Destinatário Desconhecido escrita por Dreamy


Capítulo 5
Coisas simples da vida




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– Certo! Você quer me dizer logo o que passa nessa sua cabeça? - perguntou Hugo batendo o garfo na mesa e assustando Lily.


– O que?


Hugo ergueu uma de suas sobrancelhas, aproximou seu rosto para perto de sua prima apontando seu dedo indicador em direção de seu nariz.


– Você está exepcionalmente distraida, mais do que geralmente. Quer me dizer logo o que está acontecendo?


Lily sorriu e mordeu seus lábios.


– Hoje é um dia lindo, nada demais - mentiu.


A verdade é que pensava na ultima carta que recebera de DD.



"Prepare-se para a próxima quarta. Acredite, farei que você nunca mais as odeie"



Estava imaginando o que aquele garoto estava planejando dessa vez. Aquele misterioso, incrivel, doce e gentil garoto...

Por algum estranho motivo, acreditava de que estava se escrevendo com o garoto mais perfeito de todos e nem mesmo passara por sua mente de que talvez estivesse exagerando.

Cada carta que recebia dele descobria algo novo de sua personalidade e ele a dela.

Os dois haviam trocados segredos que nunca contaram a ninguem. Segredos que Lily nunca mesmo havia confiado a Hugo e ele a outro alguém.

DD admitiu de que toca violão desde que um de seus companheiros de quarto, que viera de uma familia trouxa artista, lhe mostrou os diferentes tipos de instrumentos e musicas trouxas. Desde então, DD havia se interessado pelo violão e o seu amigo lhe ensionou a tocar. Infelizmente, nunca teve realmente a coragem de se apresentar em frente de ninguém a não ser seus colegas de quartos, mas que sonha um dia apresentar-se em um palco. Na realidade, ele quer ser mais do que um cantor, quer virar um ator. Mas não um ator de televisão, como os trouxas, ele sonha virar um ator de teatro e mais do que isso, ele quer despertar o interesse dos bruxos por apresentações estilo trouxas. Ele sonha um dia de trazer a comunidade bruxa em um teatro trouxa, sonha com que os bruxos aprendam a apreciar outras especies de musicas e entreterimento, além de sua comunidade magica.

Lily conseguia se lembrar exatamente de suas palavras em uma de suas cartas:


"As vezes a cegueira das pessoas fecham as portas para novas oportunidades e as deixam em um quarto com somente escuridão, mas nós podemos ser a janela que lhes mostra a luz"


Cada carta recebida, ela tinha guardado em uma caixa especial debaixo de sua cama, tendo sempre o cuidado de que suas colegas de quarto não vejam. Cada pergaminho escrito por ele, cada frase, cada letra estavam guardadas para que somente ela pudesse um dia reler.

Relembrar quantas vezes ela se sentou naquela cama e escreveu seus pensamentos. Relembrar cada coisa que ela colocou em um simples pedaço de pergaminho. Cada palavra escrita, cada desabafo que somente ele sabia.

Ele era tudo, ele era um homem de verdade.

Não como a maioria dos garotos que ela conhece, ele não era um insensivel ou imaturo ou convencido ou malicioso ou tudo junto como os outros alunos daquela escola.

Ele era simpático, carismático, divertido, talentoso, esperto... Tudo que uma garota sonha.

Provavelmente era alto, quem sabe com lindos cabelos marrons e encaracolados. Seus olhos provavelmente eram castanhos, mas não um castanho qualquer, mas sim claro, tão claro que podia ser quase um amarelo escuro.

E seu sorriso, concerteza deveria ter a capacidade de iluminar até a escuridão, seus dentes devem ser tão brancos como a neve e deve ter o poder de fazer que seus problemas parescam pequenos e sem importancias com somente seu lindo riso.


– Lily? - perguntou Hugo olhando para a prima que estava perdida em seus pensamentos.


Hugo olhou para seu prato, que estava somente meio cheio. O garoto largou seu garfo e faca, de repente não sentia mais fome.


– Vou pular no lago negro e lutar contra a Lula gigante, quer vir junto? - brincou o primo em uma tentativa desesperada de chamar a atenção da ruiva.


Lily somente sorriu dem um modo galante. Não pelo que o primo disse, obviamente, pois estava presa em sua imaginação.


– Ahm? Oh, desculpa, o que foi que disse? - perguntou ao perceber que Hugo parecia esperar por uma resposta.


– Ah... - o garoto suspirou - Nada - disse se levantando e deixando sua prima sozinha para que pudesse continuar a fugir da realidade.


x-x-x-x


"Esteja nos jardins da escola, perto do lago. Olhe para os céus, observe a paisagem, sente-se embaixo da maior árvore cerca do lago e espere que chegue às 15 horas"


"Essa coisa das quartas vai ser permanente agora?"


