Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 55
Troca de saliva casual


Notas iniciais do capítulo

E aqui vai mais um capítulo da nova pontual Mandy!
Eu espero que vocês gostem. Tenho certeza que o Team Apolo vai gostar, mas espero que o Team Ares não fique triste. E se ficarem, calma. O próximo capítulo vai ser perfeito para vocês.
Boa leitura!
(POR FAVOR, leiam as notas finais!)



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Apolo olhou para mim quando eu fechei a porta e sorriu malicioso.

– Uhm, já se livrou dele? – Perguntou com uma voz sedutora. Meu rosto corou. Eu não podia mentir que aquilo era uma enorme tentação, mas eu tinha que resistir.

– Eu queria me livrar de você. – Rebati enquanto andava para a cama. Ele se ajeitou sentado, com o cobertor escondendo seu corpo da cintura para baixo.

Por que você deixou ele mesmo?

Porque eu gosto do Ares. Eu gosto mais do Ares do que dele.

Não gosta não. Você gosta igual e sabe disso.

Mas eu estou com o Ares, e isso é o que importa.

Aquele tanquinho é o que importa.

– Alice?

– O que? – Perguntei.

– Você está parada aí faz um tempo. Em silêncio. – Comentou franzindo o cenho. Eu pisquei os olhos acordando do transe – No que está pensando?

– Eu... – Tive que pensar em algo rápido – Nos meus pais.

Apolo tentou controlar-se para não rir, e assentiu obviamente sem acreditar.

– Eu aposto que eles estão bem. Agora... – Ele deu alguns tapinhas no lado vazio da cama – Vem deitar?

Estreitei os olhos para ele, mas acabei puxando o meu lençol e deitando na cama. Cobri-me até a cintura e me coloquei sentada. Apontei para Apolo, que já tinha se aproximado, como quem não queria nada.

– Nem tente, entendeu? – Falei tentando parecer o mais séria possível – Se você tentar alguma coisa, eu grito “estupro” até ficar sem ar.

Para parecer ainda mais determinada, deitei-me com firmeza e virei para o outro lado, ficando de costas para ele. No entanto, Apolo não se deitou. Ele se aproximou ainda mais de mim, e chegou seu rosto perto do meu ouvido.

– Você seria mesmo capaz disso? – Só pela sua voz, dava para sentir que ele estava sorrindo – Musa.

Eu me aconcheguei no meu travesseiro, e assenti.

– Sim. – Confirmei. Apolo riu um pouco e deitou-se também. Podia sentir que ele estava o mais próximo de mim que conseguia, mas sem me tocar.

– Alice? – Falou para ver se eu ainda não estava dormindo, mesmo sabendo que não – Você lembra de Paris?

Eu corei. Como eu podia esquecer?

– Lembro. – Murmurei sem jeito.

– Lembra de nós dois juntinhos em Paris? – Perguntou em uma voz ainda mais sedutora – Só eu e você naquela suíte maravilhosa...

Seus dedos meu ombro e foram acariciando aos poucos. Senti meu corpo todo esquentar, só com aquele toque sutil e a lembrança de Paris. Me mexi um tanto inquieta, e seus dedos para meu cabelo. Achei que ia mexer nele, o que me deixaria com sono rapidamente, mas Apolo lembrou disso e se resumiu a colocá-lo atrás da minha orelha.

– Você gostou? – Perguntou em um sussurro. Eu não consegui deixar de sorrir. Para a minha sorte, ele não conseguia ver o meu rosto.

– Você sabe que eu gostei. – Respondi e percebi que ele riu um pouco – Agora vai dormir e para de ficar me fazendo essas perguntas.

– Você não sente falta, Alice? – Perguntou ignorando o que eu disse, e eu me controlei para não dizer sim.

– Não. – Menti, e ele riu um pouco mais alto.

– Você nunca mentiu tão mal. Dá para ver que você está sorrindo. – Falou jogando-se no colchão de vez. Eu me coloquei sentada e olhei para Apolo deitado.

