My Friend, My Love escrita por Marcela


Capítulo 14
Amores e Flores


Notas iniciais do capítulo

A música que acompanha esse capítulo é Tim McGraw da Taylor Swift, aqui está ela, para quem quiser ouvir pelo youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=dA00VenD7Hg [Narração: Marcela]



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O coração antes ‘parado’ parecia ter ganhado vida novamente. Toda magia e alegria haviam voltado, após vê-lo ali, sentado em meu sofá, na minha sala, dentro da minha casa. Eu não tinha mais dúvidas de que era ele e assim meus pés trêmulos caminharam em sua direção. Cambaleei para o lado uma vez, mas continuei a andar. Agora o loiro havia enterrado seu rosto entre as mãos, que estavam apoiadas nas coxas.

 

Acomodei-me ao seu lado e ele me abraçou desesperadamente. Os braços fortes envolveram meu corpo e eu estremeci ao encostar minha pele novamente na sua que estava quente. Suspirei aliviada. As gotas de seu choro molharam meu ombro, deslizaram pelo meu peito e eu afundei minha face chorosa em seu pescoço, e aquele ato me permitia sentir seu cheiro delicioso novamente. Permanecemos em silêncio por um tempo, até que o mesmo foi quebrado pelo meu melhor amigo.

 

- Meu pai... Está... Morrendo. - Com a voz trêmula, tentou juntar as palavras.

 

Por um momento tentei reformular todas as respostas guardadas em minha mente, na tentativa de retirá-lo daquela situação, mas eram palavras difíceis de dizer sem sucumbir.

 

- Não chore.

 

You said the way my blue eyes shined,
Put those Georgia stars to shame that night
I said: "That's a lie"
Just a boy in a Chevy truck,
That had a tendency of gettin' stuck,
On backroads at night
An' I was right there beside him all summer long
An' then the time we woke up to find that summer'd gone
Você disse o jeito que meus olhos azuis brilhavam
Deixaram essas estrelas Georgia humilhadas naquela noite
Eu disse: "Isso é mentira"
Apenas um garoto numa caminhonete Chevy
Que tinha um tendencia de atolar
nos acostamentos a noite
E eu estava lá do lado dele durante todo o verão
E então o tempo nós acordamos para descobrir que o verão tinha ido

 

Seu nariz roçou meu pescoço e ele me fitou, penetrando seus olhos cor de esmeralda nas amêndoas dos meus. Beijei sua bochecha corada e molhada e ele aproximou os seus lábios aos meus na tentativa de roubar-me um beijo. Me afastei, com medo de estragar mais ainda a minha vida. Minhas mãos trêmulas, repousavam em seu peito, enquanto as dele acariciavam suavemente minha face.

 

- Senti muito sua falta... - A monotonia e o sofrimento pairavam em suas falas - Você não tem noção de como sofri sem te ter ao meu lado.

 

- E você não imagina o quanto estou feliz em te ver novamente - Me joguei contra seu corpo, caindo em cima dele, no sofá.

 

Meus cabelos caíram como ondas sobre seu rosto lúgubre, acariciando sua pele alva, fazendo o garoto rir contente. Lhe entreguei um sorriso amarelo, que se desenhou no canto esquerdo da minha boca. A minha franja escondeu meus olhos e Eduardo a colocou atrás das minhas orelhas para poder visualizar meu rosto encabulado.

 

Notei que estava alegrando-o novamente e me senti mais leve. Fechei os olhos e fiz minha cabeça caminhar em direção à sua boca, a qual esperava pela minha, sedenta.

 

But when you think: Tim McGraw,
I hope you think my favorite song
The one we danced to all night long:
The moon like a spotlight on the lake
When you think happiness,
I hope you think: "That little black dress"
Think of my head on your chest,
An' my old faded blue jeans
When you think Tim McGraw,
I hope you think of me
Mas quando você pensa, Tim McGraw,
Eu espero que você pense na minha canção favorita
Aquela que nós dançávamos toda a noite:
A lua como um projetor no lago
Quando você pensa em felicidade
Eu espero que você pense: "Aquele pequeno vestido preto"
Pense na minha cabeça no seu peito
E em meu jeans velho e surrado
Quando você pensa, Tim McGraw,
Eu espero que você pense em mim

 

Flash Back

Só sentia falta dele e de seu abraço, no qual eu podia me esquentar nos dias frios e me aninhar carinhosamente em seu peito quente. Não era justo a vida tirá-lo assim de mim - ele poderia estar feliz com o novo emprego do pai, mas também sentia dor, saudades, pois ninguém era de ferro e perfeito. Lembro das vezes que ele sussurrava calorosamente em meus ouvidos e tal ato me fazia arrepiar. Das vezes em que meu melhor amigo tentou me roubar um beijo, mas eu recuei. E de quando neguei meu amor por ele, por pura teimosia ou chatice. Eu o amava, mas tinha que, definitivamente, esquecê-lo.

