The Lost Sister Of Harry Potter escrita por Vivi


Capítulo 9
E agora Snape? E agora Harry? E agora Sapph? [...]


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que demorei. Bastante, na verdade... Me desculpem, por favor.
Mas sou uma pessoa completamente ocupada, a escola, o inglês e as tarefas do dia a dia me ocuparam durante esse último mês. Como é final de ano, tive que me dedicar exclusivamente à escola pra não ficar de recuperação, nem ficar de final e pior, reprovar.
Acabou que meus esforços valeram a pena, porque agora estou de férias, e posso me dedicar exclusivamente à minha fic, não irei viajar por opção e prefiro ficar em casa esse ano e curtir (:
Mais uma vez, me desculpem pela demora, e peço mais desculpas ainda porque não terminei o capítulo, por isso ele será dividido em duas partes.
Muito obrigada pelos comentários do capítulo anterior (: Título do capítulo engraçadinho né? tipo assim: TRASGO! TRASGO! TRASGO NAS MASMORRAS! E AGORA? *todos com cara de pânico/surpresa* hasuhasuah -sqn
Deixemos de graça e vamos às notinhas de compreensão do capítulo... Como verão (verão de ver, não verão de estação do ano nossa, tô muito piadista hoje velho -.-) mais abaixo, hoje teremos dois POVs/PDVs:
- Um do Snape, retratando a hora em que ele estava conversando com Dumbledore e é interrompido por Minerva e Sapphire (capítulo anterior);
- Um do Harry, falando sobre o tempo em que esteve sumido;
- a partir daqui que o capítulo é dividido, parte II na próxima semana (:
Twitter: @VirginniaB - para qualquer dúvidas ou sugestões (: ME SIGAM! KKKKK
Boa leitura meus amores {:



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Título completo do capítulo: 

E agora Snape? E agora Harry? E agora Sapph? E agora todo mundo?!

No capítulo anterior.

“— E esses são Neville Longbottom e Harry Potter, amigos da Luna. [...] Meus olhos marejaram imediatamente, mas logo tratei de disfarçar, pigarreando.”

            “— Não dirija uma palavra a nós nunca mais [...] ou você vai se ver comigo.”

            “— Snape assumiu o cargo de professor em Defesa Contra as Artes das Trevas.”

            “— Só porque sou novata não significa que deva ser ignorante, Mione.”

            “Entramos em um corredor e lá estava Dumbledore, conversando com um professor de cabelos pretos e oleosos e roupa preta, parecia estressado, ele olhou ao redor procurando pelo barulho de nossos passos e quando nos viu, ou melhor me viu, ficou congelado, como se tivessem lançado-lhe um Petrificus Totalus.”

Agora...

Severo Snape

            — Não é possivel, Alvo – disse exasperado. – O Feitiço de Paralisação que lancei na maldição não irá durar muito tempo, você terá talvez, um ano ou dois de vida, no máximo.

            Fomos interrompidos pelo barulho de passos, olhei ao redor e atônito me deparei com ela. Foi como se o sol tivesse voltado a brilhar depois de longos anos na escuridão. Foi como se eu estivesse bebendo a água mais pura depois de anos no deserto. Como se todos os meus anseios, temores, lágrimas, tristezas e remorsos tivessem se esvaído com sua simples presença. Como se ela nunca tivesse ido embora.

Seus inconfundíveis olhos verdes, seu cabelo ruivo caindo levemente sobre os ombros, seu andar gracioso... Parecia que havia voltado no tempo, há trinta anos, o tempo em que eu era adolescente e fiz as escolhas erradas, como se, com sua presença aqui, eu pudesse me redimir e consertar ainda mais os erros do passado.

            Olhei para Dumbledore, e ele me olhava minunciosamente, como se estivesse lendo meus pensamentos mais ínfimos, os desejos mais obscuros da minha alma. Encarei-o, esperando por respostas e ele murmurou:

            — Tudo no seu tempo, Severo.

