Linha Vermelha escrita por NaruShibuya


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente... Eu não tenho mais certeza se eu estou escrevendo para alguém ou não, já que parece que a fic foi completamente abandonada, mas eu ainda não desisti de LV, então peço para que não desistam de mim também!
16/05/2018



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 • Usui PDV 

 

Me senti culpado ao observar as costas tensas de Ayuzawa, enquanto ela se afastava de mim rapidamente.

Bom, já está feito.

Voltei para minha casa andando a passos lentos, quase me arrastando pelas ruas da cidade. Diferente de tudo que eu havia falado para ela, eu queria, na verdade, comprovar que eu ainda gostava dela.

Era como se tivesse sido criado um vácuo dentro de mim, desde que eu descobri que meu irmão está vivo, e esses sentimentos foram jogados para lá, sendo anulados.

Bem, pelo menos era isso o que eu achava, até beijá-la, há poucos minutos.

De repente, a visão preto e branco que eu tinha dela, bem na minha frente, explodiu em cores vivas outra vez.

Não tem uma explicação lógica para o que eu senti, mas foi algo que eu não imaginei que pudesse acontecer.

Fechei a porta atrás de mim e desabotoei a camisa, largando-a sobre o sofá logo em seguida e rumei até a cozinha para pegar um copo de água, mas parei em frente à geladeira.

E se ela estivesse se sentindo da mesma forma que eu?!

A última vez que a gente conseguiu ficar em um mesmo ambiente sem que nada desse “errado” já fazia bastante tempo! E se, de alguma forma, ela tenha começado a se sentir exatamente da mesma forma que eu?, ainda mais depois da bomba que eu acabei por jogar sobre seu colo há alguns dias...

Com tudo isso acontecendo, não me admiraria que Ren, mesmo que sem segundas intenções, se aproximasse dela para lhe dar apoio, e ela acabasse gostando mais dele, e alguma parte da sua mente dissesse que um relacionamento comigo – qualquer que fosse – era algo que iria machucar, que era danoso, e então ela começou a negar o que quer que fosse que ela sentia por mim, em autodefesa, e se afastou.

Senti vontade de me socar.

Se for esse o caso, eu não piorei tudo forçando um avanço hoje? – apesar de não ter sido a intenção forçar qualquer tipo de situação, e sim apenas apurar a minha própria situação...

Bufei, esfregando as mãos em meu rosto, frustrado. Eu sou um maldito egoísta!

Não é atoa que ela fugiu tão depressa.

Além de ter feito algo que, para ela, nesse momento, pode ter sido fisicamente desagradável, eu ainda a deixei mais confusa.

— Mas que merda! – rosnei, irritado. – Quando foi que eu parei de prestar atenção aos movimentos e às ações dela a ponto de não ter entendido isso antes?!

Agora, o único jeito é deixar a poeira abaixar, e rezar para ela não me afastar de vez.

Enquanto isso, vou me manter o mais afastado possível, entrando em contato apenas quando necessário.

Depois da minha “brilhante” resolução de tudo isso, resolvi que era mais útil eu tomar banho e dormir do que continuar a me martirizar pelas burradas que eu fiz, então, antes que eu resolvesse fazer mais algo, entrei no banheiro e terminei de me despir, e assim que terminei o banho me joguei em minha cama, cansado demais, e apaguei.

 

• Misaki PDV •

 

Parei em frente ao portão de casa, tentando recuperar o fôlego. Já fazia tempo que eu não corria tanto...

Entrei em casa com as pernas trêmulas.

Mamãe me olhou engraçado, e tentou segurar um sorriso brincalhão, mas não conseguiu.

— O que houve? – perguntou, se sentando à minha frente, à mesa.

Dei de ombros.

— Por que tudo sempre tem que ter um motivo? – resposta errada, Misaki!

Ela arqueou uma sobrancelha e eu corei.

Sempre que eu fico na defensiva, ela confirma que tem algo acontecendo.

— Por que está tão na defensiva? Sua mãe está apenas preocupada com você! – senti vontade de fugir dela também, mas me mantive sentada, olhando fixamente para a mesa a minha frente, como se fosse a coisa mais interessante do mundo. – Sabe, Misaki, para uma pessoa inteligente como você, você consegue ser bem lenta para perceber algumas coisas, não é?...

Tremi levemente.

— Não passe tanto tempo negando as coisas, ou fingindo que não entende o que já está claro para você, ou pode ser tarde demais quando você resolver agir seriamente – se levantou e afagou minha cabeça.

Olhei para ela com os olhos levemente arregalados e ela me deu um doce sorriso de canto.

