Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 74
Coelhinha


Notas iniciais do capítulo

Não demorei dessa vez, hein? Que exemplo de autora!
Aqui está mais um capítulo quentinho! Boa leitura.

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Ah! E se você ainda não sabe da fic que eu estou postando regularmente do Hermes e da Jenny, ela se chama "Retorne ao Remetente". Vai lá dar uma olhadinha!

(Momento propaganda off)



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POV Apolo

 

— Eu estou bem, fica calmo. — Disse Alice. Sua cabeça estava encostada em meu peito, enquanto nós andávamos em direção a casa. Thomas tinha corrido na frente para seguir Heather, mas volta e meio retornava para perto de nós.

Nesse instante, eramos só eu, Ártemis e minha musa.

— Eu pensei que você não ia voltar. — Falei preocupado — Achei que eu teria que viver sem você para sempre, e nossa… Isso foi terrível. — Alice ainda estava fraca para responder e continuar uma conversa, por isso só mexeu sua cabeça como um gato fazendo cafuné. Eu dei um curto sorriso, satisfeito — Eu não vou passar nenhum dia a mais sem você. Não importa o que o Ares pensa, eu quero ficar com você.

Alice manteve-se em silêncio. Eu sabia que no fundo o sentimento era recíproco, mas ela não podia falar em voz alta. Seguimos em um silêncio um tanto incômodo, que para a minha surpresa foi quebrado pela minha irmã.

— Alice, eu tenho que te agradecer pelo fardo de amar o meu irmão. — Disse.

Argh, irmãs mais novas! Sempre te envergonhando na frente da sua namorada.

Fardo? — Repeti irritado e olhei para ela — Não é fardo nenhum me amar!

— Eu e mamãe tentamos até hoje. — Continuou ela, olhando para o horizonte escuro na nossa frente — Nenhum sucesso, por enquanto.

— De nada. — Disse Alice em um murmuro.

— De nada?! — Repeti chocado. Alice fechou os olhos rapidamente, fingido dormir. Traidora.

Achei que o assunto morreria ali, mas aparentemente Ártemis não desejava deixar o silêncio reinar novamente. Estranhamente, minha irmã estava empenhada em manter uma conversar humilhante sobre a minha vida amorosa, justamente com Alice.

— Ele te ama muito, sabe? — Disse repentinamente — Ele escreve o seu nome em coisas.

— Ártemis. — Rangi os dentes.

— Uhm. — Foi tudo o que Alice fez, sem saber o que responder.

— Ele até escreve poemas sobre você. — Continuou — Também tem um caderno com vários desenhos do seu rosto.

— Ártemis! — Reclamei mais alto, para ter certeza que seria ouvido.

— Ele guarda na gaveta, perto da cama. — Continuou ignorando-me — Ele também tem uma cueca da sorte, que foi a cueca que ele usou no dia que te conheceu.

— Por Zeus, como você é insuportável! — Gritei para ela, feliz por estar escuro demais para Alice ver meu rosto vermelho — Isso tudo é uma grande calúnia.

— Ele falou de você para a nossa mãe. — Completou. Eu estava prestes a pisar na cabeça da minha irritante irmã, quando Alice tossiu.

— Você falou de mim para a sua mãe? — Perguntou surpresa, e tossiu novamente. Ártemis sorriu, eu pude ver, satisfeita com o efeito que estava causando.

— Ele não fala de ninguém para a nossa mãe, mas falou de você. E falou, e falou, e falou… — Rosnei para ela e ela encolheu os ombros — O que foi, irmãozinho? Estou tentando te ajudar a conquistar a dama.

— Eu não preciso de ajuda para conquistar ninguém!

— Ela trocou você pelo Ares, talvez precise de ajuda mesmo. — Ponderou. Alice prendeu o riso, mas teve a decência de fingir que estava tossindo novamente — Mas ele tem um bom coração, Alice. Isso é verdade.

— Sim, porque as outras coisas não eram. — Aproveitei a oportunidade para me livrar do constrangimento.

— Ah. Claro que não. — Falou ela em sarcasmo e continuou — Ele ama você de verdade. Ele só é um pouco barulhento, esquece a tábua do vaso levantada…

— Ok, ela enten-

— Faz poemas esquisitos, fala de mais sobre si mesmo… — Continuou.

— Ela já ent-

— Gosta de chamar atenção, e é extremamente dramático.

— Acabou a sua lista? — Perguntei fuzilando-a com o olhar.

