Linha Vermelha escrita por NaruShibuya


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

HEY! :D
Foi mal a demora, eu tive um pouco de problema para completar esse capítulo, já que tudo que eu colocava nele soava extremamente idiota .-., ENTRETANTO, para recompensar vocês pela espera a mais, o MAIOR capítulo da fic até agora!



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• Misaki PDV •

Acordei sentindo uma leve pressão em minha cabeça. Tentei passar a mão no local para tentar aliviar o incômodo, mas fui impedida.

— Não, não – escutei Usui dizer enquanto segurava minha mão. – Eu estou trocando o curativo. Aguente mais um pouco, já está acabando.

Fiquei quieta e aguardei. Eu ainda sentia o clima pesado entre nós dois, só não tinha certeza se ainda era por causa de ontem ou se por causa de antes, quando eu o pedi para sair de minha vida.

— Ayuzawa, por que está fazendo careta? – sentou do lado de minha cintura. Ele parecia tão frio novamente. Suspirei. Acho que tudo que aconteceu ontem foi fruto de minha imaginação...

— Você... – tentei. Senti minha garganta seca. Dei um leve pigarro, temendo me machucar e tentei de novo: - Você conseguiu ver quem era?... Eu achei ter visto um membro do conselho, mas não me recordo de seu rosto – minha voz arranhava em minha garganta... Um som horrível de se escutar.

Ele confirmou com a cabeça. Seus olhos adquiriram um brilho perigoso. Confesso que me assustei por um instante. Nunca pensei que veria alguém como Usui, que tem o rosto sempre tomado pela falta de expressão, com um brilho tão intenso nos olhos.

— Não se preocupe com esse assunto – sua voz saiu grave. Ele está muito irritado. – Eu cuidarei disso. No momento eu só quero que você descanse, ainda são 4h ou 5h da manhã.

Dei de ombros. Eu preciso levantar daqui a pouco de qualquer maneira. Só espero que essa pressão e esse peso terrível que eu estou sentindo em minha cabeça tenham passado até a hora que eu enfim levantar.

— Você não está pensando em ir à escola, está? – me encarou malignamente. Talvez ele mesmo agora querendo me bater. Confirmei com a cabeça e ele grunhiu. – Está louca? Tem noção do que pode acontecer com você se for à escola? Ainda mais em seu atual estado?! – alterou sua voz, quase chegando a gritar.

— Eu estou muito bem, Usui – esbravejei, me arrependendo instantaneamente. Minha garganta arranhou e doeu. Dei uma leve tossida na intenção de disfarçar a dor, mas ele sabia que tinha me machucado.

— Ah, é? Se você conseguir se levantar e andar até a cozinha sem a minha ajuda e sem bambolear uma vez sequer, eu juro que paro de te perturbar – disse, em desafio. Se levantou e se afastou, sentando no banco do piano e me encarou, fazendo sinal para que eu levantasse e andasse.

Suspirei e tentei me sentar. Péssimo sinal. Com o mínimo de esforço que eu fiz, minha cabeça já pareceu consideravelmente mais pesada e a pressão me fazia querer fechar os olhos. Infelizmente meu orgulho é maior do que meu bom senso, então me levantei mesmo assim.

Fechei os olhos e respirei com dificuldade. Testei o primeiro passo para frente de forma incerta - e minhas pernas não me deixaram na mão -, então testei mais alguns. Lancei um olhar de relance para Usui e ele me encarava de braços cruzados e olhar distante. Ah, ele está doido da vida comigo... Sorri de canto.

Dei mais alguns passos e contornei a mesa de centro. Parei um pouco, tentando fazer a sala parar de girar. Mais alguns passos e eu estava parada em frente à Usui. Agarrei seus ombros buscando apoio quando enfim minhas pernas falharam.

Ele agarrou minha cintura e me trouxe para perto, mas não fez nada mais do que me segurar para que eu não fosse de cara no chão.

— Desculpe por fazer você se preocupar comigo – murmurei. – Mas se eu não for, estarei provando para aquele maldito que ele conseguiu o que queria: me afastar da escola e da presidência – Usui pareceu ponderar sobre o que eu falava. – E se eu , depois de tão pouco tempo, começar a me ausentar na escola e nos meus ‘’compromissos’’, o diretor vai ficar irritado.

— Mas...

— Olha, Usui, eu gostaria muito de poder ficar o resto da minha vida pregada na cama, sem jamais encarar meus problemas, mas eu acho que está na hora de crescer. O que eu falei para você e para Ren faz parte dessa minha decisão também. Eu jurei que não iria mais viver fugindo de meus medos; que não iria mais adiar minhas decisões importantes... E que não iria mais magoar ninguém...

Ele pareceu surpreso com o que eu falei. Acho que ele não esperava que eu fosse tomar alguma decisão madura. Dei de ombros.