            Minerva e ela estavam se aproximando lentamente, eu contava os minutos para vê-la de perto, e constatar se era realmente Sapphire Lílian Potter Cullen, a filha da mulher que eu sempre amei.

            — Professores. – disse Minerva cumprimentando-nos com um aceno, e dirigindo-se a garota ao seu lado continuou. – Bom, Senhorita Potter vamos direto ao assunto, o tempo urge e daqui a pouco tenho que receber os alunos do primeiro ano para a Seleção das Casas e o Banquete de Boas Vindas.

            — Um minuto, Professora. Não fui selecionada para nenhuma casa! – ela falou, e sua voz parecia que sinos estavam tilindando tamanha doçura que continha em cada palavra que pronunciava.

            — Esse pequeno detalhe já será resolvido, Sapph. Tenha calma, agora prossiga Minerva. – Dumbledore disse-lhe.

— Dumbledore achou que seria melhor para todos se soubessem quem você é num futuro não muito distante, mas eu discordo. Eu prefiro que todos saibam que Harry tem uma irmã, ele já perdeu muitas pessoas, acho que a existência de um membro da família o faria feliz. Mas existem contras, Dumbledore acha que quando Você-Sabe-Quem descobrir sua existência, terá plena certeza de que você é uma ameaça, assim como seu irmão e tentará lhe liquidar, assim como vem tentando com Harry há anos, mas é claro, sem sucesso. O que você acha Severo? – perguntou, dirigindo-se a mim.

            — Bom... – comecei, medindo e analisando minhas palavras. – Tenho certeza de mais cedo ou mais tarde o Lorde das Trevas irá descobrir sobre a garota. Se contarmos agora, o que iria acontecer de mal? Estamos dentro do castelo, e tenho certeza que ele não se atreveria a passar pelos portões, não com a segurança reforçada e com Dumbledore presente. Porque não?

            — O que você acha Sapph, quer anunciar que é irmã de Harry nesse banquete ou prefere guardar segredo? – perguntou Minerva.

            — Professora McGonagall, eu não quero mais guardar esse segredo, quero contar a todos que Harry é meu irmão, mas isso pode trazer consequências, sejam elas boas ou más. E não quero causar problemas.

            — Então está decidido, Sapphire, iremos lhe proteger. Seu segredo será revelado esta noi... – antes que ela terminasse de falar um Patrono em forma de Lobo surgiu e com ele uma mensagem:

Hagrid, avise a todos que estou com Harry.

Não se preocupe. Venha buscá-lo, por favor.

Tonks.

            — Ah, ela o encontrou! – falou Sapphire, feliz.

            — Como assim? – perguntei confuso.

            — Bom, Harry e Neville haviam saído para almoçar com o Professor Slughorn em seu compartimento, mas somente Neville voltou, Harry desapareceu. Quando saímos do trem, pedi a Tonks que o encontrasse. – falou ela, dirigindo pela primeira vez a palavra a mim, sem nenhum toque de nojo, desapontamento ou desprezo na voz, somente... Algo que não sabia explicar.

            — Severo, você se importa? Minerva, pode ir. – Dumbledore falou.

            Assentimos, e nos dirigimos para fora do castelo, aonde eu iria buscar o pivete, e Minerva iria levar os novatos ao Salão Principal.

            Harry Tiago Potter

Algumas horas antes.

— Não faço a menor ideia. – o que não era bem verdade, embora não tivesse provas de que meu palpite estivesse certo. – Escute aqui. – acrescentei, tomado por repentina intuição. – Vamos usar a Capa da Invisibilidade, e a caminho a gente talvez possa dar uma boa olhada no Malfoy, ver o que ele anda tramando. [N/A: Essa é a parte do capítulo anterior, em que Harry e Neville saem do vagão para ir ao jantar com Slughorn, coloquei pra vocês não ficarem perdidos...]