— A resumida sim. — Ela assentiu — Apesar disso tudo, ele é um partidão.

— Anotado. — Falou Alice, envergonhada por estar sendo coagida a gostar de mim pela minha própria irmã. Era uma daquelas situações onde a sua mãe te leva para o meio de crianças mais velhas e manda elas deixarem você brincar e serem legais com você. Ver-go-nho-so.

Graças a Zeus, chegamos até a casa instantes depois. Heather não estava em lugar nenhum para ser encontrada, o que foi um alívio. Não queria ter um acesso de raiva e queimar a casa inteira. Seria complicado explicar para os outros o que aconteceu.

— Vou te colocar em pé, querida. Segure em mim se sentir alguma coisa. — Eu ajudei-a a ficar de pé e Alice testou suas pernas. Ainda estavam desequilibradas, como as de um bebê que está começando a aprender a andar.

Ela apoiou as costas na parede da casa e respirou fundo. Seus olhos encontraram os meus, e ela sorriu sem jeito. Ajeitei o cabelo dela e analisei seu rosto, tentando conferir se estava tudo okay com sua saúde. Apesar da expressão abatida, ela não estava com febre e também não parecia prestes a desmaiar.

Antes que eu pudesse contar isso a ela, um vento soprou forte demais. Olhei por cima do ombro e vi o exato instante em que um borrão se moveu até nós em uma velocidade assustadora.

— Alice! — Gritou Hermes do meu lado — Querida, o que aconteceu com você?!

Alice abriu a boca, mas ele não a deixou responder. Seus braços a puxaram para um abraço forte, daqueles que dá para sufocar uma pessoa de verdade.

— O que aconteceu?! — Perguntou ainda com um traço de desespero — Eu pensei que tinha perdido você, meu amor! O que acon…

Ele não chegou a completar a pergunta. Hermes soltou Alice, deixando-a encostada novamente na parede e voltou-se para mim percebendo a minha presença pela primeira vez. Não havia mais compaixão em seus olhos, muito menos ternura ou medo. Agora só havia raiva.

— O que aconteceu? — Questionou para mim, furioso. Pisquei atordoado, não entendendo porque eu tinha sido escolhido como alvo da raiva — O que você fez com a minha filha?

— N-Nada! — Respondi chocado — Eu salvei ela! Um manticore atacou e Alice…!

— Um monstro atacou ela? — Disse com surpresa — E você deixou que ela fosse para a floresta enfrentar monstros ao invés de ficar em casa onde era seguro?!

— Pai, ele me salvou. — Disse Alice com uma voz fraca. O deus se virou para olhá-la — Nós fomos atrás de Thomas que tinha fugido. Não sabíamos que…

— Ele devia saber! — Exclamou olhando novamente para mim. Eu comecei a me defender, mas ele ignorou minhas palavras — Não interessa! Nada vai fazer a minha raiva de você ir embora! Minha filha morreu, Apolo! Eu ia ter que guiar a alma dela até o Hades, você pode imaginar o tamanho da dor que…!

Meu irmão soluçou, como se choro tivesse tentado escapar e quase conseguido. Ele engoliu de volta, escondendo-o em algum espaço dentro de seu corpo e voltou a olhar para mim com raiva.

— Hermes, eu sei o que você está sentindo, o que você sentiu naquele momento. — Disse devagar.

— Eu ia ter que explicar para a sua mãe que você morreu. — Disse olhando para Alice, deixando transparecer parte da dor.

— Mas ela está bem agora. Tudo acabou bem. — Completei.

— Não graças a você, obviamente! — Rebateu com irritação — E não me venha com essa história de bem! Olhe para ela! Minha filha parece um zumbi.

Alice piscou os olhos, surpresa.

— Eu pareço um zumbi? — Perguntou chocada para mim.

— Não! Claro que não, gata. Você parece… Eu diria que está mais para vampiro. — Respondi sorrindo para ela.

— Ah, me poupe das suas cantadas! — Reclamou revirando os olhos.

— Pai, eu estou bem. — Disse Alice devagar, tocando o braço do meu irmão. Ele se virou para ela, quase acreditando e eu dei graças a Zeus. Ao menos ela conseguia convencer o pai — Eu estou bem, de verdade.

— Tem certeza? — Perguntou duvidoso.

