Amor Mascarado 2 escrita por LunaCobain


Capítulo 18
Cathy está de volta




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/215624/chapter/18


        O guarda abriu a grade da cela e eu, sem hesitar, saí do maldito inferno onde tinham me colocado. Ele custou a não deixar ninguém mais passar. Eu fui correndo para minha Catherine, tão linda, tão inteligente. Não acreditava que ela tinha conseguido me tirar daquele lugar imundo. Estava prestes a passar meus braços em volta dela, apertá-la contra o meu corpo e beijá-la, mas me interrompi antes de sequer tocá-la. Ela não se lembrava de nada - o beijo que ela me dera antes, no terraço, devia ter sido de puro desespero. Recomecei a andar e a abracei forte, embora não fosse exatamente o que eu queria. Afundei meu rosto machucado nos cabelos negros dela e apertei o abraço quando senti os braços dela em volta de mim também.

-Erik - ela sussurrou no meu ouvido -, por que você deixou eles te machucarem assim?

-Como uma menina me disse uma vez, é a lei do mais forte, Catherine.

-Duvido que eles sejam mais fortes do que você. Você é tipo um herói, Erik. É o meu herói.. - ela disse, sorrindo. -Vamos, temos que ir pra casa agora. Vou cuidar de todos esses seus machucados, tá? - eu assenti.

-Tudo bem, vamos logo. Não aguento mais ficar aqui. - eu falei, e tirei os braços de Catherine.

Nos dirigimos a saída, e Cathy e eu voltamos a pé para o Teatro, que ficava a algumas quadras de distância. Ela me disse que sabia onde eu guardava o dinheiro, e que como era uma emergência, ela teve que usar. Fiquei muito agradecido por ela ter essa ideia brilhante.

-Então se lembrou do caminho pelos túneis? - perguntei.

-Na verdade, eu me lembrei de um monte de coisas, de repente. Quer dizer, percebi que ainda tem muitas coisas que eu não lembro, mas consegui me lembrar do nosso casamento, por exemplo.

Eu sorri. Aquilo era uma ótima notícia. Ela progredira rápido.

-Fiquei muito preocupada. - ela acrescentou.

-Eu também fiquei... Estava muito preocupado com você, Cathy. - eu disse, envolvendo-lhe o ombro com o meu braço. Chegamos ao Teatro e Catherine realmente parecia se lembrar muito bem dos caminhos pelos corredores, e dos túneis na passagem do espelho. Quando chegamos em casa, ela me disse para ir tomar um banho e vestir uma roupa que não estivesse ensanguentada, que depois que eu terminasse ela cuidaria dos meus machucados. De algum jeito, ela ficar toda preocupada comigo era muito sexy.

Fiz como ela disse, peguei uma camisa branca com gola em V e uma calça preta e outra máscara, porque a branca estava cheia de sangue. Tomei banho e me enxuguei, e depois fui para o quarto e me vesti. Então escutei Catherine batendo na porta.

-Pode entrar, Cathy. - eu disse, esperando pela minha pequena.
Catherine trazia consigo uma toalha de rosto branca, algodão, curativos e mais algumas coisas que ela poderia usar nos meus machucados.

-Ainda não acredito que você se deixou machucar desse jeito.

Suspirei. Ela não entenderia se eu dissesse que eu não tenho nenhuma força extraordinária, Cathy sabia ser teimosa.

Ela deixou as coisas que estavam em seus braços em cima da cama e se aproximou de mim, fazendo menção de tirar a máscara do meu rosto. Me virei. Fazia muito tempo que ela não me via sem a máscara, eu não sabia se ela se lembrava - e se ela não lembrasse, eu não tinha como saber se a reação dela seria calma como foi da primeira vez.

-Erik, você tá com o rosto machucado. Essa máscara tá cobrindo seu rosto inteiro, você vai ter que me deixar ver.

-Não. - eu respondi, teimoso.

Dessa vez foi Catherine que suspirou.

-Você precisa me deixar cuidar de você. - ela disse, num tom de voz perigosamente perto do que ela usava para me seduzir. Cathy passou os dedos pelo meu peito, que os botões abertos na parte de cima da minha camisa deixavam aparecer, e esse simples ato me deu arrepios.

-Catherine, pare com isso. Você não está sendo justa.

Ela deslizou a mão pelo meu pescoço.

-Você que não está sendo justo. Eu me preocupo com você e eu quero ter certeza que você vai ficar bem. Eu só preciso cuidar de você, Erik. - Cathy sussurrou.