— Você não está com Ren? – questionou. Ou talvez eu tenha entendido mal os sinais que ele demonstrou. Então de tudo que eu disse, ele só se ateve nisso... Francamente...

Ignorei-o, me afastando vagarosamente, tentando chegar à cozinha. É claro, entretanto, que não demorou muito para que ele me segurasse, impedindo que eu continuasse.

— Responda-me.

Neguei com a cabeça e puxei o braço. Não acho justo mentir e dizer que estou com Ren. Isso apenas causaria mais dor a Usui, e apesar de tudo que eu fiz, ele ainda tenta me ajudar, ele ainda se importa comigo.

— Eu não estou com ninguém, Usui. Eu decidi que prefiro sofrer sozinha a magoar algum de vocês – virei em sua direção. Eu estou tão cansada de toda essa situação... Senti meus olhos encherem de lágrimas, mas tampouco me dei ao trabalho de secá-las ou impedi-las de correr livremente por meu rosto. Que se dane se estou chorando ou não, eu apenas preciso me livrar de todo esse peso que eu estou sentindo dentro de mim. – Será que você não entende?! – balbuciei. - Eu os amo demais para escolher alguém, ainda mais sabendo que o outro vai sofrer por minha causa! – senti um aperto no peito quando percebi o que eu estava falando. Ah, merda. Tudo que eu mais precisava agora era abrir a boca e falar besteira... – Esquece isso, Usui – limpei meu rosto e desviei o olhar.

Usui parecia que tinha levado um choque. Não esperei muito tempo para ver suas feições. Apenas me virei e continuei a tentar chegar à cozinha – e é claro que ele me impediu de novo.

— Você me ama – não foi uma pergunta.

Neguei com a cabeça. Ele sorriu, divertido. Ótimo, porque tudo que eu precisava agora era ser piada para ele novamente.

— Eu sempre soube que você gosta de mim, Ayuzawa, não adianta tentar negar... – sorriu. – Mas confesso que escutar isso de você tem um efeito totalmente... diferente... – fez uma carícia em meu rosto e se aproximou perigosamente. – Eu te entendo – sussurrou em meu ouvido. Senti como se uma onda de choque passasse de seu corpo para o meu com violência. Tremi.  – E é por isso que eu não vou mais insistir. Quando você estiver pronta, sei que tomará a decisão que será correta para você.

As palavras de Usui me deixaram em choque e seu sorriso de canto me fez perder totalmente o foco que eu estava mantendo em não cair, então minhas pernas simplesmente cederam.

Ele me agarrou instintivamente pela cintura, seu rosto ficando perto demais do meu. Ele estava ofegante, provavelmente pela proximidade em que nos encontrávamos. Não demorei a perceber que eu tinha prendido a respiração e o fitava profundamente nos olhos.

— Ayuzawa – sua voz soou tão grave e sensual... Comprimi os lábios e tentei afastar a crescente vontade de beijá-lo. Abriu a boca meia dúzia de vezes e em todas elas voltou a fechá-la, sem ter o que dizer. Ele me encarava com olhos reluzentes e cheios de desejo. Não tenho dúvidas de que eu o encaro do mesmo jeito que ele está fazendo comigo agora.

Sem me dar conta minha mão foi subindo, parando em sua nuca. Ele fechou os olhos em êxtase com a carícia. Já eu me amaldiçoei por ter nenhum controle em meu corpo naquele momento, e eu tinha total consciência de que precisava me afastar dele agora!


• Usui PDV •

Ayuzawa me olhava com desejo. Seus olhos ardiam e sua respiração saía em rápidas e descompassadas lufadas de ar. Sua mão em minha nuca se prendeu em meus cabelos, em resposta, eu apertei sua cintura.

Um leve suspiro escapou por seus lábios. Ela se inclinou no mesmo instante que eu o fazia, fechando os olhos.

Sua respiração descompassada banhava meu rosto. Eu estava me aproximando. Ela estava se aproximando.

Seu nariz tocou o meu com suavidade. Subi uma de minhas mãos para sua nuca e me aproximei o restante, entretanto seu celular começou a tocar.

Como quem desperta de um transe com uma enorme descarga elétrica, ela se afastou de mim. Me fitava desnorteada, e eu não devia estar muito diferente disso...

Ela girou de forma mecânica e foi até o sofá, pegando e atendendo à chamada.

Tentei liberar toda minha frustração, mas não era possível! Quem era que estava ligando?! Maldito timing!...

Eu os senti... Mesmo que apenas com uma fração do meu lábio, eu os senti...

Bufei, irritado.

— Não se preocupe... Eu estou bem – disse de forma apressada. Talvez fosse sua mãe... – Não, Ren, eu já disse que estou bem! Por favor! – sua voz falhou. Ela falhou! – Não devem ter sido tantas assim... – se sentou e encarou o celular como quem deseja muito quebrar o aparelho. – Ren, eu já disse, você não precisa mais se preocupar comigo! Eu estou bem, garanto!

