Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 73
Gases


Notas iniciais do capítulo

Até que dessa vez não demorou tanto, né? Vamos descobrir logo o que deu com a Alice.
Boa leitura!

Ah! E caso vocês ainda não tenham visto, eu estou postando uma fic sobre Hermes e a Jenny, quando eles se conheceram. Se vocês quiserem rir um pouco, podem começar a ler: https://fanfiction.com.br/historia/732314/Retorne_Ao_Remetente/



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POV Ares

 

Ao me ver engolir um hamburguer inteiro com uma única mordida, Jenny fez uma careta de nojo e estranhamento. Estava sentada do outro lado da mesa que nós compartilhávamos: eu, ela e Hermes. Will e sua família estavam sentados em um outro lugar, porque Hermes os convenceu de que não daria para juntar lugares o suficiente para todos eles.

Com um pouco de magia, é claro, fez com que ninguém achasse estranho a mulher casada com William sentar-se em um cubículo do outro lado do restaurante com dois homens estranhos.

Para causar ainda mais incômodo, arrotei. Sorri satisfeito ao ver os dois retorcerem o nariz.

— Deve ser difícil. – Disse Jenny, enquanto eu chupava a mostarda dos meus dedos.

— O quê? – Perguntei.

— Ter que afirmar a sua masculinidade comendo como um animal faminto. – Completou. Olhei para ela com raiva, ainda mais porque Hermes começou a gargalhar.

— Jenny, não ataque ele. – Interveio ao ver minha expressão nada amigável – Ele é frágil.

Foi a vez dela rir.

— Nossa, que gracinha vocês dois, rindo feito um casalzinho. – Fiz uma careta de nojo – Nem parece que no fim do dia, ela dorme com o marido e você dorme sozinho.

Hermes parou de rir. Triunfante, eu peguei o copo de cerveja e tomei um gole. No instante em que enchi minha boca com a bebida, o miserável pronunciou a palavra:

— Alfafa.

O líquido esguichou para fora das minhas narinas, provocando uma ardência miserável. Soquei a mesa com raiva, mas os dois já estavam gargalhando. Jenny beijou Hermes e ele retribuiu. Separando-se com um estalo olharam novamente para mim, como se admirassem uma obra de arte que ambos trabalharam para criar.

— Como dois retardados como vocês conseguiram fazer a Alice? – Perguntei com raiva, enquanto me limpava com guardanapos.

— Ora, é fácil-

Hermes de repente parou de rir. Seu sorriso desapareceu do rosto aos poucos, enquanto seu olhar se perdia em algum ponto no ar. Eu e Jenny aguardamos para o resto da frase, mas parecia que não conseguiríamos tão cedo.

— Hermes? – Chamou ela, franzindo o cenho.

— Ei, princesinha. – Disse estalando o dedo na frente de seu rosto. Ele deu um pequeno pulo, acordando do transe – Hora de acordar, anda.

Seus olhos castanhos voltaram-se para o meu rosto, e eu pude ver que estavam tomados de medo e de terror. Sentir preocupação, pois sabia que aqueles sentimentos não estavam ali por causa da minha presença – o que em geral costumava ser, já que eu causo medo e terror. Pânico também, quando sobra tempo.

— Com muito amor. - Completou ele e sorriu para Jenny, escondendo aqueles sentimentos com um sorriso de felicidade. Ele beijou a mortal novamente – Fizemos ela com muito amor, era isso que eu ia dizer. Agora, se me dão licensa…

— Hermes, o que está acontecendo? – Perguntou Jenny. Mortal sensata, ela não era como as outras namoradas de Hermes, sempre caindo nas mentiras dele.

— Eu esqueci meu celular na casa, e Zeus está para me ligar a qualquer momento sobre uma encomenda dele. – Respondeu levantando-se – Fique tranquila, eu já volto.

Saiu em passos calmos e deixou o restaurante. Jenny respirou fundo, e começou a contar nos dedos. Eu franzi o cenho observando.

1, 2, 3, 4, 5.

— Já vou. – Ela levantou-se com a mesma determinação dele.

— O quê? – Perguntei confuso – O que foi isso?

