Amor Mascarado 2 escrita por LunaCobain


Capítulo 2
Trocando de Papéis


Notas iniciais do capítulo

Falta de inspiração é uma coisa dolorida... Espero que gostem do capítulo.



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Acordei sentindo o calor de Erik, deitado ao meu lado. Ele estava segurando minha mão, embora estivesse de costas para mim. Ele devia estar acordado. Eu passei as mãos ao redor dos seus ombros largos, abraçando, e senti-o pegá-las com uma mão só, e apertá-las gentilmente.


-Bom dia. – eu sussurrei.


Erik fechou os olhos por um instante, sorrindo, e então se virou para mim, me pegando nos braços e fazendo-me ficar de frente para ele, do lado oposto ao que eu estava segundos antes.


-Bom dia, anjo.


Ficamos apenas nos olhando pelo que pareceu ser uma eternidade. A ficha simplesmente ainda não tinha caído. Seria possível que agora Erik fosse só meu?


Ele diminuiu a distância entre nós, me apertando firme contra si e me beijando. Como de costume, eu passei as mãos pelo pescoço dele, chegando até o cabelo dele, enquanto ele estreitava os braços ao meu redor ainda mais.


-Não posso acreditar que isso tudo não é só um sonho. - Erik murmurou contra meus lábios, apoiando sua testa na minha.


-Nem eu. - respondi, baixinho.


Ele tocou me rosto, gentilmente, e nós ficamos apenas nos encarando pelo que pareceu um segundo, mas na verdade deve ter sido minutos.


Ah, Erik!


Depois de passarmos bastante tempo juntos, resolvemos ir ver como estavam Luigi e Michelle. Subimos até os corredores do Teatro Abeau, e depois de procurá-los durante muitas horas, chegamos a conclusão de que eles não estavam ali - nem na o quarto de Brigitte, nem no quarto que eles alugavam. Só podiam estar então na casa deles, coisa que, por irônia, era rara.


Suspirei, cansada, e me sentei num banco.


-O que foi, Cathy? - Erik perguntou, se sentando do meu lado.


-Nada, só fiquei cansada. Quer mesmo ir vê-los?


-Pode ser depois, Catherine... Só não queria que perdesse o contato com seus pais.


-Não vou. O que você quer fazer?


-Não sei, Catherine.


Pensei por um momento. Mal nos casamos, já estávamos caindo na rotina. Nada disso.


-Quase nunca saímos do Teatro. - eu disse, tendo uma ideia. - Talvez nós pudessemos dar uma volta. Eu quero te mostrar um lugar.


Erik me olhou desconfiado - eu sabia que ele não gostava de sair -, e eu sorri para encorajá-lo. Ele assentiu de leve.


-Quando? - ele perguntou, num tom cansado.


-Tenho que preparar algumas coisas... Pode ser no final da tarde?


-Tudo bem.


E assim foi.


Durante a tarde, eu preparei uma cesta de piquenique, e algum tempo antes do sol se pôr, eu puxei Erik comigo para trás da Ópera, para sair por uma das portas dos fundos.  Eu queria lhe mostrar meu lugar favorito do mundo inteiro, depois da Casa do Lago. Era uma colina alta, macia e verde, há pouca distância do Teatro Abeau. Eu costumava passar muito tempo ali quando era mais nova, e ninguém mais conhecia o lugar, por ficar um pouco escondido entre um bosque.


Subimos a colina, até chegar ao topo, ajudando-nos simultaneamente. Erik se surpreendeu com o piquenique, e tenho certeza de que ele se divertiu.


Estava começando a ficar cansada, quando o sol se punha. Me deitei na grama, observando o céu se incendiar, e logo Erik se juntou a mim. Ele colocou um braço em volta do meu ombro, fazendo com que eu apoiasse a cabeça em seu peito. Eu gostava tanto daquele lugar!, poderia ficar horas plantada ali, apenas observando.


Conforme escurecia, Erik me apontava as constelações, chamando-as pelos nomes - que eu nunca fora capaz de decorar.


-É tão mais difícil ver as estrelas com todas essas luzes da cidade. Era muito melhor antes. - ele resmungou, depois de um longo silêncio.


Eu ri.


-Com antes, você quer dizer há um século atrás?


Erik não respondeu, apenas sorriu, beijando o meu cabelo. Mas agora ele tinha despertado uma nova curiosidade em mim.


-Erik... - eu comecei, sem saber direito o que falar - Você nunca me falou muito  sobre o seu passado.


Era verdade, e eu só percebera isso agora. Basicamente, tudo o que eu sabia sobre ele era que ele era um gênio, antigamente conhecido por Fantasma da Ópera, que descobriu a Fonte da Juventude e devia estar morto há muito, muito tempo atrás.


Ele congelou com as minhas palavras, e eu tive medo de erguer a cabeça e o olhar nos olhos.