Fez careta e fechou a cara, ficando irritada.

— Eu sei que você me conhece, mas não há nada que você possa fazer para me ajudar no que está realmente me incomodando.

Bufou e desligou a chamada, ameaçando jogar o aparelho o mais longe que conseguisse.

Abaixou a cabeça e bagunçou os cabelos de forma violenta. Bufou e respirou fundo meia dúzia de vezes até parecer finalmente se acalmar, então olhou para mim.


• Misaki PDV •

Usui estava se aproximando e eu não conseguia me afastar. Simplesmente não conseguia! Era como se uma força me levasse em sua direção, me forçando a me aproximar mais e mais de seus lábios... Quando seu nariz encostou no meu, eu senti meu corpo tremer e então, quando faltavam poucos milímetros para que o beijo ocorresse, meu celular tocou.

Arregalei os olhos e dei – quase – um pulo para trás. Desnorteada, fui até o aparelho e atendi sem sequer olhar.

— Misaki? Você está bem? – era Ren, com uma voz absurdamente desesperada.

— Não se preocupe... Eu estou bem – olhei discretamente para Usui e percebi que ele me encarava. Desviei o olhar antes que ele percebesse que eu o fitava.

— Você não está bem... Eu sinto que tem alguma coisa errada, Misaki! Suzuna me ligou dizendo que você tinha saído logo depois de chegar do colégio e que você não retornou até agora! Onde você está? Por favor, não me afaste... Mesmo que você esteja confusa, me deixe cuidar de você!

— Ren, eu já disse que estou bem! Por favor! – senti minha voz falhar... Estou preocupando todo mundo novamente...

Minha garganta estava queimando e cada palavra que eu proferia aumentava ainda mais o desconforto. Olhei para Usui novamente e vi dor em seus olhos.

— Misaki, por favor... Eu já te liguei mais de 50 vezes! Eu sei quando você está mentindo e que aconteceu alguma coisa. Eu só estou preocupado.

— Não devem ter sido tantas assim... – respondi, descrente.

— Mas que... merda, Misaki! Qual o seu problema? Você sabe que não caio nas suas mentiras, eu já falei: eu estou apenas preocupado! Sua irmã parecia que ia ter um ataque de pânico enquanto falava comigo! Da hora que ela me ligou ela disse que já faziam quase 3h que você tinha simplesmente saído e não retornou.

Sentei no sofá desejando não ter atendido a ligação...

— Ren, eu já disse, você não precisa mais se preocupar comigo! Eu estou bem, garanto! – esbravejei, irritada. Será que ninguém pensa que eu poderia ter ido me encontrar com alguém? Que eu podia ter ido fazer alguma coisa que levasse tempo? Claro que não... Minha vida social é uma merda e todos sabem disso.

— Eu te conheço! Apenas me deixe te ajudar, sua teimosa!

— Eu sei que você me conhece, mas não há nada que você possa fazer para me ajudar no que está realmente me incomodando!

Desliguei a chamada sem sequer escutar o que ele tinha para responder. Merda! Merda!...

O amaldiçoei por me conhecer e mais ainda por insistir tanto em mim, mesmo depois de eu falar que prefiro ficar sozinha. Amaldiçoei até Suzuna por ter ligado para ele... Aliás, de onde ela tirou o número dele?! Pensei em jogar o telefone na parede para que ele não me ligasse mais, mas isso iria adiantar de pouca coisa...

Olhei para o relógio no visor do aparelho e me surpreendi: 5h45. Eu preciso voltar para casa, caso contrário não vai dar tempo de tomar banho, me trocar e ir para a escola...

E só então me lembrei de Usui. Ele me encarava com um misto de sentimentos: frustração, raiva, indignação, preocupação e dor.

Ah, cara, eu só queria ter uma vida normal. Estudar de forma normal e sem precisar tomar conta da escola inteira; ter amigos e sair de vez em quando para distrair a cabeça; gostar de apenas uma pessoa...

Acho que isso é pedir demais, no fim das contas...

— Usui... – sua expressão se contraiu como se ele tivesse levado um soco. Suspirei. Novamente o sentimento de estar fazendo tudo pela metade me dominou. Me aproximei alguns passos dele, receosa de que ele me afastasse. – Eu não suporto ver essa dor em seus olhos... É a pior coisa do mundo saber que eu sou a causa disso, Usui, mesmo que talvez você não acredite nisso.

Seus olhos foram ganhando outros sentimentos, e endureceram também. Ele está irritado e magoado comigo e eu não posso culpá-lo por se sentir assim.

— Eu sei que você está confusa, Ayuzawa, mas a decisão tem que vim de você, e não de nós... – sua voz soava exausta.

Ah, mas que diabo! Que se dane!

Me aproximei o resto que faltava de Usui e o abracei. Não era um abraço com respostas ou segundas intenções, era apenas um... abraço...

