Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 21
Quarentona sexy


Notas iniciais do capítulo

NÃO PULEM AS NOTAS FINAIS! TEM ALGO IMPORTANTE DESSA VEZ!
Morram de rir agora.
Espero que gostem desse capítulo. Eu demorei porque foi a semana do meu aniversário, e eu estava meio enrolada. E antes eu estava me dedicando mais á um projeto original, que espero que vocês possam ler como um livro mais tarde.
Aqui vai o novo capítulo de Meu Bônus Infernal. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214827/chapter/21

O trabalho de Apolo era amontoar em uma pilha um monte de feno. Ele foi para os fundos da casa comigo, onde tinha um espaço enorme. Tinha cercados com porcos, vacas, e um galinheiro.

E tinha o celeiro. Eu geralmente me escondia no celeiro para que ninguém viesse atrás de mim. Por algum motivo, só o tio Edgar gostava daquele lugar, mas nem mesmo ele ia ali o tempo todo.

- Vai ser rápido. – Disse Apolo olhando para um monte de feno separados em cubos e amarrados por uma corda. Eu sentei em um banco, e ele ergueu uma sobrancelha para mim – Esse é mesmo o lugar ideal para alguém que tem asma?

Revirei os olhos.

- É. Serei uma pena se eu... Morresse. – Completei arregalando os olhos de leve para ele. Apolo prendeu o riso e carregou um monte de feno. Eu o observei fazer o trabalho com determinação – Sabe... Você podia estalar os dedos e acabar logo com isso.

- Por quê? – Perguntou sem entender.

- Porque carregar feno é chato. – Respondi encolhendo os ombros.

Apolo tirou a camisa revelando seu abdômen definido. Ele jogou a camisa do meu lado no banco, e virou para mim. Sua barriga tanquinho me encarava. Meus olhos se prenderam nela por uns instantes, e quando olhei para Apolo, vi que tinha um sorriso torto no rosto.

- Agora que está ficando interessante? – Perguntou. Eu pisquei os olhos achando que ele falava do seu tanquinho, mas... – Quer me dar uma mãozinha?

Meu rosto ficou vermelho.

- E-Eu não posso... – Ele me interrompeu.

- Tem razão. Afinal o trabalho é meu, não é? – Rebateu. Apolo pegou outro monte de feno e levou até o monte, e eu percebi que estava falando em duplo sentido para me confundir.

Eu suspirei e desviei o olhar. Ele continuou a empilhar.

- Acho que Ares daria a alma para poder usar a mágica para acabar com essa tarefa, se estivesse no seu lugar. – Comentei olhando para Apolo. Ele riu.

- É bem típico dele. – Confirmou rindo. Apolo terminou o trabalho e limpou a testa. Estava suando. Olhou para mim e sorriu malicioso – Está quente aqui, ou é impressão minha?

Peguei sua camisa e lancei nele. Apolo agarrou-a no ar e riu para mim.

- Menos, Deus da beleza. Menos. – Disse me levantando, mas escondendo um sorriso para ele não ver. Eu e Apolo saímos do celeiro, mas acabamos parando na porta. Eu encostei-me contra a parede e ele veio para a minha frente.

- Então? O que vamos fazer agora? – Perguntou em um sussurro. Eu senti meu rosto corar. O calor de Apolo estava muito intenso. No bom sentido, é claro.

- Acho que você devia tomar um bom banho gelado. – Respondi.

- Esfrega as minhas costas? – Perguntou erguendo uma sobrancelha.

- Essa piada está ficando velha. – Respondi fazendo uma careta para ele. Apolo riu e encolheu os ombros.

- Desde que dê certo. – Murmurou desviando o rosto, mas então seu sorriso aumentou – Que banho que nada. Vem ver isso.

- O que? – Perguntei, mas ele não quis responder. Apolo segurou a minha mão e me guiou até o lugar.

Nós paramos perto do cercado onde ficavam as vacas. Eu não vi nada, mas notei depois que atrás de uma das vacas tinha uma pessoa sentada em um banquinho. Só dava para ver seus pés. Isso e seus resmungos irritados.

Eu prendi o riso e me aproximei mais.

- Parece que vamos ter leite fresquinho. – Comentei em voz alta para Apolo, e ele prendeu o riso. Ares jogou a cabeça para o lado para ver quem estava ali, e quando seus olhos encontraram nós dois, ele os revirou.

