Amor Mascarado 2 escrita por LunaCobain


Capítulo 14
Descobertas




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–E foi isso que eu lembrei, parou aí.

–Você está se lembrando rápido.

–Ainda bem.

Erik beijou os meus cabelos, enquanto suas mãos acariciavam minha cintura por cima da camisola.

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–Catherine, que tal se a gente for lá para cima? Quem sabe você não se lembra de mais alguma coisa...

–Tudo bem, Erik. - eu respondi olhando dentro de seus olhos azuis lindos.

Nós dois nos arrumamos, e Erik me guiou pelos túneis estranhamente familiares. Aliás, quando nós começamos a passear pelo Teatro Abeau, eu percebi que tudo ali era estranhamente familiar.

Passamos a tarde inteira andando pelos corredores. Erik me mostrou o salão de bailes, o palco e o quarto que eu dividia com algumas meninas antes. Mas ele ficava dizendo que deixaria o melhor para o final.

No finzinho da tarde. quando o sol já ameaçava sumir do horizonte, Erik me fez subir várias escadas que davam em corredores cunfusos, até a gente chegar lá no alto, onde só tinha uma porta. Antes de abrir a porta, ele colocou as mãos nos meus olhos, para me impedir de enxergar alguma coisa e, atrás de mim, ele me guiou.

–Pode olhar agora. - Erik falou com sua voz aveludada, tirando as mãos dos meus olhos.

Eu abri os olhos para ver a minha frente a cidade inteira de Paris, vista de cima, ao pôr do sol. Erik continuava parado bem atrás de mim, no que me pareceu ser um terraço, o telhado do Teatro Abeau.

–Erik, isso é lindo!

–Eu sei. Era um dos seus lugares preferidos daqui.

Olhei para trás para ver um Erik sorridente se aproximando. Retribuí seu sorriso e, ficando nas pontas dos pés, abracei-o. Percebi que ele se surpreendeu, e demorou para corresponder. Mas quando ele respondeu ao abraço, passando os braços em volta de mim com força e, ainda assim, gentil, afundando o rosto no meu cabelo, meu coração pulou uma batida.

–Você está sendo ótimo para mim, Erik. Obrigada. - eu sussurrei.

Os braços fortes dele se estreitaram ainda mais ao redor do meu corpo quando eu disse isso.

–É meu dever, Cathy. - ele sussurrou no meu ouvido.

Nesse momento, ouvi a porta se abrir e o som de passos se aproximava. Eu me virei um pouco para ver quem era, ainda nos braços de Erik. Dois policiais, aparentemente, que se aproximavam olhando para Erik. Olhei para ele com os olhos arregalados, e seus olhos azuis estavam maiores que os meus. Não era nem um pouco normal ver policiais em Paris, muito menos dentro das construções.

-Seu nome é Erik? - o policial mais alto perguntou.

Erik assentiu devagar. 

-Bom, eu tenho um mandado de prisão para você, monsieur.

Enquanto ele falava, o outro policial algemava as mãos de um Erik incrivelmente passivo.

Meu queixo caiu com tal visão, e lágrimas ameaçavam cair de meus olhos. 

-Erik?

-Você confia em mim, Cathy? - os policiais o empurravam na direção da porta. Era estranho ele se deixar levar assim. Os dois policiais eram menores do que ele, Erik com certeza era mais forte. Ele tinha feito os dois pararem de andar para que ele se virasse para me olhar.

-Ahm... Confio, Erik. - eu corri até ele. - Eu confio em você.

Ficando nas pontas dos pés e colocando uma mão sobre a parte de seu rosto que a máscara não cobria, eu beijei Erik. Ele correspondeu, embora mal pudesse se mexer com os dois policiais o puxando.

-Parem com isso. - o baixinho exclamou, e recomeçou a empurrar Erik pelas escadas e depois pelos corredores numa velocidade que eu não conseguia alcançar. Tudo o que eu pude fazer foi segui-los na minha velocidade máxima, o que significa que era uma velocidade bem baixa.

-Erik! - eu gritei, desesperada. Ele era tudo o que eu tinha.  Eu não me lembrava dos meus amigos, meus pais não estavam aqui.  

-Eu amo você, Catherine. - ele disse, por cima do  ombro.

Meus joelhos cederam, e eu não pude mais segui-los. Lágrimas caíam dos meus olhos sem parar. Me surpreendia que um rio de água salgada não tivesse se formado sob meus pés. Abracei meus joelhos e me encostei na parede e, sem que meu cérebro comandasse, comecei a soluçar. O que Erik fez para ser preso? Ele era tão doce, gentil e amável... Ele era lindo e ele me... ele me amava. E eu nem sequer o respondi. Ah meu Deus. Eu precisava me lembrar das coisas.

-Catherine? - alguém chamou, me fazendo olhar para cima.

Era um menino ruivo de olhos verdes, bonito. Tinha provavelmente a minha idade, se não fosse um pouquinho mais velho... Eu tinha sonhado com ele, mas não lembrava seu nome. Alguma coisa Monteg. Enfim....

-Está tudo bem? 

-Eu... Eu não sei. - eu disse por entre lágrimas. Ele estendeu a mão e me ajudou a levantar.

-O que aconteceu?

-Nada. Nada importante. - eu menti. Não queria dizer que o meu marido, do qual eu não  me lembrava, tinha sido preso por algum motivo que eu desconhecia e que agora eu precisava tirá-lo de lá.

-Você mente muito mal, Catie.

-Eu minto muito bem, só no estou no melhor dia.

-Dá pra perceber.

Eu fiquei encarando o menino por um momento. O nome dele era Arnaud.

-Não vai mesmo me contar o que aconteceu? 

-Não. Se eu tentar vou começar a chorar de novo, e eu não quero isso.

-Tudo bem, nem eu. 

Ele me segurou pela cintura, dos dois lados, me sustentando. Meus joelhos tremiam e sem a ajuda dele, eu não conseguiria me manter de pé.

-Vem, Catherine, eu vou cuidar de você. Tudo bem?

Eu assenti, sentindo-me extremamente carente. Ele secou algumas lágrimas amargas com o polegar e sorriu.

Parece que eu tinha alguém, afinal.


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Notas finais do capítulo

Bjos, Luna :*



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