Bad Angel escrita por Miller


Capítulo 4
'Cause she saved my life


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey amores! Sim, sei que devem estar querendo me matar pela demora, mas eu posso explicar.
O problema era que eu simplesmente não conseguia escrever nada! Nadica de nada! Nem uma mísera frase! Minha inspiração havia sumido por completo e vocês não tem noção do quão perto de excluir essa conta eu estive...
Mas como eu sabia que me arrependeria imediatamente, não o fiz...
Agora a inspiração está voltando. Lenta, mas é melhor que nada.
O capítulo não está muito bom, mas prometo que o próximo será melhor!
Obrigado à Naathy pela recomendação liinda! AMEI!
Enjoy!



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James Potter

Encarei seus olhos muito verdes sem conseguir absorver o que ela havia me dito.

– O quê? – perguntei certo de que não havia ouvido bem.

A garota ruiva soltou um longo suspiro, como se já estivesse esperando aquele tipo de reação.

– Olha, eu sei que isso é estranho... – ela começou e eu soltei um riso sarcástico.

– Estranho? Pelo amor de Deus! Isso está beirando a insanidade – disse-lhe dando ênfase na palavra 'insanidade'. Porque aquela era a única explicação plausível para ter uma garota ruiva que aparentemente só eu era capaz de ver em minha frente dizendo-me que era meu anjo da guarda.

Ela suspirou novamente e assentiu com a cabeça.

– Sim, eu sei – ela voltou a falar. – É maluco até para mim, pode ter certeza, mas eu simplesmente não tenho o que fazer... – ela me encarou. – Eu sou seu anjo da guarda – disse e sua voz pareceu deslizar e se instalar em algum lugar alarmante de minha mente, fazendo suas palavras piscarem como se em um letreiro brilhante: ANJO DA GUARDA, ANJO DA GUARDA.

James, você só pode estar maluco.

Coloquei as duas mãos na cabeça, certo de que estava tendo algum tipo de alucinação.

– Oh Deus! Oh Deus! – eu disse de repente, assustando a garota que me encarava com alarme. – Ah meu Deus, eu sei que eu não fui um cara legal e que eu não devia ter feito aquilo com as cuecas do amigo de meu pai, mas esse castigo não está indo longe demais? – perguntei e olhei para o céu. A garota me encarava como se eu fosse um louco. Pff, ela que dizia que era meu anjo da guarda e eu que era o louco?

– Hum, James – a garota me chamou e eu virei os olhos para ela. – Eu sei que deve ser difícil de aceitar e tudo o mais – ela se aproximou alguns passos e eu me afastei.

– Não se aproxime! – eu disse e pude ver algumas pessoas que andavam perto me encararem estranhamente.

– Mas... – ela começou e se aproximou novamente.

– NÃO SE APROXIME! SAI DE PERTO DE MIM COISA RUIM! – eu falei e fiz o sinal da cruz com as mãos. Queria mais do que tudo que aquilo acabasse e que eu percebesse que era apenas um sonho maluco.

– James, pare com isso, as pessoas... – ela voltou a dizer.

– VÁ PARA A LUZ ESPIRITO! – berrei e corri para longe, arremessando algumas pessoas que estavam em meu caminho.

Eu não sei por quanto corri, mas somente quando meus pulmões doíam foi que parei.

Coloquei as duas mãos no rosto.

– James, isso foi apenas um sonho ruim – murmurei. – Não tem nada de anjos ou espíritos. Você só tem que se beliscar e abrir os olhos que tudo vai voltar a ser como era antes – disse e a confiança foi voltando aos poucos para minha voz.

Tirei uma das mãos de meu rosto, ainda de olhos fechados, e então belisquei com toda minha força o braço direito.

Tinha certeza de que iria ficar um hematoma depois.

– Okay James, agora você só tem que abrir os olhos e tudo vai voltar ao normal. Você provavelmente dormiu enquanto conversava com seu pai no restaurante de tão entediante que era o assunto – disse a mim mesmo e finalmente abri os olhos.

Só para soltar um berro logo em seguida.

– Meu Deus, você podia ter achado um cara menos escandaloso para mim cuidar não acha? – a garota ruiva que estava em minha frente olhava para o céu revoltada.

– Como foi que você chegou aqui? – perguntei, certo de que não a havia visto quando olhei para trás.

Ela simplesmente deu de ombros.

– Não sei – disse.

Eu arqueei uma sobrancelha, segurando minhas costelas por causa da dor pela corrida.

– Não sabe? Então quer dizer que você simplesmente apareceu do nada aqui na minha frente? – resmunguei ironicamente.

– Algo assim – ela falou e eu podia perceber que ela estava sendo sincera.

Mas como ela poderia ter aparecido do nada?

Porque, sinceramente, ela não podia ser minha 'anja da guarda'. Essa era simplesmente uma das ideias mais absurdamente loucas e insanas que minha mente poderia ter.

Aparentemente eu era o único que pensava dessa forma naquele momento.

Meus pulmões ardiam pela corrida e eu estranhei esse fato, afinal de contas eu era do time de futebol da escola, estava acostumado a correr... Então eu percebi que eu estava com medo.

