Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 31
Garçom, tem um Scott na minha sopa.


Notas iniciais do capítulo

Acho que dessa vez eu não demorei taaanto assim para postar. Mas como eu pretendia já ter postado esse capítulo faz tempo, eu resolvi fazer ele um pouco maior.
E agora essa vai ser minha lógica: quanto mais tempo eu demorar, maior ele vai ser. (A não ser que eu demore por algum bloqueio criativo).
Enfim, eu caprichei nesse capítulo. Espero que gostem.
Boa leitura!



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Intensificamos o beijo cada vez mais. O tempo parecia simplesmente não passar, mas nós não estávamos nos importando. Ares acariciava meu rosto, enquanto eu fazia o mesmo (sentido sua barba por fazer roçando em meus dedos).

Não era como se não existisse mais um mundo ao meu redor. Existia, e eu sabia disso, mas por mais que eu soubesse que era melhor parar de beijá-lo daquele modo na frente de um público inteiro que era amigo do meu pai, eu simplesmente não conseguia tirar meus lábios dos dele.

Ares puxou-me pela cintura fazendo com que meu corpo ficasse mais grudado ao seu e correu suas mãos colocando-as nos meus bolsos traseiros da calça jeans. Meu rosto ficou um pouco mais vermelho e eu desviei-o um centímetro de Ares. Ele riu no meu ouvido.

– Ficou tímida agora? – Sussurrou com um tom de humor.

– Estamos no meio do restaurante. – Sussurrei de volta para ele. Ares afundou o rosto contra meu pescoço, dando-me beijos.

– E daí? – Rebateu continuando a beijar.

– Daí que tá todo mundo olhando, provavelmente. – Respondi começando a sentir vergonha. A barba mal feita de Ares começou a pinicar meu pescoço e eu ri – Está fazendo cosquinha, para.

Ares riu e parou de beijar meu pescoço. No entanto, resolveu roçar sua barba por fazer contra mim para provocar ainda mais cócegas. Eu ri tentando me encolher, mas ele não permitia. Dei um tapa em seu braço ainda entre risos.

– Para! – Reclamei rindo. Ares parou e olhou para mim. Piscou e roubou mais um longo e prolongado beijo. Derreti-me uma segunda vez.

– Olhando bem... – Sussurrou Ares – Olhando melhor, você é bem sexy, Kelly.

– Tinha álcool na picanha? – Perguntei prendendo o riso. Ares mordeu meu lábio inferior e eu ri – E você sendo gentil... Uau.

– Deixa eu mostrar mais da minha gentileza. – Disse com maldade apertando minha bunda. Meu rosto ardeu em vermelho, mas ele não viu. Tinha voltado a beijar meu pescoço.

Fechei os olhos tentando esquecer tudo que não fosse ele. Tentei ficar presa aquela sensação de calor repentino e de paz. Quando eu os reabri, eles encontraram a sopa em cima da mesa.

Levei um susto.

– Ah! Para! – Disse tentando empurrar Ares. Ele pensou que eu estivesse ainda me divertindo, por isso não parou – Não, para! Scott!

Ele colocou seu rosto de frente para mim, quase que instantaneamente. Seu olhar mostrava irritação.

– Eu espero, Kelly, que você esteja falando de Scott, a bebida. Não daquele garoto. – Falou estreitando os olhos.

– Não, é o Scott. – Neguei com a cabeça.

– Você me chamou de Scott?! Confundiu meu nome com aquele moleque?! – Reclamei agora extremamente irritado. Revirei os olhos.

– Não, Ares! Eu estava...!

Eu não queria interromper a cena, por mais picante que ela estivesse. Desculpa. – Disse a voz de Scott. Ares olhou para a sopa e eu também. Lá estava o filho de Hefesto, com seu cabelo cacheado bagunçado e uma camisa de Star Trek.

– Era o que me faltava. – Bufou Ares desviando o rosto e se ajeitando no banco. Não liguei para a sua irritação, pois estava ocupada demais admirando o holograma de Scott.

Eu até pensei “Ei, é melhor eu avisar para os dois que eu estou aqui”. Mas aí pensei de novo “Nããão, eles quase nunca têm um momento assim” e resolvi ficar aqui esperando vocês terminarem. – Contou gesticulando – Só que vocês não terminavam nunca! E, caramba, como vocês têm fôlego.

– Scott... Você está na minha sopa. – Foi tudo que consegui comentar.