— Ele anda devagar por cinco segundos até sair correndo que nem um louco. Se ele levantou calmo e andou devagar, então algo ruim aconteceu. – Explicou vestindo o casaco novamente – Ele não largou o celular em casa, porque nunca larga o celular. Mas se ele se referiu a casa, e colocou a culpa em Zeus é porque ele quer que eu não me intrometa. E se ele quer que eu não me intrometa…

Ela parou e respirou fundo. Suas mãos seguraram as chaves do carro com firmeza e seu rosto se voltou para mim, mostrando a feição de uma mãe preocupada.

— Alguma coisa aconteceu com a nossa filha. – Disse e sentiu o peso das palavras. Jenny engoliu em seco – E eu vou matar ele, eu juro. Eu vou matar ele por ter mentido para mim, caso algo sério tenha acontecido com Alice. Dá para matar um deus? Deve dar, eu acho. Eu encontro um jeito.

A determinação na voz dela chegou até a me assustar, como se para ela fosse um fato que havia uma forma de matar uma divindade. Levantei-me da cadeira.

— Eu vou com você.

 

 

POV Apolo

 

Se tinha uma coisa que eu gostava em Alice, era o seu rosto e as expressões que ela conseguia fazer. Minha mente foi tomada por um flashback forte, quase como se eu tivesse voltado no tempo e revivido aquele momento.

Alice estava dentro do closet em seu quarto, vasculhando suas roupas. Eu, sentado na sua cama, sorria para o esforço que ela estava fazendo na procura de uma combinação boa.

Você pode usar qualquer coisa, querida. – Disse de bom humor. Ela respondeu, ainda sem sair de lá.

Eu vou ter que sair com você, e você sempre saí lindo. – Respondeu em um resmungo – Eu tenho que ir bem, senão as pessoas vão perguntar porque você está levando sua faxineira para jantar.

Faxineira? – Repeti achando aquela ideia absurda – Ninguém vai dizer isso, porque você é linda, Alice. E não pense que eu me importo só com aparências. Você vai ficar bela com qualquer coisa que escolha vestir. Acredite em mim.

Claro que eu acredito. – Alice pulou para fora do closet e eu demorei alguns segundos para entender sua roupa. Ela vestia um vestido amarelo por cima de uma calça jeans rasgada. Usava um cachecol verde de bolinhas e um chapéu de praia. Nos pés, uma meia de cada cor: uma azul neon e a outra cinza e manchada de velhice. Ela passou a mão pela saia do vestido e fez pose de modelo – Eu sou bela. Eu sou linda.

Você… – Eu prendi o riso.

Eu sei, eu sei. – Ela girou, fazendo a saia rodar. Jogou o cachecol por cima do ombro fingindo elegância e olhou para mim fazendo uma expressão esnobe – Você vai dizer que tem muita sorte de me namorar. Eu não sou maravilhosa?

Maravilhosa. – Concordei.

Obrigada. – Sorriu para mim – Ainda bem que você não se importa com aparências, e me amaria até se eu não fosse tão elegante assim.

Vem aqui. – Disse rindo. Ela cobriu metade do rosto, tentando parecer sedutora de uma forma escrachada. Eu ri de novo e estalei os dedos apontando para o espaço vazio ao meu lado na cama – Vem agora.

Alice ergueu as sobrancelhas, fingindo estar surpresa. Eu gargalhei ao vê-la tirar o cachecol da frente do rosto e mostrar uma careta. Seus olhos ficaram vesgos, eu ri, e eles depois voltaram-se para mim. A semideusa riu e correu pulando sobre mim. Eu tombei para trás na cama e o flashback se dissolveu em meio de nossas risadas.

As lágrimas começaram a cair dos meus olhos, sem que eu nem sequer percebesse. Agora não tinham caretas, não tinham risadas, não tinha nenhuma expressão. O rosto de Alice, que eu segurava com o cuidado de alguém que segura um recém-nascido, estava pálido e sem vida. Seus olhos não se abriram mais, e o suor da sua testa parecia estar evaporando aos poucos. Eu podia sentir a temperatura de seu corpo passar do calor de uma febre louca para o frio de um cadáver.

— Não. – Falei em desespero. O nó que prendia minha garganta fez o som das minhas palavras saírem carregado de mágoa e choro. Solucei – Alice, não. Olha pra mim.

Ela não respondeu. Acertei dois tapas leves em sua bochecha, tentando acordá-la, mas elas sequer ruborizavam. Sacudi-a. Nada.

