Castle Walls escrita por letter, Miller


Capítulo 6
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E chegou o fim tributos *O* Antes de tudo, desculpem a gente pela demora, mas aqui está. O Epilogo foi um casamento entre uma one minha e uma da Miller e mais alguns acríssimos e mudanças, dedicamos bastante nele. Mas agora eu realmente quero agradecer a todos que leram, e mesmo a quantidade de capitulos sendo pequena eu me diverti muito escrevendo, foi uma forma de eu me reaproximar de THG, e uma experiência incrível de escrever junto com uma das ficwritter que eu mais admiro por aqui, para mim foi uma honra sem tamanho, por isso muito obrigada a vocês que lerem e obrigada a Miller por me dar essa chance incrível. Aproveitem bem o capitulo e digam o que acharam da história, da parceria, de tudo *-* May the odds be ever in your favor *o* // Letter



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O som de seus passos contra a relva fria e úmida da floresta era fraco, seus pés treinados sabiam perfeitamente onde pisar e como pisar tornando-a silenciosa como uma sombra. A única coisa que a denunciava era sua respiração, ofegante.

Ela estava assustada.

Temia cada segundo dentro daquele lugar que outrora fora seu refugio, seu lugar de paz. Temia pelos pesadelos que pareciam espreitá-la, esgueirando-se pelas beiradas de sua mente. Temia que jamais conseguisse voltar ali sem começar a reviver os momentos horríveis da primeira arena.

Mas precisava tentar.

Precisava se forçar a lutar contra aquilo. Não era somente Peeta quem estava enlouquecendo. Não havia sido apenas a mente dele com a qual a Capital havia mexido.

Suas mãos esticaram-se até o tronco oco de uma arvore e puxaram habilmente um arco e um coldre. Uma corrente elétrica perpassou pelo corpo da garota fazendo-a sentir-se saudosa. Havia esquecido o quanto a sensação que precedia a caçada era tranqüilizante.

Um suspiro de alivio escapou de sua boca e então ela ajeitou a arma da melhor maneira e voltou a caminhar à passos silenciosos pela floresta.

Sua mente apenas estava focada no que fazia, puxando a corda, atirando a flecha. Somente quando possuía uma notável quantidade de esquilos em seu saco de caça foi que sorriu.

Uma lágrima desceu por seus olhos demonstrando todo o alivio que sentia por ter conseguido superar a barreira de medo que a Capital havia colocado entre ela e sua antiga vida. Talvez para muitos fosse exagero, ou apenas muita loucura, mas para Katniss ter a floresta era uma das únicas formas de ter paz. E ela havia conseguido recuperá-la. Afastar qualquer lembrança de terror que pudesse ter. E ela sabia que devia aquilo à Peeta. Porque da mesma forma que ela lutava para deixá-lo são, ele fazia o mesmo com ela. Da mesma maneira que tentava mostrar para ele o que era real, ele fazia o mesmo. E da mesma forma que estaria sempre lá por ele, ela sabia que ele estaria lá por ela.

Uma imensa vontade de ir até ele e contar-lhe que havia conseguido voltar a caçar tomou conta de Katniss e, mesmo com a hora tardia, quase cinco horas da madrugada, seus pés correram automaticamente na direção da rua dos vitoriosos. Alguns minutos depois estava tropeçando na direção da casa de Peeta, um sorriso enorme estampado em seu rosto e as lágrimas que não paravam de cair.

Seus dedos procuraram trêmulos, pela maçaneta e ela abriu facilmente. Peeta não trancava a porta, assim como ela. Era a forma que eles achavam de fugir quando tinham pesadelos.

Um para o outro.

Foi então que ouviu.

Assim que cruzou a entrada, os gritos aterrorizados de Peeta chegaram aos seus ouvidos.

O coração de Katniss parou por um segundo antes de voltar duas vezes mais rápido.

– Peeta? – chamou, um pouco receosa de que ele estivesse tendo mais uma de suas crises.

Os gritos continuaram.

ELA NÃO! POR FAVOR, DEIXE-A! – as palavras penetraram a mente de Katniss e então percebeu que se tratava de um pesadelo.

Katniss subiu as escadas rapidamente, abrindo a porta do quarto do garoto e encontrando-o aos berros deitado na cama.

Dou-lhe o peito em perceber que mesmo depois de todo o esforço de ambos, ele continuava sofrendo. A Capital lhe tirara a liberdade de ter seus próprios pesadelos, Peeta que antes nunca demonstrava quando estava sendo perturbado em seu sono, agora gritava da forma mais agonizante que Katniss jamais o ouvira.

Os gritos não faziam mais sentidos, eram apenas gemidos de dor e sofrimento. A expressão aterrorizada no rosto de Peeta foi o suficiente para que ela conseguisse se mover até a beirada da cama e passar a mão pelos cabelos loiros do garoto.

Ele estava acordado.

– Peeta? – ela chamou-o com a voz trêmula.

Os gemidos ainda saiam da boca do garoto quando ele virou os olhos para ela.

– Saia daqui! – ele falou com urgência na voz. – Eles vão pegar você – ele disse, puxando o pulso de Katniss para longe de seus cabelos, empurrando-a levemente para trás. – Anda Katniss!

– Não – ela disse firmemente e segurou os pulsos de Peeta para que ele não a empurrasse novamente. – Não é real – ela disse levemente, fazendo de tudo para que nenhuma lagrima escapasse de seus olhos. – Não é real Peeta, é apenas um sonho ruim – tentou transparecer toda a sinceridade em seus olhos, os quais ele encarava avidamente.

A urgência pareceu diminuir em seus olhar.

– Eles vão te pegar Katniss – ele falou novamente, mas desta vez seu tom possuía duvida.

