Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 26
Ódio


Notas iniciais do capítulo

E vocês acharam que eu ia demorar para postar, não é? Tsc, tsc, tsc. Como pensam mal de mim. HAHAH Com motivos, é claro.

Mas aqui estou eu trazendo mais um capítulo para animar o dia de vocês (talvez)!

Agradeço aos 121 leitores da fic, e peço para que cada um review. Nem que seja "Legal", ou "Lol", ou talvez "Atum". Sei lá, qualquer coisa. Queria ver os fantasmas mandando review
Vamos? Por favor? *-*

Anyway... Boa leitura!



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- Por que foi jogar se já imaginava que algo assim aconteceria? – Perguntou Apolo me olhando com curiosidade. Encolhi os ombros.

- Foi só porque o Dwayne pediu. – Respondi sem notar o quanto aquilo pareceu estranho. Ele estreitou os olhos para mim, ainda mais curioso, e Ares bufou incomodado.

- Foi só porque o Dwayne pediu. – Imitou com uma voz enjoada – Qual é a sua com esse fedelho emo?

- Ele não é um fedelho emo. E eu não tenho nada com ele. – Respondi tentando não me irritar – É que ele nunca sai do quarto para nada, então achei que seria bom eu participar de um jogo com ele.

- É. Deu para ver como foi muito bom. – Respondeu ainda irritado. Não me dei ao trabalho de tentar modificar aquela ideia. Ares era tão cabeça dura que não me ouviria nem que seu traseiro imortal dependesse disso.

Will abriu a porta de casa e olhou para mim. Sua chegada livrou-me de ser interrogada pelos dois Deuses, o que me agradou muito.

- Vamos dar um pulo no centro? Eu tenho que comprar algumas coisas. – Falou balançando a chave do carro com os dedos. Assenti grata por poder dar o fora daquela casa ao menos por algumas horas e coloquei-me de pé. Ares e Apolo fizeram o mesmo, mas Will franziu os lábios – Sinto muito. Não dá para levar os dois.

- Ele fica. – Disse Ares apontando para Apolo.

- Por que eu fico? – Reclamou.

- Porque sim. – Deu de ombros.

- Não teria problemas em te levar, Harry. Mas acho que não seria prudente deixar o nazista a sós com o tio Edgar. – Comentou meu padrasto. Prendi um riso ao notar como Ares tentava disfarçar sua frustração com um sorriso.

- Ah, tudo bem. – Confirmou – Eu vou da próxima.

Apolo me seguiu com um largo sorriso em direção ao carro. Ele sentou-se no banco de trás, enquanto eu e meu padrasto fomos à frente. Senti uma felicidade descomunal ao ver aquela casa velha repleta de pessoas estúpidas sendo deixada cada vez mais para trás, à medida que o carro acelerava.

Will resolveu puxar assunto, enquanto dirigia.

- Essa cidade é extremamente calma, sabe? – Comentou olhando para Apolo pelo retrovisor – Quase não tem ninguém no centro. Comparando com as cidades grandes, claro.

- Imagino. – Sorriu Apolo – Todo mundo aqui se conhece, não é?

- Acertou. – Riu Will – Eu espero que não se importe, mas vou precisar da sua ajuda para levar as compras para casa.

- Depois de me escoltar para fora do alcance do caçador de nazista, estou te devendo uma. – Brincou Apolo. Will riu um pouco, mas acabou ficando sem graça.

- Olha, eu sinto muito por ele. Está ficando velho, e os miolos não funcionam mais como deviam. Pararam no tempo. – Contou suspirando – Creio que devia ter previsto que surtaria ao te ver, tendo em vista que já tinha atacado o técnico de TV a cabo.

- Ele também era nazista? – Perguntou Apolo, com humor.

- Não. Queria fazer uma lavagem cerebral e monitorar atividade da casa para informar a central comunista. – Corrigiu Will – Ou qualquer doideira do tipo.

- Acho que a idade chega para todos. – Comentou Apolo, e foi a minha vez de rir. Will não entendeu, mas também não perguntou qual foi a graça.

Quando chegamos ao centro da cidade – uma rua larga com várias lojinhas caipiras, como em um filme de faroeste -, Will parou o carro na frente do mercadinho. Uma placa de “proibido estacionar” erguia-se em um poste a nossa frente.

