Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 56
Emotiva


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a relativa demora! Resolvi caprichar nessa capítulo para vocês.
Espero que gostem!



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POV Ares

Eu parei minha moto na calçada e caminhei em passos largos até a casa de Alice. Abri e porta e senti um cheiro maravilhoso de comida.

– Kelly? – Chamei franzindo o cenho. Ela não me respondeu por alguns instantes. Eu fechei a porta atrás de mim e olhei para o calendário cafona de gatinhos em cima de uma mesinha de canto. Já tinham se passado 5 meses desde a viagem ao Alabama, e eu estava começando a sentir saudade de ter um tempo só para nós dois.

Eu senti como se nós estivéssemos distantes, como se eu não a visse o suficiente.

Estou na cozinha! Não dá para ir aí agora. – Respondeu ela. Eu ri.

– Está tentando apagar o fogo? – Perguntei de implicância enquanto tirava minha jaqueta e a colocava em um dos ganchos da parede.

Como assim? – Perguntou sem entender.

– Bem, você na cozinha... – Respondi rindo de maldade.

Só por causa disso você não vai comer! – Exclamou de volta. Seu tom foi um tanto mais irritado do que costumava ser. Alice continuou reclamando e reclamando, enquanto eu ia para o sofá me sentar. Franzi o cenho estranhando aquilo.

– Tudo bem, eu já entendi! – Exclamei de volta, cansado de ouvir sua voz – Não tem fogo! Foi só uma brincadeira! Nossa...

Eu me espreguicei no sofá. Alice parou de falar e ficou em completo silêncio por alguns longos minutos. Aquilo também me causou estranhamento. Virei o rosto para a direita e olhei para a cozinha. Ela estava atrás do balcão, provavelmente cortando alguma coisa, olhando para mim com uma expressão preocupada.

– O que foi? – Perguntei.

– Desculpa. Desculpa, eu... – Alice soltou a faca em cima do balcão e bufou frustrada – Eu estou tão rabugenta. Eu te irritei, não irritei?

Pisquei os olhos. Ela definitivamente nunca tinha agido assim.

– Ahm... Não. – Franzi o cenho – Está tudo bem com você hoje?

Alice suspirou voltando a cortar os legumes.

– Ah, você sabe. – Ela encolheu os ombros – Já estive melhor.

– Ok... – Assenti e me ajeitei no sofá – Você fez o que o dia inteiro.

Alice riu ao ouvir isso.

– O que você acha que eu fiz o dia inteiro? – Replicou um tanto inquieta – Uhm? – Eu neguei a cabeça – O mesmo que eu fiz em 5 meses. Nada.

– Como assim? – Alice olhou para mim como se eu estivesse zombando dela. Resolvi não perguntar mais nada, e melhorar um pouco seu humor – Bem, nós podemos então aproveitar essa noite para nos divertirmos. Que tal irmos beber alguma coisa naquele bar que você gosta?

Alice me lançou um olhar de raiva que eu realmente não esperava.

– O quê?! – Perguntei confuso.

– Sério? Sério?! Eu vou ter que ficar ouvindo isso?! Você quer jogar isso na minha cara?! – Reclamou com raiva. Eu abri a boca para rebater, mas Alice apontou a faca para mim – Ares, por favor, cala essa boca.

E voltou a cortar os legumes com raiva. Eu resolvi que me acomodar no sofá era o melhor que eu podia fazer. Reclinei a cabeça para trás e fechei os olhos um pouco, mas quando estava prestes a tirar um chocilo...

– Ares. Ares, acorda. – Falou ela me chamando. Abri os olhos e olhei-a.

– O que foi agora? – Perguntei irritado. Ela fez uma expressão magoada, e passei a mão pelo rosto – Eu não quis ser grosso, é só que você... Ah, esquece. Fala, o que é.

– Eu sinto muito. Desculpa mesmo. – Disse negando com a cabeça – É só que...! Que isso é tão louco! Eu... Eu estou descontando tudo em você.

– É. Está. Seja lá o quer for. – Resmunguei, mas baixo para ela não ouvir – Tudo bem, Kelly. Deixa isso para lá.

– Não. Não, eu estou falando sério! Eu não quero te afastar de mim. Eu não quero que você venha para cá todo dia como se isso fosse um fardo. – Continuou em um tom preocupado e triste – Eu quero que você se sinta... Em casa? Acho que é algo por aí.

– Ninguém me obriga a vir aqui, Kelly. – Respondi não entendendo para que tanta preocupação – Eu venho porque eu quero, e porque eu gosto. Agora você...