A ideia, porém, não foi adiante: era impossível atravessar os corredores, cheios de gente à espera do carrinho do lanche, usando a Capa da Invisibilidade dada por Dumbledora há alguns anos atrás que pertencia a meu pai. Frustado, guardei-a na mochila, refletindo que teria sido uma boa ideia usá-la ao menos para evitar os olhares curiosos que pareciam ter se multiplicado desde a última vez que percorri o trem. De vez em quando, estudantes se atiravam no corredor para dar uma boa olhada em mim. A exceção foi Cho Chang, uma garota pela qual me apaixonei no quarto ano, que se enfurnou depressa no compartimento ao vê-lo se aproximando.

Quando passou pela janela, ele a viu muito entretida conversando com a amiga Marieta, que no ano passado havia contado à Umbrigde sobre as reuniões da Armada de Dumbledore e embora usasse uma grossa camada de maquiagem, não conseguia disfarçar completamente a estranha formação de espinhas no rosto que se devia ao feitiço lançado por Hermione no pergaminho em que todos assinaram que implicava em não contar à ninguém sobre a AD, mas, é claro, ela o havia feito. Com um leve sorriso, eu segui em frente.

Quando chegamos no compartimento C, vimos que não éramos os únicos convidados de Slughorn, embora, a julgar pela recepção entusiástica do professor, eu fosse o mais esperado.

— Harry, meu rapaz! – exclamou Slughorn, erguendo-se rápido e de tal jeito que sua enorme barriga coberta de veludo pareceu ocupar o espaço que restava no compartimento. Sua careca lisa e a bigodeira prateada refulgiam tão intensamente à luz do sol quanto os botões dourados do seu colete. – Que bom vê-lo, que bom vê-lo! E o senhor deve ser o Sr. Longbottom!

Neville assentiu, com ar amedrontado. A um gesto de Slughorn nos sentamos um de frente para o outro nos dois únicos lugares vazios, e mais próximos da porta. Eu corri o olhar pelos convidados. Reconheci um aluno da Sonserina do mesmo ano que o meu, um negro alto com os malares salientes e os olhos muito puxados; havia ainda dois rapazes da sétima série que eu não conhecia, e, espremida em um canto junto a Slughorn, Gina, parecendo não saber muito bem como chegara ali.

— Bem, vocês conhecem todo mundo? – perguntou Slughorn a nós. – Blásio Zabini, da mesma série que você, Harry, é claro...

Zabini não fez sinal algum de reconhecimento, nem de cumprimento, no que foi imitado por Neville e eu: por princípio, alunos da Grifinória e Sonserina se detestavam.

— Este é Córmaco McLaggen, talvez já tenham se visto? Não?

McLaggen, um jovem corpulento de cabelos crespos e armados, ergueu a mão, e Neville e eu retribuímos com um aceno de cabeça.

— ... e este é Marcos Belby, não sei se...

Belby, que era magro e nervoso, sorriu tenso.

— ... e esta encantadora jovem me diz que já os conhece! – terminou Slughorn.

Gina nos mandou uma careta por detrás do professor.

— Bem, isto é muito agradável – comentou Slughorn acolhedoramente. – Uma oportunidade de conhecê-los um pouco melhor. Aqui, apanhem um guardanapo. Trouxe o meu próprio almoço; o carrinho, segundo me lembro, tem muita Varinha de Alcaçuz, e o aparelho digestivo de um pobre velho não dá mais conta dessas coisas... Faisão, Belby?

Belby se sobressaltou e aceitou algo que parecia a metade de um faisão.

— Eu estava contando ao jovem Marcos aqui que tive o prazer de ser o professor do seu tio Dâmocles – disse Slughorn a Neville e a mim, passando agora uma cesta de pães. – Um bruxo excepcional que mereceu de fato a Ordem de Merlin. Você vê seu tio com frequência, Marcos?

Infelizmente, Belby acabara de encher a boca de faisão; na pressa de responder a Slughorn, engoliu rápido demais, arroxeou e começou a sufocar.

Anapneo – ordenou Slughorn calmamente, apontando a varinha para o rapaz, cujas vias respiratórias desobstruíram na mesma hora.

