We Are The Winners escrita por Sona


Capítulo 2
Capítulo 2 - Mortes.


Notas iniciais do capítulo

ÉÉ, está ai o penúltimo capítulo. LEIAM AS NOTAS NO FINAL :D



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Pude ver que Clove se remexia embaixo do garoto. Gritava e estava de olhos fechados. A fúria me dominou, tudo começou a ficar em câmera lenta. Eu não podia deixar ele matar Clove, a minha Clove.


Comecei a correr mais rápido ainda na direção deles.


- CLOVE. – Eu comecei a gritar o que fez o rapaz ter um descuido e olhar para trás.


Tudo aconteceu rápido. Num momento eu estava correndo para salvar Clove, agora eu já estava com os punhos fechados e jogando-os contra a face do Distrito 11. Eu nem percebi que tinha uma espada, e poderia matá-lo da maneira mais rápida. Mas minha mente queria vê-lo sofrer, queria ver passar pelo que ela havia passado naqueles segundos.


Ele estava no chão, desnorteado, mas eu sabia que era só uma questão de segundos para ele se recuperar. Olhei para o lado, Katniss estava pronta para fugir.


– Cuide dela, anda, Clove. – Ela me olhava assustava, provavelmente não havia absorvido a situação, mas mesmo assim, pegou uma faca qualquer e começou a correr atrás da Distrito 12.


Virei-me para pegar o 11 quando senti algo bater forte no meu nariz. Minha visão ficou turva por um momento, mas logo me recuperei. Senti o local atingindo arder, sabia que estava sangrando pelo soco, saquei minha espada e investi contra o negro. Ele desviou, mas não impediu de que a lâmina da minha espada fizesse um corte diagonal no seu peitoral, o fazendo urrar de dor e raiva. Ele foi rápido, me puxou pelo colarinho, arrancando a minha espada e jogando-a longe. Atirou-me no chão com uma força bruta, fazendo-me bater a cabeça do chão, o que doeu muito. Agora, o 11 apertava suas mãos no meu pescoço.


– Fim de Jogo, 02. – Disse com a sua voz rouca e carregada de raiva. Eu já estava começando a ficar sufocado, o ar não entrava mais. Olhei com o canto do olho e vi a enorme pedra jogada ali. Estiquei a minha mão para tentar pegá-la, mas ele apertou mais a sua mão, e eu ainda não sabia como meu pescoço havia quebrado.



– Clove Greenlaw – A multidão inteira olhou para Clove. Todos esperavam o dia em que ela seria sorteada na colheita. Ela sabia atirar facas, era forte e corajosa. Sempre se destacava no treinamento dos carreiristas. Ela era apenas alguns meses mais nova que eu, portanto na época do treinamento eu tinha 16 e ela 15, mas creio que seu aniversário foi a alguns dias atrás.

Ela passou por mim, seus cabelos pretos presos uma trança, o seu delicioso cheiro de morango invadiu as minhas narinas. Comecei a sorrir, mas não pelo motivo no qual todos sorriam, sorri por me imaginar com ela. Linda, confiante, e ela ficava mais bonita ainda. Lá de cima do palco, pude vê-la por inteiro...Eu precisava tocá-la, eu precisava falar com ela, e ela precisava ser minha. Não sei o que aconteceu, mas lembro-me que logo depois que o tributo homem foi eleito, pude sentir meu braço ser erguido, meu lábios se mexerem e minha voz sair num tom mais corajoso do que nunca

– “Eu me voluntário.”

Minha vista estava escurecendo, lutava para respirar, mas não conseguia as lembranças dos momentos com Clove iam e vinham em minha mente. Consegui tocar a pedra com a ponta do meu dedo, mas não fui capaz de pegá-la.

“É o fim” Eu pensei. Então, uma lembrança, a última, veio em minha mente.

“Estávamos no centro da Capital. Olhando a janela, vendo o quão grande e luxuoso era o país em que vivamos. Era noite já, Clove deveria estar em sua cama, dormindo, se preparando para os jogos, que começariam na manhã seguinte. Mas ela não tinha sono, nem eu.

– Se eu morrer Cato? – Ela me perguntou. Foi o momento em que eu entrei em pânico. Quer dizer, eu sabia que só iria haver um único sobrevivente na arena. Mas também, eu estava lá, e pretendia sair vivo também, não havia lembrado em nenhum momento em que eu não sairia de lá com Clove em meus braços. E modéstia parte, eu era um bom carreirista. Como eu sou estúpido, pensei. Poderia ter ficado lá no Distrito 2, ela venceria e nós viveríamos juntos. Mas agora não dá mais, agora só um de nós poderá sair de lá, ou quem sabe nenhum de nós.

– Eu venço por você. – Foi tudo que eu consegui falar. – E se eu morrer?

