Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 37
Você


Notas iniciais do capítulo

Da última vez que eu olhei, essa história somava o total de 2.389 visualizações. Não tem "obrigada" que agradeça a atenção que a minha fic ganhou.
Mas eu vou dizer mesmo assim: obrigada.
Bem, eu caprichei nesse capítulo, por isso está um pouco longo. Eu espero que o Team Ares se emocione no final, e muito também no próximo capítulo. Mas sem spoilers.
Espero que gostem, e boa leitura!



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Peguei um copo de água e andei pela sala em círculos enquanto bebia. Não sabia o que fazer para ajeitar tudo. Na verdade, estava com raiva de mim. Sempre odiei as pessoas que tinham casos escondidos dos conjugues, e tinha feito a mesma coisa naquela tarde com Apolo.

Eu tinha que contar. Eu tinha que contar, e explicar aquilo, e explicar o que eu fiz para os pais do Ares aparecerem, e explicar, por exemplo, a minha vida inteira para ele. E implorar para ele ouvir, é claro.

– Ah, você está aqui? – Falei ao ver que Joe descera as escadas. Ele fez uma careta para mim.

– Eu ia dizer a mesma coisa. Só com um pouco mais de nojo. – Respondeu enquanto ia para a cozinha.

– Por que você não foi com eles? – Perguntei irritada.

– Porque eu não tava a fim. – Respondeu saindo da cozinha com uma maçã – E porque você não foi para o inferno?

– Porque eu ainda não morri. E nem você. – Respondi.

– O que tem eu estar vivo com você ir para o inferno? – Perguntou sem olhar para mim.

– Eu só vou para o inferno te arrastando junto, Joey. – Respondi sorrindo amigavelmente – Não dá para aproveitar aquele calorzinho sem você.

– Vai sonhando. – Falou prendendo o riso – O inferno é o lugar para gente que nem você.

– Gente que nem eu? – Eu ri cruzando os braços e me sentando no sofá o mais longe dele – Como assim gente que nem eu?

– Bom, por exemplo, gente que trai o namorado otário. – Falou erguendo uma sobrancelha.

– Eu não fiz isso.

– Não foi isso que eu vi da janela do meu quarto. Não dava para ver onde você acabava e o loirinho começava. – Riu de mim e mordeu a maçã – Você até que é bem fácil, hein?

– Eu não sou fácil, e isso não é da sua conta. Pare de me espiar pela janela do seu quarto e vai viver a sua vidinha perfeita. – Aquilo incomodou-o mais do que eu achava que iria. Joe parou de comer a maçã e olhou para mim com puro ódio.

– O problema não é meu se a sua vida tampa a dos outros. – Respondeu.

– O que? – Perguntei confusa.

– Você é idiota demais para entender, Ally. Esqueça. – Eu não ia esquecer, mas alguém tocou a campainha – Vai atender. Deve ser seu namoradinho. Ou o seu outro namoradinho querendo mais.

– Cala essa boca. – Disse levantando e indo para a porta. Abri-a com raiva, mas fui tomada por uma enorme surpresa. Fiquei muda por alguns longos instantes.

– Que foi? Eu estava certo? – Joe perguntou rindo, mas eu não consegui responder. Estava ocupada demais olhando para a pessoa que batera na porta.

Lá estava uma mulher loira vestida de noiva. Parecia que ela tinha chorado até não aguentar mais, porque sua maquiagem borrava todo o seu rosto. O vestido estava sujo de terra, provavelmente por ter andando com ele por aí. Ela enxugou os olhos com os dedos magros e estufou o peito.

– É você? – Perguntou. Pisquei os olhos.

– Oi? – Falei.

– É, deve ser você. – Disse e então me deu um forte empurrão. Eu caí no chão de madeira, mas não antes de ouvir o osso do seu braço estalar muito alto. A mulher passou a mão ali, como se quisesse ajeitá-lo antes de entrar em casa. Ela marchou um tanto dura até mim com um olhar de raiva – Você provavelmente deve ser ela. Ele sempre corre atrás dessas morenas novinhas.

Coloquei-me sentada e olhei para ela com os olhos arregalados. Joe se virou no sofá para ver o que tinha acontecido. Seu queixo caiu.