-O que quer saber, Catherine? Você já sabe tudo o que não devia.


-Como por exemplo...?


-Já sabe de toda a história do Fantasma da Ópera, dos assassinatos, de Christine. Por que precisa saber? - de repente ele estava na defensiva, e tinha se afastado de mim, fechando a cara.


Eu fiquei sem reação.


-Ahm... Eu... Eu só fiquei curiosa. Desculpe. - eu sussurrei, evitando que as lágrimas saíssem dos meus olhos. Eu já sabia que quando Erik começava a ficar estranho, demorava para melhorar. E era só o nosso primeira dia de casados. Será que aquilo era um aviso?


Ouvi Erik suspirar a alguns metros de distância. A respiração dele estava descompassada, e eu não entendiao porquê. Eu só tinha feito uma pergunta. Não era nada errado, não era um crime. Ele estava tendo uma reação tão exagerada.


Fechei os olhos, respirando fundo, tentando não absorver a reação repentina de Erik. Me levantei, sem disposição para ficar ali mais tempo, e comecei a recolher as coisas do piquenique. Lá se foi o que tinha tudo para ser uma noite perfeita.


-Desculpe, Catherine. - ouvi ele murmurar, ainda parado onde estava. -Espera, por que está arrumando as coisas? Quer ir embora?


-Sim.


-Por quê?


-Porque não temos mais nada para fazer aqui. - estava mais para um sibilo do que para uma afirmação.


Erik, de repente, estava a minha frente, pegando minhas mãos - o que fez com que a cesta caísse, e também me forçou a olhar para cima, encarando o home com quem tinha me casado no dia anterior. Ele me olhou nos olhos com repentina intensidade. Eu desviei o olhar de Erik, para não deixar que ele usasse seu poder de persuasão sobre mim. Em questão de minutos, ele tinha se afastado de mim bruscamente, tinha feito com que eu me sentise mal e tinha sido rude. Agora, ele já estava pedindo desculpas. Tudo isso por causa de uma pergunta ingênua.

-Catherine, me desculpe se fui indelicado. Você me pegou de surpresa, e sabe que eu odeio o meu passado - não consigo nem pensar nisso. Catherine, olhe para mim. - Erik pegou meu rosto entre as mãos, fazendo com que eu o encarasse. - Que tipo de monstro você vê? Eu sou um verme, Catherine, uma gárgola.

Eu estava magoada por ele estar falando daquele modo de si mesmo. Ergui a mão, e tirei a máscara de seu rosto. Dessa vez, foi ele quem virou a cabeça, com uma expressão dolorida e amargurada, e eu apenas dei um passo para o lado, entrando novamente em seu campo de visão.

-Eu vejo a única pessoa no mundo inteiro que foi capaz de me atrair. Eu vejo um anjo e um gênio, bem aí, dentro de você. Por outro lado, vejo alguém que acabou criando o hábito de se esconder. Mas Erik, por favor, não se esconda de mim.

Erik suspirou, soltando meu rosto depois de ficar me encarando por um breve momento. Ele virou o rosto novamente, e eu pensei que ele tinha pensado melhor e estava dando para trás - com o casamento, com o piquenique, comigo. Foi quando eu percebi que ele estava chorando.

-Erik? O que foi? - eu me aproximei  dele, receosa.

-Ah, Catherine, como eu  queria poder não me esconder, te contar tudo sobre mim...

-Você pode! - eu interrompi, me aproximando mais um passo de Erik.

-Não, não posso. Não posso porque sou um egoísta, e não posso correr o risco de te perder.

-Erik, - eu me aproximei ainda mais, chegando perto o suficiente para pegar seu rosto parcialmente deformado nas minhas mãos pequenas, secando as lágrimas dele com os polegares. - não precisa nem pensar nisso, é uma coisa que, ao menos de minha parte, nunca vai acontecer. Eu sou sua esposa, Erik, será que não se lembra? Não se lembra de tudo pelo que passamos para conseguir o casamento, para ficarmosjuntos? Ah, Erik, se você não consegue confiar em mim depois de udo isso, nosso esforço foi em vão.

Eu observei os olhos dele se arregalarem.

-Não, Catherine, não diga isso! Eu... - ele pegou minhas mãos nas suas uma vez mais - Eu confio em você, juro que confio. Nada que fizemos foi em vão, Cathyu. Eu vou contar tudo para você, prometo, só preciso de algum tempo.

Eu o puxei para perto e encostei a cabeça em seu peito, sentindo ele apoiar o queixo no topo da minha cabeça e passar os braços em volta da minha cintura.

 -Eu te amo, pequena. - Erik sussurrou.

 -Eu te amo, anjo.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, ou tenham a alma boa o suficiente para recomendar a fic, hehe.
Adoro vocês,
bjos, Luna :*



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