Ice Cream escrita por Brus


Capítulo 1
Piquenique


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *-* então, essa foi uma ideia que veio na minha mente e foi tomando forma sem que eu deixasse (mentira eu deixei sim, as aulas são muito chatas pra prestar atenção).

Espero que gostem =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214495/chapter/1

Ela tinha sido arrastada pelas amigas para um piquenique. Elas prometeram que ia ser algo legal, que ela precisava sair um pouco da caverna/quarto dela, conhecer pessoas novas, pegar um pouco de sol, porque se ela continuasse dessa forma, só saindo à noite, iria acabar desaparecendo, ou no mínimo virando um fantasma. Ela não tinha escolha. Ou aceitava passar por essa tortura, ou era levada a força. Suas amigas passariam ali em dez minutos para pegar ela. Ou, se ela resistisse, arrastá-la pra fora de casa.

Ela desenterrou de seu armário uma roupa decente pra se usar no sol, que não fosse seus jeans e seus moletons enormes. Não fazia a mínima ideia de de onde ela tinha tirado aquelas roupas que nem fazia ideia que tinha. Suspirando ela se vestiu e se olhou no espelho. Apesar da roupa feliz, sua cor semi-transparente (fruto de horas e mais horas enfiadas em seu quarto) e seus cabelos verdes não deixavam que ela se tornasse a típica menina fofa e meiga. Ela passou a escova no cabelo demoradamente.

O carro buzinou impacientemente do lado de fora da casa. Chateada e mal humorada, a garota/fantasma saiu para a luz do sol. Não podia adiar aquilo para sempre. Era só uma tarde, ela conseguiria sobreviver a uma tarde em um espaço aberto, com sol e cheio de adolescentes mais bonitos e com mais cor que ela não conseguiria? Bem, ela ia tentar.

Antes de sair, seus pais perguntaram se ela estava bem ou precisava ir no médico. Era uma coisa rara (na verdade quase impossível de acontecer) a menina sair do quarto durante o dia. Só se fosse para ir para a escola ou pegar comida. Mas a segunda coisa só acontecia de madrugada quando ela tinha que repor seu estoque de Pringles, coca-cola e vodca não-autorizada.

Ela saiu de casa e se sentou com as amigas no carro. Ela não sabia como podia ser amiga daquelas garotas tão loucas e felizes. Mas apenas suspirou e se afundou mais no conversível vermelho da amiga, observando a paisagem enquanto as outras meninas altas, sociáveis e com corpão cantavam/gritavam alguma música pop de alguma cantora nojenta.

Finalmente chegaram no tal parque. Elas se encontraram com o resto do grupo de amigos que incluía ele. Como ele era nojento. Se exibindo no futebol, tocando violão, brincando, fazendo palhaçadas, o típico adolescente feliz. Era impossível serem mais diferentes.

Assim que chegaram, a menina viu uma árvore grande e cheia de sombra. Sorriu, pegou um sanduíche e uma lata de refrigerante e correu para a árvore se jogando lá. Finalmente sombra nesse calor dos infernos, ela pensou com alívio. Enquanto comia, a menina observando o grupo de adolescentes correndo, se batendo, alguns se agarrando, outros comendo... Revirou os olhos e olhou para outra direção. Iria matar suas amigas mais tarde. Pra que elas a arrastaram pra lá se elas sabiam que ela não ia conseguir se socializar com ninguém? Não adianta. Ela só era uma boa companhia a noite. Depois que o sol ia embora, quando as boates começavam a abrir... aí sim ela se tornava uma ótima companhia pra sair.

Não era preciso falar em "passeios" como esses. Só beber e dançar.

– Sorvete? - ela pulou ao ouvir a voz de alguém tão próximo dela e ela não ter percebido quando o ser se aproximou. Ela reconheceu a voz e olhou para ele.

– O que você está fazendo aqui?

– Uh... te oferecendo sorvete? - ele gesticulou com as mãos para que ela olhasse as duas casquinhas.

– Por que? Nossas únicas conversas até hoje se resumiram em trocas de insultos. Por que justo agora você resolve se afastar do seu grupo de amiguinhos e vir me oferecer uma puta de uma casquinha? - o que estava acontecendo com ela? Por que estava tão agressiva? Era o sol. Só podia ser. Mais um motivo para matar suas amigas mais tarde adicionado a lista.

– Por que uma das suas amigas pediu pra eu vir te oferecer a porcaria da casquinha. E elas me pagaram 10 dólares pra isso. E se você aceitar a casquinha, mais 5 dólares. Então por favor, pega logo isso antes que derreta na minha mão.

Ela se levantou e sorriu largamente para o garoto de cabelos castanhos.

– Ah, obrigada! - ela disse pegando o sorvete. Quando ele ia virar as costas pra voltar para o piquenique ela fala - ah... mas não vá esquecer.

– De que? - ele disse se virando.

– Disso. - ela disse esfregando a casquinha em seu rosto. - a primeira reação do menino foi ficar em estado de choque. Depois olhou pra ela com um olhar ameaçador e disse.

– Você não devia ter feito isso.

– Ah que medo de você.

– Mas não é pra ter medo - ele disse e passou o sorvete que era dele na cara dela também - é pra ter pavor. - ele começou a rir. Ela não podia acreditar que estava toda suja de sorvete.

– Seu idiota! - ela avançou para enchê-lo de tapas e socos, mas ele a segurou pelos pulsos. O que ele não esperava, é que a força dela fosse tão grande, que o fizesse recuar um pouco, e tropeçasse numa maldita pedra, caindo de costas e consequentemente levando ela para o chão junto com ele.

Ela bateu a cabeça forte no peito dele. Xingando ele de todas as piores palavras que ela podia lembrar no momento, ela tentou se levantar, mas ele ainda a prendia pelo pulso. Ela levantou sua cabeça confusa e olhou para ele. Ele deu um sorriso que ela não pôde deixar de retribuir.

De repente ele encurtou a distância entre os dois, dando um selinho nela. Mas assim que se afastaram, ela avançou para ele dando outro selinho, dessa vez mais longo. E assim foi até que já estava se beijando.

Quando o ar se fez necessário, ela se afastou dele, deitando na grama quente, o sol era quente em seu rosto, mas naquele momento ela não se importava realmente. Eles ficaram ali, deitados, arfando e com os rostos ainda melados por um bom tempo, até que ela diz sem pensar:

– Que estranho.

– O que é estranho? - ele se virou para ela.

– Ah... nada. Só deixei escapulir o que não devia.

– Agora termina de 'deixar escapulir'.

– Jura que não vai rir ou ficar se sentindo o máximo por causa disso?

– Hm... Juro.

– Eu nunca tinha notado, mas eu sempre quis que isso acontecesse. - ela disse corando pela primeira vez em meses. Ou talvez fosse só o sol mesmo.

Ele não riu. Ele simplesmente se aproximou dela novamente, e deu um longo selinho, e depois sussurrou perto dos lábios dela.

– Como eu posso rir de algo que eu também sempre quis que acontecesse?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então gente, essa é a primeira One que eu faço, e também é a primeira vez que eu uso o narrador em terceira pessoa u.u acho que não me aí tão mal.

Bjxx e até a próxima ^^