- Pai, não pode parar aqui. – Falei apontando.

- Alice, é rápido. As compras já estão separadas. – Falou tirando o cinto de segurança – Se o xerife aparecer, diga que já estou voltando.

- Tem que o xerife me odeia, e você sabe muito bem disso. – Respondi.

- Isso é besteira sua. – Revirou os olhos e saiu do carro batendo a porta. Apolo o acompanhou, mesmo que quisesse ficar ali comigo e perguntar do que eu estava falando.

Suspirei pesadamente e tentei afundar no banco. Não queria que ninguém me visse ali, muito menos aquele policial estúpido. Cruzei os braços, esperando impaciente pelo retorno deles. Parecia que os minutos eram horas, enquanto eu olhava pela janela inquieta.

Quando virei meu rosto pela vigésima vez, deparei-me com um homem vestindo um uniforme marrom e preto. Ele estava inclinado para frente, olhando diretamente para meu rosto. Seu bigode grosso e seus óculos escuros faziam com que ele parecesse um militar caipira.

Bateu no vidro de leve com o dedo, e entendi que era para eu abaixá-lo. Revirei os olhos enquanto o descia e virei para vê-lo. Ele pareceu levar alguns minutos para me identificar, mas quando o fez, negou com a cabeça pesadamente.

- Eu devia imaginar que você estava de volta à cidade. Não é normal vermos alguém quebrando as regras por essas bandas. – Comentou com um sotaque tão forte, que quase fazia a situação parecer uma piada.

- Eu... – Ele não deixou que eu falasse.

- Velhos hábitos nunca mudam, não é mesmo Kelly? – Disse tirando um bloco de notas do bolso. Balancei a cabeça com firmeza.

- O meu pai que estacionou aqui. Ele está ali dentro e disse que já está voltando. – Informei como ele mandara.

- Documentos do veículo e carteira de habilitação. – Pediu ignorando-me.

- Eu não tenho o documento do veículo, porque o veículo não é meu! – Respondi irritada por não estar sendo ouvida – O meu pai...

- Ah, então o veículo não é seu, mocinha? – Ele estava sentindo um prazer mais do que sádico de poder me ferrar. Rabiscou um pouco no bloco e eu passei a mão pela testa.

- O carro é do meu pai. Vai lá dentro e chame ele. – Pedi apontando para o mercadinho – Estou falando sério!

- Até onde eu sei, Kelly, você já completou a maioridade faz dois anos. Está na hora de responder por seus próprios atos. – Resmungou enquanto continuava anotando – Gente como você deve ter uma boa lição para aprender qual é o limite da lei.

- Não fui eu que estacionei o carro! – Exclamei – Você é surdo por acaso?!

- Quer adicionar desacato a sua lista de marginalidades? – Rebateu irritado.

- Quem você está chamando de marginal?! – Reclamei. Ele provavelmente teria a enorme felicidade de me levar presa, mas por sorte, Will apareceu. Ele pousou a mão sobre o ombro do xerife chamando-o a atenção.

- Ei, o que está havendo xerife? – Perguntou. O xerife virou-se para olhar Will. Quando seus olhos encontraram os de meu padrasto, ele resolveu conferir se minha versão era verdadeira.

- Sua filha alegou que foi você quem estacionou o carro aqui, Hanks. – Contou apontando para mim. Will assentiu. Seus braços estavam segurando inúmeras sacolas de compras.

- Isso mesmo. Eu precisava pegar as compras. – Confirmou mostrando as sacolas – Não cheguei a estacionar na verdade. Só parei por alguns minutos.

Não pude deixar de abrir um largo sorriso para o xerife, que fingiu não perceber. Ele apontou para o carro.

- Da próxima vez ligue o alerta, Hanks. – Disse e foi embora rasgando a nota. Olhei para Will.

- Ele me odeia. – Repeti.

- Bobagem. Você só não soube se comunicar direito. – Falou revirando os olhos.

- Eu curso Comunicação Social, eu sei me comunicar direito. – Reclamei. Will me ignorou e abriu a mala do carro. Apolo as colocou ali e foi para perto de mim, enquanto meu padrasto as ajeitava.

- Não é nada pessoal, Alice. Nenhum policial gosta de filhos de Hermes. – Comentou. Eu cruzei os braços.

