Black Butterfly escrita por Very Happy


Capítulo 9
Cap. 9:Cruel


Notas iniciais do capítulo

Gente ta ai mais um. Espero que gostem
=D



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Estava atordoada. Aqueles olhos do meu mascote eram iguais
aos da “coisa”. Precisava saber por quê. Será que haviam feito alguma mutação?

Levantei-me bem cedo. Havia dormido pouco na noite passada,
então não me dei ao trabalho de ficar curtindo preguiça na cama. Vesti minha armadura e sai em direção a sala de Mira, precisava resolver algumas coisas com ela.

Chegando lá, bati na porta levemente, com medo de ela estar
ocupada. Mas não estava. Abriu a porta e, sorrindo ao me ver, gesticulou para eu entrar. Acomodei-me em uma poltrona na frente da mesa, onde pude notar mais pilhas do que da última vez que estive lá. Mira sentou-se em sua cadeira e disse:

–Bom dia, querida. Como você esta?

–Bem. – respondi, olhando para o chão.

–Ótimo. Mas, a que devo a honra?

–Bom, é que... ontem recebi meu mascote.

–Jura? Nossa como ele... ela... o ser é?

–Bom, não sei exatamente. Ele parecia não ligar para mim. – disse, olhando em seus olhos.

–Bobagem. É só porque ele ainda não se acostumou com você.

–Legal... mas, não era exatamente sobre isto que queria falar com você.

–Ok, diga.

–Bem, quando recebi meu mascote, ele pulou em cima de mim e
pude perceber como ele era...

–Lindo? – interrompeu-me ela

–É, e familiar.

–Como assim?

–Lembra-se daquele ser que me trouxe aqui pela primeira vez?

–Ah, sim, um Distante.

–O que?

–Distante, é o nome daquele ser que te trouxe aqui.

Demorei uma pouco para falar algo, enquanto processava
aquela informação.

–Ok, mas, os olhos do... Distante... são iguais ao do meu
mascote.

A expressão de Mira mudou de animada para interessada.

–Entendo. Mas, porque concluiu isto? – ela me perguntou

–Porque e os vi. Quando o Distante me buscou em meu quarto
eu pude ver seus olhos. – fiz uma pausa – Sra. Mira, porque...

–Sabe, de todos os alunos que já tive, você foi a única a me
perguntar isto. – ela me interrompeu – Bem, vamos lá. Sophia, os Distantes tem este nome pois eles são de bem longe daqui. Na verdade, eles não são, mas precisam ir para se tornarem... mascotes. Cada um tem seu próprio mascote, porque cada uma recebe a “visita” de um Distante diferente. Assim, cada Distante escolhe seu futuro dono. Entendeu?

Assenti com a cabeça, esperando que minha mente desse conta
daquilo tudo.

–Ok. Então, que tal agora ir atrás de seu mascote. Destino
isto como uma tarefa de casa. Se precisar, venha aqui para eu lhe liberar das próximas aulas. Agora, vá.

Sai da sala e passei a manhã toda correndo pelo jardim, para
poder encontrar meu mascote-antissocial. As únicas coisas que achei, foram uma cadela e um coelhinho. Vencida, sentei-me em um banco e observei a paisagem, exausta.

Mas, logo ouvi um suspiro. Olhei para trás e para os lados e
nada. Outro suspiro, mais fácil de identificar sua origem: debaixo do banco. Olhei embaixo do mesmo e então o vi. Meu mascote. Estava devidamente sentado e observava a paisagem como eu. Sua pelagem branca realçava seus olhos amarelados, deixando assustador e fofinho ao mesmo tempo. Lembrava-me um lobo, só que bem menor que um verdadeiro. Sua respiração estava calma e suas orelhas atentas.

Voltei meu olhar ao sol e, tentando puxar assunto, falei:

–Bela tarde.

Ele nada falou, só continuou olhando para o nada. Irritadiça,
falei:

–Bom, talvez não goste de mim, mas, por favor, se esforce.
Terá de me proteger então...

“Será que você não para?”, ouvi uma voz em minha cabeça. Na
verdade, a mesma voz que ouvi no meu primeiro dia na quadra.

Olhei para ele e vi que este me encarava. Será que ele foi
quem falou comigo?

“Foi... você?” perguntei, em pensamento.

“Não vejo mais ninguém aqui. Você vê?” perguntou-me ele.

“Não”, respondi atordoada.

“Olha, sei que tenho de proteger você mas não sou obrigado a
gostar de você. Só te proteger”, disse, se levantando e saindo, então completou "A propósito, me nome é Mayro, e não coisa. Me chame de May para abreviar. Provavelmente não vai esquecer este nome, certo?”, e saiu, balançando o rabo.

Como ele podia ser tão... tão... sarcástico? Não acreditava
que ele era meu mascote.

Voltei ao meu quarto, e por lá passei o resto do dia. A
única aula em que fui foi as das 17:00, pois precisava falar com a Alice. Cheguei lá e a aula já havia começado. Rodrigo estava na arena e Alice o observava. Corri até ela e sentei-me ao seu lado.

–Onde estava? Já ia falar com Mira. – ela disse.

–É uma longa história, mas acho que dá tempo.

Comecei a contar tudo para ela: sobre a conversa com Mira,
com o May,... enfim, tudo. Ao final, ela estava boquiaberta.

–Quer dizer que os mascotes são Distantes?

–Sim – respondi.

–Nossa, isto é tão chocante. Espere até Rodrigo ficar
sabendo.

Logo, olhei para arena. Rodrigo não estava mais lá. Acho que
devia ter sido carregado para fora da arena.

–Shopia May. – chamou o professor.

–Tenho que ir. – falei para Alice e sai para a quadra.

–----Na Manhã Seguinte---

Ao final das aulas, fui direto para o quarto. Estava cansada
e começara a gripar, logo que pedi um xarope às borboletas. Elas me trouxeram uma mistura que cheirava até bem. Bebi um gole e torci o nariz. Até onde percebi, ali tinha mel, alho e limão, além de algumas ervas que boiavam na xicara. Acabei o mesmo e fui tomar banho, um banho quente e demorado.

Dormi muito bem aquela noite, exceto pelo fato de eu ter
tido um sonho muito estranho. Estávamos em uma floresta, todos de Acompte. Lutávamos entre nos e muitos morriam. Acordei quando acertaram uma adaga em meu peito. Subitamente, levei a mão ao busto, para ver se não havia perdido nada. Voltei a dormir e não tive mais sonhos.

De manhã, tomei café e fui mais uma vez para quadra, mas no
caminho, encontrei duas garotas conversando. Quando passei por elas, eu ouvi. Era ela, a voz, ERA ELA!


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