– Eu venço por você. – Ela repetiu e sorriu. Se aproximou de mim, me deu um beijo, que me levou a loucura, no rosto e me abraçou.

– Que a sorte esteja sempre ao seu favor! – Sussurrei em seu ouvido.”

Agora as lágrimas lutavam para não sair. Não via mais nada, mas pude senti-las arder em meus olhos. Já podia ouvir meu coração batendo mais fracamente, o ouvia mais do que qualquer coisa.


– Vai chorar, 2? – Ouvi a voz do 11 em eco e um tom de deboche. Mas logo ouvi um estampido e a dor em meu pescoço se aliviou, mas não importa mais, eu perdi os sentidos.


Senti uma pressão no meu peitoral. Cinco vezes, e depois algo quente tocava meus lábios e logo depois o ar quente entrando em meus pulmões.


– Vamos Cato, acorde. – Ouvi a doce voz feminina. Tentei responder, mas ainda não tinha forças. Senti novamente mais cinco pressões e depois algo quente em meus lábios e o ar. Ficou um tempo nisso até que eu finalmente pude responder.


Abri meus olhos e fiz algum barulho com a boca. Clove estava lá, em cima de mim. Suas mãos apoiadas no meu peitoral, seus olhos estavam vermelhos como se ela tivesse chorado


– Clove! – Foi a única coisa que eu consegui dizer antes dela me abraçar forte Não entendi muito bem, mas foi uma sensação maravilhosa.


– Pensei que tinha te perdido para sempre, - Ela disse ao pé do meu ouvido. Não pude deixar de sorrir. Abracei-a e afaguei um pouco as suas costas.


– Quanto tempo eu fiquei desacordado? – Perguntei assim que nos separamos. Ela juntou a sua mão a minha e me puxou, fazendo-meeu ficar de pé. Fiquei meio tonto, mas consegui vislumbrar a cena da Cornucópia. O garoto do distrito 11 estava deitado de bruços, com uma das facas de Clove cravada na sua nuca. Um pouco mais do lado uma imagem que me chocou de inicio, Katniss. Estava caída a poucos metros de nós, seus olhos mortos estavam abertos, fitando o céu da arena. Em sua mão esquerda uma das facas de Clove, e seu pescoço... Não sei bem explicar, mas Clove certamente cravou a faca lá, e Katniss a tirou, piorando a hemorragia...Morrendo logo.


– Apenas alguns minutos.


– Deu um grande show? Como prometeu? – Perguntei calmo e sorri, fazendo ela sorrir também.


– Poderemos assistir lá no Distrito. Vamos, ainda temos mais dois para eliminar dos games. – Ela caminhou e pegou as bolsas marcadas com um 2, 11 e 12.


Começamos a andar pela floresta, eu ainda estava meio zonzo, mas sei que passaria. Não demorou muito e ouvimos um tiro de canhão, e logo em seguida, outro.


– Loverboy deve estar atormentado naquela caverna, imaginando quem teria morrido. – Clove disse com um sorriso doentio no rosto. Mas isso não a deixava menos bonita, muito pelo contrário.


– Quer fazê-lo sofrer um pouco?


– Como?


– Vamos matá-lo amanhã, deixaremos que ele veja hoje a Garota em Chamas por uma última vez, ele ficará atordoado a noite inteira, então amanhã de manhã faremos um favor a ele, acabando com sua agonia. – Eu contei, e ela me olhou com uma cara de “Você é um gênio”. Concordou e continuamos andando até chegarmos no lugar onde estávamos, vigiando a caverna.


– Hey, o que é isso? – Eu havia percebido agora um corte na bochecha rosada de Clove. Ela passou a mão, espalhando ainda mais o sangue.


– Bem, Katniss até que é boa com uma faca. – Disse dando ombros. Peguei a bolsa do Distrito 12 e abri. – O que está fazendo? – Ela perguntou.


– Vamos usar a lógica, eu cortei a perna do Loverboy, certamente esse algo que ela precisava era do remédio para curá-lo. – Peguei um pequeno pote e o abri, era algo pastoso, certamente uma pomada. Tomei um pouco em meus dedos e passei sobre o corte dela. Comecei a acariciar seu rosto e comecei a me lembrar de seus lábios sobre os meus na Cornucópia. Ela apenas me olhava.


Inclinei-me. Não tinha mais controles de meus movimentos. Ela se abaixou um pouco também. Estava quase lá, já sentia sua respiração.


– Cato. – Ela sussurrou. Silenciei-a com os dedos, e logo os substitui pelos meus lábios. Foi uma sensação única, calorosa. Seus lábios eram quentes, macios... Tinham gosto da melhor coisa que já possa ter provado em minha vida. Ela correspondeu. Foi um beijo lento, exatamente como eu imaginei. Ficamos alguns segundos assim e ela acariciava meus cabelos. Eu já tremia, suava frio, mas era uma boa sensação.