– Mas você não está feliz! Dá para ver que você não está feliz. – Disse ela negando com a cabeça.

– O que? De onde você tirou isso? Eu estou feliz. – Respondi.

– Não está não. Eu sei quando você não está feliz. – Retrucou.

– Eu estou te dizendo que eu estou feliz. – Insisti, mas ela negou a cabeça não acreditando enquanto tirava o avental de cozinha e largava a faca no balcão – Eu estou feliz, droga! Você só...!

Minha voz sumiu. Meu ar sumiu. Meu coração imortal parou de bater.

Alice ajeitou seu cabelo, que tinha ficado bagunçado quando ela tirou o avental. Entretanto, não foi o seu cabelo que me chamou atenção, e sim sua barriga extremamente protuberante. Para aumentar ainda mais meu estado de choque, ela virou para o lado ficando de perfil para mim enquanto olhava para seu reflexo na geladeira.

Quando finalmente olhou para mim, franziu o cenho.

– Viu? Você não parece feliz. O que houve? – Perguntou preocupada e insegura. Eu tentei falar, mas ainda não tinha voz. Balancei a cabeça devagar em um “não”, enquanto minha boca abria e fechava sem produzir som – Eu estou gorda, não estou?

– Você está... – Tentei engolir a palavra que estava presa na minha garganta, mas ela acabou escapando – Grávida.

– Eu sei disso. – Ela revirou os olhos, mas logo ficou preocupada novamente – Só que são só 5 meses, e olha só para mim! Parecem 9, não parecem? Hein?

– Você... Deuses. – Ainda estava atônito, travado, e perplexo.

– Eu sabia! – Exclamou chorosa. Eu franzi o cenho enquanto os olhos de Alice lacrimejavam – Eu estou enorme, inchada e feia!

– Que? Não...! Não. – Neguei com a cabeça. Feia? Não. Na verdade, o corpo de Alice não estava de todo ruim. Seu quadril estava um pouco mais largo que de costume, mas sua barriga estava sim enorme. Em contraposto, seus braços continuavam magros, o que deixava ela, ao todo, com uma forma desproporcional.

– Estou sim! – Chorou correndo para a cozinha novamente. Eu tentei levantar do sofá, mas minhas pernas ainda estavam travadas. Eu ia ter um filho ou uma filha. Com ela. Ela estava grávida. De 5 meses.

Informação demais.

Alice pegou um pote de sorvete e colocou na sua frente enquanto procurava uma colher em desespero.

– Sabe o que eu fiz o dia todo, Ares?! Eu joguei todas as minhas roupas fora, foi isso que eu fiz! Você tem noção do meu estado?! – Ela se virou para me olhar, agora já segurando a colher – Você sabe o que é não poder usar calças?! Eu visto mais de 46! Eu vestia 36!

– Você não vestia 38? – Perguntei piscando os olhos e ela começou a chorar em desespero – Você está mesmo chorando?!

– É claro que eu estou chorando! – Gritou de volta – Você me acha gorda agora e me achava gorda antes! Seu mentiroso! Você sempre disse “você está linda, Alice”, mas era mentira! – Ela começou a soluçar de tanto chorar e eu me levantei finalmente – Eu sou horrível!

– Querida, você...! Você não é horrível! Eu não te achava gorda antes! – Exclamei tentando nervosamente fazê-la parar de chorar. Não tinha uma única vez que eu não ficasse nervoso em vê-la chorar – E você não está gorda, você está grávida... Ah, Deuses, você está grávida de verdade.

Passei a mão pelo rosto e notei que ela estava comendo o sorvete desesperadamente.

– Você vai comer esse pote inteiro? – Perguntei, e logo desejei não ter feito. Alice atirou a colher na pia e engoliu o sorvete de morango enquanto soluçava de choro novamente.

– Você está do lado da médica agora?! – Exclamou para mim – “Não coma essas besteiras! Não faça isso, não faça aquilo! Ah, mas você está ótima!”. É fácil para ela falar, aquela vadia de manequim francês que transpira beleza!

Alice marchou para a sala chorando ainda mais. Eu respirei fundo.

– Alice, você só está emotiva por causa dos hormônios. – Disse com cautela e me aproximando devagar, como se ela fosse uma bomba – Eu não estou contra você, nem ninguém está...! – Ela olhou para mim incomodada e prestes a chorar ainda mais alto – Exceto aquela médica nojenta. Ela é realmente uma vadia.