— Desculpa – murmurei contra seu ombro. Engoli a vontade de chorar e apertei seu corpo com mais força. – Eu tentei me afastar de vocês pensando que iria impedir que vocês se sentissem assim, mas eu fui ingênua... Eu fui idiota, Usui. Tudo que eu fizer vai fazer com que vocês se sintam assim! – ele envolveu meu corpo com cuidado, entretanto naquele momento não existia dor física em mim, a única coisa que me doía era a culpa. Meus olhos ardiam com as lágrimas que eu tentei reprimir, mas que desciam mesmo assim por meu rosto.

Ele me afastou e nos levou até o sofá e limpou meu rosto.

— Por que está chorando, Ayuzawa? – neguei com a cabeça e dei de ombros. Eu já desisti de me entender há muito tempo... – Se eu te contar uma coisa você promete que para de chorar e apenas fica brava comigo? – arqueei uma sobrancelha... Aí vem merda. Ele sorriu de canto e se aproximou, sussurrando em meu ouvido: - Eu procurei a síndica do prédio para poder te trocar, mas como não a encontrei, quem teve que fazer isso fui eu – arregalei os olhos. – E aliás, adorei o sutiã.

O empurrei para longe de mim pelos ombros e abaixei a cabeça para esconder o rosto vermelho de vergonha e raiva. Escutei sua risada e a pressão do sofá sumiu.

Escutei alguns passos e parei de escutá-los, para logo voltar a escutar e sentir novamente a pressão ao meu lado no sofá, e algo sendo colocado sobre minha cabeça. Puxei o tecido e vi que era mais uma muda de roupas de Usui.

— Eu pensei em lavar sua roupa para te devolver, mas elas estavam rasgadas, sem chance de consertar, então eu apenas as joguei fora. Eu vou te levar até sua casa e depois vou te acompanhar até a escola, então eu a aconselho a tomar logo banho ou você vai se atrasar.

Levantei e segui até o banheiro e antes de fechar a porta disse:

— Obrigada por, apesar de tudo, cuidar de mim, Usui. E eu não estou irritada... Eu sei que você não olhou de propósito, você não é esse tipo de cara – e terminei de entrar e fechei a porta, perdendo um lindo sorriso e um rosto abobalhado de Usui.

Tomei  banho e troquei de roupas o mais rápido que consegui. Sentia um cheiro tentador vindo do lado de fora do banheiro. Saí com o estômago protestando, afinal, já fazia muito mais de 24h desde que eu comi alguma coisa...

Usui apontou para a mesa com a frigideira que estava em sua mão, e eu simplesmente obedeci, dando de ombros...

Ele é bipolar... Como pode uma pessoa estar tão ‘’normal’’ – não que ele seja normal – e depois estar tão frio novamente?...

Ele havia preparado um ótimo café da manhã, tinha que admitir! Tudo estava absolutamente divino! E o mais surpreendente foi ele ter feito tudo isso em tão pouco tempo...

Sorriu de canto enquanto levava a xícara com chá pelando aos lábios; os truques de Usui realmente não tinham fim... E isso me afetava também, surpreendia-me... atraía-me...

O que é errado! Me repreendi mentalmente.

— Se não se apressar, você vai se atrasar, Kaichou... – senti um arrepio na espinha. Ele estava certo, já estava ficando tarde, porém não era isso que me incomodava na sentença do louro.

— Não me chame de kaichou! – bradei. Minha garganta latejou, mas ela estava pouco me ferrando para aquilo... Não era como se eu não fosse ter que gritar na escola. Era melhor aceitar logo e ignorar a dor, talvez assim não me incomodasse tanto... - Eu já estou indo... – completei de forma mais branda. Me levantei e me dirigi à porta, porém Usui me agarrou pelo tecido do casaco, parando-me. Revirei os olhos...

— Ainda está muito cedo e mesmo que aqui seja uma área com um baixo índice de roubos e furtos...

— Ok, ok, você vem comigo – cortei, impaciente.

Apesar de não querer admitir, eu estava nervosa em ter que ir para a escola depois do dia anterior – tanto os alunos tentando sabotar meu trabalho e o ocorrido no parque. - A questão era: eu não posso fugir! Afinal, o que eu posso fazer? Mudar de escola?... Não via um modo de convencer minha mãe a me transferir... Além do mais, isso mexe profundamente com meu orgulho – a maior parte de mim, ganhando de lavada até mesmo do sarcasmo. – Não quero parecer uma covarde na frente de toda a escola, céus, não!, isso era algo que eu nunca iria fazer!

E, bem... eu também já ultrapassei minha cota de coisas idiotas e embaraçosas que eu podia fazer na escola e na frente de algumas pessoas...

Essa personalidade calma e obediente já fizeram parte de minha vida, mas não consigo mais me imaginar daquela maneira, aceitando à tudo de cabeça baixa. Eu não sou uma maldita covarde!