- Ah, ótimo. Dois desocupados. Não tem mais nada o que fazer, seus idiotas? – Perguntou em um resmungo irritado. Sentei-me na cerca de modo que pude ver Ares com clareza.

Ele parecia um fazendeiro enfezado. Usando uma calça jeans suja nos joelhos e uma camisa quadriculada do Will. Olhei para o balde debaixo da vaca, e notei que estava vazio.

- O que você está fazendo? – Perguntei franzindo o cenho.

- Colocando a vaca para dormir, não está óbvio? Quer ouvir uma canção de ninar também? – Respondeu irritado.

- Você tem ordenhar ela. – Disse como uma dica, mas ele entendeu diferente.

- Oh! Não diga! – Respondeu como se eu fosse idiota – Se manda daqui, sua imprestável. Só aparece quando seu padrasto tiver por perto.

- Tem que eu e Apolo já terminamos todos os trabalhos. E achamos divertido te fazer companhia. – Comentei inocentemente. Apolo veio para o meu lado e se sentou na cerca também. Ares rosnou para nós dois e depois olhou para o balde.

- Vocês dois podiam morrer. – Comentou com raiva – Lenta e dolorosamente.

- Mas estamos vivos. – Respondeu Apolo encolhendo os ombros – Muito vivos para falar a verdade.

Apolo colocou a mão sobre a minha perna, mas eu a tirei de lá antes que Ares ficasse com mais raiva do que estava. O Deus do Sol riu um pouco ainda olhando para o Deus da guerra.

Ares se colocou de pé e estalou os dedos da mão. Apolo não sentiu medo.

- Kelly. – Chamou minha atenção – Vem aqui e faz isso para mim.

- Por que eu? – Perguntei.

- Porque você é um amor de namorada e vai vir aqui me ajudar. – Respondeu. Eu ri ao ouvir aquilo.

- Não mesmo, amorzinho. – Respondi ainda olhando para ele. Ares trincou os dentes.

- Se fosse o afeminado ali te pedindo, eu tenho certeza que você ajudaria! – Reclamou irritado.

- Uhm... É. Eu ia ajudar. – Confirmei depois de pensar um pouco – Porque ele é legal. Mas eu tenho um carinho todo especial em ver você se ferrando.

Ares sorriu para mim. Ele veio em minha direção e passou as duas mãos pela minha perna. Meu sorriso sumiu, e meu rosto corou um pouco. O Deus da guerra sorriu torto para mim.

- Ah, eu amo tanto você... – Comentou em um sussurro sedutor – Sua filhinha de Hermes idiota e sem graça.

A última frase saiu com mais raiva. Ares me empurrou para trás e eu perdi o equilíbrio.

- Ah! – Exclamei quase caindo da cerca. Por sorte, Apolo me segurou e colocou de volta no lugar. Olhei para Ares, que prendia um riso enquanto ia para perto do balde novamente – Seu imbecil!

Ele mandou um beijo para mim e se sentou. Ares fez uma careta para a vaca e olhou para o balde perto dos seus pés. Fazendo caretas de nojo, Ares começou a ordenhar a vaca. Eu e Apolo prendemos o riso, e ele logo notou isso. Ares ordenhou leite em nossa direção e nossos joelhos ficaram molhados de leite.

- Quanta maturidade. – Resmungou Apolo limpando-se.

- Digo o mesmo. – Rebateu Ares.

Quando o Deus da guerra encheu um balde considerável de leite, saiu do cercado das vacas e olhou para o galinheiro. Eu prendi o riso.

- O velho Ares tinha uma fazenda, ia ia iô. – Cantarolei, e Apolo começou a rir. Ares rosnou para mim, molhou a mão no leite, e respingou em meu rosto.

- Fica quietinha. – Disse indo em direção ao galinheiro. Ares entrou, mas logo saiu perseguido por um galo. Ele trincou os dentes de raiva – Ovos se compram no mercado, seu velho idiota!

Rugiu para o céu. Eu sorri para ele.

- Usa logo mágica para acabar com isso. – Comentei como quem não quer nada. Ares deu uma risada forçada.

- Vamos fingir que eu ia cair na sua. – Respondeu ele. Ares bufou de raiva, e entrou no galinheiro enquanto o galo estava fora. Ouvimos o som de várias galinhas em desespero, e depois ele saiu com cerca de 10 ovos nos braços. Ele os colocou em uma caixa, e suspirou.