- O que você quer dizer com isso? – Perguntei.

- Que vocês, malandrinhos, têm uma inclinação para desrespeitar a lei e a ordem. – Respondeu rindo. Neguei com a cabeça.

- Nada disso! – Reclamei. Ele bagunçou meu cabelo como se eu fosse uma criança e fez careta para mim. Retribui e ele riu. Apolo voltou para o banco de trás e eu não consegui esconder um sorriso em meu rosto.

Voltamos para casa mais rápido do que eu esperava, infelizmente. Desci do carro para ajudar Will e Apolo a levar as compras para dentro, quando meus olhos encontraram duas pessoas ao longe.

Ares estava encostado contra uma cerca em uma pose casual, enquanto Heather mexia no cabelo e falava com ele. Achei que fosse estupidez minha me incomodar com aquilo, até que ela correu sua mão pelo peito dele e sussurrou algo em seu ouvido. Ares sorriu torto e ela se afastou.

Engoli minha raiva e segui em passos pesados para dentro de casa.

POV Ares

- Você vai dormir no sofá. – Disse jogando uma almofada e um cobertor para Apolo. O Deus do sol largou tudo no chão com raiva, e rosnou para mim.

- Quem você pensa que é para dizer o que eu devo fazer? – Reclamou – Não vou sair desse quarto, caso não haja um excelente motivo.

- A noite vai ser boa para mim, esse é o motivo. – Respondi com um sorriso sacana no rosto. Apolo negou com a cabeça.

- Não me convenceu. – Retrucou.

- Eu e a minha namorada vamos ter uma noite muito instrutivas. Longas conversas, se é que me entende. – Disse bem devagar – Agora dê o fora, porque nós não queremos observadores.

- Você acha mesmo que eu vou dar essa chance para você? – Perguntou Apolo rindo – Agora é que eu vou mesmo ficar aqui.

Trinquei os dentes. Tinha que pensar em algo que fosse fazê-lo mudar de ideia.

- Sabe a prima da Alice? – Perguntei erguendo uma sobrancelha. Ele imitou meu gesto, confuso – Ela veio falar que está interessada em você.

- Está mentindo. – Negou ele, sem ter muita certeza.

- Mas eu disse que você não quer nada com ela. Disse que era o amigo gay da Alice. – Apolo chutou o cobertor e o travesseiro em mim, e eu prendi o riso.

- Você disse o quê?! – Rugiu irritado. Apolo chegou mais perto e apontou para mim. A raiva transbordava de seus olhos – Fique sabendo que se a Alice tem fetiches por ver nós dois juntos, a culpa é toda sua. Deixe de ser fissurado em mim, e vai falar de outra pessoa, seu babaca!

Apolo me deu um soco no estômago e eu me joguei na cama, fingindo estar machucado. Ele bufou pegando o travesseiro do chão e o lençol também. Marchou em direção a porta, mas não saiu antes de dizer:

- Espero que ela te chute no meio das pernas. – E bateu a porta. Eu ri no tom mais controlado que consegui, e passei a mão pelo rosto. Já estava de noite, e era uma questão de tempo até ela aparecer. Tinha que esperar Hermes dormir, é claro, assim como todos os outros parentes.

Ajeitei a cama e esperei-a andando de um lado para o outro. Não tinha colocado pijama nenhum. Ainda estava de calça jeans e camisa básica. Esperei por longos minutos até que alguém finalmente entrou no quarto.

Sorri para Alice quando ela fechou a porta atrás de si. A filha de Hermes usava seu pijama de zebra. Suas pernas estavam de fora, e isso quase compensava o fato de sua camisa de manga comprida não ter nenhum decote. Alice se encolheu.

- Está frio. – Sussurrou.

- Eu te esquento. – Respondi aproximando-me dela. Puxei sua cintura contra a minha e beijei sua boca. Alice segurou minha nuca, puxando-me contra si. Seus dedos afagavam meu cabelo, enquanto eu intensificava ainda mais nosso beijo – Você demorou. – Sussurrei em seu ouvido.

- Sentiu minha falta? – Perguntou também em um sussurro. Beijei seu pescoço.

- Eu te desculpo por ser tão irritante. – Respondi voltando a beijar seu rosto – Mas só porque está com esse short curtinho.