Não por causa dos absurdos que a garota havia falado, embora esse pudesse ser um bom motivo, mas sim por causa do que as suas palavras implicavam.

Se – e isso apenas hipoteticamente falando, porque eu ainda não acreditava – essa menina ruiva que dizia ser minha anja da guarda fosse realmente minha anja da guarda, porque motivo ela estaria cuidando de mim? Eu estava correndo perigo?

– Porque você está aqui? – eu perguntei lentamente, voltando meus olhos para os seus muito verdes que me encaravam como se esperassem que eu saísse correndo novamente a qualquer minuto. O que não era improvável. – Qual o motivo de você ser, supostamente, minha anja da guarda?

A garota abriu e fechou a boca algumas vezes como se procurasse palavras para explicar, então deu de ombros como se desistisse.

– Eu não sei – ela falou simplesmente. – Eu só sei que num piscar de olhos eu estava naquele restaurante e você era o único que podia me ver, então eu deduzi que você é meu protegido – ela disse e arqueou uma sobrancelha. – Vai ver você corre risco de vida ou algo assim...

– E você fala isso com tanta naturalidade? – eu perguntei estupefato.

Qual é? Talvez eu corra risco de vida?

Isso não era algo que se falava tão... normalmente.

Não que tudo aquilo fosse normal, afinal de contas eu estava falando com minha suposta (e eu estava usando bastante aquela palavra) anja da guarda que somente eu podia ver.

– Quer que eu dramatize? – ela perguntou com ironia. – Oh James, desculpe-me magoar seus sentimentos, mas eu acredito que o motivo de eu estar aqui seja porque sua vida pode estar em risco e eu serei a luz que iluminará seu caminho e lhe afastarei do mal – ela fez uma reverencia e piscou os olhos teatralmente.

Revirei os olhos.

– Poderiam ter conseguido alguém mais divertido – comentei começando a caminhar para longe.

– Onde você vai? – ela perguntou quando eu dei as costas.

– Para longe de você – disse simplesmente.

O problema era que minha mente recusava aceitar tamanha anormalidade como algo real. Eu não conseguia entender... E bem, talvez eu não quisesse entender.

– Sabe, isso vai ser completamente desgastante, e não vai adiantar de nada, porque eu sempre vou aparecer no seu lado – e ela parecia gostar tanto daquilo quanto eu.

– Não custa tentar – dei de ombros e atravessei a rua.

Ou melhor, eu tinha a intenção de atravessá-la, porque no momento em que eu cruzava um carro perdeu o controle e eu consegui ver, com todo o jato de adrenalina pulsando em meu sangue, a cena com todos os detalhes. Um grande e preto conversível girou um vez antes de começar a deslizar rápido demais em minha direção.

Não havia tempo nem de respirar. Fechei os olhos e esperei pelo impacto.

Então é isso James! Você estava à beira da morte, por isso estava tendo essas visões estranhas. Apenas alucinações...

Mas o impacto nunca veio, somente o barulho de vidros estilhaçados e algo mais... parecia eletricidade?

Não conseguia forçar minha mente a abrir meus olhos, eu tinha medo do que veria se os abrisse.

Meu pai uma vez disse que os piores ferimentos eram aqueles que de tão ruins, nem sentíamos a dor por que o corpo ficava letárgico e perdia o senso do tato.

Talvez fosse isso.

Talvez quando eu olhasse para baixo não visse nada exceto pedaços esfrangalhados do que um dia fora meu corpo.

– Pode abrir os olhos agora – a voz da garota preencheu minha mente por sobre o barulho da rua.

Muito lentamente eu os abri e a encontrei em minha frente segurando um pedaço de concreto na mão.

Pisquei algumas vezes tentando entender, e olhei para baixo segurando a respiração.

Mas não havia nada a temer. Meu corpo estava perfeitamente normal, exceto pela tremedeira nas pernas que tinham a consistência de uma gelatina.

Mas o que eram pernas tremendo em comparação à perder uma delas?

Foi então que eu prestei atenção no que eu havia visto.

– Porque você está segurando um concreto? – perguntei olhando para sua mão.

Tinha um formato um pouco curvado, como se tivesse sido arrancado de algum lugar.

Meus olhos deslizaram até o lugar de onde o barulho parecia vir.

O conversível preto parecia um enlatado amassado, o aro de uma das rodas girava tristemente até parar do outro lado da rua. O que realmente chamou minha atenção foi o poste de luz caído no meio da rua, pelo qual faíscas elétricas saltavam.

Estava despedaçado, mas eu podia ver um buraco onde o concreto que estava na mão da garota encaixava perfeitamente.

– Como...? – comecei a perguntar.

– Eu odeio conversíveis pretos – ela disse simplesmente e sorriu. – No primeiro dia de trabalho você já me fez correr heim? – disse divertidamente e foi só então que eu percebi seu sotaque estranho.

– Espera ai... Você é americana? – porque é claro que, além de me mandarem um anjo da guarda estranho e que parecia ser um poço de sarcasmo, ela precisava ser americana.

A vida era mesmo linda.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram?
Mandem reviews, nem que sejam xingando a demora *-*
Beijos :*