– Então ele era noivo? – Perguntou olhando para mim provavelmente pensando que se tratava de Apolo. A mulher olhou para Joe com a mesma raiva.

– Ah, não. Pode ser você. – Disse avançando na direção dele – Foi você que se encontrou com ele de noite?!

– O que? – Falou Joe confuso – Eu não me encontrei com ninguém, dona. Foi ela.

– Não me encontrei com noivo nenhum, seu imbecil! – Exclamei para ele me colocando de pé.

Ela parou e olhou em volta bufando. Não estávamos entendendo nada do que estava acontecendo, por isso permanecemos parados enquanto ela saia arrastando o vestido sujo pelo chão limpo da sala.

– Kenny, eu vou chutar esse seu traseiro magrelo, seu pervertido! – Gritou o mais alto que conseguia – Kenny, onde está você?! Apareça!

– Ei! – Chamei olhando-a andar pela casa como uma louca, mas fui ignorada.

– Por que deixou essa maluca entrar?! – Perguntou Joe.

– Você não queria que abrisse a porta?! – Rebati.

– Não sabia que era uma noiva neurótica! – Respondeu. A mulher segurou a garganta de Joe com uma mão, mas com força o suficiente para deixá-lo sem ar.

– Me chame de neurótica ou maluca mais uma vez e eu enterro você vivo no jardim! – Exclamou ameaçando-o. Eu cruzei os dedos para que Joe repetisse a ameaça, mas ele ficou com medo demais para isso.

Quando ela o soltou, meu primo afastou-se para longe e veio para perto de mim.

– Mas quem é você? – Perguntou sufocado.

– Olha como fala! Não use esse tom de voz para perguntar quem eu sou, como se não fosse bem vinda aqui, seu cretino! – Exclamou apontando para ele. Joe se recuou com medo.

– Ela é maluca, Alice. – Falou chocado.

– Maluca?! Maluca?! Você disse maluca?! – Exclamou correndo mancando atrás de Joe – Você vai dormir com as minhocas essa noite, seu garoto mimado!

– Tira ela de perto de mim! – Exclamou Joe fugindo a noiva enfurecida.

Ei! – Gritei tão alto que ela parou para olhar para mim – Quer chá?

Ela respirou fundo e ergueu uma sobrancelha.

– Chá preto. Eu aceito. – Disse sentando-se no sofá.

– Joe, vai fazer chá preto. – Falei.

– Eu não...!

– Joe, vai fazer chá preto! – Exclamei e ele engoliu em seco – Eu vou ficar aqui com ela. Agora vai.

Ele notou que era para escapar da mulher, e acabou correndo para a cozinha. Sentei-me de frente para ela, bem devagar, e sorri desajeitada.

– O que houve? Podemos ajudar em alguma coisa? – Perguntei. Ela manteve a expressão de raiva por alguns minutos até que desabou no choro. Ela soluçava alto e deixava as lágrimas escorrerem pelo rosto sem se dar o trabalho de secá-las.

– Kenny não me ama mais! – Exclamou entre soluços – Ele...! Ele andou tendo um caso com alguém por aqui! Um de vocês está roubando ele de mim!

– Você tem certeza? – Perguntei sem saber mais o que falar.

– Ele... Ele me deixou para vir aqui! Aquele... Aquele traidor miserável! – Chorava cada vez mais.

– Ei, ei, calma. Calma, isso pode ser um grande engano! – Falei tentando acalmá-la. O que eu estava fazendo? Uma mulher estranha com vestido de noiva aparece no meio da noite, me agredi, ameaça meu primo imbecil e depois vem chorar no meu ombro? Não é lá algo muito normal – Er... Qual o seu nome?

– Sharon. – Chorou.

– Sharon, o Kenny deve te amar sim. Você não tem certeza se ele...

– Ele nunca me deixaria no meio da noite assim, mas... Pelo Senhor, era madrugada! Eram duas da manhã, talvez três, e ele saiu do meu lado! – Interrompeu-me. Ela estendeu as mãos e segurou as minhas – Não foi com você, foi?! Você não faria isso com um homem comprometido, não é?!

– Deuses, sua mão está um gelo! – Exclamei surpresa. Tentei soltar-me delas, mas estavam apertando as minhas com muita força. Resolvi focar na questão para que ela pudesse ir logo embora – Er, não. Não ia fazer isso com um homem comprometido.

