Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 17
Cara de fuinha


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora, mas aqui estou eu! Não, não morri. Estava vencendo um bloqueio artístico.
Tem de tudo aqui. Comédia, cena Arelice, Apolice (curtas, mas existentes), e um "?" no final.
Antes que eu esqueça, inscreva-se no meu canal no youtube: http://www.youtube.com/ImMandyJam
Em breve farei um vlog, ou indicações de fics.
Bem... Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214827/chapter/17

- Pronto! – Disse tio Edgar sentando á mesa com um sorriso feliz – Agora podemos comer.

Todos soltaram um suspiro juntos. Estávamos á mais de uma hora esperando para podermos nos servir. Tudo porque tia Kat insistiu que só poderíamos comer depois que todos estivessem lá.

Ruby e Thomas tentaram roubar pasteis, mas foram repreendido por Trisha, que segurava Ryan e tentava mexer no celular ao mesmo tempo.

- Por que demorou tanto, Edgar? – Perguntou tia Katharine do outro lado da mesa. Tio Ed olhou para ela, e franziu o cenho.

- O que? – Exclamou ele bem alto. Fechei os olhos. Aquele grito tinha sido bem ao lado do meu ouvido.

Estava sentada ao lado de Tio Ed, que ficara na cabeceira da mesa. Ares estava na minha frente, e também fechou os olhos quase surdo. Apolo estava do lado esquerdo dele. Do meu lado estava minha mãe, que era constantemente irritada pelas perguntas de Lauren.

- Sogras... – Murmurou ela desviando os rosto.

- Pois é. – Confirmou Ares lançando a indireta. Minha mãe ergueu os olhos para ele e cruzou os braços.

- Como é? – Perguntou.

- Podemos comer agora? – Perguntou Ares para tio Ed, fugindo do olhar selvagem de minha mãe. Ele sorriu para nós e levantou-se novamente. Todos quase desabaram de frustração.

- Antes, eu quero falar com todos vocês. – Disse ele sorrindo. Apolo parecia ainda mais inquieto do que já era. Inclinou-se para frente e sorriu forçadamente para Edgar.

- Vamos, não seja tímido. Fale logo. – Incentivou para que fosse rápido. Tio Ed estreitou os olhos para Apolo.

- Não me apresse, chucrute. – Rebateu ele ranzinza, e depois voltou a sorrir. Ele tirou da cabeça o chapéu de velho que ele tinha, e mostrou todos os dentes falsos de sua dentadura – Quero dizer que é ótimo ter todos vocês aqui... Tira isso do ouvido, moleque, antes que eu passe pela sua garganta!

Dwayne tirou os fones de ouvido e ergueu as mãos como alguém que é flagrado pela polícia. Edgar olhou para Trisha, e timidamente guardou o celular. Seu marido fez o mesmo.

- Toda essa porcaria digital faz mal para vocês, seus tontos! – Exclamou ele irritado – Essas coisas só deixam vocês longe do mundo de verdade. Ficam... Ficam fazendo lavagem cerebral até vocês não conseguirem mais passar nem uma semana longe disso! Maldito seja o imbecil que inventou a internet! Se eu encontrasse esse cara de fuinha...!

Apolo e Ares colocaram a mão na frente da boca, tentando controlar a risada. Eu franzi o cenho sem entender o que eles estavam fazendo.

- O que...? – Perguntei em um sussurro enquanto tio Ed continuava a falar. Apolo estava quase chorando de rir, mas conseguiu responder.

- É o seu pai. – Sussurrou. Eu fiquei um tanto surpresa.

- Hermes inventou a...? Ai! – Eu estava sussurrando, mas tio Ed me deu um tapa no braço. Levei um susto, e olhei para ele.

- Preste atenção, Ally! – Reclamou ele. Tio Ed olhou para todo mundo novamente e franziu o cenho – E tem também...! E... – Ele coçou a cabeça – Eu não lembro o que eu estava falando. Titica de pombo.