— Não... não muita, não – arquejou Belby, lágrimas escorriam pelo seu rosto.

— Bem, naturalmente, imagino que esteja ocupado – replicou Slughorn, lançando um olhar indagador ao garoto. – Duvido que tenha inventado a Poção de Acônito sem considerável esforço!

— Suponho que sim... – concordou Belby, que pareceu receoso de comer outra garfada de faisão até ter certeza de que o professor terminara a conversa. – Ãhn... ele e meu pai não se dão muito bem, entende, então não sei muita coisa sobre...

Sua voz foi sumindo quando Slughorn lhe deu um sorriso frio e se virou para McLaggen.

— Agora, você, Córmaco – disse o professor -, por acaso sei que sempre vê seu tio Tibério, porque ele tem uma esplêndida foto de vocês dois caçando rabicurtos em Norfolk, presumo.

— Ah, sim, foi divertida, aquela caçada – comentou McLaggen. – Fomos com Berto Higgs e Rufo Scrimgeour, antes que se tornasse ministro, obviamente...

— Então você também conhece Berto e Rufo? – disse um Slughorn sorridente, agora oferecendo aos convidados uma pequena travessa de tortinhas, mas pulando Belby. – Agora me diga...

Era o que eu suspeitava. Todos ali pareciam ter sido convidados porque estavam ligados a alguém famoso ou influente – com exceção de Gina. Zabini, interrogado depois de McLaggen, era filho de uma bruxa famosa por sua beleza, e pelo que pude entender, ela havia se casado sete vezes e cada marido morrera misteriosamente, deixando-lhes montanhas de ouro. Depois, foi a vez de Neville, foram minutos desconfortáveis, porque seus pais, aurores muito conhecidos, tinham sido torturados até a loucura por Bellatriz Lestrange e seus companheiros Comensais da Morte. Ao acabar a “entrevista” de Neville, tive a impressão de que Slughorn ainda não formara uma opinião sobre ele, e isso dependia de Neville possuir algum dos talentos dos pais.

— E agora – disse Slughorn, virando o corpo no banco com a pose de um apresentador de TV anunciando sua principal atração. – Harry Potter! Por onde começar? Sinto que mal cheguei a conhecê-lo quando nos encontramos no verão!

Ele ficou encarando-me por algum tempo, como se eu fosse um pedaço particularmente grande e suculento de faisão.

— “O Eleito”, é como estão chamando-o agora! – disse.

Permaneci calado. Belby, McLaggen, Zabini... todos me encaravam.

— Naturalmente – continuou, observando-me com atenção -, correm boatos há muitos anos... lembro-me quando, bem, depois daquela noite terrível, Lílian, Tiago, mas você sobreviveu e diziam que devia ter poderes extraordinários...

Zabini deu uma tossidinha, à lá Umbridge: hem, hem, nitidamente indicando sua debochada incredulidade. Uma voz zangada interveio inesperadamente às costas do professor.

— É, Zabini, porque você tem tanto talento... para fazer pose...

— Minha nossa! – brincou Slughorn rindo, e virou a cabeça para Gina, que encarava Zabini do outro lado da enorme pança do bruxo. – É melhor ter cuidado, Blásio! Vi esta mocinha executar uma maravilhosa azaração para rebater bicho-papão quando estava passando no compartimento dela, eu não a irritaria!

Zabini fez simplesmente um ar de desprezo.

— Seja como for. – continou, dirigindo-se novamente à mim. – Os boatos que correram neste verão! Naturalmente, não se sabe em que acreditar, mas o Profeta Diário já publicou muitas inverdades, cometeu enganos, mas parece não haver muita dúvida, dado o número de testemunhas, que houve no Ministério um grande tumulto, e que você esteve no meio dele!

Não vi como sair desse aperto sem pregar uma mentira deslavada, então apenas acenei a cabeça em concordância, continuando calado.