– Você é comprometida? – Perguntou rápida como um raio.

– Eu... Sou. – Assenti.

– E ele te ama? – Perguntou logo em seguida.

– Bem... No momento não, mas ele me amava há umas horas atrás. – Respondi sinceramente, mas ela estreitou os olhos para mim como se não entendesse – É complicado.

– Teve um caso com alguém? – Perguntou em disparado. Engoli em seco, e parecia que ela lera a resposta no meu rosto – Você teve um caso com o Kenny!

– O que?! N-Não! – Exclamei preocupada com o olhar assassino dela. Sharon se levantou ainda sem soltar minhas mãos e rosnou.

– Eu vou arrebentar seu rosto inteiro, sua...! – Eu a cortei.

– Eu nem sei quem é Kenny! – Exclamei para ela, mas não pareci ser convincente. Acabei falando a verdade – Foi com um amigo meu, tá bom?! Feliz?!

Sharon sentou-se devagar. Eu esperava que a verdade fizesse com que ela desistisse de me interrogar, porém infelizmente ela sentiu-se ainda mais interessada no assunto.

– Conte mais sobre isso. – Quase que exigiu, mas do mesmo modo que Afrodite faria para saber fofocas amorosas dos outros.

– Eu... – Suspirei pesadamente. Olhei para a porta e vi que Joe estava na cozinha e não poderia ouvir aquela conversa. Ótimo. Não queria que ele soubesse tanto sobre a minha vida – Vamos chamá-lo de O Cara Loiro. Eu estava namorando ele há um tempo, mas aí veio esse... Bem, vou chamá-lo de O Cara Forte. Eu odiava O Cara Forte, mas acabou que depois de bastante convivência a gente ficou a fim um do outro. Aí eu deixei O Cara Loiro. Só que ele continuou perto de mim, e eu continuo gostando dele de certa forma. Eu gosto dos dois. E é muito difícil, acredite, porque eu nunca sei o que fazer quando eles estão perto de mim.

Chequei mais uma vez para ver se Joe ainda estava longe. Estava, por sorte.

– Olha, eu não tenho ideia de quem é esse tal de Kenny. Nem ninguém aqui tem, eu aposto. Mas eu não consigo acreditar que ele seja tão frio a ponto de deixar uma noiva desse jeito. – Falei encolhendo os ombros – E essa é toda a verdade.

– Você contou isso para ele? – Perguntou.

– Eu já disse que não conheço esse cara! – Exclamei impaciente.

– Não! Contou isso para o seu namorado? – Perguntou inclinando-se para frente, querendo mesmo saber a reposta.

– Não. – Murmurei sem jeito – Quero dizer... Ainda não.

– Por que ainda não? – Quis saber.

– Porque ainda não. – Respondi irritada – Só isso, ok?

– Sou 1/3 francesa. Gosto de saber dessas coisas. – Admitiu.

– Olha... Tem coisas que as pessoas fazem e que não sentem orgulho de ter feito. Não é como se eu não me sentisse mal pelo que eu fiz. Eu sinto. Mesmo. – Falei suspirando.

– Então por que fez?

– Porque as pessoas também fazem besteira e coisas que não se orgulham quando estão inseguras e indecisas. – Respondi.

– Estava insegura e indecisa? – Quis saber.

– Eu sou insegura e indecisa. – Respondi revirando os olhos – Mas não sou tão desonesta ao ponto de esconder uma coisa dessas dele.

– Chá preto? – Falou Joe segurando uma xícara. Sharon finalmente soltou as minhas mãos, mesmo que com dificuldade e pegou a xícara das mãos de Joe – Você queria uma também? Acho que deve gostar do sabor traição-em-pó, fogo-interno e amantes-se-pegando. Mas acho que o que você mais precisa é de vergonha-na-cara. Ótimo sabor.

– Ah, não obrigada. – Respondi sorrindo – Mas já que está tão interessado em chás, porque não pega todos os sabores e enfia bem no meio do...?!

– Você sente ciúmes dela? – Perguntou Sharon estreitando os olhos. Joe arregalou os dele.

– Como é?! Mas é claro que não! – Exclamou irritado – Ela é minha prima fracassada e irritante. Quero dizer, meio-prima. É adotada.