Minhas mãos tocaram seu pescoço, buscando freneticamente algum sinal de vida, mas não encontraram nada.

Meus olhos arderam e eu gritei.

Meu grito foi tão alto e doloroso que ecoou por toda a floresta, afastando os animais e qualquer ser vivo que pensasse em passar por nós. Afundei meu rosto em seu pescoço e solucei chorando. Eu murmurava o nome dela, em pânico, com a esperança de que ela me ouviria. Que levantaria novamente e falasse que estava tudo bem.

— Apolo, ela se foi. – Declarou a minha irmã. Eu nem sequer lembrava que tinham pessoas perto de mim. Não quis erguer os olhos para vê-la, mantive-os fixados em Alice.

— Não! – Gritei para ela – Não… Ela…

Eu chorei novamente. Quantas vezes eu já sentira essa dor? Quantas vezes a pessoas que eu amava morreram bem daquele jeito, nas minhas mãos? Eu não esperava aquilo para Alice, não ela. Não a semideusa que enfrentou uma hidra pulando do sétimo andar e sobrevivera.

— Por que você não ficou onde eu mandei? – Perguntei para ela, com as lágrimas escorrendo. Obviamente, ela não me respondeu. Um galho quebrou no chão, em algum lugar atrás de nós, e foi então que eu me dei conta. Meu corpo se arqueou em cima de Alice, como um gato em um momento de fúria – Não ouse se aproximar.

O ódio em minha voz a deteve.

— Por que vocês não ficaram onde eu mandei que ficassem? – Perguntei para Heather, mas não da forma doce como perguntara a Alice. Perguntei como se estivesse cuspindo veneno.

— Ele te fez uma pergunta. – Disse Ártemis ao meu lado.

— Eu queria voltar para casa. – A resposta saiu trêmula e amedrontada. Nada como a garota esnobe e arrogante que ela era.

Virei meu corpo para fitá-la e deixei que visse a minha expressão de fúria.

— Você está me dizendo que minha musa morreu porque foi atrás de você?! – Falei com o tom de voz crescendo – Ela morreu tentando salvar a sua vida insignificante?!

Heather engoliu em seco, sem saber como reagir. Seus olhos estavam do tamanho dos de uma coruja, arregalados e estáticos. Eu ia matá-la, tinha certeza. Ia fazê-la sofrer e depois matá-la, e depois de morta eu conversaria com Hades e o mandaria jogar Heather nos Campos de Punição para o resto de sua existência.

Foi Thomas quem dispersou meu ódio.

— Por que Alice não acorda? – Perguntou saindo de trás de Heather. Meus olhos foram de Heather para ele, agora voltando ao estado de mágoa e tristeza. Não consegui responder. A garota estendeu o braço, tentando fazê-lo voltar para trás de si mesma, mas não adiantou. Ele deu alguns passos para frente e olhou para mim – Por que ela ainda está dormindo?

— Ela não está. – Respondi amargo. O cenho dele se franziu novamente e depois olhou para Alice, deitada no chão.

— Alice! – Chamou ele, como se ela fosse acordar só porque ele pediu. Thomas tentou se aproximar, mas eu impedi. Não queria ninguém perto dela, não queria que ninguém a tocasse – Saí da frente, a gente tem que acordar ela!

— Ela não vai acordar! – Exclamei para ele, com raiva por estar me fazendo responder aquilo – Ela não vai acordar nunca mais!

— O quê? É claro que vai! Você não sabe o que está falando! – Exclamou de volta para mim.

— Ela está morta! - Gritei sentindo meu peito explodir – Morta, sua criança burra!

— Ela está fingindo! – Gritou de volta para mim – Burro é você! Ela está fingindo de morta para o monstro não atacá-la! Temos que acordar ela e dizer que está tudo bem!

— Bem?! – Exclamei com ódio da palavra – Bem?! Não está tudo bem! Você sabe porquê?! Porque vocês mortais não duram para sempre! Porque vocês são egoístas e nos deixam sozinhos quando nós mais precisamos! – As lágrimas voltaram a cair – Alice morreu! Ela não vai mais voltar, entendeu? Não vai mais voltar para mim, ou para você, ou para a mãe dela, não vai!

Thomas arregalou os olhos para mim, percebendo que talvez ele estivesse errado. Para a minha sorte, a determinação do garoto era muito maior do que a minha raiva. Ele cerrou os punhos e lutou contra a própria vontade de chorar.