"Não criarei mais nada de novo para você. Não será preciso. Somente vá todas as quartas até lá e espero que seja suficiente para fazer com que seja especial"


"Esse é seu jeito de dizer que é permanente, não?"


"Esse é meu jeito de dizer que as coisas mais simples são as mais belas. Somente esteja lá amanhã às 15 horas"


x-x-x


"Estou aqui... Onde que está você?" - pensou Lily consigo mesma.


Não adiantava procurar por ele. Não havia ninguém por perto dessa vez.

No campo de Quadribol se passava um jogo emocionante de Grifinória vs Sonserina, algo que nenhum aluno perde a oportunidade de ver, pois era um clássico.

Nenhum aluno exceto por ela.

Era a primeira vez que estava perdendo um jogo de Quadribol, por algum motivo o misterio da missão parecia ser mais emocionante do que um bando de bruxos voando em vassouras.

A garota sentou-se debaixo da árvore, como DD havia pedido.

Olhou para o lago... Era uma visão bela.

O sol refletia nas águas do lago, o gramado dançava de acordo como o vento soprava. A ruiva sentia seus cabelos voarem por causa da brisa levemente fria. Ela encostou-se contra o tronco e aproveitou aquela sensação.

Fechou os olhos por um instante e procurava guardar aquele sentimento gratificante de tranquilidade.

Não pode evitar de sentir seus lábios fazerem uma curva. Estava sorrindo.

Obviamente que estava.

Tudo que ele fazia a fazia sorrir.

Até mesmo quando não estava realizando algo com sua magia, somente por fazê-la relaxar e aproveitar as coisas em volta, era o suficiente para deixá-la feliz.

Afinal, existe algo mais belo do que perceber a beleza da vida?

Do que observar um lago, ouvir as vozes de alguns sereianos debaixo d'água?

De ver a Lula-Gigante mover seus tentáculos fazendo que a àgua criasse pequenas ondas?

Até mesmo escutar os pios de corujas voando para mandar mensagens, sentir o calor do sol tocar em sua pele, ver as folhas da árvore caírem lentamente e de ter a chance de aproveitar coisas que ela nunca havia antes dado atenção.

Existe algo mais belo do que isso?

O fato é que sim.

Afinal, exatamente às 15 horas em ponto, Lily escutou um estranho som vindo da àrvore. Olhou para cima e viu que novos galhos cresciam e que rapidamente nasciam novas folhas. Entre as folhas creciam estranhos frutos, rapidamente, mas lento o suficiente para que a pessoa que visse pudesse observar com atenção.

Os estranhos frutos se abriram e de lá brotou-se flores.

Todo tipo de flores. De todas as cores e formas.

Aquela árvore estava infestado de cores, as folhas verdes se misturavam com as lindas pétalas vermelhas, roxas, azuis, rosas, amarelas, brancas e laranjas. Parecia um arco-íris, era um arco-iris feito somente de flores.

Um arco-iris em uma árvore que pertencia a ela. E somente a ela.

Os olhos de Lily brilharam.

Aquilo era uma magia bela de se ver.

Uma folha, que diferentemente das outras, não possuia um tom verde, mas sim amarelo, amarelo mostarda, caia lentamente.

Achando estranho que aquela folha tivesse uma cor distinta das outras, Lily a agarrou do ar.

Havia algo escrito nela.


"Lembre-se, às vezes as coisas mais belas da vida são as mais simples. Procure não deixar que o mundo te polua"


x-x-x


Tyto estava agitado, voando pelo quarto e piando alegremente com seu pequeno cachecol, mais uma vez, como quase sempre, suas colegas estavam fora.

Lily segurava uma flor que agarrara daquela árvore. Ela não era muito boa em Herbologia e por isso, não tinha a habilidade de saber que tipo de planta aquela era, mas não lhe importava.

Colocou a linda flor com pétalas amarelas e a cheirou. Era doce.

Levantou-se da cama e se olhou no espelho, apoiando a tal flor atrás da orelha direita para ver o efeito. As petalas se destacavam por causa de seus cabelos de fogo.

Ela sentou-se na ponta da cama e fechou os olhos. Ainda podia sentir a brisa em seus cabelos, as folhas caindo, o sol batendo no lago e os sons dos pássaros (essa era facil de lembrar por causa dos pios de Tyto)

Não podia deixar de se sentir feliz por ele se lembrar. Ele lembrou-se das cartas que ela escrevera.

Aquela quarta-feira fora projetada para ela não se esquecer que as vezes a vida pode ser simples e maravilhosa.