— Você precisa ---

— Te ensinar essa minha magia? – ela me cortou, e eu concordei a contragosto. – Para usar com seus filhos, talvez? – fiz silêncio novamente, fixando meu olhar para longe de seu rosto. – Você um dia vai pensar nisso. Bom, aposto que o pensamento já pode ter passado pela sua cabeça algumas vezes, ainda mais na sua situação atual – riu quando saiu um som esquisito de minha boca, enquanto eu tentava contra argumentar. – Não é nada de mais, na verdade, é apenas percepção. É que quando a gente ama demais alguém, a gente passa a saber decifrar até o mínimo movimento, e o mínimo pensamento. Tudo que a pessoa faz passa a ter um grande significado – olhei para ela, e ela piscou um olho e saiu da cozinha cantarolando, mas logo retornou. – Ah, esqueci de avisar: enquanto você estava fora, uma pessoa ligou te procurando. Provavelmente te ligará novamente, já que eu dei seu número para ele...

Concordei, sem ter prestado realmente atenção no que ela disse. Eu estava perdida, pensando sobre o que ela tenha dito sobre percepção.

— Eu não acho que seja isso... – murmurei para mim mesma. – Afinal de contas, eu consigo ler Ren como se fosse um livro aberto, mas não consigo decifrar o mínimo do que pode estar se passando na mente de Usui.

Me afastei lentamente da mesa. Por que eu coloquei Usui em evidência?...

Desde que a gente se beijou, mais cedo, que eu tenho a sensação dentro de mim que algo mudou, que algo foi deslocado. Antes, eu estava sentindo absolutamente nada por ele, agora é como se ele tivesse ganho um brilho diferente.

Eu acho que é sobre isso que mamãe estava falando.

Suspirei. Não, eu não nego porque eu sou lenta... Eu nego porque eu sou uma medrosa!

Me levantei e fui para o quarto, para esperar a tal ligação.

Os minutos se arrastaram, e levou o que pareceram horas para meu celular começar a tocar.

No mostrador estava escrito simplesmente “número desconhecido”, mas como eu sei que minha mãe não daria meu telefone para alguém que seja um completo estranho, atendi mesmo assim.

— Ayuzawa Misaki?— a voz do outro lado era grave e transmitia um sentimento de poder e controle absoluto.

— Sim, sou eu – concordei, hesitante. Definitivamente não era a voz de alguém que eu conhecesse.

— Bom... Eu preciso falar com você. É um assunto de seu interesse.

— Estou ouvindo – disse, mas o homem não deu sinal de que iria falar mais nada. Quando eu estava prestes a desligar, ele se pronunciou novamente.

— Desculpe, mas pelo telefone não podemos. Eu preciso me encontrar com você. Pessoalmente.

Me senti desconfortável. Como eu posso me encontrar com uma pessoa obviamente mais velha do que eu, e que eu nunca vi na vida?

— Quem é você?... – perguntei por fim.

— Também não posso te falar por aqui— respirei fundo, tentando não desligar e encerrar o assunto agora. — O que eu posso te dizer é que você pode ser um alvo, por isso estou mantendo tanto sigilo. São assuntos relacionados à seu pai.

Senti algo revirar em meu estômago e finalmente entendi sobre o que se tratava.

Ultimamente eu recebi algumas ligações assim, mas ninguém jamais marcou um encontro, e sempre falaram sem problemas pelo próprio telefone.

A questão é que ele parece ser alguém de muito maior influência do que os outros que me ligaram, e parece suspeitar de algo com relação à chamada.

Hesitei por alguns momentos, antes de poder me pronunciar novamente, até que tive uma ideia.

— Eu posso levar alguém comigo? Ele está envolvido em tudo isso...

— Eu imagino que seja o menino Usui, não é? — concordei. — Leve-o. Isso é um assunto que precisa ser tratado com ele também.

Estranhei. Como pode ser um assunto que ele tem envolvimento, já que pelo ponto de vista das pessoas que se dispuseram a me ajudar, meu plano era meio suicida?...

A não ser que ele esteja vendo isso de uma maneira completamente diferente dos outros... Esteja vendo como eu estou vendo...

— Ok. Diga aonde e quando podemos nos encontrar.

— Eu vou entrar em contato novamente quando encontrar um lugar seguro o bastante para nós conversarmos. Até lá, não fale mais que o necessário para esse garoto Usui. Não o envolva demais nos assuntos, e diga apenas que recebeu uma ligação e que vai precisar dele para poder se encontrar comigo.

Concordei novamente, ainda que hesitante.

Isso não está me parecendo nem um pouco seguro...

— Posso perguntar seu nome?

— Tudo será especificado no nosso encontro. Até lá, eu não posso te passar informações em locais não confiáveis.

E então desligou.


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Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno, porque a minha vida tá corrida.
É isso, pessoal. Quando possível, posto o próximo capítulo, que provavelmente vai ser um Extra.
Espero que tenham gostado.



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