E, sinceramente... Que se dane quem quer que tente ferrar comigo! Eu vou dar o troco!


• Usui PDV •

Eu observava atentamente à luta interna da morena. Queria ajudá-la? Sim, era mais do que óbvio...

Iria? Nem pensar...

Eu melhor do que ninguém entendo de lutas pessoais e sei que não devo me meter nesse tipo de assunto. Poderia dar conselhos sutis, talvez, mas mesmo isso ainda achava ser errado.

Ayuzawa andava de cabeça baixa, mexendo os lábios de forma frenética enquanto murmurava mil coisas, falando consigo mesma, tentando aliviar a quantidade enorme de informações presente em sua mente naquele momento; tanto que sequer se deu conta de que a porta do elevador ainda estava fechada enquanto se direcionava a ele – e eu muito menos.

Quando eu enfim notei, não tive tempo o suficiente sequer para pronunciar a primeira letra do sobrenome da morena, e então ela chocou seu ombro juntamente com o braço engessado com toda a força que uma pessoa distraída tinha direito.

Seus murmúrios se tornaram um praguejar intenso e sonoro enquanto ela agarrava o braço, tentando aliviar a dor.

Arregalei os olhos por alguns segundos, totalmente perplexo com a reação de Ayuzawa, mas logo me recuperei, me esborrachando de rir logo em seguida.

Como era possível uma pessoa ser tão azarada quanto ela? Seria isso karma adiantado pelo o que pretendia fazer ao maldito que a machucou no dia anterior?...

Ela me fuzilou com os olhos. Se tivesse alguma coisa – qualquer coisa— perto dela naquele momento, eu tenho certeza que ela teria jogado em mim alegremente. Sorri.

Apertei o botão para chamar o elevador e quando o mesmo chegou, debochei:

— Cuidado, kaichou, não vá bater novamente na porta – segurei o riso o máximo que eu pude enquanto seu rosto ia do vermelho ao roxo de raiva.

— Tsc. Usui... – eu tentava de todo jeito segurar o riso. A imagem dela praticamente se jogando contra a superfície de metal estava vívida em minha mente, e sua reação também não ajudava em muito enquanto eu tentava não rir.

— Eu não sabia que você era capaz de xingar, kaichou— não pude evitar o floreio no vocativo...

— Às vezes ajuda a me acalmar – deu de ombros. Sorri enquanto saíamos do edifício. – Preciso me apressar ou vou me atrasar – murmurou, novamente em um monólogo e acelerou o passo.

Em pouco tempo estávamos em sua casa. Ela me disse para entrar enquanto se trocava e falava com sua irmã sobre o ocorrido.

Escutei parte da conversa, apenas as partes em que alguma das duas se alterava e falava mais alto.

Pensei ter escutado alguma das duas dizer palavras de alívio pelo fato de sua mãe ainda não ter chegado do trabalho e não ter precisado se preocupar com isso.

Estava tão distraído enquanto analisava as fotos de família que estavam na sala que sequer me dei conta de que alguém tinha entrado na casa e agora me fitava com curiosidade. O leve pigarro fez meu coração acelerar, enquanto eu me virava apressadamente.

Uma mulher de aparentes 40 anos e largo sorriso me olhava.

Eu não tenho dúvidas de que essa seja a mãe da Ayuzawa; a semelhança física era incrível, e o sorriso dela era tão... fascinante... quanto o da filha.

— Olá – disse, talvez esperando que eu falasse alguma coisa.

— Ah, erm... Olá – respondi, ainda meio atrapalhado devido a surpresa. – Meu nome é Usui Takumi – fiz uma mesura rápida, me recuperando do choque momentâneo.

— Meu nome é Ayuzawa Minako, muito prazer, Usui-kun – sorriu novamente para mim, colocou sua bolsa em cima da cômoda vazia na sala e voltou a me encarar com curiosidade. – Está esperando alguma das minhas filhas? Vejo que é estudante do Seika.

— Ah, sim. Eu estou acompanhando a Ayuzawa... – sorri, revirando os olhos. Todas naquela casa eram ‘’Ayuzawa’’. – Estou esperando a Misaki.

— Bem, sinta-se em casa.

Ayuzawa desceu as escadas logo assim que sua mãe terminou de falar. Já trajava o uniforme do Seika, em seu pescoço descansava um cachecol escuro, e ela carregava sua bolsa na mão. Suspirei. Aposto que seus ombros estão machucados por causa da queda. E, é claro, o cachecol é muito útil para esconder a marca de mordida e a marca da mão em seu pescoço...

Me aproximei e estendi a mão em sua direção. Ela apenas parou e me encarou como se eu fosse doido, sem entender o que eu queria.

Apontei para a bolsa e estendi a mão novamente, esperando que ela me desse o objeto para que eu carregasse.

