Já era tarde, e toda a minha família estava na casa da minha tia, se eu estou achando isso uma merda? Claro! Todos estavam se divertindo muito, pelas altas risadas que davam, e eu estava fingindo um sorriso falso e assentindo quando falavam comigo, não estava entendendo nenhuma palavra que eles falavam. O almoço foi servido e todos foram para a sala de jantar. Comi lentamente, havia colocado demais, eram tantas coisas gordurosas que só de olhar já dava vontade de vomitar. Isso iria me causar certos problemas mais tarde.

   Quando todo mundo terminou de almoçar minha mãe pediu a atenção de todos. Isso era estranho, e por incrível que parece eu prestei atenção nas palavras dela.

 - Bom, já que estamos reunidos eu queria anunciar uma notícia importante. –assentimos – Todos vocês sabem que eu namoro o Jeremy – Isso não vai dar grande coisa. Não para mim, porque simplesmente eu o odeio! Por quê? Simplesmente pelo fato de ele parecer um riquinho insuportável e que deve se gabar por o filho dele ser o Justin Bieber, outro idiota. Eu não suporto nenhum dos dois. – E isso já tem mais de dois anos. E eu e Jeremy... Nos amamos! – Eca! – Então decidimos fazer uma coisa que provavelmente vai mudar nossas vidas. Nós... Vamos nos casar! – O silêncio infernal se aglomerou na sala. Todos ficaram meio sem reação, afinal, ninguém esperava por isso, principalmente eu. Aos poucos todos se levantaram para parabeniza-la, e eu fiquei imóvel, ainda em choque. Mamãe olhou para mim e sorriu. Eu devia estar parecendo a irmã da maçã de tanta raiva que eu sentia. A única coisa que eu fiz foi me levantar e ir até a porta.

  - Demi? Onde você vai? – Ela disse confusa. Sério mesmo que ela acha que eu vou ficar feliz com isso?

  -Mãe, acha mesmo que eu ia ficar feliz? Caso você não saiba, eu ODEIO esse tal de Jeremy. E não quero que você se case. Vamos deixar uma coisa bem clara: Eu não consigo ver você falar dele, como acha que eu vou conseguir vê-lo todo santo dia na minha casa?

Eu odeio você! – Disse isso e saí para a rua.

E esse foi o motivo de eu ter tanta raiva hoje, a ponto de eu me trancar numa velha casa, nos fundos da minha casa. Na verdade não vem ninguém aqui, então eu posso ficar tranqüila, sem que ninguém possa me ver. Depois eu volto como se nada tivesse acontecido. A verdade é que eu já estou enlouquecendo, a anos eu não tenho uma vida normal, sempre descarrego meus problemas furando a minha pele.

Até acho que finjo muito bem, ninguém sabe dos meus problemas, e nem deve saber.

Fui até o banheiro daquela pequena casa e peguei um gilete. As vezes uma dor física dói menos que uma dor sentimental, pois ela passa depois de algum tempo, apesar de muitas pessoas dizerem que a dor sentimental um dia irá embora. Mas no meu caso não. A cada dia é uma luta diferente, então eu descarrego isso em mim.

Nas primeiras vezes eu sempre ficava receosa antes de me cortar. Agora eu já acostumei. Simplesmente passei a lamina em minha pele, furando-a. Aos poucos o sangue começou a cair para a pia. Escorreguei até o chão e comecei a chorar. Porque minha vida tem que ser tão difícil? E porque isso acontece logo comigo? Joguei o gilete para bem longe e fiquei ali um bom tempo, pensando, chorando, me acalmando etc.

Depois de um tempo, eu lavei meu pulso e coloquei um pequeno band aid nele. Coloquei a minha luva que eu sempre usava, (aquelas que tampam só o pulso e não a mão, não sei o nome hihih’) Depois me olhei no espelho, meus cabelos vermelhos longos, com leves cachos nas pontas. Minha mãe nunca se orgulhou de mim, pensei. Ela teria desgosto se soubesse o que eu faço. Olhei para o meu corpo, no meu ponto de vista eu sou muito gorda, e se eu continuar comendo assim eu vou virar obesa. Pensei que se eu fizesse só essa vez não teria problema nenhum. Agachei-me no vaso sanitário e enfiei meu dedo na garganta. Vomitei, é.

Depois de escovar os dentes eu fui para a casa principal. Quando abri a porta eu vi uma mãe desesperada. Ela correu pra cima de mim e disse:

  - Demi, quer me matar de susto menina? – sorri para ela.

  - Oi mãe. - disse

  - Nós estávamos preocupados.

  - “Nós”? – Ela se afastou e pude perceber dois homens sentados olhando para mim. Meu sangue ferveu! Ela chamou eles? Nem disse “oi” e fui direto para a cozinha. Peguei um copo de água e um calmante que estava na minha bolsa.

Justin narrando...

Eu estava em casa sem fazer nada e meu pai me chamou pra ir na casa da “noiva” dele porque a problemática da filha dela tinha sumido assim que ela soube da notícia do casamento. Já que eu não estava fazendo nada eu fui com o meu pai.

Quando chegamos lá a Elena estava meio impaciente porque a menina ainda não tinha chegado, nos ficamos conversando pro um tempo. A idade deles é bem diferente da minha, mas eles eram legais.

 Depois de alguns minutos a menina aparece lá toda tranqüila como se nada tivesse acontecido, o nome dela era Demi, é.

Ela olhou para nos e saiu correndo para um lugar lá e a mãe dela foi procurá-la.

Justin: O que aconteceu? – Perguntei para meu pai e ele deu de ombros – Foi esquisito.

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