– O que você quer que eu diga? Que foi maravilhoso, que eu adorei, que foi a melhor noite da minha vida? Tá bom, foi. – Admiti e ele abriu um sorriso com seus dentes perfeitos, enquanto eu me arrependia por ter deixado escapar o detalhe sobre ter sido a melhor noite da minha vida. Qual a necessidade, Alice? Sua idiota – Eu sinto falta? Sinto. Sabe do que mais eu sinto falta? De quando você não era um imbecil.

– Eu sou um imbecil por que? – Perguntou curioso.

– Ah, eu não sei. Pergunta a sua namorada, ela deve saber a resposta. – Rebati. Ele colocou-se sentado.

– Tá bom, já chega disso, ok? – Falou olhando-me com humor e ao mesmo tempo incrédulo – Ela não é a minha namorada. Não estamos saindo juntos nem temos um compromisso sério.

– Ah, não? – Falei sem acreditar nele.

– Claro que não! – Falou rindo – Nós estamos só... Como vocês dizem mesmo? – Ele tentou se lembrar.

– Trocando saliva casualmente? – Sugeri e ele revirou os olhos.

Ficando. – Lembrou – Só isso. Eu não estou trocando ela por você.

– Eu não disse isso. – Retruquei.

– Nessas palavras não, mas é só ler nas entrelinhas. – Falou rindo e se aproximou de mim apertando minhas bochechas – Ciumenta.

– Não são ciúmes! – Reclamei – É raiva, já falei para você. Você está trocando saliva casualmente com a garota que mais me odeia no mundo. Você... Você é um traidor.

– Um traidor? – Repetiu ele – Eu sou o traidor?

– Sim, você é. Amigos que são amigos não ficam com os inimigos dos amigos. – Retruquei incomodada – Era para você me apoiar.

– Eu tenho que odiar todo mundo que você odeia? – Perguntou confuso.

Sim. – Respondi como se fosse óbvio – É um dos principais mandamentos da amizade. Adotamos inimigos dos amigos.

– Quem escreveu esses mandamentos? Você? – Perguntou rindo.

– Não. Ele já é muito antigo. Milenar. – Respondi, mas vi que aquilo não era nada contra Apolo. Ele riu e negou com a cabeça.

– Não lembro disso, e eu também sou milenar. – Respondeu. Eu bufei.

– Não interessa, tá bom? – Reclamei.

– E também, tem outra coisa que você não considerou nesse seu discurso. Eu e você somos mais que amigos. – Colocou ele estendendo a mão e acariciando minha perna. Eu revirei os olhos.

– Pior ainda! – Reclamei – Argh, mas eu não vou perder meu tempo de sono com você e com a Heather. Agora vai dormir.

– Você pretende mesmo dormir comigo aqui do seu lado? – Perguntou abrindo os braços – Não quer fazer nada? Eu não conto para ninguém se você não contar.

– Não, eu não quero fazer nada. – Respondi me mantendo firme. Aproveitei-me da raiva que tinha da Heather para poder lutar contra a minha vontade de ficar com o Apolo, mas isso não durou muito.

– Tudo bem, então. Eu vou dormir e te deixar em paz. – Resmungou um tanto frustrado. Apolo tirou todo o cobertor de cima dele para tentar ajeitar de novo. Ele pareceu não lembrar que estava nú, mas eu lembrei na hora.

Acabei soltando um gritinho de susto, e ele olhou para mim surpreso.

– Apolo...!

POV Apolo

– O que? – Perguntei assustado pelo grito de Alice. Ela estava de olhos arregalados, mas de repente franziu o cenho passando de susto para confusão. Seus olhos se ergueram para mim, já que antes encaravam algum ponto mais para baixo.

– Você....?! Você está de cueca?! – Perguntou perplexa e irritada. Eu olhei para a minha cintura e assenti.

– Eu achei que ia ser maldade demais ficar sem roupas a noite inteira. Não queria te torturar tanto as... – Foi aí que me toquei. Não consegui conter um enorme sorriso bobo enquanto encarava o rosto de Alice. Suas bochechas estavam vermelhas – Você olhou!

– O que? – Perguntou sem entender.