— Tsc, não preciso disso. Eu estou bem – me ignorou e tentou colocar a bolsa apoiada no ombro esquerdo, entretanto eu fui mais ágil e a peguei de sua mão, colocando-a no ombro direito, o oposto do ombro que eu carregava a minha própria – Por favor, ignore o surto que você vai presenciar agora – murmurou para mim.

Sua mãe estava tendo a visão bloqueada por mim, afinal, sem que eu me desse conta, quando parei para pegar a bolsa da Ayuzawa, eu me coloquei no lugar onde impedia que ela pudesse ver a filha, então ela ainda não tinha visto o estado em que a morena estava.

Entretanto, claro, a Ayuzawa ainda precisava atravessar a sala para que pudesse sair de casa, e sua mãe estava parada bem em frente à porta que levava ao corredor – que levava à saída.

Então respirando fundo e se preparando, ela me contornou, entrando novamente no campo de visão de sua mãe.

E foi instantâneo. O sorriso contigo no rosto de Minako-san sumiu no mesmo segundo.

Seus olhos se arregalaram e ela voou para o lado da filha.

— O que houve com você?!

— Um pequeno acidente, mãe, nada para se preocupar.

— Nada para me preocupar?! Misaki, você está péssima! – a morena revirou os olhos.

— Obrigada, mãe – disse, com sarcasmo.

— Você entendeu o que eu quis dizer – a mulher parecia um pouco mais controlada agora, porém a preocupação não a deixaria tão facilmente.

— Mãe, eu juro, quando eu voltar eu te explico tudo, mas agora eu estou atrasada! Se eu não chegar à escola em 10 minutos o diretor vai me encher de sermão de novo... – ela praticamente suplicava.

— Desculpe me intrometer – comecei... Eu sei que é assunto de família, mas eu estou no meio disso tudo, literalmente, no momento, e eu entendo o ponto de vista das duas perfeitamente. Minako-san está preocupada, e a Ayuzawa não quer sofrer penalidades por causa de uma coisa que não é culpa dela, sem falar que no que isso causaria ao seu orgulho... – Eu posso fazer uma versão resumida dos fatos, se vocês quiserem... – Ayuzawa me encarava como se eu fosse louco, e sua mãe absorvia a proposta.

Essa talvez fosse a melhor alternativa, já que a morena tinha que sair e sua mãe iria ficar atormentada o resto do dia para entender o que tinha acontecido.

— Por favor, Usui-kun – Minako-san disse por fim. Concordei com a cabeça e comecei o relato da forma mais resumida e escondendo os piores fatos por agora para que a mulher não ficasse pior e mais preocupada do que já estava.

— Aparentemente depois de um dia longo e estressante na escola sendo a nova presidente do conselho estudantil, Ayuzawa foi tomar um ar para se desestressar depois que chegou em casa – e essa parte eu estou apenas supondo, já que eu não tenho confirmação alguma de que esse tenha sido o motivo para ela ter saído. – Ela ficou na praça por algum tempo, mas quando se preparava para voltar, foi abordada por um jovem bêbado, que a derrubou no chão... – olhei rapidamente em sua direção e pude ler em seus olhos ela me pedindo para excluir essa parte no momento. – Quando eu estava passando para ir para o meu apartamento, vi uma pessoa desacordada e me aproximei para poder ligar para a ambulância, mas quando vi que era a Ayuzawa, eu decidi me certificar de que ela não tinha nada grave, então eu a levei para o meu apartamento, que era mais perto do que o hospital.

— Por que você não a trouxe para cá? – foi a única pergunta da mulher. Ela parecia ambos mais calma e mais preocupada do que antes.

— Bem, eu não sabia aonde ela morava, então...

— Desculpe, mãe, mas eu tenho que ir agora – disse enquanto agarrava meu pulso e me puxava para fora do jeito que podia. – Eu prometo que conto a versão completa quando eu chegar em casa.

Bateu a porta e me deu uma olhada rápida pelo canto do olho.

— Por que fez aquilo?

— Sua mãe estava preocupada. Se você saísse sem explicar nada para ela, ela iria ficar o dia todo pensando nisso e imaginando coisas talvez até piores do que de fato ocorreram...

— Claro, nada pior do que quase ser estuprada e enforcada por um idiota bêbado que estuda na mesma escola que você e ainda ter que lidar com ele todo dia na sala do conselho... – me cortou, sarcástica.

— O que eu quis dizer, Ayuzawa, é que eu entendo o ponto das duas: você quer evitar mais problemas por causa do diretor, e sua mãe está tendo a reação que qualquer mãe teria...

— Eu sei, Usui. Eu não estou irritada... Eu estou apenas preocupada com a reação dela quando ela souber o que de fato aconteceu.

Parecia razoável para mim. A preocupação dela era genuína e com motivos lógicos.

Passei a mão em sua cabeça, fazendo carinho no local. Talvez isso a acalme um pouco, sorri.