O rosto dela estava a alguns poucos centímetros do meu, e eu fiquei me perguntando se ela se lembrava da monstruosidade que a máscara ocultava.

POV Cathy

-Você se lembra? Do meu rosto sem a máscara, quero dizer. - Erik perguntou, atrapalhado.

-Lembro. - menti. Deslizei os dedos pela máscara de Erik, tirando-a. Não faria diferença eu lembrar ou não. -Ah, Erik, como é que você podia não querer que eu cuidasse dos seus machucados? Você ainda está com o rosto sangrando. - eu disse, espantada. A deformação no lado direito do rosto dele não me assustava, de jeito nenhum. Só o tornava mais misterioso.

Ele suspirou, aliviado.

-Eu só estava com medo da sua reação.

Eu sentei na cama e disse a Erik para fazer o mesmo.

POV Erik

Sentei na cama como Catherine disse, e vi ela se virar para pegar uma garrafa com um líquido transparente. Eu diria que era água, se o cheiro forte não me alertasse para alguma outra coisa. Era álcool.

-Isso vai doer, Erik.

Eu assenti. Ela molhou um algodão com o álcool e começou a passar sobre as feridas.

Reprimi um urro de dor. Ardia muito, mas era pra me ajudar.

Eu percebi que Cathy estava tentando ser o mais gentil possível, e que ela estava mesmo preocupada. Quando ela acabou com o meu rosto, eu respirei fundo.
 

POV Cathy

Erik estava fazendo um esforço considerável para não demonstrar a dor que obviamente estava sentindo. Mordi o lábio, tentando ser o mais gentil que eu conseguia. Quando eu terminei de limpar as feridas no rosto dele, Erik respirou fundo. Ele pegou a máscara de volta e a ajeitou no rosto.

-Onde mais eles te machucaram, Erik? - eu perguntei, cautelosa. Eu realmente não queria saber, mas eu precisava cuidar dele. É que saber o quanto machucaram Erik me dava raiva, ódio.

Ele olhou nos meus olhos, provavelmente se perguntando se ele queria que eu continuasse ali, se ele queria que eu visse.... Então Erik começou a desabotoar os botões da camisa. O  abdômen dele era musculoso - ah, meu Deus - mas estava completamente machucado.

Enquanto eu cuidava desses machucados também, percebia com o canto do olho que Erik me observava. Agora ele não parecia mais sentir tanta dor - ele tinha um sorrisinho brincalhão lhe contornando os lábios enquanto me observava.

Finalmente terminei. Parecia bem melhor agora, mas ele nem se deu ao trabalho de colocar a camisa de volta. Os olhos de Erik continuavam presos em mim.

-Que foi? - eu perguntei, me virando pra ele depois de largar as coisas que antes me ajudavam a cuidar dele.

-Nada. - ele respondeu como uma criança. Ergui uma sobrancelha. -É... Eu gosto quando você fica preocupada comigo, Catherine. Gosto de saber que você se preocupa.

-É claro que eu me preocupo. E era o mínimo que eu podia fazer, Erik. Você vive fazendo tantas coisas pra mim. Quer dizer, eu não me lembro de tudo, mas desde que eu acordei naquele hospital na Itália, totalmente perdida, você já veio fazendo tantas coisas. Eu nem sei como retribuir tudo isso, na verdade.

Erik sorriu.

-Mas eu sei. - ele se aproximou lentamente, e seus dedos acariciaram meu pescoço. Os lábios dele estavam a meros milímetros dos meus e então eu ouvi a voz dele de novo. -Basta me dar o seu amor, pequena. É de tudo o que eu preciso.

Eu sorri para ele, olhando em seus olhos cristalinos, e me aproximei, fazendo nossos lábios se tocarem. Erik tinha uma urgência e uma paixão da qual eu não me lembrava, mas que eram muito familiares. Minhas mãos envolveram o pescoço dele, e ele puxou minhas pernas para si, fazendo com que eu ficasse em seu colo. Depois ele segurou minha cintura com firmeza, nossos corpos pressionados um contra o outro. Deslizei minha mão pelos ombros dele, e então pelas costas musculosas.

Nós dois só paramos depois de alguns minutos, quando precisavamos recobrar o fôlego com urgência. Ele me olhou, intenso.

-Eu te amo, Cathy. - ele sussurrou.

Eu sorri, acariciando a parte visível do rosto dele.

-Eu amo você, Erik. Estava com saudades.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, espero que vcês tenham gostado! Eu gostei de escrever.
Comentem! Me incentivem! Hehe
Bjos, Luna :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Mascarado 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.