Eu sei! Legal, né? E pelos pedaços de tomate flutuando, aposto que é a sopa de frango e tomate da Casa da Picanha. – Sorriu feliz.

– É! – Retribuí feliz também – Isso é muito legal!

Ares tossiu forçadamente, e eu me toquei que havia deixado-o de lado.

– Ahm... Scott, eu estou um pouco ocupada. – Comentei sem jeito.

Ah, eu sei. Estava ficando com medo de vocês começarem a tirar a roupa. – Respondeu. Meu rosto ficou um pouco vermelho e tive que prender um sorriso.

– Aposto que estava esperando por isso. – Disse apontando para ele – Pode dizer, esse era o motivo de estar nos vendo, não é? Safadinho.

– Se vocês tirassem a roupa, eu teria que tirar também. Ia ficar muito quente aqui, sabe? – Ele se abanou e riu – Quero dizer, tirar a minha camisa ao menos. Porque eu já estou sem calças nem cueca.

Scott ergueu as sobrancelhas duas vezes para cima e eu ri. Ele deu um passo para trás e pude ver que estava usando calça jeans.

Há! Peguei você! – Ele riu da própria brincadeira e eu ri de volta. Ares não gostou muito.

– Que graça você vê nesse retardado mental? – Perguntou irritado – Termina logo de falar com ele, ou eu deixo você aqui para pagar a conta sozinha.

– Scott, o que você quer? – Perguntei – Como fez isso?

– Ligação de Íris. Pronto, uma resposta a menos. – Apressou Ares.

Eu tentei ligar para você, mas você não atendia. Na maior parte das vezes não tinha sinal. Você está a dois dias sem dar notícias, Alice. Em dois dias, muitas maluquices acontecem na sua vida. – Contou encolhendo os ombros – Fiquei preocupado. Aí descobri que posso ligar para quem eu quiser dando um dracma para um arco-íris.

Isso parece conversa de drogado. Você deu uma moeda para um arco-íris, e apareceu na minha sopa? – Franzi o cenho – Quem pegou a moeda? Um doende?

Que grosseria a sua, Cooper. Claro que não foi um duende. Foi Íris, a Deusa menor dos arco-íris. – Respondeu negando com a cabeça.

Claro. Mil perdões. – Falei assentindo – Eu estou bem, como pode ver. Aqui está uma droga, na maior parte do tempo, mas continuo viva. E você? Tem alguma coisa para me contar sobre as suas aventuras nesses dois dias?

Bem... Foi por isso que eu te liguei também. – Comentou rindo sem jeito e coçando a cabeça.

Scott... O que houve? – Perguntei, mas logo percebi que nada tinha acontecido. Ele tinha feito algo acontecer – Pilgrim, o que você fez?

– Ah, eu vou pegar uma cerveja. – Falou Ares se levantando e indo para o bar que tinha ali perto.

Como vou te contar isso? Er... Você se lembra do Demon? – Perguntou mudando de posição, inquieto.

– Do coelho que eu disse explicitamente que queria longe das minhas coisas?

Esse mesmo. Ótima memória a sua, Cooper. – Assentiu – Bem, Demon não é o Demon. É... A Demon.

– Que interessante. – Assenti sem ligar – Bem-vindo ao mundo feminino, Demon. Ele é uma droga.

É, mas fora isso... Lembra que ela era gorda? – Perguntou e eu assenti – Digamos que a saliência da barriga da Demon não era um acúmulo excessivo de lipídios para reserva energética.

– O que você quer dizer com isso? – Franzi o cenho, confusa, mas depois eu vi. Atrás de Scott, o que eu achava que eram coisas jogadas no sofá, na verdade eram vários e vários e vários coelhinhos pretos – Scott! Eu vou te matar!

Exclamei isso um pouco alto demais, por isso tampei a boca. Ares chegou nesse exato momento e sentou-se ao meu lado novamente.

– Cheguei quando as coisas ficaram interessantes. – Sorriu para mim, mas eu estava em choque demais para dizer alguma coisa.

Alice, calma. Eu... Eu não sabia, como eu poderia saber que ele era ela e que ela estava grávida? – Defendeu-se encolhendo os ombros – Estou tão surpreso quanto você.

Mas não tão furioso quanto eu, garanto. – Rangi os dentes – Eu preciso falar para você se livrar desses bichos?!

Me livrar deles?! Alice, são só filhotes! São bebês! – Falou chocado.

São pragas! O que você...?! Como nós...?! Argh! – Estava com tanta raiva que não sabia completar frases – Scott, não podemos ficar com eles. Você sabe disso.

