Linha Vermelha escrita por NaruShibuya


Capítulo 2
Capítulo 2




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• Usui PDV •

Estava na sala, não prestava atenção no professor. Queria que chegasse logo o intervalo. Quero vê-la. Quero descobrir os mistérios que cercam aquela garota.

– Usui-san - olhei para cima e vi um colega de classe me encarando.

– Sim?

– É sobre a excursão - excursão? Vai haver algo assim? Sorri. - Você quer ir com o nosso grupo?

– Ah, sim, obrigado.

Excursão, hã? Talvez tenha vindo em uma boa hora, só preciso saber se ela irá.

Era intervalo agora. Ótima hora para perguntar.

Fiquei parado dentro da minha sala, esperando ela passar. Quando assim o fez, me levantei vagarosamente e segui caminho para o terraço vendo que ela ia lá novamente.

Quando eu entrei ela estava encostada ao muro, observando o céu, de costas para mim. Eu me aproximei silenciosamente e a abracei por trás, mas não encostei meu corpo ao seu, apenas a rodeei com os meus braços.

Ela pareceu sobressaltar-se, dando um pulo. Olhou para baixo, encarando meus braços que passavam ao redor de sua barriga e depois olhou para o meu rosto, dando de cara com o meu sorriso mais pervertido. Ela abaixou o olhar, estava ficando vermelha. Isso é bom. Jamais irei me cansar de fazê-la ficar com vergonha. Realmente... não tem preço.

– Me solte - disse, tentando fazer voz de brava. Não deu certo.

– Não quero – disse, fazendo um floreio. Apoiei o queixo em seu ombro e apertei um pouco mais o abraço.

Dessa vez ela pareceu ficar brava de verdade. Começou a se mover, tentando se libertar de meus braços, parando logo depois. A movimentação havia nos aproximado, fazendo-a ficar presa entre o muro e meu peito. Senti seu corpo ficar rígido, sua respiração saiu rápido, em uma lufada, e depois não senti mais movimento algum – ela a estava prendendo.

– Você vai à excursão? - perguntei

– Hã?

– A excursão? Você vai? - ela não parecia ser mais capaz de me responder.

• Misaki PDV •

Excursão? Vai haver algo assim? ah!, sim. Agora entendo o motivo das garotas da sala terem me perguntado se eu queria entrar no grupo. Era para isso. Sorri sem jeito.

– Sim, eu vou - respondi colocando as mãos por cima de seus braços, tentando puxá-los. Má ideia.

Isso pareceu motivá-lo, fazendo-o apertar mais o abraço, aproximando mais seu corpo ao meu.

Olhei para seu rosto ainda apoiado em meu ombro, percebendo, tarde demais, que isso nos deixara muito próximos. Próximos demais. Eu podia sentir sua respiração descompassada em meu rosto, seu hálito em minha boca entreaberta.

Ele apoiou sua testa à minha, apertando-me contra seu corpo. Eu tentei sair dali, me mover, desviar a cabeça, mas meu corpo simplesmente não respondia.

Ele se aproximou, fechando os olhos, mas por um reflexo até sobrenatural, eu desviei o rosto no último segundo.

Ele abriu os olhos quando sentiu que beijara minha bochecha. Ele pareceu despertar de um transe.

Mais que depressa ele me soltou novamente, e se afastou. Virei para sua direção e o vi desabar do outro lado do terraço, bem ao lado à porta.

– Você... Qual o seu problema? – perguntei meio revoltada. – Nós... – parei para pensar; ele provavelmente não lembraria mesmo – Nós nos conhecemos ontem.

Ele parou, parecia pensar na resposta, mas não disse nada, apenas sorriu. Esse garoto tem o dom de me irritar!

Desviei o olhar enquanto me sentava. Que sensação estranha eu estou sentindo...

• Usui PDV •

Continuei encarando a garota à minha frente. Qual era o meu problema, certo? Suspirei. Eu preciso parar de ser impulsivo. Ela parece estar muito brava comigo... Sorri.

Olhei para ela novamente, pronto para pedir desculpas, mas reparei que seus olhos não transmitiam apenas raiva... Eles estavam com... desejo?

Ela queria o beijo... Ela queria aquele beijo! Mas ela o rejeitou.

Suspirei. Claro! Eu sou um idiota! Ela não quer se aproximar de garotos, ainda mais de um que ela conheceu no dia anterior...

Levantei e fui em sua direção, me ajoelhando à sua frente.

– Me perdoe – falei de forma sincera. – Eu não sei o que se passou pela minha cabeça para tentar algo do tipo. Prometo que nunca mais acontecerá – sorri. – A não ser, claro, que você me peça – sorri de forma pervertida, apenas para deixá-la mais corada.

Peguei sua mão e a levantei comigo.

– Vamos, o intervalo já vai terminar.

Ela apenas suspirou e me seguiu.

Quando saímos do terraço, todos começaram a murmurar. Eu acho que a Ayuzawa vai querer me matar depois disso. Dei uma leve tossida para disfarçar a risada.

– Por que você está rindo? – ela perguntou, me fuzilando com os olhos.

Provavelmente seremos a fofoca pelo resto do ano, sorri. Fiz aspas com a mão livre e disse:

– A garota ‘’problemática’’ que não fala com ninguém e o garoto gostoso que nunca ‘’pega’’ ninguém – ri novamente. – Ai! Não precisava me dar uma cotovelada, eu estava apenas brincando... – fiz beicinho.

– Seu idiota... Me envolvendo em fofocas desnecessárias – bufou. – E quem disse que você é gostoso? – ri, divertido, de sua expressão.

Parei na porta da sala dela e sorri.

– Até amanhã, Ayuzawa – soltei sua mão. – Posso pelo menos te dar um beijo na bochecha? Nossos fãs estão esperando para ver algo.

– O qu...? É claro que não!

– Na bochecha? Não tem mal algum em beijar a bochecha...

– Ok. Ande logo, antes que seu professor entre em sala e você seja penalizado porque ficou aqui enrolando.

Sorri, vitorioso.

Apoiei uma mão na parede, fazendo um floreio, e a beijei na bochecha, o mais perto de sua boca que eu me atrevi, de forma gentil e carinhosa.

Quando me afastei, vi que ela me encarava de forma dura, mas o desejo estava lá novamente, bem claro em seus olhos.

– Tchau – sorri e virei, indo para a minha sala.

Quando entrei na sala, todos os garotos me cercaram e começaram a fazer perguntas.

– Você está namorando a novata?

– Esse é o Usui-san que eu conheço... Sempre pega todas as garotas que quer – sorriu, um sorriso nojento.

Olhei para ele, zangado. Ele pareceu se assustar com a minha reação.

– Desculpe-me, mas, diferente de você, eu tenho algo chamado caráter, o que me impede de ‘’pegar’’ uma menina. Saiba que eu não vejo Ayuzawa como um objeto, e não a estou “pegando”.

Depois que eu me sentei, todos da turma viraram sua atenção para o rapaz, e começaram a debochar dele.

Sorri, satisfeito.

Com exceção de algumas coisas, eu não quero ‘’pegar’’ a Ayuzawa. Sorri de forma pervertida, e comecei a ter devaneios que eu não deveria ter.


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