 

Fim do Flash Back

 

Algumas lembranças passaram rapidamente pela minha cabeça, me fazendo estremecer. Senti a cintura do garoto se encaixar perfeitamente na minha e seus dedos dançarem pela minha coluna. Ele pegou meu rosto delicadamente com as mãos e desviei a cabeça, afundando minha face em seu pescoço. Então ele retribuiu ao abraço. Meu coração palpitava em um ritmo desregulado e minha respiração estava ofegante. Eu estava realmente feliz por tê-lo ali novamente, comigo.

 

- Continua a mesma, não é? - Seu hálito quente entrou pelas minhas narinas rapidamente.

 

- Nem tanto - Minha voz estava ríspida.

 

September saw a month of tears,
An' thankin' God that you weren't here,
To see me like that
But in a box beneath my bed,
Is a letter that you never read,
From three summers back
It's hard not to find it all a little bitter sweet,
An' lookin' back on all of that, it's nice to believe:
Setembro acompanhou um mês de lágrimas
E, graças a Deus, você não estava aqui
Pra me ver daquele jeito
Mas em uma caixa de baixo da minha cama
Há uma carta que você nunca leu
De três verões atrás
É difícil não achar isso tudo amargamente doce
Olhando pra trás tudo aquilo, é agradável acreditar

 

Logo estávamos ambos sentados no sofá novamente. Eduardo pegou minhas mãos e entrelaçou seus dedos aos meus. Um meio sorriso se formou no canto direito da minha boca e ele riu abafadamente. Parecia que o tempo havia parado para mim, pois estar com ele novamente era extraordinário. Não conseguia pensar em mais nada quando olhava para sua face perfeita. Os olhos verdes brilhavam com a luz refletida pela lua e me fitavam, satisfeitos.

Ele parecia mais feliz.

 

 

- Eu sinto tanto por ter te deixado aqui - as palavras ecoaram pelos meus ouvidos e fizeram eco - lamento por tê-la feito chorar, por... - o interrompi colocando meus dedos em sua boca.

 

- Tampouco sabíamos sobre o que ia acontecer - ele deslizou meu dedo pelo seu lábio inferior e sorriu ao olhar o colar pendurado em meu pescoço.

 

- Fico feliz que não tenha me esquecido.

 

- Ah, claro que não esqueci! - Sorri encabulada.

 

- Eu também estive com você aqui ó. - Seus dedos dançaram pelo pingente e ele sorriu também - O que fez durante esse tempo que estive fora?

 

Pensei em Marcos. Ele era realmente a conseqüência mais grave de todos os meus erros e burradas. Estava admirada com o fato dele não ter notado o colar com o nome de Eduardo, pendurado em meu pescoço. Estava mesmo dividida entre dois mundo diferentes, o loiro e o moreno. Sacudi a cabeça na tentativa de jogar fora todos os pensamentos que me perturbavam e pensei em Lígia. Ela fora realmente uma amiga para mim, e eu me sentia tão chateada e culpada por fazê-la se sentir só, pois estava enrolada com o garoto que ela gostava. Definitivamente eu não tinha lembranças boas.

 

When you think: Tim McGraw,
I hope you think my favorite song
The one we danced to all night long:
The moon like a spotlight on the lake
When you think happiness,
I hope you think: "That little black dress"
Think of my head on your chest,
An' my old faded blue jeans
When you think Tim McGraw,
I hope you think of me
Quando você pensa, Tim McGraw,
Eu espero que você pense na minha canção favorita
Aquela que nós dançávamos toda a noite:
A lua como um projetor no lago
Quando você pensa em felicidade
Eu espero que você pense: "Aquele pequeno vestido preto"
Pense na minha cabeça no seu peito
E em meu jeans velho e surrado
Quando você pensa, Tim McGraw,
Eu espero que você pense em mim

 

- Nada de muito emocionante - hesitei - ah, estou participando da peça musical da escola... - as últimas palavras rasparam em minha garganta.

 

- HAHAHAHAHA! - o riso exaltado do loiro ecoou pela sala.

 

- Shhh! - tampei sua boca com as mãos - Quer acordar os meus pais?

 

Ele abafou o riso e mordeu carinhosamente minha mão para que eu destampasse seus lábios.

 

- Posso saber o por quê da risada? - franzi o rosto, incrédula.

 

- Marcela participando de teatro? - ele fez uma careta - HAHAHAHA! Só pode ser piada.

 

- Não é - mostrei a língua para meu amigo - O duro que é verdade, eu não queria, mas insistiram para eu ser a Julieta...

 

- E quem vai ser o Romeu? - Eduardo pareceu bastante interessado no assunto.

 

- Um... Amigo.

 

Amigo não seria a definição perfeita para Marcos, mas Eduardo não precisava saber disso. Eu estava feliz agora e não seria o simples fato de um menino obcecado por mim estar me perseguindo e me roubando beijos que iria estragar esse momento maravilhoso. Edu riu novamente e me entregou um cálido e rápido beijo de despedida na bochecha. O sangue subiu, me fazendo corar.