Thomas riu e Ruby fez uma careta. Joey e Heather estavam mexendo nos talheres, entediados, e os adultos olhavam para tio Edgar impacientes.

- Pai, eu estou com fome. – Murmurou Thomas para Adam.

- Espera. – Respondeu em um murmuro.

- De qualquer jeito... – Tio Ed mostrou um monte de papéis – Eu organizei os trabalhos de cada um, e vocês podem começar logo depois desse almoço.

- Trabalho? – Repetiu Ares um tanto alto. Ele não esperava por essa.

Tio Edgar olhou para Ares e assentiu firmemente como se fosse o general de um exército treinado, e o Deus da guerra o soldado dele.

- Ally não deve ter te dito, mas aqui todos nós trabalhamos. – Falou Tio Ed – Cada um aqui tem uma tarefa para cumprir. Tudo seguindo o cronograma.

- Para que temos trabalho? – Perguntou ele franzindo o cenho e mexendo-se desconfortável. Ele olhou rapidamente para mim, e pude notar que ele pensava na aposta. Poderia trabalhar por uma semana sem usar os poderes?

- Para que?! – Exclamou tio Ed. Para um velhinho ele se exaltava demais – Vocês passam o todo dia com essa porcaria de mundo virtual, e não tem nem ideia do que é se sujar na terra, ou chutar pedras no chão! Na minha época crianças brincavam no quintal.

- Na minha época crianças brincavam com gravetos. – Rebateu Ares. Por sorte, tio Edgar estava irritado demais para prestar atenção.

- Quieto! – Disse tio Ed – Esse trabalho extra vai fazer com que vocês tenham contato com a natureza. Que saibam o que é trabalho braçal pelo menos uma vez na vida. Que... Que...! Droga. Não lembro o que ia dizer.

- Edgar, por Deus homem! – Reclamou tia Katharine – Estamos com fome!

- O que? Ah, sim, sim. – Resmungou ele sentando-se – Vocês pegam esses papéis depois. Vamos comer.

Todos pareciam aliviados, menos Ares.

Thomas cutucou Apolo.

- Tem sanduiche de podofali? – Perguntou ele. Apolo franziu o cenho.

- De que?

- Podofa... Aquilo que você disse antes! Pa... Pe... Pedo... – Apolo cortou-o antes que lembrasse do resto da palavra.

- Não, não tem. – Disse voltando a comer.

- Lembrei! Pedofili...! – Cortado.

- Não, não tem de peixe. – Sorriu Apolo um tanto sem graça – Procure um de frango.

- Mas... – Cortado.

- Procure o de frango! – Repetiu. Thomas fez uma careta para ele, e voltou a por a comida no prato.

Eu olhei para ele, e prendi o riso. Ele revirou os olhos, e depois sorriu piscando para mim. Depois que todos nós comemos, Tio Edgar entregou os papéis escritos á mão sobre o que faríamos.

Estava com minha folha na mão e quase na escada do meu quarto, quando Ares virou-me e jogou-me contra a parede. Ele me prendeu lá com os braços e aproximou o rosto de mim.

- Você é uma pequena trapaceira. – Disse irritado. Ele mostrou para mim a folha de papel bem amassada em sua mão, e fitou-me – Trabalho? Só pode estar de sacanagem com a minha cara.

- Foi você que queria vir para cá, Harry. Acho que devia prever coisas assim. – Rebati.

- Acho que você devia me contar de coisas assim. Principalmente antes de fecharmos uma aposta. – Disse negando com a cabeça. Ele me largou e deu de ombros – Considero isso uma vitória. Você perdeu.

- O que? – Perguntei incrédula. Ares já estava indo em direção ao seu quarto, quando eu o impedi – Ficou com medo?

Ele virou-se para mim novamente.

- Nem tente, queridinha. – Disse ele rindo de mim.

- Primeiro, você não disse quais eram as regras. Então não existe “trapaça”. – Fiz as aspas no ar, e o vi arquear uma sobrancelha – Segundo, pensei que você fosse o Deus da guerra machão que pudesse dar conta de qualquer coisa. Um trabalhinho na fazenda te intimidou, é?