Minhas mãos correram por suas pernas, e vi seu rosto corar. Achei que eu é que teria que guiar os movimentos, mas ela acabou se colocando no controle quando me empurrou para trás e puxou minha camisa de mim.

Sorri torto para ela, enquanto a olhava arrancar meu cinto e desabotoar minha calça. Em poucos segundos, estava só de cueca. Alice desviara seu rosto, repentinamente com vergonha, e eu ri. Segurei sua camisa, pronta para puxá-la dela, mas Alice me impediu.

- Não. – Disse desviando-se de minhas mãos. Franzi o cenho sem entender aquela reação. Seus olhos fitaram minha cueca por alguns segundos e depois se desviaram.

- Já entendi. – Ri achando ter entendido. Tirei a última peça de roupa que tinha e chutei-a para longe. Alice, no entanto, não olhara para mim. Seu rosto estava vermelho, mas ela, por algum motivo prendia o riso – O que houve, benzinho?

- Nada. – Respondeu tentando não rir.

- Chega mais perto e me conta. – Pedi com uma voz sedutora. A mesma que eu usara tantas vezes para fazer Afrodite cair em meus braços. Alice, no entanto, encostou-se contra a parede e me chamou com o dedo.

- Chega você mais perto. – Pediu. Avancei sem pensar duas vezes. Alice, agilmente, me surpreendeu girando-me e colocando-me contra a parede. Seu corpo estava o mais afastado possível do meu, e aquilo já estava me incomodando.

- Que foi? Não está pronta para um pouco de diversão? – Perguntei rindo.

- Uhm... – Ela fingiu parar para pensar – Não. Mas eu acho que a Heather está.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Alice abriu a porta do quarto e me empurrou para fora. Ela não só a fechou na minha cara, como a trancou. Pude ouvir suas gargalhadas, porém resolvi manter a calma.

- Muito engraçado, queridinha. Agora abre a porta, vai? – Pedi dando uma risada falsa.

- Pede com jeitinho. – Pediu com uma voz sedutora – Com muito jeitinho.

Respirei fundo.

- Alice, meu amor. Abre essa porta para nós ficarmos juntinhos. – Pedi fingindo a voz mais melosa que tinha.

- Ah, já que você pediu assim... – Achei que ela ia abrir, mas só riu ainda mais – Não.

- Kelly, eu estou nu no meio do corredor. – Falei irritado – Abre essa maldita porta.

- Não estou a fim. – Respondeu – Mas acho que não vai se importar se a minha prima te ver assim, não é?

- Você ficou maluca?! – Reclamei em uma voz baixa – A sua mãe pode acordar! O Will! Hermes! Qualquer um! Abre isso antes que alguém me veja.

- Se quer tanto entrar, faça sua mágica. – Desafiou. Praguejei em grego.

- Eu não vou perder a aposta para você, sua peste! – Reclamei com raiva.

- Vamos, Ares. Você sabe que esse é o único jeito de entrar. – Falou rindo – A não ser que queria dormir no chão do corredor. Mas acho que seu amiguinho vai ficar com frio.

- Ah, eu juro que quando eu colocar as minhas mãos em você eu vou te arrancar cada um dos seus dentes! Você nunca mais vai rir de mim, sua miserável! – Reclamei – Abre isso!

- Seja um bom perdedor. Use a sua mágica para entrar. – Insistiu ela. De repente, sua voz se tornou amarga – Ou vai dormir coladinho com a Heather. Eu não dou a mínima para vocês dois.

- Você me fez ficar nu no corredor por causa de ciúmes?! – Exclamei em uma voz rouca, para que ninguém ouvisse – Eu estou morrendo de frio! Estou falando sério! Onde acha que vou dormir?!

- Na cama dela! No chão do banheiro, do lado do meu pai, tanto faz! Eu sei que eu vou dormir em uma cama de casal sozinha. Tenha uma boa noite, cretino. – Respondeu e foi dormir.

- Eu odeio você. – Murmurei enquanto pensava no que faria.


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Notas finais do capítulo

Quero, imploro, exijo que vocês digam o que acham que vai acontecer com o Ares. HAHAH! Quero ver se algum de vocês acerta.

Espero que o Team Ares tenha ficado feliz com pelo menos parte do capítulo.

Beijos!