PDV Edward

A luz entrando pela janela entreaberta me despertava lentamente de um sono profundo e me trazia de volta à consciência, mas meu corpo dolorido protestava e não estava disposto a ceder aos encantos da manhã, sem lutar mais um pouco. No entanto, outros encantos, e estes bem mais apelativos, se fizeram presentes na minha mente e de repente ficar acordado não parecia uma ideia tão má assim. O seu perfume assaltou meus sentidos e o seu corpo transferia uma energia quente, harmoniosa e quase elétrica em todos os pontos onde nossa pele se tocava, as suas pernas estavam enlaçadas com as minhas e o seu tronco posicionado de uma forma que tornava impossível que eu me ausentasse do seu lado sem despertar todos os alarmes. Era uma possessividade inconsciente, como se o seu corpo reclamasse pra si todos os centímetros de mim que conseguisse alcançar, e estava longe de me deixar sufocado ou mesmo preso. A sua pequena mão sobre o meu coração me inundava de esperança que, tal como eu, ela realmente não conseguisse viver só neste mundo, que tal como eu, ela ansiasse estar unida a mim de tal forma que fosse impossível distinguir onde um começava e o outro terminava.

Olhei o relógio sobre a mesinha de cabeceira e os números vermelhos marcavam 5:47, mas apesar de ser ainda madrugada o sol já brilhava lá fora prometendo mais um dia bem quente de verão. Se a minha mente só agora despertava para a consciência, o meu corpo já há muito tomara nota do quão próximo estava de Bella e posso dizer que partes de mim estavam já bem acordadas, mesmo sendo ainda tão cedo. A minha mulher dormia profundamente e o peito levantava e descia num ritmo calmante ao sabor da respiração enquanto a cabeça, que repousava sobre o meu peito, começava a mexer-se lentamente. De repente, a mão sobre o meu peito contraiu-se subitamente e dos seus lábios saiu um suspiro e com um pequeno sorriso nos lábios dei conta que Bella devia estar sonhando.

O que não esperava era que ao suspiro se seguisse um sussurro bem baixo, rouco e sensual.

- Edward... – Bella murmurou enquanto sua mão descia por meu peito, fazendo leves caricias na pele que tocava e deixando um rasto de fogo que incendiava meu corpo já bem acordado. Certamente esperava tudo de uma Bella em estado de inconsciência, menos a onda de desejo louco que ela ameaçava despertar. Apanhado de surpresa e sem conseguir de fato reagir, não evitei que sua mão descesse e tocasse partes de mim que já ardiam em fogo solto e que ganharam novo vigor com seu toque suave, e foi com um gemido profundo, que não consegui suster, que acordei Bella sem intenção.

- Edward, o que foi? – perguntou, desorientada como sempre, ainda com o nevoeiro do sono toldando-lhe os sentidos e os pensamentos, não deixando que ela percebesse como ou porquê me tinha levado a exteriorizar vocalmente meu desejo. Foi então que a minha falta de resposta a incentivou a olhar em redor e tomar consciência do seu corpo e não apenas da posição em que nos encontrávamos, que era bastante aliciante tendo em conta as poucas roupas que usávamos, ou falta delas, e  mais propriamente a localização até onde vagueara a sua mão. Corando violentamente, optou por tentar ocultar o embaraço que sei que veria nos seus olhos naquele momento se ela não os escondesse de mim, mas então, quando esperava que ela graciosamente pedisse desculpa e se justificasse com a falta de controle característica de quem dorme, ela me surpreendeu... E meu coração se rendeu mais uma vez a mulher que me mantinha cativo ao fim de tantos anos, que em momentos cruciais tomara decisões que ninguém conseguira prever e, que por isso,  se tornara dona de cada batida do meu coração.

A sua mão continuou o trilho iniciado na inconsciência, mas desta vez com um propósito bem definido: me deixar completamente louco. Sua boca num ápice tomou a minha em um assalto, enquanto sua outra mão acariciava minha face criando um dualidade de sensações deliciosa, ao mesmo tempo que despertava a minha libido e me deixava beirando a loucura, sua caricia me dava provas de que não importava quão arrojado nosso sexo se tornasse, no fundo tanto pra mim como pra Bella estaríamos fazendo amor. Mesmo depois de tantos anos.        