De repente, Lily ouvia-se dar risos tão agudos, que daqui a pouco só faltava acordar as garotas dos dormitórios próximos, mas não conseguia evitar.

Ele pensou nela, ele pensou em um modo de deixá-la feliz, tudo porque ela lhe contara sobre seus problemas.

Sobre como odiava seus dias porque pareciam vazios. Como às vezes se cansava de ser filha de Harry Potter, (que na realidade ela não denunciara o nome) não por não amá-lo, mas sim pelo modo de como as pessoas a vêem. De como ela normalmente tem que se mostrar forte e dedicada para que não arruine o seu sobrenome. Os Potters são pessoas bravias e corajosas. Eles são conhecidos por serem ótimos jogadores de Quadribol, por serem os melhores nas Defesa Contra as Artes das Trevas, Potters não são pessoas fracas, nem mesmo sua mãe quando adolescente aparentava ter mostrado um aspecto de fraqueza. Era conhecida como ter sido uma artilheira maravilhosa, de ser super talentosa em feitiços e de ser uma das garotas mais fortes e corajosas que Hogwarts já vira e isso é o que sempre foi esperado de Lily.

Em uma carta, ela escrevera exatamente como se sentia, de como gostaria de voltar a ser pequena e mudar certos aspectos de sua vida. De como ela desejava de ter recebido uma simples boneca em vez de uma vassoura, de como gostaria de ter usado um lindo vestido em festas de aniversários em vez de uma calça jeans e uma camisa qualquer e de como ela teria adorado de saber que essas eram as coisas que almejava naquela época para ter tido a oportunidade de dizer aos seus pais e não saber isso somente a uns anos atrás, quando a infância já se foi e isso tudo já é tarde demais.

Não que ela não tenha orgulho de ser quem é. Ela ama seus pais, ama de ser uma Potter, mas já fazia um tempo atrás de que se perguntava se isso o que ela aparenta ser é realmente o que é.

A mais de uns dois ou três anos atrás, quando a puberdade apareceu e as meninas de seu ano começaram a agir de uma forma mais feminina, tinha que admitir que tinha achado graça.

Ela vivia contando piada para Hugo sobre aquele jeito ridiculo delas e de como elas lembravam suas primas Dominique e Victoire que em sua familia eram consideradas as mais patricinhas.

Mas com o passar dos meses, ela entrou acidentalmente em uma loja no Beco Diagonal e ficara deslumbrada com as coisas que vira. Flores, bicinhos de pelúcias, maniquins vestidos com as vestimentas mais lindas que já vira e muito mais. As paredes eram cheias de quadros com pessoas elegantes, a maioria tomando chá.

Falando em chá, aquele local vendia os mais diversos tipos de porcelana que poderia existir. Era tudo tão feminino que a reação dela no começo deveria ter sido de vomitar, mas muito pelo contrário. Seus olhos brilhavam.

Até mesmo comprara uns sapatos cor de rosa de lá, mas quando os usara em casa se lembra das piadas maldosas de seu irmão mais velho.

Sabendo de como James era, ela simplesmente o ignorou, mas evitara de usá-los em casa com ele perto.

Quando as aulas começaram, Lily usara seu par de sapatos outra vez e pelo incrivel que pareça, todos a encarava,.

Nunca poderia esquecer a expressão de seus rostos, muitos de olhos arregalados, outros de bocas abertas, algumas meninas parecendo que acabaram de ver um milagre...

Era impressionante de como um simples par de sapatos pode ter um grande impacto na vida de alguém. Lily se lembrara de que nunca mais os havia usado desde então. Pelo modo, ela não era uma "garota" o suficiente para usar sapatos daquele. Se os outros já reagiam assim por causa daquilo, imagine se ela aparecesse usando roupas rosas? Se começasse a se maquiar e a usar calçado altos? Se começasse a sair por ai segurando uma revista sobre a ultima moda dos bruxos...

Se sentia mal por deixar que simples olhares ditassem o que seria daquele dia em diante. Aquilo mostrava fraqueza e se tinha algo que ela odiava era ser fraca.

Mas odiava mais com a ideia de que os outros a vissem do jeito que ela antigamente via pessoas que gostavam das coisas que ela fingia odiar. De que começassem a vê-la como uma garotinha patricinha sem cérebro.


Até mesmo depois de relembrar dessas coisas, Lily não podia deixar de sorrir.

As flores que DD fizera era um simbolo. O simbolo de feminismo. Era o jeito dele dizer que ela era bela, delicada e feminina como uma flor mesmo que não demonstrasse isso. A felicidade é encontrada da forma mais simples que existe e ela não deveria deixar que os outros tirassem isso dela.