— Ela vai voltar sim! - Gritou para mim – Ela vai voltar, porque ela disse que vai voltar! E eu acredito na Alice! – Ele fungou – Eu não acredito em você, porque você é um mentiroso idiota!

Por um segundo eu perdi a cabeça, e tive uma reação abominável. Ergui minha mão pronto para acertar o rosto rechonchudo de Thomas. Só me detive quando ouvi um arfar.

Olhei para trás e vi a boca de Alice se abrir. Quase desmaiei.

Eu e Ártemis corremos para perto, mas minha irmã teve a prudência de me deixar tocá-la primeiro. Coloquei a mão em seu pescoço e senti um batimento fraco, digno de alguém que está prestes a morrer. Aquilo me fez gritar: uma namorada quase morta era melhor do que uma morta.

— Alice! - Gritei e sacudi seu rosto. Dessa vez, seus olhos se abriram um pouco. Abaixei-me e beijei seus lábios sem conseguir me conter – Eu estou aqui! Vai ficar tudo bem, meu amor. Vai ficar tudo bem.

Ártemis tirou da mochila uma garrafa d’água, e puxou o bico para fora. Chegou perto do rosto de Alice e posicionou-a em seus lábios roxos. Apertou a garrafa, derramando a bebida em sua boca.

— Engula. – Ordenou fitando-a – É néctar, engula.

Alice não parecia entender uma palavra nossa, mas acabou engolindo. A cor voltou em seu rosto, as bochechas coraram, os olhos começaram a se abrir um pouco mais. Levantei a camisa dela para ver o ferimento feito pelo ferrão do manticora. Para meu alívio, estava começando a desaparecer. As veias roxas debaixo da sua pele branca, marcadas por circularem o veneno do monstro, começavam a voltar a coloração natural.

— Alice, você consegue falar? – Perguntei vendo que seus olhos estavam tentando se fixar em mim – Você entende o que está acontecendo? Qual é o meu nome?

Os lábios dela começaram a se abrir.

— A… A-Apolo. – Disse com a voz falhada. As mãos dela se moveram e tentaram me alcançar. Eu cheguei perto, e Alice me deu um abraço. Eu retribuí com mais força, feliz de estar ouvindo sua voz novamente – Estava escuro e… E…

— Eu sei. Eu sei. – Disse afagando o cabelo dela – Alice você morreu.

— Eu sei. – Foi a vez dela de dizer. Seu corpo estava gelado.

— Está com frio? Calma, nós vamos te aquecer. – Disse fazendo surgir um casaco grosso, digno de esquimós, e ergui-a de modo a colocá-la sentada. Alice gemeu levando as mãos até a barriga – Daqui a pouco não vai mais doer, eu prometo. Toma.

Vesti nela o casaco e Alice se encolheu dentro dele, buscando aquecer-se. Ela olhou para mim com o cenho franzido.

— Eu morri e… Voltei? – Perguntou confusa. Meus olhos se voltaram para Thomas, parada a alguns passos de nós. Senti vergonha por quase ter batido naquela criança.

— Thomas te salvou. – Declarei, explicando o que aconteceu – Você é imortal, o que quer dizer que não pode morrer. Mas sua existência pode se perder nas profundezas do Mundo Inferior, caso se já morta e não tenha força para voltar. Thomas te deu força.

— Como? – Ela estava ainda mais confusa.

— Ele acreditou em você. – Expliquei e fiz um gesto para ele se aproximar – Nós ficamos mais fortes quando as pessoas acreditam em nós. Lembra? Eu expliquei para você sobre como os deuses precisam da fé dos mortais.

Thomas sentou na terra e olhou para Alice por um longo instante.

— Ei, Thomas. – Sorriu Alice com a mesma energia de alguém que tomou uma grande dose de morfina – Você nos deu muito trabalho.

— Heather é uma idiota. – Ele murmurou. Alice fez uma careta de dor, mas eu não sabia se era por causa do ferimento ou da lembrança da prima – O monstro te acertou de verdade?

— Aham. – Ela confirmou. Os olhos dele se arregalaram e foram para Ártemis.

— Isso dói? – Minha irmã prendeu o riso.

— Não. É que nem mordida de mosquito. – Mentiu – Alice é chorona demais.