Ela foi parando de chorar aos poucos.

– Você também acha? – Perguntou ela entre soluços.

– Desde o momento em que eu a vi. – Eu nem mesmo sabia quem era essa mulher.

– Obrigada. – Ela olhou para mim ainda emotiva – Own, você está do meu lado.

– Sim, claro. Eu estou do seu lado. – Eu sentei no sofá, mas a três lugares de distância dela. Alice estendeu os braços para mim – O que? O que foi? Ah, sim. Toma, vai passar.

Entreguei uma almofada para ela, mas Alice negou com a cabeça.

– Não, eu quero um abraço. – Pediu parando de chorar. Eu assenti, embora não tivesse me movido. Quando ela ameaçou chorar mais novamente, eu me movi para o seu lado e a abracei com cuidado – Uhm... Você é tão bom comigo.

– É. – Foi tudo que eu consegui dizer, e então me afastei. Olhei para a barriga dela e respirei fundo – Então... Vamos ser pais. Tem um bebê aí dentro.

Alice revirou os olhos.

– Ah, vamos! Suas mãos não vão queimar, ok? Põem logo elas aqui. – Ela pegou e colocou-as sobre sua barriga. Eu acariciei devagar e fui tentando engolir a realidade. Eu ia ser pai de novo – Dá para sentir?

– Acho que sim. – Comentei enquanto olhava para ela – Isso... Isso é ótimo. Eu... Eu vou poder ficar do lado de vocês. Eu ainda estou de férias, lembra? Vai ser muito bom poder ver um dos meus filhos crescer de perto, para variar.

Alice sorriu para mim.

– Minha mãe sugeriu alguns nomes. – Comentou, e eu acabei suspirando pesadamente sem querer.

– Ah, que legal. – Murmurei ao saber que a mãe/militar ia se meter com o meu filho. Alice olhou para mim com raiva, de repente.

– Você odeia a minha mãe. – Disse e se levantou rapidamente.

– O quê? – Pisquei os olhos.

– Você odeia a minha mãe! Por que não admite logo? Você odeia a minha mãe, não quer ela por perto e quer que ela morra!

– Eu nunca disse que quero que ela morra! – Exclamei de volta achando absurdo – Mas as outras duas afirmações, eu achei que já estavam bem claras para você.

– Eu sabia! – Ela começou a chorar novamente.

– De novo?! Ah, fala sério! Você sabe que eu odeio a sua mãe, e que ela me odeia também! Achei que já tinha a minha lista de ódio na cabeça! – Exclamei – É sério? Você vai ficar chorando por causa disso?

– Você é um insensível! Ela não fez nada para você! – Respondeu.

– Ela me odeia também! – Exclamei de volta.

– Porque você é um cretino! – Respondeu.

– Ah, então ela pode me odiar, mas eu não posso odiar ela?! – Reclamei irritado. Alice não estava nem mesmo perto de parar de chorar. Ela continuou e, entre soluços, tentava dizer que Jenny era uma ótima pessoa, e blá blá blá. Eu, em um momento de pura criatividade, resolvi salvar minha pele dando um pulo do sofá e me colocando de pé, abrindo os braços e forçando um sorriso – Surpresa!

Alice parou de chorar imediatamente e enxugou as lágrimas, confusa.

– O quê...? – Ela perguntou com uma voz fraca, quase um miado de dar pena.

– Surpresa! Eu não odeio a sua mãe! E tanto não odeio a sua mãe que eu combinei dela passar um mês inteiro aqui! – Falei sorrindo e me odiando – O nono mês, é claro – O mais distante possível – Para você não ficar sozinha logo perto do grande dia. E para você sentir o quanto todo mundo te ama.

Eu rezei a Hermes que a filha dele fosse tonta o suficiente para acreditar naquilo, o que eu apostava que não era. Mas aqueles hormônios em excesso poderiam, pelo menos uma vez, estar ao meu lado.

Alice colocou as mãos sobre a barriga e sorriu.

– Ares... – Ela negou com a cabeça – Ares, isso é ótimo.

– De nada. – Sorri de volta.

– Você falou mesmo com a minha mãe? – Ela perguntou, com uma pitada de desconfiança. Eu assenti firmemente.

– Falei! Claro que falei! E ela foi muito simpática. – Menti. Alice sorriu ainda mais para mim.

– Você gosta da minha mãe. – Disse tocada. Eu engoli um xingamento.