Alice abriu a boca para responder “tenho”, mas congelou por um segundo, mostrando uma repentina careta. Seus olhos fecharam e ela respirou fundo antes de se curvar e vomitar nos pés dele. Só tive tempo de segurar seu cabelo, impedindo que caísse em seu rosto. Hermes fechou os olhos, e eu pude ver que aquele vômito nos seus tênis de corrida tinha destruído qualquer chance dele me ver com bons olhos.

Minha musa ergueu-se novamente e tentou ficar o mais reta possível. Seu rosto estava ainda mais pálido agora, como se ela tivesse vomitado suas cores no chão. Tentou dar um sorriso sem jeito para ele, mas não ganhou outro em retribuição.

Para a minha sorte, algo cortou o que Hermes ia falar.

— Alice! — Gritou Jenny correndo até nós. Ares veio logo atrás dela, parando perto. Hermes arregalou os olhos para a mortal, como se não esperasse que ela viesse. Ela só ergueu um dedo para ele (não, não foi o do meio) e continuou olhando para filha — O que aconteceu com você? O que houve?

— Eu estou bem. — Disse ela de novo.

— Ela morreu, mas está de volta. — Respondi. Jenny e Ares olharam para mim em choque.

O quê? — Perguntaram ao mesmo tempo. Achei que Jenny ia brigar comigo, assim como meu irmão fizera, mas sua primeira reação foi acertar um tapa no braço de Hermes — Está tudo bem?! Você disse que estava tudo bem, e a nossa filha morreu?!

— Eu ia te contar se…!

— Não tem se, Hermes! Você tinha que ter me contado, seu idiota! Não ter me deixado sozinha com esse cabeça oca para vê-lo comer batatas pelo nariz!

— Isso seria ridículo! — Protestou Ares, e depois olhou para Alice — Mas que loucura foi essa? Como assim você morreu?

— Um monstro nos atacou na floresta, quando fomos buscar o Thomas. — Contou, com a voz mais fraca do que antes. Ela precisava deitar, e rápido.

— Um monstro na… — Seus olhos vagaram para mim, mas não fui o alvo de sua raiva também. Eles pararam em Ártemis, quieta ao meu lado observando a confusão. Ares bufou com fúria — Entendo o que aconteceu muito bem.

Minha irmã ergueu uma sobrancelha para ele.

— Você e suas monstros, não é? — Disse com amargura e raiva — Está satisfeita agora?!

— Como é? — Perguntou, nada simpática.

— Você anda com essas criaturas como se elas fossem cães de estimação! — Reclamou ela — A sua esquisitice quase custou a vida dela! Tudo isso porque você gosta de brincar de caçadora com as suas amiguinhas!

Se tinha uma coisa que a minha irmã levava a sério era… Bem, tudo. Ártemis levava tudo a sério o tempo todo, o que era muito chato. Mas a caçada era algo sagrado, que ninguém podia criticar. Logo, quando Ares rosnou aquilo para ela, Ártemis deu um passo para a frente e ergueu seu queixo com orgulho.

— Está tão preocupado, Ares, mas eu não o vi ajudando a salvar a vida dessa jovem. Quem estava lá era o meu irmão. — Respondeu. Senti-me tentado a gritar um “VRÁÁÁ!” e a bater palmas, mas me contive. Ares ficou vermelho de ódio.

— Escuta aqui, sua filha da…! — Ele ergueu o dedo para ela, e Ártemis agiu com agilidade. Agarrou o dedo indicador dele e virou-o em um ângulo doloroso. O rosto de Ares ficou verde, como se ele estivesse prestes a vomitar também. O deus da guerra trincou os dentes, morrendo de dor.

— A próxima vez que você erguer o dedo para mim, eu vou cortá-lo fora e dar para os meus cães. Entendeu bem? — Ártemis teve o prazer de falar bem devagar, para apreciar as caretas de dor dele. Ares bufou quando ela o soltou, aliviado e furioso — Agora seja sensato. Se se importa tanto com ela, leve-a para se deitar. Está quase desmaiando de novo.

Ártemis se virou e voltou a caminhar para a floresta, deixando o deus da guerra para trás. Jenny e Hermes continuavam discutindo, e agora nós demos atenção para olhá-los.

— Ela está bem agora, é isso que importa! — Tentou cortar o assunto.

— Bem?! Hermes, ela parece um zumbi! — Gritou apontando para Alice. Todos os rostos se voltaram para ela novamente, o que a deixou constrangida. Ares inclinou a cabeça para o lado.

— Acho que está mais para vampiro. — Sugeriu. Eu sorri para Hermes.

— Eu não disse?!