Por que não?

Por que não?! – Repeti incrédula – Porque eles vão comer tudo! E sujar tudo, e vão se reproduzir e nós vamos ter mais centenas de coelhos para cuidarmos!

Mas o que eu faço com eles? Não posso abrir a porta e deixá-los ir embora!

Eu posso! É uma pena eu não estar aí, porque seria exatamente o que eu faria. – Reclamei e depois passei a mão pelo meu cabelo – Pelos Deuses, eu vou levar uma eternidade para arrumar tudo isso. Não... Não! Você vai! Você é o responsável por isso e é melhor dar um jeito nessa porcaria toda!

Mas como vou resolver isso? Eu não estou tendo ideias muito boas. – Falou.

Qual foi sua última ideia?

Ahm... Poderíamos criar uma mini cultura de coelhos nos fundos da casa.

– Péssimo. – Neguei com a cabeça. Suspirei pesadamente – Você vai vender. Vai vender cada coelhinho para uma criancinha que vai ficar muito feliz cuidando dele. Ou para qualquer maluco que queira comprar.

Como se vende coelhos? – Perguntou coçando o queixo.

– Monte uma barraquinha de coelhos no jardim. “Coelhos do Scott”. Vai vender aos montes. – Falei abrindo minhas mãos mostrando a boa ideia.

Tipo uma barraquinha de limonada? – Perguntou.

– É, Scott. Tipo isso. – Concordei – Scott, se eu voltar para casa e ver algum desses coelhos aí, eu vou abrir a porta de mandá-los embora. Por isso, trate de vender cada um deles.

Sim, senhora Sem-coração. – Revirou os olhos – Vou vender os coelhos.

Eu não sou sem coração! Só não quero ter que dividir a minha casa com você e com 100 coelhos! – Reclamei.

Tudo bem, tudo bem. Eu entendi. Talvez isso seja um pouco demais mesmo. – Ergui uma sobrancelha ao ouvir o “pouco” e ele assentiu – Muito demais. De qualquer forma, eu vou dar um jeito. E te mantenho informada.

– Tá. Até mais, Scott.

Não tire a roupa no meio de restaurantes.

Não dê moedas para duendes em arco-íris.

E a imagem dele desapareceu.

Não demorou muito para que Ares terminasse de comer e eu estivesse satisfeita com a minha sopa. Pagamos a conta, e fomos de volta para o carro. Ares não abriu a porta para mim, mas eu também não esperava por isso depois de Scott ter nos interrompido.

Ele ligou o motor e começou a manobrar o carro. Esperou até que estivéssemos no meio da estrada para puxar assunto.

– Você e aquele moleque. – Murmurou baixo. Olhei para ele, mas Ares não disse mais nada. Estava escuro, por isso não dava para ver sua expressão. Suspirei e encolhi os ombros.

– Eu sempre tive um pouco de inveja dele. – Confessei. Ares olhou para mim rapidamente e depois voltou a atenção para a estrada.

– Inveja de quê? – Quis saber.

– Scott sempre teve essas ideias malucas. Ele vivia fazendo loucuras desse tipo, sabe? Eu ainda não sei porque estou surpresa com a história dos coelhos. Uma vez ele fez um skate com uma tábua de madeira velha e rodinhas. Depois tentou ir o mais longe que pudesse nela. – Contei.

– Não parece tão louco.

– Puxado pelo cachorro do vizinho. Quase como uma quadriga, sabe? Só que era ele em cima de um skate caseiro sendo puxado por um Pastor alemão. – Completei.

– Retardado. – Riu Ares.

– Mas eu não sei. Sempre quis fazer essas loucuras como Scott fazia. – Contei ajeitando-me no banco.

– Você tinha dito... – Ares franziu o cenho – Que tinha um lago por aqui?

– É ali pela direita. – Falei apontando. Achei que ele tivesse mudado de assunto e não tivesse me dado atenção. Que o lago daquela cidade fosse mais interessante do que me ouvi.

Ele realmente pegou a entrada para o lado e seguiu a precária rua esburacada até o lago. Parou alguns metros dele e puxou o freio de mão.

– Bonito, não? – Comentou observando a paisagem. A lua refletia na água do lago e as estrelas enfeitavam o céu, que era muito mais limpo que o de Jersey.

– Sim. – Confirmei. Ele riu.

– Que bom que acha, porque vamos dar um mergulho. – Falou. Olhei para ele imediatamente.