— Tão modesto, tão modesto. Não me admira Dumbledore gostar tanto de você. Esteve lá então? Mas as outras histórias... tão sensacionais, é claro, a pessoa não sabe em quem acreditar, a famosa profecia por exemplo.

— Não ouvimos nenhuma profecia. – disse Neville, corando ao dizer isso.

— Verdade. – confirmou Ginea, lealmente. – Neville e eu também estivemos lá, e essa besteira de “O Eleito” é invenção do Profeta como sempre.

— Vocês dois também estiveram lá? – perguntou Slughorn muito interessado, seu olhar indo de Gina para Neville. Os dois, no entanto, ficaram calados frente ao seu sorriso encorajador. – É... é bem verdade de que o Profeta muitas vezes exagera, sem dúvida. – continuou, um pouco desapontado. – Eu me lembro de Gwenog Jones, quero dizer, claro, a capitã do Harpias de Holyhead...

E o professor se perdeu em uma longa reminiscência, mas tive a nítida impressão de que ele ainda não dera por encerrada a conversa com ele e que não se deixara convencer por Neville e Gina. A tarde foi passando com Slughorn contando histórias sobre bruxos famosos dos quais fora professor, eu mal conseguia esperar para ir embora, mas não via como fazer isso educadamente. Por fim, o trem passou de mais um longo trecho de névoa para um pôr-do-sol laranja, e Slughorn se virou para os lados piscando na penumbra.

— Santo Deus, já está escurecendo! Não notei que já tinham acendido as luzes, é melhor vocês irem trocar de roupa, todos vocês. McLaggen, passe na minha sala pra eu lhe emprestar o livro sobre os rabicurtos. Harry, Blásio, a qualquer hora  que estiverem nas redondezas. O mesmo vale para a senhorita. – ele piscou para Gina. – Muito bem, vão andando, andando!

Quando Zabini passou por mim, para alcançar o corredor sombrio, ele lançou-me um olhar feio, que eu retribui com interesse. Gina, Neville e eu acompanhamos ele ao longo do trem.

—  Quem bom que terminou. – murmurou Neville. – Cara estranho né?

—  É, um pouco. – respondi, ainda com os olhos em Zabini. – Como foi que você acabou sendo convidada Gina?

— Ele me viu azarando Zacarias Smith, lembra aquele idiota da Lufa-Lufa que estava na AD? Ele não parava de me perguntar o que aconteceu no Ministério, e no fim me aborreceu tanto que o azarei. Quando Slughorn entrou, achei que ia ganhar uma detenção, mas ele achou que tinha sido uma ótima azaração, e me convidou para almoçar. Piração né?

— É uma razão melhor para se convidar alguém do que ter mãe famosa – respondi, lançando um olhar mal-humorado para a nuca de Zabini – ou ter um tio que...

Não terminei o que iria falar, pois uma ideia, imprudente, mas potencialmente maravilhosa... em um minuto, Zabini ia tornar a entrar no compartimento do sexto ano da Sonserina, onde Malfoy estaria sentado, achando que ninguém mais o ouvia, exceto os colegas da Casa... Se eu pudesse entrar sem ser visto, atrás de Zabini, o que eu poderia ouvir? Ou até ver... Faltava pouco para terminar a viagem, a estação de Hogsmeade devia estar a menos de meia hora, mas ninguém parecia disposto à levar a sério minhas suspeitas de que Malfoy seria um Comensal. Portanto, cabia à mim comprová-las.

— Vejo vocês depois. – murmurei, puxando a Capa da Invisibilidade e atirando-a sobre meu corpo, disparando atrás de Zabini o mais silenciosamente que pude, embora o barulho do trem tornasse tal cuidado quase sem sentido.

Os corredores estavam praticamente vazios agora. A maioria dos estudantes voltara às suas cabines para vestir os uniformes e juntar seus pertences. Embora estivesse o mais próximo que podia de Zabini, sem tocá-lo, eu não fui ágil o bastante para entrar no compartimento quando o ele abriu a porta. Zabini já ia fechando-a quando estiquei o pé depressa para travá-la.