– Como eu poderia odiar a mulher que criou você? – Disse respirando fundo. Eu me aproximei e toquei a sua barriga novamente. Dessa vez, resolvi falar sério – Eu só quero que isso dê certo. Vai ser a primeira vez que eu vou poder realmente criar um filho meu, e...

– É uma menina. – Corrigiu ela rindo.

– Uma menina? – Repeti surpreso – Ah, ótimo. Trabalho em dobro.

– Para com isso. – Ela revirou os olhos.

– Sabe como é difícil cuidar de uma menina? Com um menino você só coloca uma bermuda nele, dá um carrinho e ele tá feliz. Agora uma menina? – Falei e suspirei pesadamente. Alice empurrou as minhas mãos para trás.

– É a minha primeira filha. Será que dá para você parar de ser tão estúpido? – Falou magoada. Eu me coloquei de joelhos e neguei com a cabeça.

– Ok, desculpa! Eu não estou dizendo que não gostei de ser uma menina, eu só... – Resolvi que não valia a pena. Eu tinha falado completamente sem pensar. Olhei para a barriga de Alice novamente e percebi que não faria diferente o sexo do bebê – Olha, amo a nossa filha. Eu amo você. E é isso que importa, não é mesmo? Essa linda princesinha...

Eu acariciei sua barriga, e uma questão passou pela minha cabeça. Olhei para Alice, estreitando meus olhos.

– Esse bebê é meu, não é? – Conferi. Alice respirou fundo e sorriu. Ela esticou a mão e segurou meu rosto puxando-me para cima, fazendo-me ficar de pé novamente. Ainda com meu rosto em mãos, olhou diretamente para os meus olhos.

– Se você me perguntar isso mais uma vez, só mais uma vez... Eu arrebento você. Entendeu? – Perguntou ainda sorrindo, o que foi mais assustador. Eu assenti devagar e sorri de volta, um tanto amedrontado.

– Er... Você estava falando de nomes, não estava? – Disse devagar.

– Claro. – Ela lembrou-se e sentou no sofá – Eu não sou muito boa para nomes, mas a minha mãe sugeriu alguns. Podia ser Jennifer.

– Foi o primeiro que ela sugeriu, não é? – Adivinhei de mau humor. Nunca que uma filha minha ia se chamar Jennifer de novo, depois de eu ter conhecido a mãe/militar de Alice – Quais são os outros?

– Alexa. – Continuou.

– Não. – Torci o nariz.

– Por que não? – Perguntou olhando para mim – Eu achei bonito.

– Eu dor... Er, encontrei com uma mulher chamada Alexa há uns anos. Acredite, depois de ver o que ela sabe fazer lá embaixo, você não vai querer que seja o nome da sua filha.

– Sophie. – Continuou e eu esperei por mais – Donna.

– De onde sua mãe tirou esses? – Franzi o cenho.

– Ela gosta de Mamma Mia. – Ela encolheu os ombros. Eu revirei os olhos, e Alice acabou desistindo – Quer saber? Deixa. Diz quais são as suas ideias.

– Uhm... – Eu balancei a cabeça. Tentei lembrar de um nome que pudesse significar algo para nós dois – Cherie. É um nome francês, nós ficamos mais próximos na França...

– Cherie... – Alice murmurou – Cherie é um nome bom.

– Então pronto. Cherie. – Decidi com mais facilidade do que esperava. Alice olhou para a barriga e riu.

– Viu? Seu pai levou menos de um minuto para decidir um nome que você vai carregar para a vida inteira. – Falou suspirando – Dirija as reclamações a ele.

– Ela vai adorar. – Disse rindo para Alice – Nossa... Isso é mesmo louco. Olha só para você, pronta para ser mãe. Nós dois vamos ter uma filha.

– Acho que essa é a primeira vez que eu vejo você animado de verdade. – Ela pareceu feliz em ver minha reação – Você está feliz então?

– Sim. Sim, eu estou. – Sorri para ela – Nós podemos montar o quarto dela. E pintar as paredes de vermelho e enfeitar com...

– Nada de facas. – Cortou minha ideia antes de eu dizê-la.

– Mas...!

– E nada de armas também. Nem lanças, nem espadas, e pode esquecer granadas. – Continuou contando nos dedos – Pode colocar ursinhos e corações...

– Que coisa mais gay. – Resmunguei.

– É uma garota. – Rebateu.

– Isso é sexismo. – Retruquei.

– Olha só quem está dando sermão sobre sexismo, senhor machão. – Disse rindo.