– O que? – Perguntei incrédula – Como assim dar um mergulho? Nem trouxemos roupas para isso, Ares.

– Por isso mesmo vamos mergulhar sem roupas. – Respondeu com um sorriso torto e animado. Meu queixo caiu.

– Você quer nadar nu no lago?! – Repeti.

Nós vamos nadar nus em um lago. – Disse tirando a camisa. Eu comecei a argumentar para que ele enxergasse que estava agindo que nem um maluco, mas ele me interrompeu – Tá vendo porque você nunca se diverte? Para que argumentar tanto? Não estamos levando nada a sério aqui, Kelly.

– Eu me divirto sim! Tem diferença entre se diversão e perversão! É um lago, Ares! As pessoas passam aqui! Não podemos tirar a roupa e entrar desse jeito. – Rebati.

– Eu posso. – Disse saindo do carro. Ele fechou a porta, mas apontou-se em cima do vidro abaixado – Não foi você que disse que queria fazer uma loucura?

– Eu quis dizer... Algo espontâneo, não isso.

– Isso é espontâneo. – Retrucou calmamente – A não ser, queridinha, que você já esperasse terminar a noite nua comigo em um lago. Tsc, tsc. Safada você, Kelly.

Meu rosto corou e eu não soube mais o que dizer. Ares afastou-se de mim e foi em direção ao lago. Respirei fundo, tentando pensar no que fazer. Eu estava pronta para chamá-lo para voltar quando ouvi sua risada do lado de fora. Isso está tão frio quanto a sua mãe, ele disse. E eu parei de pensar.

– Que droga eu estou fazendo? – Murmurei enquanto tirava minha camisa. Joguei minha roupa no banco de trás do carro e saí só de calcinha e sutiã. Ares estava olhando para o lago, quando percebeu que eu saí. Ele riu balançando a cabeça.

– Eu disse nua, e não seminua. – Corrigiu, mesmo ele ainda estando de cueca.

– Não bebi o suficiente para isso. – Respondi me abraçando com frio.

– Você não bebeu nada. – Falou colocando as mãos na cintura, como se o vento frio não o incomodasse.

– Exatamente. – Respondi aproximando-me alguns passos. Parei de repente e neguei com a cabeça – Ah, eu não acredito que você fez isso. Nem que eu estou fazendo isso. Vamos... Vamos voltar, ok? A gente entra no carro e finge que nada disso...

– Nem pensar. – Ares me ergueu do chão por debaixo dos braços com facilidade e riu enquanto se aproximava do lago. Meus pés estavam soltos no ar e se debatiam tentando livra-se do Deus da guerra.

– Ares! Ares, para! Não faz isso! – Exclamei.

– No três nós dois mergulhamos. – Avisou rindo. Neguei com a cabeça.

– Não! – Exclamei para ele.

– Dois... – Ele disse.

Cadê o um?! Por que você pulou o um?! – Exclamei preocupada.

– Tá bom! Quer contar você? – Sugeriu ainda me mostrando um sorriso branco perfeito e torto. Suspirei pesadamente vendo que seria a melhor alternativa.

– Um... – Saiu mais como um gemido, do que como uma palavra – Dois...

– Três? – Perguntou animado.

–... Três. – Assenti.

– Quatro. – Completou e nós dois afundamos na água do lago. Fiquei parada no fundo por alguns longos instantes literalmente congelada, até emergi novamente. Ares tinha soltado um curto grito e já estava rindo, mas eu tive uma reação mais prolongada.

Ah! Aaaaah! Ah meu Deus! – Tentei levantar, mas o vento bateu contra a minha pele molhada e eu voltei para dentro – Ah meu Deus, eu vou morrer!

– Tá tudo bem com você? – Perguntou ele rindo.

– Eu vou morrer, Ares! Eu vou morrer! Tá muito frio! Seu idiota! – Joguei água no rosto dele – Quatro?! Quatro?! Não era para ter quatro!

– Você tá com raiva sem motivo nenhum. Isso é tão engraçado! – Riu ele ao me observar. Joguei mais água em seu rosto.

Sem motivo?! Você ficou completamente maluco?! – Eu continuei reclamando até que ele me puxou e me deu um beijo de língua. Nós ficamos nos beijando por alguns minutos, até que ele nos separou e riu perto do meu rosto.

– Ficou mais calma agora? – Revirei os olhos e assenti devagar.

– Parece que eu estou dentro de uma música da Katy Perry. – Comentei rindo um pouco e olhando em volta. Meu rosto corou um pouco – E se alguém nos vir aqui?