– Não conhecia este lado de Cato Erwin. – Ela disse sorrindo assim que nos separamos, não pude deixar de rir.


– Acho que a audiência precisa de um novo casal agora. – “Respondi”, ela pousou sua mão quente em meu rosto e voltamos a nos beijar. Eu poderia ficar assim para sempre, mas paramos quando ouvimos algo.


Já havia escurecido, eu não havia percebido. No alto começou a tocar o hino de Panem e logo em seguida os tributos mortos refletiam no céu, uma última vez.


Distrito 11, o rapaz negro, cara de mal humorado. Morto pela Clove. E depois, Katniss, a Garota em Chamas, a tributo do distrito 12 em que muitos depositavam esperanças, brilhava no céu. Acabou. O hino parou tudo voltou a ficar escuro e silencioso.


– KATNIIIIIIS – Pudemos ouvir o Loverboy gritar da caverna. Um grito de desespero, um grito de sofrimento, um grito de solidão.


– Vamos dormir, amanhã acabaremos com isso. – Clove disse. Sorri. Nos ajeitamos novamente no saco de dormir, mas hoje, ela me abraçou, e dormimos assim, abraçados. Como eu queria, desde a vez em que eu a vi, atirando as facas nos bonecos na sala de treinamento do Distrito 2.


Amanheceu rapidamente. Acordei com os doces lábios de Clove tocando os meus. Correspondi da mesma maneira. Um beijo calmo e apaixonante. Se Katniss chegou a beijar Peeta, o nosso era melhor com certeza. Não precisamos dizer bom dia, nosso ato já falava isso. Passei o dedo sobre sua bochecha, eu estava certo afinal. O corte sumira.


– Vamos acabar logo com isso. Quero ir para casa. – Disse ela, e logo após voltou a me dar rápidos beijos. Sorri e acenei em resposta.


Levantamos, arrumamos nossas coisas e colocamos nossas armaduras, que estavam em nossa bolsa. Passei minha espada por uma pedra, para afiá-la um pouco. Quando mais rápido terminarmos isso, mais rápido estaremos em casa, e poderei ter Clove finalmente.


– Vamos! – Segurei as suas mãos e seguimos lentamente para a caverna. Eu não deixava de sorrir. As suas mãos eram macias e quentes. Como eu imaginava.


Adentramos a caverna e Peeta estava lá, se contorcendo de dor em um saco de dormir. Estava sujo de terra, suado, deveria estar com febre. E chorava, chorava muito. Quando nos viu, sua cara se contorceu, jorrando ainda mais lágrimas de meus olhos.


– Sorte a de vocês que minha perna está ruim, senão eu juro que eu mataria cada um com as minhas próprias mãos, mas como estou em desvantagem eu só peço que façam logo. Não suporto ficar mais um minuto sem Katniss. – Ele dizia em gritos, gemidos de dores e lágrimas. Clove o olhava com pena. Saquei minha espada. Me agachei olhando-o nos olhos.


– Seu desejo é uma ordem. – E logo minha espada estava cravada em seu peito, e o sangue escorria pelo corpo. Peeta deu um último espasmo, respirou uma última vez, e foi embora para sempre.


Saímos correndo de lá, e logo ouvimos o tiro do canhão. Ouvimos ao longe algo levando o corpo de Peeta. Era agora ou nunca. Tínhamos que achar a tal garota do distrito 5. Era só mais um pouco até sairmos de lá, até sermos os vencedores da 74ª edição dos Hunger Games.


O dia passou rápido. Caminhávamos um pouco, sentávamos, às vezes, quando a fome batia, começávamos a comer to que pegamos da caverna. Acho que um deles sabia caçar muito bem. Hora andávamos, hora ficávamos apenas nos beijando. A esperança tinha voltado a nós. A mim. Eu sabia, eu poderia sair de lá com Clove.


A noite chegou, o hino de Panem começou a tocar, e uma única imagem apareceu. O tributo homem do distrito 12, Peeta. Assim que terminou o hino, ouvimos um uivo, alto, apavorante.


– O que foi isso? – Clove perguntou assustada enquanto apertava meu braço. Olhamos em volta.


– É o Grand-Finale.


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Notas finais do capítulo

Hey gente, *-* ADOREI os comentários de vocês. Que bom que gostaram. Muitos falaram sobre a fanfic ter 3 caps. Sobre isso, na verdade a fanfic era uma one-shot, eu dividi ela com o objetivo de deixar um suspense na história e para pronlongar um pouco. Gente, eu não pude detalhar a morte da Katniss >< Tentei três vezes e sempre começava a chorar e.e. Pois a Katniss é minha segunda personagem preferida ><' E o Peeta, bem, não sei como consegui escrever a morte dele também. Preparados para o último capítulo? Quem matará Foxface? shaushau. Até mais gente, obrigada pelos comentários.