Seus lábios brincavam com os meus me desafiando a reagir e só então me dei conta, que de tão absorvido que estava admirando minha Bella, estava parado, deitado inerte envolvido no desejo. Foi então que me permiti responder a seus carinhos e deixei que meu corpo agisse em conformidade com a vontade que me inundava, vontade de tornar minha essa mulher mais uma vez, vontade de marcar cada pedaço seu com algo que me pertencesse. E assim, a beijei com vigor, tomando seu lábio inferior entre os meus e o acariciando com minha língua, sentindo de imediato o sorriso dela, que percebeu que finalmente eu tinha acordado do meu espanto. Minhas mãos vagueavam por seu corpo descobrindo de novo cada canto e, com um puxão na sua cintura, a rolei até que ela estivesse deitada com as costas no colchão da nossa cama. Minha exploração do seu corpo continuou com beijos, bem longos e acompanhados de pequenas mordidas, em seu pescoço, passando pelos ombros nús até por fim chegar onde minhas mãos já repousavam a muito. Seus seios me fascinavam e acariciando-os e beijando-os conseguia obter de Bella uma resposta de puro desejo. De cada vez, sua cabeça se inclinava pra trás, com os olhos fechados, e da boca entreaberta saía um gemido que me dizia que ela estava caminhando a passos largos para a borda do abismo. Essa era minha deixa pra descer minha exploração, beijando seu estômago agora liso e prestando especial atenção à marca bem acima de seu osso pélvico e que eu sempre acariciava. Minhas mãos entretanto tinham descido por entre suas pernas, e além de sentir no ar o quase perfume de sua excitação, conseguia já tocar a humidade que inundava seu sexo. Assim que meus dedos tocaram seus nervos sensíveis foi como se Bella tivesse levado um choque e seus olhos viajaram diretamente para os meus. Ela sabia o que ia na minha cabeça, sabia o que eu faria de seguida. E apesar de seus olhos, escurecidos pelo desejo,  me implorarem que continuasse, sua boca protestava em contrário:

-Edward, não vou conseguir me manter quieta... você sabe o que faz comigo... – mas seus pedidos saíam em respirações curtas e alteradas, fazendo com que sua voz soasse como um sussurro sensual, que incendiava o meu desejo de fazê-la sentir tamanho prazer. Olhei-a bem fundo nos olhos e minha própria voz soou estranha pra mim, rouca e num tom quase baixo de mais pra se fazer ouvir.

- Você já teve muitos anos pra praticar seu auto-controlo amor. Hoje nós vamos testá-lo. -  e dito isto, sorri meu sorriso torto e avancei pra beijar seu ponto húmido e sensível. Apesar de seus protestos soarem algo como “isso não vai correr bem”, assim que meus lábios tocaram nela, suas mãos agarraram meus cabelos e de sua boca só se ouviam palavras como “não pare” e “você me deixa louca”. Mas foi no ponto mais alto do seu prazer que junto com um grito sussurrado, sim, afinal parece que minha mulher era capaz de se controlar, Bella disse as três palavras que eu vivia pra ouvir:

-Edward... Eu te amo! -  e dizendo isto seu corpo se contraiu em espasmos de prazer e eu fiquei só admirando a beleza da mulher que me salvara a vida anos antes, no seu momento mais intimo e mais bonito. Dentro de mim, o amor que sentia por ela cresceu ainda mais quando ela abriu os olhos e simplesmente sorriu, e corou me lembrando de novo porque eu me apaixonara por essa menina tão pura que sempre viveria dentro dela.

Bella se levantou e com uma mão empurrou meu peito me fazendo deitar sobre a cama e seu olhar me disse que ela estava preparando algo, era aquele olhar que sempre me dizia que eu ia ter problemas. Suas mãos traçavam caminhos pelo meu tronco e seus olhos alternavam entre o meu rosto e o percurso de sua própria mão e assim que ela mordeu seu lábio soltei um gemido alto de desejo.

- Agora é sua vez de ter seu auto controlo testado e nem parece que vou ter muita dificuldade em quebrá-lo. – disse ela de forma sensual e eu sabia que estava em apuros quando sua mão começou descendo de novo cada vez mais.

Mas então, um som nos despertou da bolha que nos envolvia no nosso pequeno mundo e apesar de salvo de uma mostra de vulnerabilidade clara às mãos da minha mulher, teria preferido mil vezes isso, à interrupção do clima tão prometedor. Mas não havia nada a fazer, a batida na porta tinha sido clara e pela força usada só podia ser uma pessoa.