– Quem fica em um lago no meio da noite? – Perguntou ele erguendo uma sobrancelha para mim. Encolhi os ombros e ele arregalou os olhos fazendo uma voz sombria – Jason!

– Ah, claro! – Afastei-me um pouco dele.

– Ele adora matar garotas nuas com um taco de baseball. Ou com um facão. Ou com uma serra elétrica. – Comentou tentando me assustar.

– Então ainda bem que eu estou seminua. – Rebati. Ares esticou a mão e soltou meu sutiã. Empurrei ele pare trás enquanto o fechava novamente – Idiota!

– Ok, foi divertido. Vamos sair agora. – Falou rindo.

– Que?! – Exclamei chocada – Você não quis tanto entrar?! Agora quer sair?!

– É. Quer passar a noite no lago? – Riu para mim.

– Quero. Eu quero passar a minha vida inteira no lago, para falar a verdade. – Assenti e minha fala soou como a de uma criança – Se você for sair, trás as minhas roupas, por favor.

– Parece criança que não quer entrar no banho, e depois não quer sair. – Comentou nadando para perto de mim – Vamos. No três.

Esquivei-me de seus braços e neguei com a cabeça. Pretendia continuar ali por um bom tempo, até que uma voz chegou até nossos ouvidos.

Tem alguém aí? – Chamou uma voz masculina. Não tinha certeza de quem era, porque a voz vinha de longe, mas arregalei os olhos de surpresa.

– Se for aquele xerife, eu estou ferrada. – Sussurrei para Ares. Ele assentiu e segurou a minha cintura.

– Três? – Perguntou.

– Quatro. – Respondi abraçando seu pescoço. Ares saiu da água de uma vez só e nós dois tivemos que nos controlar para não gritar. Ele correu até o carro o que piorou a situação. Parecia que o vento agora cortava nossas peles como facas, mas Ares não parou até chegarmos. Colocou-me no chão e abriu as portas do carro. Dei pulinhos no lugar tentando me aquecer, ao mesmo tempo em que tentava tirar o excesso de água de mim. Meu cabelo pingava, o que não era nada bom

– Tira a roupa. – Falou do outro lado do carro. Não conseguia ver direito, porque o capô o escondia, mas Ares tirara a cueca e pegara as calça jeans. Suspirei pesadamente e tirei minhas roupas também, escondendo-me atrás do carro. Vesti o suéter listrado de antes e minha calça jeans, jogando as roupas íntimas nos bancos de trás.

Nós dois nos sentamos e fechamos as portas do carro, mas não demos a partida. Ao invés disso, houve um longo minuto de silêncio, até que nós dois começamos a rir muito. Rimos muito mesmo.

– Nós... Nós não rimos... Assim... Desde...! – Eu não conseguia falar.

– Holly Lake? – Completou Ares socando o volante de tanto rir. Continuamos até não conseguirmos mais aguentar de dor, pois chegamos a esse ponto. Sentimos dor de tanto rir.

Ares olhou para mim enxugando lágrimas de riso. Ele se aproximou de mim e enxugou as minhas também.

– Ei. Você... – Ele riu mais um pouco – Você sabia que...

– Que o quê? – Perguntei cobrindo a barriga com as mãos.

– Que esses bancos são reclináveis? – Completou. Eu ri e neguei com a cabeça.

– Nem um banho frio te acalma? – Ergui uma sobrancelha prendendo o riso.

– Sinto muito, mas não. – Negou com a cabeça.

– Você disse que me levava de volta antes das onze. – Falei apontando para o relógio no painel do carro – Falta meia hora.

– Então... Vamos ter que ser rápidos. – Respondeu dando um sorriso malicioso.


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Notas finais do capítulo

Essa cena do lago eu tirei de um filme de romance que eu genialmente esqueci o nome. É um que a esposa de um cara perde a memória em um acidente e ele tenta fazer com que ela se lembre dele de novo (porque ele é a única pessoa que ela esqueceu).
Se alguém souber que filme é esse, fala nos comentários para a autora esquecida aqui. Hahahah
Espero que tenham gostado. De agora em diante vai ter mais ação, porque estamos no meio da fic. ~snif, snif.
Bem, é isso. Agradeço por esperarem pelo capítulo, por acompanharem, e quero saber o que acharam nos reviews. Vejo vocês no próximo!
Beijos!
PS: Vou responder os reviews passados agora para não deixar vocês no vácuo.



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