— O que aconteceu com essa coisa? – exclamou ele zangado, batendo a porta várias vezes no obstáculo.

Agarrei a porta e abri-a com força, Zabini, que ainda segurava a maçaneta, caiu no colo de Gregory Goyle, e na confusão, invadi o compartimento, pulei para o lugar de Zabini, naquele instante vazio e dali lancei-me para o bagageiro. Foi uma sorte que Goyle e Zabini estivessem rosnando um para o outro, atraindo olhares dos presentes, porque eu tinha certeza de que deixei os pés e os tornozelos de fora quando a capa esvoaçou. De fato, por um terrível instante, pensei ter visto o olhar de Malfoy acompanhar meu tênis quando subi e desapareci de vista, mas Goyle bateu a porta e empurrou Zabini, que caiu no lugar que era seu, irritado, Vincent Crabbe voltou a ler sua revistinha a Malfoy, rindo, tornou a esticar-se em dois bancos e descançar a cabeça no colo de Pansy Parkinson. Encolhi-me desconfortável, sob a capa, preocupando-me em cobrir cada centímetro de meu corpo. Fiquei observando Pansy alisar para londe da testa os cabelos loiros de Draco, sorrindo satisfeita como se qualquer um no mundo adoraria estar em seu lugar.

— Então Zabini, o que Slughorn queria? – perguntou Draco.

— Puxar o saco de gente bem relacionada – respondeu, ainda olhando feio para Goyle. – Não que tivesse encontrando muita gente.

A informação do garoto apararentemente não agradou a Malfoy.

— Quem mais ele convidou?

— McLaggen da Grifinória.

— Ah, sei... Ele tem um tio importante no Ministério. – disse Malfoy.

— Outro chamado Belby, da Corvinal.

— Não, esse é um retardado! – exclamou Pansy.

— Longbottom, Potter e aquela garota Weasley. – concluiu Zabini.

Malfoy sentou-se de repente, empurrando a mão de Pansy para o lado.

— Ele convidou Longbottom?

— Suponho que sim, porque ele estava lá. – respondeu Zabini, indiferente.

— O que Longbottom tem que possa interessar Slughorn?

Zabini apenas deu de ombros.

— Potter, o precioso Potter, obviamente ele queria dar uma olhada no “Eleito”. – desdenhou Malfoy. – Mas e a garota Weasley? O que ela tem de especial?

— Tem muito rapaz que gosta dela – comentou Pansy, observando Malfoy de esguelha para ver sua reação. – Até você acha que ela é atraente, não é, Blásio, e todos sabemos como você é dificil de agradar!

— Eu não tocaria numa traidora de sanque nojenta como ela, por mais atraente que fosse. – retrucou Zabini com frieza, o que satisfez Pansy. Malfoy voltou a se deitar no colo dela e deixou-a retomar as carícias em seus cabelos.

— Bem, lamento o mau gosto de Slughorn, quem sabe ele está ficando velho. Que pena, meu pai sempre disse que no seu tempo ele era um bom bruxo. Meu pai era uma espécie de favorito dele, Slughorn provavelmente não soube que eu estava no trem, ou...

— Eu não esperaria um convite – interrompeu Zabini. – Ele me pediu notícias do pai de Nott quando embarquei. Pelo visto, os dois eram bons amigos, mas quando soube que o velho Nott foi apanhado pelo Ministério não ficou nada feliz, e não convidou Nott, né? Não acho que Slughorn está interessado em Comensais.

Malfoy pareceu se zangar, mas forçou uma risada completamente falsa.

— Bem, quem se importa com os seus interesses? Quem é ele na ordem das coisas? Apenas um professor idiota. Quero dizer, talvez eu nem esteja em Hogwarts no ano que vem, que diferença me faz se um velho gordo e decadente gosta ou não de mim?

— Como assim, você talvez não esteja em Hogwarts no ano que vem? – perguntou Pansy indignada, parando de alisar os cabelos do garoto na mesma hora.