— Usui – murmurou. – Eu acho que... Eu acho que não vai dar certo. Toda essa confusão de me afastar e afastar vocês assim não vai funcionar. Eu preciso de outra solução, mas eu não vou afastá-los novamente. Se você ainda quiser ser meu amigo, bem, é tudo que eu posso te oferecer... Eu acho que fui egoísta e, mesmo querendo convencer a mim mesma de que estava fazendo isso para não magoar ninguém, no fundo, eu só queria tirar o meu da reta...

Deixei escapar uma leve risada. Ela é uma caixinha de surpresas...

— Eu sei como é isso... – comecei. Ela me fitou e arqueou uma sobrancelha. – Eu já... – respirei fundo. – Eu já passei por algo parecido... – forcei um sorriso quando ela fez uma cara estranha.

— É sobre o seu irmão... não é? – sorri cabisbaixo. – Me conta?... – pediu baixinho.

Acho que eu ainda não consigo lidar com isso dessa maneira. Desviei meu olhar para o chão.

— Nós precisamos nos apressar, ou eu vou me atrasar – disse enquanto pegava minha mão e começava a me puxar. Eu a encarava e ela simplesmente sustentou meu olhar, sem se importar se eu agora apertava sua mão.

— Você não está curiosa? – perguntei por fim.

— Com o que? – levantou uma sobrancelha, mas logo piscou um olho e sorriu com cumplicidade. Sorri com o ato.

— Um dia... – murmurei em promessa.


~~//~~

Já era intervalo e eu ainda não tinha conseguido encontrar aquele cara... De certa forma isso é bom e ruim... Confesso que estou ficando cada vez mais irritado e minha vontade de esganar ele aumenta mais e mais.

Passei por alguns minutos na sala do conselho apenas para perguntar à Ayuzawa se ela havia visto o sujeito, mas pelo o que parece, ele não tinha ido à escola...

Parei de andar quando escutei uma conversa entrecortada de alguns alunos membros do conselho em uma sala perto da minha:

— Cara, o Satoshi é simplesmente insano! O Usui vai matar ele! O que passou pela cabeça dele para tentar fazer alguma coisa com a nova kaichou?!

— Ele estava doidão, cara... Eu não acho que ele iria sequer tentar encostar nela se estivesse normal. Sabe como é, né?...

Reprimi a vontade de entrar lá e bater em um por um até que eles parassem de falar merda.

— Não importa! Você acha que eles vão ligar para isso?! Você não viu que o Usui chegou com a kaichou e que ele estava com um olhar mortal?... Tô falando, cara, se os olhos dele fossem metralhadoras, a escola só teria eles dois como alunos! Até os professores comentaram que o cara estava estranho!

Os garotos na sala riram.

— Vocês são uns babacas – o mesmo garoto disse. – Ele a machucou! Ou será que vocês são tão idiotas a ponto de sequer se importarem com isso? Não me importa o quanto vocês odeiam ela, ela ainda é uma garota, e o que aquele otário fez foi muito errado! Tenho pena do que vai acontecer com ele quando ele finalmente der as caras na escola e o Usui o encontrar...

— Deixa de ser bundão, Haru... Aquilo não é uma garota, é só um empecilho que aquele diretor maldito colocou para os membros do conselho fazerem alguma coisa que preste que não seja assistir pornô e namorar com as garotas na sala do conselho.

— Cara, eu não tenho nada a ver com isso, quero mais é que todos vocês vão para a puta que os pariu! Eu me perguntava antes porque eu andava com vocês. Eu é que não vou me ferrar por uma merda que eu não fiz e muito menos apoio! Eu fui.

Escutei barulho de cadeira e logo o tal de Haru saiu pela porta. Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, eu o puxei e fechei a porta atrás dele.

— Onde ele está? – foi tudo que eu me dei ao trabalho de falar. O garoto me encarava com os olhos arregalados e suas mãos seguravam meu braço, que apertava fortemente sua camisa.

— Calma! Eu não sei, eu juro! Tudo que eu sei foi que o cara ligou para um dos caras do conselho e falou tudo o que tinha feito. Depois que ele desligou, o tal cara ligou para mim e me contou! A escola toda já está sabendo, mas eu não sei onde ele está, e também  não sei onde ele mora! Dentre todos os caras que eu falo, o Satoshi foi o que eu nunca tive muito contato, porque ele sempre foi muito babaca – o garoto tropeçava nas palavras, falando desesperadamente.

— Por que ele faltou? – o garoto soltou uma risada.

— Porra, tu já viu com quem ele mexeu? Dentre todas as pessoas, a Ayuzawa era a menos indicada! Todo mundo sabe que você gosta dela, e todo mundo na escola tem medo de você!

Apertei mais sua camisa, querendo socar sua cara.

— Só quero saber mais uma coisa... Quem era o engraçadinho que estava defendendo o cara?

— Cara, eu não apoio o que eles fizeram, mas eu não sou dedo-duro...