– Eu puxei o cobertor e a primeira coisa que você quis olhar foi para o meu... Ah, Deuses! – Eu comecei a gargalhar, enquanto ficou de queixo caído.

Não! – Exclamou para mim com vergonha – Não foi nada disso! Você puxou o cobertor e tinha dito que estava nu!

– E ao invés de virar o rosto para longe, você foi logo encarar! – Continuei rindo – Por Zeus, eu me sinto violado!

– Eu não queria olhar! Para de rir! – Reclamou ela com vergonha.

– Queria sim! Seu rosto está todo vermelho! – Apontei para ela, e Alice acertou um tapa no meu dedo. – Você me quer. – Ela negou com a cabeça – Você me quer sim! – Cantarolei enquanto ela tentava parecer confiante ao negar.

– Eu não quero nada! – Respondeu com a voz desafinando.

– Quer que eu tire a cueca? – Perguntei para implicar – Eu sei que você quer.

– Não. – Respondeu negando com a cabeça.

– Tudo bem, eu tiro. – Coloquei as mãos sobre a barra da roupa de baixo só para vê-la ficar sem jeito.

– Não! – Alice gritou e correu para segurar as minhas mãos. Seu rosto estava bem perto do meu, e ela acabou não resistindo e rindo – Você não presta. Você fez isso de propósito!

– Admite que olhou. – Disse rindo perto dela. Dava para sentir sua respiração perto do meu rosto. Alice mordeu o lábio inferior e negou a cabeça para mim. Naquele instante, eu vi a mesma garota que estava comigo na França.

– Eu não sei do que você está falando. – Respondeu prendendo um sorriso bobo.

– Não mente para mim, você foi direto olhar! – Neguei com a cabeça – E você ficou olhando para o meu corpo esse tempo todo.

Ela abriu a boca pronta para contestar, mas acabou se dando por vencida. Alice balançou a cabeça e seu cabelo ondulado seguiu o movimento.

– Você é o Deus da beleza e está deitado sem camisa do meu lado. Eu tenho que olhar. – Respondeu defendendo-se – Eu sou metade mortal.

– Você acha que eu sou o que? Um pedaço de carne? Eu estou me sentindo abusado! Não sou um patrimônio público para você ficar encarando! – É claro que estava falando isso só para mexer com ela. Alice abriu a boca para dizer mais alguma coisa, e eu resolvi imitá-la. Puxei o cobertor contra mim e coloquei-o na altura do meu pescoço, escondendo todo meu corpo. Forcei uma voz mais fina – E se você tocar em mim eu grito “estupro” até não ter mais ar.

Alice riu desviando o rosto e depois olhou para mim entrando na cena. Ela ergueu as sobrancelhas algumas vezes e estendeu o braço. Seus dedos tocaram meus ombros e depois mexeram no meu cabelo.

– Você seria mesmo capaz disso, minha musa? – Perguntou e depois fez uma pose confiante – Você não me quer? Eu sou tão sexy! As bailarinas anoréxicas me amam!

– Ah, vem cá! – Agarrei sua cintura, incomodado pela parte final. Alice soltou um gritinho quando eu a girei jogando-a contra o colchão e parando em cima dela. Seus olhos encontraram os meus por alguns segundos, antes de eu afundar meu rosto contra seu pescoço e começar a beijá-la – Eu não parei o meu carro... – Voltei a beijar – Para dar carona para a Heather. – Continuei a beijar e passei para o outro lado do pescoço – Eu parei para você. Você é a minha musa e sempre vai ser, entendeu?

Ergui o rosto e olhei para Alice. Ela desviou o olhar um tanto sem jeito.

– Mesmo? – Perguntou em um miado. Eu ri e confirmei.

– Mesmo. – Respondi rindo – Quer que eu jure juradinho também? – Ela fez uma careta para mim, e eu retribui.

– Então... – Alice encolheu os ombros, ainda embaixo de mim – Ela não é especial?

– Bem... – Resolvi implicar com ela – Por enquanto não, mas quando eu pedir para ela ser minha musa também...

Alice olhou para mim chocada e de queixo caído. Ela estendeu os braços e tentou me empurrar.