— Está coçando como uma mordida de mosquito gigante. – Declarou ela.

— Sugiro que não coce. – Disse a deusa da lua, dessa vez séria – O veneno ainda deve estar correndo nas suas veias. Pode sentir tontura, dores de cabeça, insônia, inchaço nas pernas, urticária e vômitos.

— Gases? – Sugeriu Thomas. Alice fez uma careta para ele.

— Acho que a lista de sintomas já está grande o suficiente. – Replicou – Não vai poder colocar a culpa em mim pelos seus puns.

Thomas corou abruptamente.

— Eu não estava pensando nisso. – Mentiu e eu ri. Os olhos dele se voltaram para Ártemis – E eu não solto pum, eu juro. Isso é nojento.

Minha irmã não respondeu, só rolou os olhos e se levantou. Eu segurei Alice, e a ajudei a ficar de pé. Não foi uma tarefa tão difícil, apesar dos gemidos de dor. Estávamos prontos para voltarmos para casa, quando percebemos Heather, em pé, fitando-nos.

Ela ergueu a mão como se tivesse uma dúvida, mas não esperou que lhe dessem permissão para falar.

— Ahm, isso foi realmente muito interessante, mas eu gostaria de perguntar – Ela balançou a cabeça, como se tentasse acordar de um pesadelo – o que diabos aconteceu?! O que exatamente é você? – Perguntou apontando para mim e depois olhou para Alice – Como assim você morreu e voltou?! E quem deu um arco e flechas para uma criança brincar no meio da floresta?!

Parabéns para você, Heather Hanks. Você conseguiu ofender as duas divindades que estavam na sua frente de uma única vez.

— Eu vou matá-la. - Declarei.

— Não. – Interveio Ártemis. Olhei para ela achando sua postura absurda, mas logo veio a explicação – Não quer o corpo dessa garota na minha floresta. Retornaremos o garotinho de volta para casa e lá você faz o que quiser.

— Alô-ô? – Fez ela incrédula – Eu estou ouvindo vocês. E ainda não escutei uma explicação para tudo isso! E de onde veio essa garotinha?!

— Essa garotinha é a minha irmã gêmea. – Rosnei para ela.

— Ah, pelo amor de deus! Ela não pode ser sua irmão gêmea, idiota! Ela é uma criança! Qual o seu problema?!

— Ela é alguns minutos mais nova. – Respondi ainda irritado – Mas somos gêmeos sim. Até usamos aqueles suéteres iguais no Natal.

— Em nome da sabedoria de Atena, cala a boca. - Retrucou Ártemis para mim. Ela deu um passo a frente – Eu sou Ártemis, deusa da caça, da castidade e da lua. Esse é meu irmão Apolo, deus do sol e das minhocas.

Thomas riu da piada dela.

— Como você é hilária. – Resmunguei. Heather ficou pálida de repente. Achei que ela duvidaria do que Ártemis falou, mas parecia que aquela mortal (ironicamente) estava assimilando as coisas bem rápido.

— Os deuses gregos? – Ela disse devagar e piscou os olhos – Como isso…?

— Não te interessa. – Cortei-a. Apontei para a direção que devíamos seguir para voltar para casa e fuzilei Heather com o olhar – É melhor ir andando na nossa frente para casa, porque se eu colocar as mãos em você…!

Ela engoliu em seco e assentiu, obedecendo minha ordem. Heather marchou trêmula na direção que eu apontara e nós esperamos um pouco para segui-la.

— Alice, consegue andar? – Ela tentou dar alguns passos, mas suas pernas estavam descoordenadas. Carreguei-a no colo e fui andando devagar – Me avise se alguma coisa doer. Nós vamos voltar para casa.

 

 


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Notas finais do capítulo

Gente, estou sentindo falta de reviews! Os comentários de vocês me animam muito a postar, principalmente quando a faculdade tira toda a minha vontade de existir.

Ah! Caso vocês ainda não tenham visto, eu estou postando uma fic sobre Hermes e a Jenny, quando eles se conheceram. Se vocês quiserem rir um pouco, podem começar a ler: https://fanfiction.com.br/historia/732314/Retorne_Ao_Remetente/
(Sim, repeti a mensagem, porque nem todo mundo lê as notas da autora haha)

Beijos e nos vemos no próximo capítulo!



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