— Alguém pode por favor me dar um espelho? — Pediu tentando esconder o rosto com as mãos — Eu estou tão horrível assim?

— Para quem acabou de morrer, você está linda. — Ares mentiu e se aproximou dela. Eu o interrompi antes que pudesse beijá-la.

— Ela acabou de vomitar nos tênis de Hermes. — Contei. Ares parou centímetros de sua boca e desviou o percusso para sua testa. Riu se afastando.

— É sério? Uma pena ela não estar de chinelos. Isso sim seria interessante. — Zombou.

— Alice, como você está se sentindo? — Perguntou Jenny se aproximando dela.

— Eu estou bem, mãe. — Repetiu pela centésima vez. Alice sorriu para ela, o melhor que pôde e segurou a mão que ela repousou em seu rosto. A mortal deu um pulo para trás, horrorizada.

— Está gelada, Alice! — Gritou assustada — Parece um cadáver!

— Eu estou viva, mãe! — Rebateu e deu um passo para frente, mostrando que ainda conseguia andar e que não precisaria ficar apoiada em paredes eternamente — Eu estou bem, está vendo?

Alice tentou dar outro, mas seu joelho cedeu e ela quase caiu. Ares rapidamente segurou-a.

— Obrigada. — Murmurou ela.

— Você vai desmaiar, não vai? — Falou olhando nos olhos dela. Alice protestou dizendo que não, mas segundos depois seus olhos se fecharam e seu corpo foi em direção ao chão. Ares ergueu-a com facilidade e riu um pouco — Tudo bem, bela adormecida. Vamos cuidar de você.

 

POV Alice

Abri os olhos e estava deitada na minha cama, debaixo de cobertas. Senti minha cabeça confusa, e as lembranças começaram a voltar aos poucos. Eu tinha voltado dos mortos, o que foi uma experiência que eu não gostaria de repetir nunca mais. Minha barriga ainda estava dolorida, e eu frequentemente sentia pontadas agudas de dor que me tiravam o ar.

Fiquei sentada, mas não quis me levantar. Sabia que podia desmaiar de novo.

— Como se sente? — Perguntou meu pai, sentado na beira da cama. Levei um susto. Estava escuro demais para eu perceber sua presença.

— Você ficou sentado me vendo dormir? — Perguntei acendendo o abajur. Ele assentiu com a cabeça. Toquei meu pijama de mangas compridas e senti meu rosto corar — Você me deu banho e trocou a minha roupa também? Isso seria constrangedor.

— Eu troquei suas fraldas. — Disse quase rindo — Eu e sua mãe já te vimos nua um monte de vezes.

— Eu era um bebê. — Argumentei.

— Você gostava de andar pela casa só de calcinha até os 10 anos. — Rebateu, dessa vez rindo. Eu não tinha argumento para superar aquele — Mas não, a sua mãe te deu banho. E eu tive que expulsar aqueles dois pervertidos, é claro.

— Eu sinto muito por vomitar nos seus tênis. — Disse ao lembrar do que eu fizera.

— Você também vomitava em mim quando era bebê. Só não achei que isso ia se repetir depois de velha. — Resmungou revirando os olhos — Está tudo bem, desde que você não faça disso um hábito.

— Eu não estava pretendendo. — Respondi. Alguém subiu as escadas e bateu no chão do quarto para avisar que estava entrando. Apolo, com uma bandeja grande, sorriu para mim.

— Ei, você acordou. — Declarou entrando e colocando a bandeja sobre o meu colo. Meu pai olhava para ele com raiva, mas ele tentava ignorar da melhor forma possível. — Eu trouxe maçã, biscoitos e um suco de laranja. Acho que talvez seria bom você tentar comer alguma coisa.

— Obrigada. — Sorri para ele, embora não estivesse com um pingo de fome — Eu não estou muito a fim de…

— Alice. — Disse a minha mãe entrando no quarto. Ela veio para perto de mim na cama, e Apolo se ajeitou para que ela tivesse espaço. Meu pai foi obrigado e se espremer para trás, curvando-se por causa do teto inclinado — Está sentindo alguma coisa? — Neguei — Ótimo, querida. Toma. Eu trouxe esse remédio aqui para você…

— Argh, mãe, não. Eu detesto isso. Tem um gosto horrível. — Fiz careta olhando o vidro em suas mãos. Ela tentou escondê-lo com a mão, para me enganar.

— Não, agora mudou. Tem gosto de morango.

