Nos caminhamos silenciosamente com uma certa distancia até o escritório, ele fechou a porta e se sentou na cadeira atrás da mesa, me sentei na frente dele.

- Queria falar comigo? – Disse com uma voz controlada.

- Sim. – Ele deu uma pausa dramática. – Sua mãe me contou como está as suas notas. – Revirei os olhos, ele ia me dar alguma bronca. – E, nós dois sabemos que não estão muito boas. – Tentei ignora – lo para não dar nenhum escândalo. – Demi, você já parou pra pensar o que quer ser quando se formar? – Olhei para ele, na verdade não. – Ou melhor, você quer mesmo se formar? Não acha que deve ter pelo menos um pouco de dedicação com o seu ultimo ano de escola?

- Minhas notas não estão tão ruim assim. – Disse o interrompendo.

- Mas é claro que está.

- E porque o senhor se preocupa com isso? Você passou boa parte da minha vida longe, sem nem saber se eu estava bem e agora volta e simplesmente acha que tem algum direito sobre mim? – Disse já com a voz alterada.

- Independente do passado, eu tenho que te ajudar pois esse é o meu dever em relação a ser seu pai.

- Então você está fazendo isso só porque é meu pai? Me desculpa mas, se for por obrigação eu não quero sua piedade. – Me descontrolei.

- A questão não é essa.

- Então é o que? Tudo que eu queria era ter um pai que se importasse comigo realmente, mas eu vejo que isso não vai ser fácil, desde que você chegou aqui a única coisa que fala é sobre como Mellany e suas perfeições! Quando foi mesmo que você disse alguma coisa para me agradar? – Comecei a gritar,não muito alto. A esse ponto já estava em pé - Chega, não quero discutir!

- Disse que deveríamos ter te colocado em um colégio interno, saiba que essa opção não foi eliminada. – meu pai disse.

- E você acha que se eu for para um colégio interno eu vou melhorar? Acredite, só vai me fazer pior, eu não quero ir, coloque isso na sua cabeça! – Disse isso e saí daquela sala. Estava com muita raiva, entrei no meu quarto e bati a porta com força. Estava descontrolada. Tranquei a porta e fui direto ao meu banheiro, bom, vocês já sabem o que eu estava pretendendo fazer.

   Peguei uma lâmina qualquer e taquei alguns objetos que estavam no armário no chão. Deslizei meu corpo até chegar ao chão, já virou um habito diário me cortar, mesmo que eu esteja feliz sempre tem uma voz que me diz para fazer isso. Dessa vez nem esperei refletir um pouco e a lâmina já estava perfurando a pele do meu braço, doeu muito, mas nem me importava mais com a dor, era como se eu precisasse sentir isso para ficar melhor, meu corpo já pedia isso, era um vício, um vicio estranho, mas era.

   Alguém bateu na porta do meu quarto, nem me dei ao trabalho de abrir.

- Demi! – Era Justin. – Ta tudo bem com você?

- Desaparece Justin. – Gritei com raiva, de um modo que ele pudesse ouvir. Ouvi ele bater mais algumas vezes e alguns murmúrios, depois passos se afastando, graças a Deus ele tinha ido embora.

Acordei no outro dia e fiz minha higiene matinal, meu braço estava doendo um pouco por causa de ontem, mas nada que não resolva.

Tomei café e fui para aula.

A professora de português entrou na sala.

- Bom dia turma, quero os deveres que eu passei ontem em cima da mesa. – Fudeu, não fiz dever nenhum!

   Peguei o caderno da Anna e tentei fazer antes que ela chamasse meu nome, mas, foi em vão.

- Demi Lovato. – Olhei para todos os lados, Claire estava com um olhar debochado para mim, a patricinha da escola.

- E..Eu não fiz. – Disse par a professora.

- Como assim não fez? – Ela disse em tom de reprovação.

- Me desculpe, eu esqueci.

- Vem aqui que eu vou te dar uma ocorrência. – Arg, odeio essa escola!

   Finalmente era a troca de professores, a vaca daquela saiu da sala e Claire começou a me provocar, me dando certos olhares.

- Parece que a gótica não se deu muito bem hoje. – ela disse.

- Eu não sou gótica sua patricinha! – Retruquei.

- Não é o que suas roupas dizem. – Ela sorriu.

- Roupas não falam, sua lerda.

- Você entendeu muito bem o que eu quis dizer, na fala comigo assim porque você não tem esse direito vadia, bom, eu posso ser lerda, mas pelo menos vou passar de ano. – Ela riu, assim como a sala inteira.

- Como você vai passar de ano sem ao menos saber escrever o seu nome?

- Você está SE descrevendo, sua burra. Você nunca faz nada direito. – Não me controlei e dei um tapa na cara dela, odeio pessoas que se acham, Foi tão forte que o seu rosto se virou para a direito e ficou a marca certinha dos meus dedos.

- Sua idiota! – Ela tentou puxar meu cabelo, típico de pessoas metidas. Caímos no chão e eu fiquei por cima dela, dando tapas fortes por todo o seu rosto. Eu já não estava com um bom humor essa manhã, essa menina ainda pede pra morrer.

- O que está acontecendo aqui? – Fudeu, o professor entrou na sala.