Amor Mascarado 2 escrita por LunaCobain


Capítulo 7
Gran Romanov


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Acabei de escrever esse aqui, espero que gostem. Nos vemos lá embaixo.



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O avião alçou voo as dez da noite, saindo do Aeroporto de Paris, indo direto para o Aeroporto de Roma. Eu estava extremamente chateada com meus pais por causa disso. E se Erik resolvesse voltar para casa? Eu não estaria lá para recebê-lo, para me afogar em seus braços e... 'Catherine, pare de pensar nisso.' Ao menos, meu assento não era junto de Michelle e Luigi. Eles dividiam seu espaço com uma senhora de idade, enquanto eu sentava na poltrona da janela, ao lado de um garoto muito bonito, loiro de olhos verdes, e seu irmão mais novo, que devia ter seis, sete anos no máximo. 
Peguei meu iPod na bagagem de mão, e enfiei os fones nos ouvidos, me isolando do mundo, tentando preencher o vazio da minha alma com música. O voo duraria cerca de três, quatro horas e eu só esperava que fosse possível passar esse tempo sem chorar de novo, porque isso chamaria a atenção - e eu odiava chamar a atenção. Fechei os olhos com força e encostei a cabeça na poltrona creme.
-Está tudo bem? - o garoto ao meu lado me perguntou, em inglês, depois de algum tempo.
Tirei o fone dos ouvidos e assenti para ele, tentando sorrir. 
-Claro. - eu murmurei.
Ele estendeu a mão e secou uma lágrima que tinha caído de meus olhos sem que eu me desse conta.
-Não foi o que pareceu. - ele respondeu. -Mas me desculpe por ser intrometido. Meu nome é Vitor.
-Não é um nome muito comum por aqui. 
-Eu sou brasileiro. - Vitor respondeu. - Só estou viajando pela Europa com a minha família. Mas e você, não vai me falar seu nome?
-Meu nome é Catherine.
-E você é francesa?
-Sim. - eu respondi, voltando a me recostar na poltrona.
Do outro lado do corredor, algumas fileiras a minha frente, eu podia ver Michelle e Luigi se entreolhando e tentando me espiar. Revirei meus olhos para eles.
-Quer me dizer porque está triste, Catherine? Talvez eu possa ajudar.
-Não, me desculpe. Prefiro não falar para ninguém.
Vitor me dirigiu um olhar estranho, mas me deixou com meus próprios pensamentos depois disso. 
Por volta da meia-noite, passamos por turbulência e, por mais estranho que possa parecer, acabei pegando no sono. Um sono sem sonhos ao menos, porque naqueles tempos toda vez que eu dormia, desde que Erik se fora, eu tinha pesadelos horrorosos. 
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-Catherine? Catherine, acorde. - eu escutei, sonolenta.
Abri os olhos devagar e, para minha vergonha, percebi que tinha dormido no ombro de Vitor. Ele me olhava ansioso.
-Chegamos. - ele  sussurrou, enquanto eu sentia minhas bochechas ficarem vermelhas. Me recostei no meu banco e esperei o avião pousar e a voz chata do piloto dizer que podiamos tirar os cintos e descer.
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-Não é lindo? - Michelle me perguntou enquanto o taxista dirigia em direção ao hotel em que ficariamos, o Gran-alguma-coisa.
Luigi concordou com ela e eu fiquei quieta, olhando para as cicatrizes em meus braços. Eu me lembrava da sensação de ter me cortado. Não foi ruim, serviu para seu objetivo - que era aliviar a dor. Enfim, foi um problema fazer tudo parar de sangrar depois. 
-O que acha, Catherine?
-Sinceramente, são duas e meia da manhã. Eu não estou nem um pouco a fim de pensar nisso. 
Fechei os olhos, ainda brincando com as cicatrizes em meu braço. O sono estava quase me sugando quando paramos em frente ao hotel. Era uma construção grande e antiga, linda... Mas parecia muito com as construções de Paris, para falar a verdade. Nada de especial.
No saguão, pegamos as chaves para os nossos quartos. O meu era o 98, no nono andar, enquanto o dos meus pais eram o 4, no primeiro. 
-Vocês vão ficar no mesmo quarto? - perguntei para Michelle, baixinho.
Ela me deu um sorriso radiante.
-Sim, estamos meio que juntos de novo.
Eu tentei sorrir para ela, mesmo por trás da tristeza e das pálpebras pesadas. Ela estava tão, tão animada... 
Meus pais subiram comigo até o nono andar para me ajudar com a bagagem e me dar boa noite. O quarto que eles me deram ficava um andar abaixo da cobertura, era uma suíte grande e tinha uma cama de casal gigantesca bem no centro. Um lustre preto pendia do teto alto, paredes em estilo vitoriano, lençóis azul-royal e creme. Era o paraíso!
Larguei minhas malas, peguei uma das camisas brancas de Erik, vesti e caí na cama mais macia em que eu já tinha dormido. Isso não impediu os pesadelos de me atormentar.
_____________________________________________________________ POV Erik  Uma semana depois


Desembarquei do avião ansioso. Precisava mudar de ares, ao menos por enquanto, e então eu voltaria a minha Cathy. Era ótimo estar em outro lugar - sempre quis visitar Roma. Peguei um táxi para o meu hotel, o Gran Romanov, com minhas poucas bagagens. Era um hotel grande e luxuoso, mas eu decidira pegar um dos quartos do primeiro andar - o nº 3. Peguei a chave no saguão, e entrei no quarto simples, porém bonito, caindo na cama de solteiro.
Fiquei encarando o teto por uma eternidade. Em todo o lugar em que mirava o olhar, eu via o rosto de Catherine. Nas últimas semanas, eu tenho me destruído. Fiz vários cortes no braço e na parte já deformada do meu rosto, tentando esquecer meus problemas, ou tentando perder sangue o suficiente para deixar de existir. Mas eu descobri que não perco sangue rápido como Catherine - talvez isso tenha algo a ver com a Fonte da Juventude. A metade deformada do meu rosto se tornava cada vez mais horrorosa, e meus braços mostrava cicatrizes horrendas. O que Catherine diria se ela visse isso? Ela provavelmente tentaria me bater para fazer com que eu parasse. E talvez eu realmente desse parar. Mas não enquanto a dor que ela me fazia sentir estivesse extinta.
Com pensamentos sombrios como esses, peguei no sono, me lembrando apenas de chutar os sapatos para fora dos meus pés.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo. Comentem! (Nada de leitores fantasmas)
Bjos, Luna :*



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