 

And I'm back for the first time since then:
I'm standin' on your street,
An' there's a letter left on your doorstep,
An' the first thing that you'll read:
E eu estou de volta pela primeira vez desde então
Eu estou parada na sua rua
E há uma carta deixada no chão da sua porta
E a primeira coisa que você vai ler

 

- Te vejo amanhã então? - disse ele, já saindo pela porta de frente.

 

- Como assim? - Franzi o cenho. Aquilo realmente não era normal.

 

- Voltei a morar aqui na sua rua, boba! - Ele riu como se fosse uma coisa muito óbvia.

 

- Hã? - acho que minha ficha ainda não havia caído - Acho que estou sonhando...

 

- Claro que não, Marcela! É uma longa história, e só vou te contar amanhã, por isso durma bem. - Antes dele sair pela porta, selou os lábios vermelhos na minha testa e sorriu angelicalmente para mim - Eu te amo.

 

- Ah, eu - a porta se fechou - também te amo, insensível.

 

***

Embora fosse domingo, acordei rapidamente, pulando da cama em uma fração de segundos, me dirigindo ao banheiro - era necessário fazer a higiene diária. Despi-me de meu pijama e deixei a água do chuveiro me molhar tranqüilamente. Um furacão de lembranças e pensamentos invadiu minha mente conturbada durante o banho, mas apenas tratei de ser rápida. Quando estava pronta, olhei através da janela e notei o sol acordando entre as poucas nuvens no céu - fazia calor e não aparentava que iria chover. Corri até a casa de Eduardo.

 

Carla me recebeu com um sorriso convidativo estampado em sua face e eu entrei. Ela me disse que seu filho estava no jardim e fui até lá. A porta de vidro que dava para a área externa se encontrava semi-aberta e eu me encostei nela, apenas observando o loiro se sujar com as plantas que ele colocava na terra. Logo ele se deu por conta e rolou os olhos para minha pessoa, e começou a rir.

 

Is: "When you think: Tim McGraw,
"I hope you think my favorite song"
Some day you'll turn your radio on,
I hope it takes you back to that place
When you think happiness,
I hope you think: "That little black dress"
Think of my head on your chest,
An' my old faded blue jeans
When you think Tim McGraw,
I hope you think of me
Oh, think of me,
É: quando você pensa, Tim McGraw,
Eu espero que você pense na minha canção favorita
Algum dia você ligará seu rádio
Eu espero que isso leve você de volta aquele lugar
Quando você pensa em felicidade
Eu espero que você pense: "Aquele pequeno vestido preto"
Pense na minha cabeça no seu peito
E em meu jeans velho e surrado
Quando você pensa, Tim McGraw,
Eu espero que você pense em mim
Oh, pense em mim,

 

- HAHAHA! Sempre me pega desprevenido - deu alguns tapinhas de leve na terra, amaciando-a.

 

- Bom dia para você também! - Eu disse como se fosse algo necessário a ser dito, cobrando a sua educação por brincadeira.

 

- Ah, bom dia! - ele riu novamente - Quer me ajudar a plantar essas flores? Minha mãe pediu e eu não vi problema em fazer isso...

 

- Claro! - Aceitei sem hesitar.

 

Ajoelhei-me ao seu lado e ele colou os lábios na minha bochecha. Meu sangue subiu rapidamente até minha face, corando-me novamente. Encabulada, escondi meu rosto sob as franjas onduladas e peguei algumas sementes, cobrindo-as com terra.

 

Aquilo podia ser um ‘programa de índio’, mas era realmente gostoso.

 

- Tomou banho hoje? - Edu passou a me encarar e eu franzi o cenho.

 

- Claro, por quê? - Incrédula, fitei-o.

 

- Porque seu nariz está sujo de terra! - Ele disse, me sujando com o barro que estava em suas mãos.

 

- AHHHH! IDIOTA! - gritei, logo ri - Como você é bobo!

 

- Eu sei... - Suas gargalhadas ecoaram pelo jardim - Quer que eu limpe?

 

- Não precisa, vamos ficar quites! - eu disse, jogando terra nele.

 

Acho que depois disso, tudo virou uma ‘linda’ guerrinha de barro - eu teria que tomar outro banho, obviamente. Só sei que no final, estávamos deitados na grama verde, rindo sem parar.

 

- Ô delicia, hein! - o loiro me olhou de lado - O que está pensando?

 

- Em como é bom te ter de volta...

 

You said the way my blue eyes shined,
Put those Georgia stars to shame that night
I said: "That's a lie"
Você disse o jeito que meus olhos azuis brilhavam
Deixaram essas estrelas Georgia humilhadas naquela noite
Eu disse: "Isso é mentira"

 

Fim do décimo quarto capítulo.

É, eu sei, desculpas pela demora, DE NOVO... Não tenho culpa, mas a escola me mata! Graças à Deus vou entrar de férias logo e muitos capítulos vão sair! Espero que tenham gostado desse! E então comentem! Ê! HAHA! Bjs


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