– Vai embora! Vai embora, seu idiota! – Eu comecei a rir – Eu estou falando sério!

– Eu não estou! – Continuei rindo – É brincadeira. Você é a minha única musa, tudo bem? Calma, calminha... Ai! Sem tapa, Alice! Isso dói!

– Você mereceu. – Respondeu para mim, voltando a sorrir. Eu cheguei mais perto do seu rosto.

– Sabe, ainda falta aquele beijo que você me prometeu. – Comentei e ela ergueu as sobrancelhas – Eu ia deixar para cobrar na frente do Ares para ele ficar irritadinho, mas que hora melhor do que agora, não?

Alice revirou os olhos, mas acabou assentindo. Eu me aproximei e beijei-a bem devagar, porque eu queria que aquilo durasse. Só tinha um beijo, eu tinha que aproveitar.

Passei as mãos por sua cintura, e Alice (que podia ter ficado completamente imóvel) acabou estendendo a mão e segurando meu rosto. Eu separei nossos lábios quando nós dois ficamos sentados. Alice estava de olhos fechados, e eu rapidamente fechei os meus novamente, e tentei outro beijo.

Ela não pareceu notar que o primeiro já tinha acabado. Eu puxei-a ainda mais contra mim, colando seu corpo no meu. Alice pareceu se derreter nos meus braços enquanto eu intensificava ainda mais as carícias. Passava a mão pelas suas costas, pelas suas pernas, e sem separar nossos lábios jamais.

Depois de longos segundos, eu separei, mas voltei a beijá-la colocando-a no meu colo. O short do seu pijama subiu ainda mais deixando suas pernas bem de fora. Passei a mão por ali, e segurei seu cabelo com cuidado para não machuca-la, enquanto explorava sua boca ainda mais com nosso terceiro beijo.

Quando eu separei pronto para o quarto, Alice recuou o rosto. Ela piscou olhando para meus olhos azuis e mostrou que estava um pouco confusa.

– Espera... Isso... – Ela fechou os olhos com força e vi seu rosto corar – Eu perdi a noção, acabei me distraindo, mas... Isso foi um beijo só, não é? Só nos beijamos uma vez?

Eu olhei para o rosto dela, e percebi que estava parcialmente preocupada com a possibilidade de ter se entregado para mim e enganado Ares. Por isso, abri mão de mostrar o quanto nós poderíamos ficar bem juntos, ou o quanto ela gostava de estar comigo. Assenti dando um meio sorriso.

– Infelizmente, foi só um beijo. – Menti, e ela assentiu – O que é bom dura pouco.

– Eu não posso. – Falou simplesmente enquanto olhava para mim – Desculpa, mas eu não posso. Eu pedi para ele confiar em mim.

– E não traiu a confiança dele. – Disse soltando-a – Eu vou dormir agora.

Deitei-me sentindo raiva de Ares por ter roubado Alice de mim. Eu queria poder continuar, poder ficar com ela sem ter que me preocupar com que problemas eu arrumaria com ele. Infelizmente, não era mais a minha vez.

Virei para o lado contrário de Alice e me cobri fechando os olhos.

Para a minha surpresa, minha musa veio para perto de mim, juntando seu corpo no meu. Ela me abraçou aconchegando-se como um gato, e beijou minha nuca.

– Boa noite. – Disse. Eu inclinei a cabeça um pouco para o lado com um sorriso.

– Vai dormir assim?

– Você prefere que eu volte para o outro lado?

– Não. – Respondi – Você prefere que eu fique nu?

– Não. – Respondeu prendendo o riso.

– Então boa noite.

– Boa noite.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero pelo review de vocês!
Então, galera, é o seguinte. A fic está caminhando para o final, mas como eu estou vendo pelo reviews que vocês estão gostando bastante, resolvi tentar explorar ao máximo as cenas nos capítulos. Pode parecer que a história está passando devagar, mas é essa a intensão.
Quero saber se vocês estão achando o ritmo ruim ou bom, ok? Não esqueçam de comentar!
Beijos e até o próximo capítulo!