— Não, tem gosto de urina com sabão de tanque.

— Ou é o remédio ou a comida. — Deu-se por vencida, parcialmente. Peguei o suco de laranja e comecei a beber. Ela assentiu com a cabeça, em aprovação. Quando terminei de beber, coloquei o copo sobre a bandeja novamente e mordisquei a maçã — Você está meio febril. É melhor descansar antes que piore.

— Sim. — Disse animada, já que estava com sono. Coloquei o resto da maçã sobre a bandeja e Apolo a entregou para Hermes, como se ele fosse seu mordomo e devesse se livrar dos restos.

— Está brincando comigo? — Reclamou com irritação. Minha mãe lançou um olhar furioso para ele, o que o fez desistir da discussão. Revirou os olhos se levantando e indo para a cozinha, devolver o que sobrou.

— Eu vou dormir então. — Anunciei e Apolo assentiu.

— Tudo bem. — Respondeu e passou por cima de mim até o outro lado da cama. Deitou-se do meu lado e sorriu para mim, entrando debaixo das cobertas. Franzi o cenho para ele — O que foi? Eu disse que ia ficar do se lado.

— Você não disse que ia ficar sempre do meu lado. — Argumentei — Vai me seguir para onde eu for agora? — Ele confirmou com a cabeça, feliz — Vai tomar banho comigo também?

— Se você me convidar. — Replicou piscando um olho para mim. Minha mãe foi para o outro lado da cama e deitou-se do meu lado esquerdo.

— Ignora ele. — Falou abraçando-me como se eu fosse uma criança. Minha bochechas coraram por ela estar fazendo isso na frente dele — Own, meu bebê. Você me deu um susto tão grande!

— Mãe, pelo amor de deus. — Falei constrangida, enquanto ela afagava a minha cabeça.

— Mamãe está aqui agora, amor. Vou dormir com você, até você ficar melhor. Eu te amo muito, coelhinha. — Falou com uma voz que só é usada para bebê e cachorros. Apolo prendeu o riso do meu lado e eu tentei escapar dos braços da minha mãe, sem sucesso.

— Own, ela é uma coelhinha de bochechas vermelhas! — Zombou Ares imitando a vozinha dela, e entrando no quarto. Parou perto da cama, e sorriu para mim — Bilu, bilu, bilu!

— Corta essa! — Reclamei com extrema vergonha. Minha mãe começou a ajeitar o meu cabelo da mesma forma que ela fazia quando eu tinha seis anos e voltava para casa desgrenhada de tanto correr — Mãe, chega! Que vergonha, para que isso?

— Não dê atenção para ele. — Disse sem se importar com a presença de Ares — Ele está com inveja porque a mãe dele não ama ele.

— Eu acho que vou chorar. — Fingiu — Pode me emprestar a sua chupeta, Kelly?

— Nem depois de morrer você me deixa em paz? — Reclamei.

— Deixa ela em paz, ela precisa dormir. — Disse a minha mãe me defendendo. Não preciso dizer que isso não melhorou nada a minha situação. Apolo continuava observando a cena, do meu lado direito na cama. Ares olhou para minha mãe e depois para ele.

— O que é isso? Festa do pijama? — Perguntou ao perceber que os dois pretendiam dormir ali comigo — E vocês dois nem me avisaram? Saí daí! Eu vou dormir com ela também.

Apolo agarrou minha cintura com uma força digna de um deus. Minha mãe quase rosnou para Ares, o que o fez recuar. O deus da guerra xingou os dois e se deitou do lado de Apolo, espremendo nós quatro em uma cama de casal. Eu não conseguia nem mesmo me mover.

— Mas o que é isso?! — Exclamou meu pai olhando para a cama sem entender nada — Eu saio por um segundo e vocês já se convidam para dormir com a minha filha? Jenny, e o que você está fazendo aí também?

— Cuidando da nossa filha. — Respondeu sem ligar para ele. Fez um gesto de desdém com a mão para Apolo e Ares — Eles vieram de penetra. Boa noite.

 


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Notas finais do capítulo

Preparem-se para rir bastante no próximo capítulo, porque, bem, todos eles vão dormir juntos. Tem como isso dar certo de alguma forma?

Pois é.

Beijos, seus lindos, e até os reviews!

E NOVAMENTE, dá uma olhadinha na fic "Retorne ao remetente", porque eu estou me divertindo muito escrevendo, e to sentindo saudades de vocês lá.

Tchau tchau, gente bonita!



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