Só acordei as 10:45, gente, hoje era sábado, sem aula, isso é muito bom! Fiz minha higiene pessoal e desci as escadas. Só o Bieber estava lá, droga! Minha mãe e o Jeremy deve ter ido trabalhar. Me sentei na mesa sem dizer nada, como sempre, e comecei a tomar café.

Justin narrando...

Hoje eu tinha acordado cedo, estava um dia espetacular, a manhã estava ensolarada, com algumas nuvens no céu.

Desci as escadas e me sentei na mesa para tomar café. Logo a... Demi, acho que esse era o nome dela, desceu também, quando ela viu que só tinha eu ali fez uma careta, tentei ignorar isso. Ela se sentou e ficamos comendo, com um silencio profundo. Fiquei pensando, como ela pode ser tão fria? Ela as vezes me dava até medo, se bem que ela era linda, diferente, na verdade. Seus cabelos vermelhos iam até um pouco acima da cintura, enrolando levemente.

– Sua mãe disse que vai chegar um pouco mais cedo hoje – Disse tentando quebrar o silêncio, e ao mesmo tempo avisando. Ela só deu um sorriso rápido, tipo aqueles sorrisos irônicos. Depois ela tentou pegar a jarra de suco, mas estava muito longe dela e ela ficou tentando alcançar sem se levantar. Peguei a jarra e entreguei a ela, que deu o mesmo sorrisinho. Será que ela nunca fala? Talvez ela possa ser muda e eu não estou sabendo O.O Ok, deleta isso. Suspirei – Está tudo bem com você? – Disse, pois, se ela não fala nada, com certeza não está tudo bem. Ela só assentiu, isso me deixou irritado. – Garota, você fala inglês? – (Gente, eles falam inglês ta? O Justin não consegue falar português) Falei num tom mais alto, ela só balançou a cabeça de novo – Sério, então porque você não fala? Eu sou tão assustador assim? – Disse irônico.

– Talvez eu não queira falar com você! – Ela disse e foi para a sala. Pelo menos ela falou alguma coisa, e eu pude ouvir sua voz, que era melhor do que eu imaginava. Fui até onde ela estava e me sentei ao seu lado. Ela simplesmente revirou os olhos e ignorou minha presença.

– Eu sou chato? – Eu disse fazendo cara de cachorrinho.

– Pior do que eu pensava! – Falou ela entre dentes.

– Mas você nem em conhece! – Fiquei incrédulo.

– Não, mas te conheço mentalmente, e, na minha mente, você só passa de mais um famosinho que se acha.

– Sério mesmo? Pois não é eu que estou agindo assim agora.- Ela olhou para mim com uma expressão super brava.

– Mas você nem me conhece!

– Não, mas te conheço mentalmente, e, na minha mente, você só é mais uma garotinha mimada. – Disse irônico.

– Não roube a minha fala! É diferente, o mundo inteiro te conhece, então eu posso ter bem uma noção de como você é! Agora você não pode me julgar, pois essa é uma das primeiras vezes que você me viu na sua vida inútil! – A esse ponto ela já tinha se levantado do sofá.

– Minha vida é inútil? Não sou eu o revoltado daqui sabe... – Eu estava até me divertindo com a situação.

– Cale a boca! – Disse ela e depois subiu as escadas. Revirei os olhos e fui me arrumar, tinha que ir para o estúdio, gravar Believe.

Demi narrando...

Se aquele garoto acha que pode ficar na MINHA casa...ok, dele tambem, mas se ele acha que pode ficar me insultando, ele que espere para ver. Subi as escadas batendo o pé forte. Tranquei-me no meu quarto e joguei qualquer coisa no chão. Estava fervendo de raiva, e ainda me perguntam por que eu o odeio! Tomara que ele tenha amor a vida dele e não fale comigo mais.