Katniss puxou a mão do garoto até seu peito, perto de seu coração.

– Isso é real – ela disse, seu coração perdendo um pouco do compasso pelo calor da mão do garoto. – Apenas isso é real. Ninguém vai me pegar Peeta. Só eu estou aqui – disse novamente, sua voz um pouco mais firme.

Peeta franziu a testa, soltando um suspiro longo e tremido.

Fechou os olhos como se tentasse se livrar de algo ruim e novamente os abriu, encarando-a com confusão.

Demorou alguns minutos até que ele voltasse a falar, sua voz soava tremida e fraca.

– Eu estou bem – ele disse, mas parecia falar mais para si mesmo do que para Katniss.

Foi a vez dela fechar os olhos. Era obvio que ele mentia. E aquilo a rasgava por dentro, porque ela sabia que no fundo ele estava tão despedaçado quanto ela. E que ele apenas havia dito aquilo para que ela não se preocupasse.

Muito lentamente ela abriu os olhos e se aproximou um pouco mais da cama, sentando na beira sem encará-lo.

– Eu consegui voltar na floresta hoje – ela disse tentando acalmar a ambos.

– Isso é bom – ele disse, parecendo entender que ela queria distraí-lo.

Katniss concordou com a cabeça e voltou seus olhos para os dele. Ele a encarava penetrantemente.

– Eu vim aqui porque queria agradecer a você – ela continuou e o viu franzir a testa sem compreender do que ela estava falando.

– E porque agradeceria? – ele perguntou enquanto afastava as cobertas da cama e indicava o lugar ao seu lado para que ela deitasse.

– Por me mostrar o que é real – ela murmurou enquanto entrava no abraço do garoto.

– Não acha que eu deveria agradecer por isso? – ele perguntou, seu tom um pouco mais leve e divertido. Ela sorriu por fazê-lo se acalmar.

– Você acha que deve? – perguntou no mesmo tom, sentindo-se aliviada.

– Eu até poderia, mas não acho que isso seja bom neste momento – ele disse e ela franziu a testa sem entender.

– Por quê?

– Porque eu quero te agradecer de uma forma diferente – ele disse e ela sentiu o rosto esquentar. – E a cama não ajudaria nem um pouco – era possível ouvir o sorriso na voz dele.

Katniss ficou em silencio por algum tempo, pensando no que poderia dizer à ele, mas nenhuma palavra veio, então somente aconchegou-se mais em seus braços.

– Teve uma boa caçada? – ele por fim puxou assunto, encostando seus lábios nos cabelos dela.

– Acho que iremos comer esquilos por um mês – ela disse e ele riu.

O silencio retornou até eles, a luz da lua que entrava pela janela banhava o quarto.

– Algumas lembranças... – ele disse de repente, tirando-a da leveza do quase sono.

– O que? – ela perguntou, virando-se para ele.

– Algumas lembranças voltaram – ele disse e ela não conseguiu decidir se ficava feliz ou tensa – Há uma caverna... O barulho de chuva, está frio... Mas aquecemos um ao outro, cuidamos um do outro. Verdadeiro ou falso?

– Verdadeiro – respondeu Katniss sorrindo embora doesse se lembrar dos Jogos Vorazes e do que passaram lá. – Estão voltando mais nítidas que antes – comenta ela.

– Sim... – concordou ele – Têm outras, nas quais você me pede em casamento e fala que iremos ter dois filhos.

– Ei! – exclamou Katniss se afastando para olhar para Peeta, ele sorria de forma a fingir inocência.

– O que? – perguntou ele – É verdadeiro ou falso?

– Você fez de propósito! – acusou ela rindo.

– Quer dizer que é falso? – indagou Peeta fingindo estar ofendido.

– Não... Quer dizer que... – Katniss se embaraçou por um momento – Não vale Peeta – rebateu ela voltando a se enroscar em seus braços.

– Quer dizer que tem a chance de ser verdadeiro – murmurou ele.

Ela não iria negar, talvez tivesse uma chance, quem sabe? Mas caso acontecesse, iria acontecer bem, mas bem depois. Katniss sabia que primeiro teria de se curar, perder todos seus medos e pesadelos, teria de esperar que Peeta estivesse livre dos fantasmas que assolavam sua mente, e quem sabe depois o nome da família poderia continuar. Era uma possibilidade.

Por algum tempo ficaram sem nada dizer, Katniss queria parar o tempo naquele momento, aproveitar o estupor de felicidade que estava sentindo, era raro se sentir assim depois da guerra, mas estava conseguindo. Peeta não sabia, mas ele não estava só se curando, como estava também curando ela.

– Você me ama. Verdadeiro ou falso? – perguntou ele depois de um tempo.

Katniss imaginava que Peeta já soubesse a resposta, mas que talvez queria ouvir pela boca dela.

– Verdadeiro – respondeu ela sorrindo.

Talvez a partir de agora estavam sã e salvos, talvez agora, com custo e esforço, conseguiram ultrapassar as muralhas construidas dentro de si e chegado um ao outro.



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Notas finais do capítulo

Miller: Bem, então, eu queria agradecer muito por todos os reviews e todo o carinho de vocês leitores para com a nossa fic. Queria agradecer à diva Letter por ter me dado a chance de estar escrevendo uma fic com ela, que sem dúvidas é uma das melhores escritoras de THG que eu conheço.
Espero que gostem desse capítulo que, como a Letter disse, foi um casamento entre duas fics nossas.
Bem, AMEI escrever Castle Walls, foi uma experiência maravilhosa, e eu acabei amando ainda mais essa série perfeita que é Hunger Games.
Espero que tenhamos alcançado suas expectativas!
Beijos e obrigada novamente!