Atingi no alvo. Ares veio até mim e segurou a minha cintura com malícia.

- Fique você sabendo que eu posso dar conta... – Ele lançou um olhar malicioso para mim – De qualquer coisa. Não é trabalho nenhum.

- Então prove. – Rebati erguendo uma sobrancelha – Dê conta disso.

Ele estava prestes a me beijar, quando coloquei o papel na frente do rosto dele.

- Estava falando disso. – Cortei-o. Ares pegou o papel de mim e sorriu torto. Ele mexeu no meu cabelo ainda malicioso. Para variar, é claro.

- Eu vou. E vou vencer, benzinho. – Disse ele. Ares colocou o papel no bolso e foi em direção ao quarto dele. Assim que chegou a porta, entretanto, virou-se para mim novamente. Um sorriso maldoso – E quando eu vencer... Está vendo isso?

Ele fingia que segurava alguma coisa no ar nas mãos, e eu cruzei os braços.

- Isso vai ser tudo o que você vai vestir na noite em que chegarmos em Jersey. – Disse quase rindo. Ares entrou no quarto, e bateu a porta.

Meu rosto ficou vermelho, e eu demorei um pouco para responder.

- Nos seus sonhos, idiota! – Exclamei mesmo ele já estando dentro do quarto.

- Ouvindo isso, até que eu queria que ele ganhasse. – Comentou Apolo atrás de mim. Virei e olhei para ele.

- Tarados. – Disse revirando os olhos. Ele riu e balançou a cabeça. O Deus do Sol puxou a escada do meu quarto para mim, e continuou sorrindo.

- Era brincadeira. Eu quero que ele perca. – Disse Apolo. Eu subi as escadas, e ele também. Sentei-me na cama.

- Por quê? – Quis saber.

- Porque nós vamos finalmente ter um momento só nosso. Ele volta para casa, você fica comigo. – Respondeu Apolo com normalidade. Eu ia protestar, mas ele ergueu uma sobrancelha para mim – Qual é? Eu sei que você prefere ficar comigo aqui, á ficar com ele aqui. Nem adianta mentir, Alice.

Eu franzi o cenho, curiosa.

- E o que você pretende fazer? – Perguntei. Apolo riu. Sua risada era uma melodia ecoando pelo ambiente. Dava vontade de rir só por ouvi-lo rindo.

- O que eu adoro fazer com o seu pai. Encher a paciência dele, até o Deus da guerra não aguentar mais. – Respondeu sorrindo – Eu acabo com ele, e você fica comigo. Combinado?

Eu assenti sem nem mesmo pensar, mas depois meu sorriso sumiu.

- Espera aí... Ficar com você? Olha, eu... – Ele me interrompeu com um beijo. Quando separou os lábios dos meus, eu neguei com a cabeça ainda tonta – A... A gente não pode...

- Depois a gente resolve isso. – Disse ele descendo as escadas. Apolo parou e piscou para mim – Até mais, minha musa.

Ele desceu e jogou a escada novamente para cima, fechando o quarto. Eu estava tão afetada pelo beijo dele, que só comecei a falar quando Apolo já estava bem longe.

- Nós não podemos... – Eu me interrompi – Você já foi embora mesmo.

Joguei-me na cama e fechei os olhos. Esperava poder dormir e acordar em casa novamente, mas isso não ia acontecer. Nem mesmo teria tempo de dormir. Logo tia Edgar iria atrás de mim para me mandar começar a trabalhar.

Olhei para o meu papel.

- Democrata Ally Kelly, limpeza dos discos. – Demorei um pouco, mas li em voz alta. Eu sempre tinha as tarefas mais chatas e monótonas. Lembro que por ter dificuldade em me concentrar, tio Ed vivia reclamando comigo.