– Cala essa boca. – Rosnei com raiva.

– Ela não te contou? Foi deixada aqui pelo carteiro, e meus tios foram obrigados e tomar conta desse desgosto chamado Alice Kelly. – Continuou com um sorriso torto.

– Eu juro que eu vou quebrar a sua cara, seu imbecil! Cale a boca! – Exclamei colocando-me de pé. Sharon se levantou também e me interrompeu.

– Eu estou indo. – Falou – Muito obrigada pelo chá e desculpe a intromissão. Agora, tenho que achar o Kenny e... Argh. Deus sabe o que eu vou fazer com ele.

Sem falar mais nada ela se arrastou até a porta e foi embora. Eu e Joe ficamos observando toda aquela estranheza. Sharon aparecera do nada e fora embora do mesmo jeito. Ele foi até a porta e fechou-a.

– Louca. – Disse revirando os olhos.

– Durma com as minhocas. – Respondi com raiva indo para o segundo andar.

– Ficou com raiva que eu contei a verdade? – Perguntou erguendo a voz a medida que eu me distanciava – Ao menos um de nós dois tem que ser honesto, não?

Não liguei.

Entrei no quarto de Ares e sentei-me na cama. Não senti vontade de levantar de lá para nada, nem para acender a luz. Estava ali, no escuro, pensando sobre o que tinha feito como se alguém tivesse me colocado de castigo. O que mais me incomodava era que ele tinha sido muito gentil antes de ficar com raiva por Zeus e Hera aparecerem. Imaginei que devia ser por isso que eu beijara Apolo de tarde. Eu queria sentir que alguém ainda ia estar do meu lado mesmo com tudo dando errado.

Aquele momento que eu passei no escuro foi um dos mais melancólicos e melosos de toda a minha vida. Só faltava a trilha sonora de Adele e chuva molhando a janela.

Mas, ainda bem, quebrando todos os meus pensamentos, Ares abriu a porta e acendeu a luz. Não pareceu muito surpreso de me ver ali, mas eu fiquei em vê-lo. Não tinha ideia de que horas eram, nem de quanto tempo eu tinha ficado sentada ali me sentindo uma idiota perdida.

– Saí. – Foi tudo o que disse.

– Eu quero falar com você. – Falei com a voz falhando.

– Eu disse saí. – Rosnou indo até mim. Ele segurou meu braço com força e me puxou para a porta. Eu debati-me tentando fazê-lo me largar, mas aquilo simplesmente não ia dar certo.

– Ares, para! Eu preciso falar com você...!

– Você precisa é ir para o seu quarto e se auto adorar pela sua vingançinha traiçoeira. – Rebateu batendo a porta. Só que eu coloquei o pé impedindo-a de se fechar. Soltei um grito de dor profundo. Aquilo tinha doído como o inferno – Que? Achou que não ia doer?

Déjà vu.

Ignorei a dor por alguns instantes e olhei nos olhos dele. Ares deve ter notado algo de diferente no meu rosto, porque acabou perguntando...

– O que foi?

– Isso. – Falei balançando a cabeça – Foi exatamente isso que você disse quando eu fui aquela noite a sua casa reclamar do barulho.

Ele cruzou os braços.

– É. – Assentiu finalmente lembrando – E estou aqui repetindo porque você continua tão lesada quanto aquele dia. Agora some daqui!

– Não! – Exclamei empurrando-o para trás. Ele foi pego de surpresa, por isso acabou recuando alguns passos. Eu fechei a porta atrás de mim e apontei para o rosto dele – Quer saber de uma coisa? Eu beijei o Apolo! – O rosto de Ares mostrou uma mistura de surpresa e raiva – E ele me beijou de volta, e nós nos beijamos a tarde toda naquele gramado! E ele foi legal e muito, muito doce comigo!

Ares abriu a boca para gritar comigo, mas eu o interrompi.

– E eu contei a Éris que estávamos aqui em segredo, mesmo sabendo que era mentira, justamente para ela querer sair contando para o Olimpo inteiro que você não queria ver ninguém aqui! – Continuei – Aí eles ficariam com raiva, principalmente a Hera, e viriam para cá infernizar você.

– Você...?!