- Pronto. – Resmungou. Eu e Apolo ficamos desapontados pela diversão ter acabado tão cedo – E o que vocês dois estão olhando? Circulando idiotas!

Nós três fomos em direção á casa. Apolo tomou banho, depois Ares, e por último eu. Quando terminei meu banho gelado, fui para a sala ainda penteando o cabelo. Estava usando um moletom, já que ao longo do dia a temperatura caía.

Sentei-me no sofá, e senti aquela poeira novamente. Comecei a coçar o nariz e Apolo notou isso. Ele ligou um ventilador portátil e virou-o para mim. Senti um alívio imediato. Mas logo Ares chegou à sala...

- Que egoísmo é esse? Vira isso para mim também. – Reclamou tirando o ventilador da minha frente e se jogando no sofá ao meu lado.  Uma nuvem de poeira subiu, mesmo que não fosse aparente, e começou a pinicar meu nariz.

Comecei a espirrar diversas vezes seguidas, e Ares se assustou.

- O que foi? – Perguntou um tanto preocupado. Eu continuava espirrando sem parar, e coçando o nariz. Ele ficou extremamente vermelho.

- O... O ven... – Eu espirrei de novo. Ares franziu o cenho para mim, ainda sem entender o que estava acontecendo. Apolo virou o ventilador novamente para mim, e eu comecei a parar de espirrar.

Senti minha garganta arder, mas estava finalmente respirando melhor. Os espirros passaram.

- Ela é asmática. – Contou Apolo apontando para mim. Revirei os olhos.

- Apolo, coloca isso no jornal logo. – Reclamei. Ares olhou para mim.

- Você é asmática? – Perguntou, e eu assenti.

- Asma alérgica. Não posso ficar perto de tanta poeira. – Respondi, mas encolhi os ombros – Mas não é nada demais.

- Sei. Notei isso. – Respondeu em sarcasmo. Nós começamos a conversar enquanto sentia o vento batendo contra meu rosto suavemente.

- Onde será que Hermes foi parar? – Perguntou sem saber. Eu encolhi os ombros, sem ter certeza. No fundo eu queria saber o que ele diria para enrolar Will e tio Edgar. Esperava que ele não dissesse que era um técnico de TV ou de internet, senão seria recebido com uma chuva de tiros.

- Deve estar com a minha mãe. – Respondi devagar – Ele está sempre com ela.

- Malandrinho. – Murmurou Ares. Eu lhe dei um empurrão para o lado, mas ele continuou no mesmo lugar.

- Eles são um casal legal. – Rebati. Apolo parou para pensar.

- Ele teve sorte. – Comentou em um murmuro pensativo. Olhei para ele franzindo o cenho.

- Como assim sorte? – Perguntei sem entender.

- Porque ele encontrou a sua mãe antes dela me encontrar. – Respondeu sinceramente. Eu e Ares nos inclinamos para frente no mesmo tempo, e Apolo pareceu confuso – O que? O que eu disse?

- Você está dando em cima da minha mãe? – Perguntei estranhando.

- Não. Eu estou dizendo que se a sua mãe me conhecesse antes de conhecer o seu pai, eu seria o seu pai. E ele não teria chances. – Corrigiu, mas aquilo ainda parecia estranho – Eu estou só sendo sincero! Olha só para mim. Olhos azuis, cabelos dourados, sorriso cativante, barriga tanquinho. Acha que ela ia querer ficar com o Hermes se me conhecesse antes?

Ares prendeu o riso.

- Você está realmente dando em cima da mãe dela. – Disse ele tão surpreso quanto eu. Apolo pareceu irritado.

- Eu não estou dando em cima da mãe dela! – Reclamou Apolo. Jennifer Kelly chegou no exato momento de ouvir isso. Minha mãe colocou as mãos na cintura. Ela estava logo atrás de Apolo, embora ele não notasse. Eu e Ares nos mantivemos em silêncio – Não que a sua mãe não seja boa, Alice. Ela é está bem inteira para a idade dela. É até bem sexy, sabe?

Ares começou a rir. Não de Apolo por si só, mas da cara de surpresa da minha mãe atrás dele. O Deus do Sol ficou desentendido.

- O que? Vai dizer que ela não é sexy? – Perguntou encolhendo os ombros – É sério. Ela fica bem sensual com aquele jeito mandão. O cabelo dela é bonito. Os olhos são azuis como os meus. Até o corpo dela é bom.