— Fico feliz em saber que ainda existem pessoas altruístas nesse mundo. Não se esqueça de dizer que você apanhou por ele então! – levantei o punho em ameaça.

— Calma, calma, calma, calma! – colocou as mãos em frente ao rosto para se defender. Sorri. Imaginei que ele iria falar se eu o ameaçasse. – Era o Kei. Só não me mete em encrenca, porque se eles ficarem sabendo, eu apanho de qualquer jeito!

— Não se preocupe, ele não vai sequer se lembrar de querer te bater – soltei-o e entrei na sala.

Os três garotos que estavam na sala se levantaram e me olharam com apreensão. Sorri com ferocidade.

— O que você quer? – perguntou um dos garotos e eu instantaneamente reconheci sua voz.

— Só duas coisas – comecei, olhando apenas para ele. – A primeira é saber onde está aquele merda.

— E se eu não quiser dizer? – me desafiou.

— Então eu vou ter muito mais prazer em executar a minha segunda tarefa, recém adquirida, devo admitir – ele estreitou os olhos, sentindo a ameaça em minha frase.

— E que seria?... – incitou por fim, querendo saber o que eu pretendia.

— Mostrar para você o que acontece quando fazem mal à Ayuzawa! – seu olhar faiscou e ele ficou tenso. – Você vai apanhar me dizendo ou não onde encontrar ele – dei de ombros.

Ele deu um olhar significativo para os garotos que estavam ao seu lado e logo eles me rodearam, talvez achando que fosse mais efetivo contra mim. Revirei os olhos.

— Eu não vou ter pena de ninguém que se meter entre eu e ele – um dos alunos hesitou e olhou para o tal de Kei. Abaixou os punhos e rapidamente foi para a porta.

— Hey – Kei gritou. – Aonde pensa que vai?!

— Isso não é problema meu, cara! Eu concordo com o Haru, você e seu irmão que vão para a merda, eu não vou me arriscar a ser suspenso e muito menos apanhar por algo que eu não fiz – e saiu batendo a porta.

Encarei o outro que ficou. Sua posição de luta não tinha se alterado nem um milímetro.

Me aproximei, passo a passo, mirando apenas no meu alvo. O outro não se movia, então apenas o ignorei. Quando o ultrapassei, porém, ele agarrou meu pescoço e tentou dar uma joelhada em minha coluna. Coloquei as mãos em minhas costas para amortecer o golpe e o agarrei pela parte de trás de sua blusa e o joguei no chão, por cima de meus ombros.

Vi pela visão periférica o outro arregalar os olhos enquanto o cara que estava no chão tentava respirar. Quando ele tentou se levantar, puxei-o por sua blusa e o encurralei na parede, desferindo um soco em sua barriga para que ele não atrapalhasse mais.

Do jeito que eu o larguei, ele ficou. Não sei se ele desmaiou, mas sei que não vai querer se colocar mais no meio.

— Onde eu o encontro? – esbravejei. A adrenalina e a raiva fluíam por minhas veias. Se eu não tomar cuidado, eu posso acabar machucando esse cara, não que eu me importe.

— Vai se ferrar. Você quer nos julgar, mas olha o que você fez com ele – apontou com o queixo para o seu colega no chão.

— Ele não está com o braço deslocado – bradei – e nem é mulher! Mas não se preocupe, eu não vou te machucar muito. Sabe como é, né? – imitei as palavras dele.

Kei abriu a boca para retrucar. Cansado dessas baboseiras, soquei-o com toda minha força. Ele se desequilibrou e bateu no armário que estava atrás de si, deixando um belo amassado na porta de metal.

Ele grunhiu de dor e avançou em minha direção, levando um chute na barriga e outro golpe no rosto, e então desabou no chão. Ele tentou se levantar, mas tudo que conseguiu foi se apoiar em seus joelhos.

— Avise para o seu irmão que eu vou fazer muito pior do que isso com ele. E se alguém ficar sabendo que fui eu quem fez isso, vai acontecer muito pior com você também – disse perto de seu ouvido, e então ele apagou.

Saí da sala me sentindo um pouco mais leve, mas também um pouco culpado... Eu não sou uma pessoa violenta, e não gosto de resolver as coisas no braço, só que só de pensar que ele estava defendendo o que o irmão tinha feito e falando merda da Ayuzawa...

Agora eu só tenho mais uma coisa a acertar, mas isso não vai ser hoje. Só preciso que ele apareça na escola, enquanto isso, eu espero...


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo está maior porque eu não quis cortar algumas ideias que eu tive, e também meio que para recompensar pela demora a mais no meu prazo de post, eu coloquei algumas coisas que eu iria deixar para o capítulo 18.
Não deu tempo de revisar, eu acabei de terminar de escrever e já estou postando, e eu tenho curso sábado, então não dá mesmo para revisar.
Espero que gostem. Vou tentar postar o próximo antes do meio de Março.
Beijos em seus



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