– Sim, eu fiz tudo isso! Sim, eu queria te infernizar! – Assenti chegando perto dele – Porque você estava sendo um enorme cretino insensível se divertindo me vendo mal! Você sabia que eu odiava vir para cá, mas fez questão de vir junto não para me fazer sentir melhor como qualquer namorado decente faria, mas para rir da minha cara! E eu queria, Ares, queria te ver sofrer que nem uma formiga sofre quando nós colocamos uma lupa em cima dela e deixamos o Sol queimá-la viva!

Eu conhecia ele. Sempre que Ares era tomado por mais de três sentimentos simultâneos, ele travava. E era exatamente assim que ele estava, travado. Queria, provavelmente, me xingar de todos os piores palavrões, me espancar até quebrar a maior parte dos meus ossos, me estrangular com as próprias mãos, gritar comigo. Mas não conseguia escolher o que fazer primeiro.

– Mas eu... Eu me arrependi. De tudo isso. – Falei com uma voz mais calma – Você estava sendo tão legal comigo com todo aquele lance de encontro, de nos beijarmos sobre as estrelas, e até de nadarmos nus naque-

Seminus. – Corrigiu.

–... Seminus naquele lago, que eu pensei... Eu desejei que a Éris não contasse para ninguém, e que nenhum Deus aparecesse para estragar tudo isso, porque... Nossa, foi tão bom! – Falei colocando toda a minha culpa para fora – Eu não queria mais te fazer sofrer. Eu queria que continuasse daquele jeito, só isso.

Ares olhou bem para o meu rosto e franziu as sobrancelhas.

– Você vai chorar? – Eu desviei o rosto. Sabia que meus olhos estavam marejados, mas esperava que ele não notasse. Droga.

– Não. – Disse tentando me controlar. Cruzei os braços e fitei a parede do meu lado do quarto – Eu... Eu não estou dizendo que você não tem o direito de ficar com raiva. Você tem. Até eu ficaria com raiva, sabe? Se eu estivesse no seu lugar. Você pode até me odiar, por mim tudo bem, eu... Eu só quero. Que, assim... Você não me odeie para sempre. Ou por tempo demais...

Ele aproximou-se de mim tanto que eu sentia o seu corpo quase grudado ao meu. Ainda não olhava para ele.

– Por favor. E... – Encolhi os ombros – E é só isso que eu tinha para dizer.

– E você estava quase chorando por causa disso tudo? – Perguntou.

– Não estava chorando, idiota. Quer dizer, eu não ia chorar. – Fingi que a ideia era ridícula – É só essa estúpida alergia a poeira.

– Asma. – Corrigiu.

– Ah, agora você conhece minha doença crônica não transmissível melhor do que eu? – Rebati negando com a cabeça – Alergia.

– Vem cá. Olha para mim. – Ele segurou meu queixo e puxou meu rosto para a direção do dele. Ares se inclinou para olhar bem nos meus olhos, o que foi desconfortável – Depois de tudo isso que você fez, depois de ter armado contra mim, depois de ter se agarrado com o Apolo, você acha que eu vou te desculpar e vai ficar tudo bem?

Engoli em seco. Desviei o olhar por uns instantes, mas depois olhei-o de novo.

– Eu... Eu fui sincera. – Encolhi os ombros – Pedi desculpas. Agora é você que escolhe.

Ares estreitou os olhos para mim.

– Você merece um castigo. – Falou no tom rouco que ele usava quando estava excitado – Amanhã... – Ele parou para pensar – Amanhã você vai fazer a minha tarefa por mim.

– Certo. – Assenti – Eu faço. E... – Franzi o cenho – E agora?

– O que você quer agora? – Perguntou erguendo uma sobrancelha. Senti meu rosto corar quando passei minhas mãos por seus ombros.

– Você.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Eu queria aproveitar e perguntar para vocês o que vocês estão achando da fic em geral. Quando eu comecei a escrever esse Bônus, pensei em fazer algo curtinho, mas acabei achando melhor fazer como se fosse uma novela. Não tão grande que ficasse enjoativo, mas que também não acabasse tão rápido.
Só que eu quero saber de vocês como está ficando.
Bem, obrigada por lerem, por comentarem, por indicarem, ou por meramente acessarem. Mesmo.
Vejo vocês no próximo capítulo!