2 semanas depois

As coisas estavam...normais. O meu normal. Ia para aula todo dia, infelizmente, eu odeio escola, ainda mais a minha. Um bando de adolescentes ricos que só ligam para qual roupa você está usando, isso me dá arrepios. Mamãe estava feliz com Jeremy, feliz demais, a propósito. Já peguei varias vezes eles aos amassos, o que era ruim. Toda vez que eu era mal educada com Jeremy ou Justin ela me repreendia. Ah, e Justin e eu ainda não estamos nos gostando muito, alias, não sei se algum dia eu vou gostar dele. Infelizmente ele estava estudando na mesma escola que eu, maaaas, esse era meu último ano, só mais três meses e eu em formo, aleluia! Eu ainda estava com meus problemas, não sei se era algo que eu conseguiria superar. E isso me deixava frustrada, mas de qualquer jeito, era uma forma que eu encontrei para não sofrer mais, ou sofrer mais, que seja.

Eu estava em casa, mudando os canais da TV constantemente pata ver se eu achava alguma coisa que prestasse. Minha mãe entrou na sala e chamou minha atenção, olhei para ela.

– Filha, hoje vamos a um jantar, e eu quero que você se arrume formalmente. – Arregalei os olhos.

– Mãe, não pode ir sem mim? Você sabe muito bem que eu odeio isso!

– Não, você vai ter que ir, a família inteira vai, digo, daqui de casa. – sorri cínica.

– A família inteira não vai, eu não vou ir. – Eu disse já com raiva.

– Desculpa Demi, mas você vai. – ela falou firme. Levantei.

– Porque eu tenho que ir mãe? Será que pelo menos alguma vez na vida eu poderei fazer o que eu quero? – Quase gritei.

– Enquanto você for de menor, eu decido o que é melhor para você, e não grite comigo! Agora vai se arrumar, o vestido já está em cima da sua cama.

– Arg! Se fosse a Mellany ela faria o que ela quisesse, não é mesmo? – disse isso e subi as escadas batendo o pé, de novo. Um momento dramático, eu sei. Fechei a porta do meu quarto e fui direto para o banheiro. Até eu em surpreendia o quão rápido eu mudava de humor. Já estava furiosa, sem exageros. Não gostava desses “jantares”. Geralmente um bando de riquinhos vai. E os anfitriões são sempre formais e metidos. Eu só vestia o que a minha mãe mandava e tentava sorrir na mesa, ou seja, era horrível! Olhei para a cama. Lá estava um vestido lilás tomara que caia e curto. Não estava vulgar, mas tambem não era grande.

Peguei uma toalha e entrei no banheiro. Olhei bem para o armarinho onde ficava todos os objetos cortantes e as coisas de primeiros socorros. Não vou me cortar, não vou me cortar, pensei, mas era quase impossível, eu sabia que não iria conseguir resistir. Corri para perto do armário e peguei uma lâmina. Me sentei no chão. Apertei com mais força aquele objeto e fui passando pelo meu braço, perfurando – o, primeiro no meu pulso, depois numa parte um pouco mais superior, o sangue começou a aparecer mais rapidamente, levando com ele as lágrimas que caiam no chão.

Depois de um tempo me levantei e fui tomar banho, deixando a água percorrer pelo meu braço.

Quinze minutos mais tarde já estava colocando um band – aid nos lugares mais profundos e vestindo meu vestido. Peguei uma luva grande, aqueles que eu disse, tipo que não tampa os dedos, só o braço.

Fui até o meu quarto e peguei o salto alto que minha mãe deixou separado. Eu odiava salto alto, prefiro meu all star. Mas hoje eu teria que usar, infelizmente.

Quando desci as escadas Jeremy e Justin já estavam lá, todos engomadinhos. Me sentei no sofá e esperei bem umas meia hora até ela aparecer lá. Levantei-me e fomos caminhando até a porta ( Não, subi de cavalinho no Justin e ele foi pulando até lá! –qn). Minha mãe olhou para mim e disse.

– Demi, tira essa luva, não está combinando. – Ela disse meio autoritária, pois sabia que eu não ia ceder facilmente.

– E daí? Não vamos num casamento.

– Mas todos lá vão estar formais, você não pode usar isso. – Fudeu a porra toda! Minha mãe ia falar comigo até eu tirar, mas se eu tirasse, ela iria ver todos so cortes, e se ela visse, ela poderia ter um ataque e ainda me deserdar!