Mas era humanamente impossível fazer aquela tarefa sem ficar entediada. Tio Edgar tinha mais de 100 discos de vinil guardados. Os artistas já estavam mais do que mortos. Talvez mortos até na segunda vida deles, mas seus discos permaneciam com Ed.

Coloquei-me sentada e respirei fundo. Larguei o papel para espirrar, e fui surpreendida.

- Lenço? – Perguntou uma mão esticando-se em minha direção. Olhei para o lado, e lá estava Hermes sentado na cama ao meu lado.

- Vocês deviam parar de fazer isso. Aparecer do lado das pessoas sem elas esperarem. – Comentei recuperando-me do susto.

- É divertido ver a reação delas. – Comentou ele rindo de leve. Hermes usava calça jeans, e uma camisa do AC/DC. Seu cabelo estava despenteado, mas não aparentava ter 20 anos como eu. Parecia ter 40, como minha mãe.

- Você veio atrás da mamãe? – Perguntei confusa – Nunca apareceu aqui antes.

- É que dessa vez eu tenho assuntos a lidar com um sujeito que me chamou de “cara de fuinha”. – Disse ele pegando uma espada do ar e girando-a nas mãos. Eu sorri – Onde está Edgar Hanks, aquele velho miserável?

- Lá embaixo, mas eu não mataria só ele. Aproveitando estar aqui, eu eliminaria todo mundo na casa. Sem testemunhas, sabe? – Sugeri inocentemente. Hermes riu ao meu lado e bagunçou meu cabelo.

Nesse instante, minha mãe subiu as escadas e entrou no meu quarto.

- Alice, seu tio Edgar está... – Ela olhou para Hermes e quase caiu da escada. O Deus dos mensageiros fez uma pose maligna e sorriu maldoso para ela.

- Morto. Muahahaha! – Riu ele. Minha mãe revirou os olhos e fechou rapidamente a porta do quarto. Ela colocou a mão nas cinturas, e Hermes parou de rir.

- Muito engraçado. – Disse ela séria – Você sabe quantos problemas pode provocar aparecendo aqui?

- Problemas? Não me fale de problemas, mortal! – Ele apontou a espada para mim mãe. Parecia estar interpretando o Deus grego todo poderoso – Você sequestrou a minha filha, não me deixou participar da reuniãozinha de família, e ainda por cima tem a audácia de falar que eu vou provocar problemas?

- Acabou? – Perguntou minha mãe ainda com as mãos na cintura, e Hermes deu de ombros – Aponta essa espada para longe do meu rosto agora.

- Tem gente que não sabe brincar. – Disse ele dando de ombros. Ele fez a espada sumir no ar, e minha mãe negou com a cabeça.

- Repete de novo. Eu sequestrei a sua filha? – Riu minha mãe – Sua filha?

- É. Minha filha. – Confirmou ele – E ainda trouxe ela para cá com aqueles dois pervertidos.

- Eles vieram de penetra, e isso não tem nada a ver com você. Sabe muito bem que vai ser horrível explicar para Will quem você é. Não pode ficar. – Disse minha mãe.

- Eu não vim para ficar, de qualquer forma. – Disse ele encolhendo os ombros.

- Veio para que então? – Perguntou ela.

- Eu vim para levar minha filha embora. – Respondeu ele.

- Isso! – Berrei sem querer, e minha mãe me fuzilou com um olhar de reprovação. Pude ver pelo sorriso de meu pai que, dessa vez, minha mãe teria que lutar muito para fazê-lo mudar de ideia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Valeu a pena esperar? Espero que sim.
O próximo vai ser bem mais engraçado. Vou contar um spoiler. Alice e Ares serão pais. De mentirinha, á princípio. Morram de ansiedade agora. Sou má.
E caso você não tenha lido lá em cima, estou começando a usar minha conta no youtube. Vou fazer um vlog, e indicações de fics também.
http://www.youtube.com/ImMandyJam
Inscrevam-se! E deixem review aqui se gostaram, ou se quiserem mandar uma crítica positiva. Obrigada por ler!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Bônus Infernal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.