marcos me segurou e afagou meu braço com as mãos.



- Eu... Sinto que perdi algo precioso. Algo que eu tinha em mãos e então, tão de repente, sumiu. - gaguejei e comecei a chorar compulsivamente.



- Você não perdeu coisa alguma, Marcela! Você tem tudo.



- E ao mesmo tempo nada. Me sinto vazia.



- Não é verdade... - sua voz estava séria.



- Bem que eu queria. - enxuguei as lágrimas, recompondo-me - Me perdoe por brincar com seus sentimentos.



- Como assim? - o dono dos olhos azuis me olhou confuso.



- Durante um tempo me senti como se tivesse que escolher entre dois objetos, dois brinquedos, mas eram meus amigos.



- Quero vê-la feliz. Só isso. - ele sorriu para mim e me deu um beijo na testa.



Não pude deixar de rir também.



- Estava pensando em conhecer melhor a Lígia. Ela me olha de um jeito diferente, como se gostasse de mim. - ele mordeu os lábios inferiores, com dúvida.



- Pode apostar. - dei uma risada nervosa.



- É sério?



- Oh, não conte à ela que revelei seu segredo. - encenei uma pose arrependida.



Rimos juntos e depois nos olhamos dentro de ambos olhos.



- Obrigada. - sussurrei contente.



- Obrigado. - ele me abraçou com força.



Tudo pareceu mais calmo, tranqüilo. Então havia acabado? Ou estava apenas começando?



Fim do 21º Capítulo.

Perdoem-me pela demora! Sinto muito mesmo! Mas somente agora minhas provas cessaram um pouco... Então a inspiração veio. Estou enrolada com as fics e o livro que estou escrevendo... Portanto poderei escrever mais aos finais de semana. Espero que entendam. Me perdoem e comentem :D Beijos


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