Aquele foi o modo dele de dizer isso.

Foi metafórico e de algum modo perfeito.

Afinal, ele era perfeito.


x-x-x


– Vejo que tem andado tomado o remédio que te dei. - comentou Hugo ao se encontrar com a prima na hora do almoço.


– Aham. Eles tem ajudado muito.


Hugo não parecia satisfeito, seu rosto rígido denunciava sua preocupação.


– Ainda assim... - disse lentamente - Tem andado dormido o suficiente, não?


– Fez a lição de feitiços? - desviou Lily o assunto.


Hugo parecia irritado por sua pergunta ter sido ignorada, mas se limitou em somente balançar sua cabeça negativamente.


– Para dizer a verdade, não. - admitiu o garoto - Estive muito ocupado ontem.


– Ah... espera - a ruiva abriu sua mochila e de lá retirou um pergaminho - Aqui, pode copiar.


– Não preciso, obrigado - agradeceu - Ainda tenho um tempo livre antes da aula, eu faço rapidamente.


– Tem certeza? - perguntou incredula - Leve de qualquer modo, se por acaso o tempo ficar curto demais para fazer por si mesmo, é meu modo de agradecer pelas pilulas.


– Okey, mas você respondeu as questões corretamente? - perguntou pegando a tarefa e lendo o que sua prima escrevera.


–Espero que sim, passei duas horas fazendo... Hugo?


O garoto deixou o pergaminho cair. Ficou por um momento pasmo.


– Hugo está tudo bem?


O ruivo não respondeu, somente voltou a pegar o pergaminho do chão e voltou a ler claramente cada linha.

Lily não entendendo a reação dele, sentou-se de seu lado e começou a ler cada palavra que estava escrito.

Não possuia nada demais.

Somente questões chatas com respostas, que para seu desespero esperava de que estivessem corretas, porque provavelmente aquelas perguntas cairiam nos NIEMS e ela tinha que responder corretamente.

Hugo olhou do pergaminho para Lily. De Lily para o pergaminho. Do pergaminho para Lily e por ultimo de Lily para o pergaminho.


– Ah... - disse Lily com um tom decepcionado - Não me dia que está tudo errado! Não tenho tempo de refazer tudo isso.


– Não... ahm... esta tudo certo, acho, digo, espero... Bem, obrigado... A gente se vê depois.


A garota franziu o cenho enquanto olhava seu primo se afastar voltando a ler o pergaminho.

O que tinha acontecido com Hugo Weasley?



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Notas finais do capítulo

N/A: Entaaao... Infelizmente nossa querida e amada Winnie nao pode betar o capitulo (ela nao tem nada haver com a minha demora pra postar. Demorei pra postar pq demorei pra escrever. Mandei o cap pra Winnie hoje e ela leu ainda hoje ;D )
De qualquer modo, estou ansiosa pra ler a opiniao dela nos meus reviews o/
Bem, nao sei muito o que dizer sobre o capitulo hahaha.
Eu gosto de imaginar a cena da árvore com as flores, e pra ser sincera, eu realmente acredito que as coisas mais lindas sao simples. Nao é preciso de muito para ser feliz, nós é que complicamos tanto e deixamos que coisas banais nos irrite.
Ahh, agora, me digam o que acaharam da frase:"As vezes a cegueira das pessoas fecham as portas para novas oportunidades e as deixam em um quarto com somente escuridão, mas nós podemos ser a janela que lhes mostra a luz"
Eu queria inventar algo sábio para DD escrever e acabou surgindo isso hahaha. Nao sei o que pensar, nao sei se gosto ou nao disso, mas achei que tinha que colocar.
De qualquer modo, espero que estejam gostando!
Tenho que admitir que um de meus personagens favoritos é na realidade Tyto hahaha. Ele simplesmente é fácil de escrever. Nao faz nada além de voar, piar, mandar cartas e usar um cachecol ;P
De qualquer modo, beijos a todos que estejam acompanhando e obrigada por estarem lendo essa fanfic ^^
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Comentário random da autora e nao importante para essa história: Para ser sincera, estou trabalhando em uma fic nova que somente Winnie sabe haha.
Será a mais complicada que já fiz, pq será na realidade uma série em que se passa em todos os 7 anos de Hogwarts.
Por enquanto tenho o rascunho de um capitulo e o resumo da historia de cada uma das fanfics.
Mas nao irei postar até terminar essa aqui.
Será praticamente a vida de Rose, Albus e Scorpius. Somente avisando caso alguém de vcs tenha interesse de ler quando eu terminar Destinatario Desconhecido ^^
Agora sim, fui ;*



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