– Dane-se. O quarto vai ficar bonito de qualquer forma. E quando ela crescer, eu vou ensinar a lutar esgrima, e a boxear e a atirar usando um silenciador. – Falei sonhando com aquilo – E ela vai correr por aí comigo, e vai me escutar, já que ninguém nunca escuta. Essa vai ser a minha filha favorita.

Alice olhou para mim de repente, preocupada. Eu franzi o cenho.

– O que foi?

– Vendo você assim tão feliz e animado está me deixando culpada. – Murmurou.

– Por quê? – Perguntei sem saber.

– Porque... – Ela coçou a cabeça – Eu não estou confirmando isso, eu tenho certeza que... Bem, quase certeza que ela é sua filha.

O que?! – Rugi chocado.

– 99% de certeza! – Falou tentando me acalmar – É tipo, muita coisa!

Alice Kelly! – Eu soquei o sofá com raiva.

– Tá... 90%. – Corrigiu – Mas 90 ainda é muita coisa, não é?

– Você vai diminuir até quanto?! 45%?! – Exclamei com raiva.

– Ares, isso seria absurdo. – Riu nervosa.

– Eu te digo o que é absurdo! Absurdo é essa criança poder ter outro pai! – Exclamei com raiva – Quem é o outro sujeito?!

Nesse exato momento Apolo abriu a porta vestindo uma camisa “melhor pai do mundo”. Ele sorriu diretamente para Alice.

– Como estão as minhas duas princesas? – Perguntou radiante.

Nããããããão! – Urrei para o teto.

Acordei desse pesadelo com um pulo. Levantei do sofá da sala suando frio. Ainda estava no Alabama. Nada daquilo tinha realmente acontecido, mas minha cabeça estava funcionando a mil. Saí correndo escada acima, mesmo sabendo que estava cedo demais para ter alguém acordado.

Parei na porta do quarto de Apolo e tive a imensa vontade de entrar, colocar Alice sobre meu ombro e sair dali. Me detive, no entanto. Lembrei dela falando para mim “tenha confiança” e fiquei no dilema: abro a porta ou não?

Andei de um lado para outro no corredor pensando no que fazer. Quando tomei forças para abrir a porta, Alice saiu de lá. Ela fechou devagar a porta, bocejando e esfregando os olhos. Só em vê-la sem aquela enorme barriga, meu coração já se acalmou. Joguei-me para cima dela abraçando-a com força.

Di immortales! – Exclamei – Olha só para você! Aaaah, Deuses!

– Ares...?! – Ela estava atordoada. Soltei-a, mas não antes de roubar um beijo – Ares, para com isso! Eu nem escovei os dentes!

– Eu amo você. Você sabe disso, não é? Eu sei que você é chata, que você é lesada, que é completamente irritante e cabeça dura, mas eu amo você. – Eu beijei a sua barriga e ela franziu o cenho.

– O que aconteceu? Parece até que eu estou prestes a morrer. Para com isso. – Disse se afastando e olhando para mim com estranheza.

– E lembre-se de uma coisa. O que você fez lá dentro, não importa. Não importa mesmo, de jeito nenhum. – Neguei em desespero – Você não fez nada, não é? Eu acho que você não fez nada. Você não faria. Você fez?

– Ares... Respira. – Eu estava falando absurdamente rápido. Alice assentiu devagar – Não aconteceu nada. Ele dormiu e eu dormi. Pode ficar tranquilo, eu juro.

Eu suspirei aliviado. Ela tentou passar por mim, mas eu a impedi.

– Espera! Eu tenho que te dizer uma coisa muito importante...!

– Eu tenho que ir...!

– Isso é urgente! É sobre o nosso futuro! – Eu a interrompi de volta.

– Eu tenho que fazer xixi! – Disse me empurrando para o lado. Eu apontei para ela, que estava dando mini pulinhos.

– Eu vou esperar do lado de fora.

– Você está muito estranho. – Balançou com a cabeça e depois franziu o cenho – E suado.


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Notas finais do capítulo

Ok, eu vou cobrar review de todo mundo do Team Ares nesse capítulo! Quero saber o que vocês acharam. Depois de tantos e tantos reviews dizendo "eu queria tanto que a Alice e o Ares tivessem um bebê!", esse foi o meu presente para vocês.
Tudo bem que o final não ficou como vocês esperavam, mas é a Alice em seu típico triângulo amoroso. O que mais esperar?
Beijos e muito obrigada por acompanharem! Vejo vocês nos reviews.