— Ora, nunca se sabe. Eu talvez tenha... ãh... que me dedicar a coisas maiores e melhores. – respondeu ele com um ar de riso.

Debaixo da capa, meu coração disparou. O que Rony e Hermione diriam disso? Crabbe e Goyle olhavam boquiabertos para Malfoy, pelo jeito não tinham conhecimento de nenhum plano de dedicação a coisas maiores e melhores. Até Zabini deixou uma expressão de curiosidade anuviar suas feições arrogantes. Pansy voltou a ajeitar os cabelos de Malfoy, pasma.

— Você está se referindo a... ele?

Malfoy sacudiu os ombros.

— Minha mãe quer que eu complete minha educação, mas, pessoalmente, acho que nos dias de hoje isso não seja tão importante. Quero dizer, pensem um instante... Quando o Lord das Trevas tomar o poder, será que vai se importar com quantos N.O.M’s e quantos N.I.E.M’s a pessoa obteve? Claro que não... Tudo vai girar em torno dos serviços que prestou, a dedicação que demonstrou a ele.

— E você acha que será realmente capaz de fazer alguma coisa por ele? – perguntou Zabini, sarcástico. – Com dezesseis anos e sem ter completado sua qualificação

— Foi o que acabei de dizer, não foi? Quem sabe ele não se importa se tenho qualificações. Talvez eu não precise disso para o trabalho que ele quer que eu faça. – replicou, em voz baixa.

Crabbe e Goyle estavam sentados de bocas escancaradas, como as gárgulas de Notre Dame. Pansy olhava Malfoy como se nunca tivesse visto nada tão digno de assombro.

— Já estou vendo Hogwarts. – disse Malfoy, deliciando-se abertamente com o efeito que causara, apontando para a janela escura. – É melhor trocarmos de roupa.

Eu estava tão ocupado em observar Malfoy que não reparei Goyle se esticando para pegar sua bagagem, e, ao puxá-lo, bateu com força em minha cabeça, deixei escapar um gemido de dor e Malfoy olhou para cima, onde eu estava, enrugando a testa. É claro que eu não tinha medo dele, mas não gosto muito da ideia de ser descoberto escondido sob a Capa da Invisibilidade, no vagão da Sonserina. Com os olhos lacrimejando e a cabeça doendo, empunhei a varinha, tomando cuidado para não desarrumar a capa, aguardei prendendo a respiração. Para meu alívio, Malfoy pareceu concluir que imaginara o ruído trocando de roupa com os colegas, trancou o malão e, quando o trem reduziu a velocidade para um sacolejo lento, ele prendeu a capa nova e grossa no pescoço.

Vi os corredores se encherem mais uma vez e tive esperança de que Hermione e Rony levassem minhas coisas para o castelo. Eu iria ficar preso aqui até o compartimento esvaziar. Por fim, com um solavanco final, o trem parou. Goyle abriu a porta com violência e saiu empurrando um grupo de alunos do segundo ano, Crabbe e Zabini o acompanharam.

— Você pode ir andando. – disse Malfoy a Pansy, que o aguardava com a mão estendida como se esperasse que ele a segurasse. – Quero verificar uma coisa.

Pansy saiu. Agora Harry e Malfoy estavam sozinhos no compartimento. As pessoas passavam e desembarcavam na plataforma escura. Malfoy foi até a porta e desceu a cortina, para que as pessoas no corredor não pudessem espiar para dentro. Então curvou-se para o malão e abriu-o. Espiei pela borda do bagageiro com o coração acelerado. O que Malfoy queria esconder de Pansy? Estaria eu prestes a ver o misterioso objeto partido que era tão importante consertar?

Petrificus Totalus!



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Notas finais do capítulo

Uma coisa, desculpem pelos erros, se tiver, porque eu não revisei (:
O que acharam?
Reviews? (:
Beijos ;*
P.S: Se quiserem falar comigo, aqui o meu Twitter @VirginniaB eu sempre to por lá, é tipo, meu vício :P