- Trocou a filha pela mãe? – Perguntou Ares tentando não rir.

- Não é isso que eu estou dizendo! – Reclamou ele e depois olhou para mim – Sua mãe na sua idade provavelmente devia ser bem gostosa, e eu tenho certeza que ia se apaixonar por mim se me visse antes do Hermes. É só isso que estou falando.

Assenti devagar, e pude ver minha mãe olhar para mim e para Ares sem entender, e com o rosto um pouco vermelho. Ares quis implicar mais com Apolo.

- Quer dizer que você acha ela gostosa? – Perguntou ainda rindo.

- Você não acha, porque tem medo dela. – Rebateu Apolo. Ares riu ainda mais, sabendo que não era ele quem devia temer a minha mãe nesse momento – Até parece que você discorda de mim. Aposto com você que ela era tão gostosa quanto a Alice. Se ela tá com quarenta e tanto e com tudo em cima, imagina com vinte e pouco?

- Eu... Nem sei o que dizer. – Disse sem palavras e morrendo de vontade de rir.

- Nem eu. – Concordou minha mãe. Apolo deu um pulo da poltrona e olhou para trás. Minha mãe cruzou os braços para e olhou bem para o Deus do Sol.

- Ahm... Oi, Jenny. – Falou Apolo um pouco sem graça. Eu e Ares nos acabamos de rir, e vi o rosto da minha mãe ficar vermelho. Ela não ficou irritada, só um pouco confusa e estranhando a situação – Eu... Eu não estava dizendo que eu queria algo. Só...! Só estava falando que você não é de se jogar fora.

- Nossa... Obrigada, Apolo. – Disse indo para a outra poltrona.

- De nada. – Respondeu encolhendo os ombros. Ares não aguentava mais rir, e eu também não. Passei a mão pelo rosto tentando parar. Nós três esperamos a reação da minha mãe, porque ela estava tentando dizer algo por alguns minutos.

- Quer dizer que eu devia ser gostosa vinte anos atrás, e que sou muito sexy para uma quarentona? – Perguntou olhando para Apolo. Ares estava torcendo para ela bater no Deus do Sol, como provavelmente faria se ele tivesse dito aquilo.

- Tipo isso. – Confirmou em um murmuro, afundando na poltrona.

- Eu só queria ver você repetir isso com Hermes por perto. – Disse encolhendo os ombros. Apolo respirou fundo, e assentiu.

- Ele já deve ter notado tudo isso sobre você. – Rebateu – E também... Para que comentar com ele?

- Comentar o que com Hermes? – Perguntou meu pai aparecendo atrás da poltrona de Apolo. Naquele momento, eu vi Apolo ficar ligeiramente mais tenso.

- Nada. – Respondeu o Deus do Sol. Meu pai olhou para minha mãe, sem entender o que estava acontecendo. Jenny desviou o olhar, com o rosto ainda um pouco vermelho.

- Ele só estava falando o que pegaria a sua namorada. – Comentou Ares para aumentar a confusão. Minha mãe revirou os olhos.

- Tão infantis. – Murmurou indo para a cozinha. Hermes colocou as mãos sobre os ombros de Apolo e foi para perto do seu ouvido.

- Primeiro a minha filha, e depois a minha mulher? Você está de sacanagem comigo, não é? – Perguntou meu pai irritado. Apolo ia protestar dizendo que entenderam errado, mas acabou encolhendo os ombros.

- Eu fico só com a sua filha, pode deixar. – Murmurou. Hermes revirou os olhos e seguiu minha mãe para a cozinha. Eu e Ares prendemos o riso olhando para Apolo, que estreitou os olhos para nós. Ele apontou para nós dois.

- Vocês são dois sacanas miseráveis. Vocês viram ela chegando, não viram? – Perguntou, e nós assentimos – Você não pode usar mágica, e você não sabe como usar. Aguardem. Isso tem volta.

Nós dois caímos na risada novamente, e Apolo suspirou pesadamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Depois dessa cena, eu acho que mereço um feedback. Digam o que acharam, e se tiverem críticas, podem compartilhar também.
Obrigada por lerem minha fic, e por terem tanta paciência em esperar que postar.
ATENÇÃO!
Estou pensando em responder os reviews de vocês de um jeito diferente. Pensei em fazer um vídeo respondendo á cada um de vocês, já que quase não consigo responder um por um. Então mandem sua opinião nos comentários. Mandem perguntas, se quiserem.
Obrigada!