Castle Walls escrita por letter, Miller


Capítulo 3
II - Unstable


Notas iniciais do capítulo

Olá tributos! Como vão? Muuuitíssimo obrigado por todos os reviews lindos que mandaram no capítulo anterior, eu (Miller) e a letter ficamos extremamente felizes *--*
Espero que gostem desse capítulo, escrevemos em conjunto :)
Enjoy!



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– Você precisa por mais força – Peeta dizia à Katniss enquanto ensinava à ela a amassar uma massa de pão.

– Peeta, eu não tenho esses seus braços nem o seu talento em erguer sacos de farinha! Esse é o máximo que eu consigo! – Katniss bufou colocando todo seu peso contra a massa, mas parecia que para Peeta ainda não estava bom.

– Não precisa se estressar – ele falou enquanto a encarava com um brilho divertido nos olhos. Katniss poderia ter sorrido ao vê-lo daquela forma, mas estava irritada demais com a massa de pão.

– Eu não estou estressada! – ela retrucou encarando a massa como se esperasse que ela ficasse no ponto com a força do pensamento.

– Katniss – Peeta a chamou em um tom baixo, Katniss virou-se para ele novamente e sentiu uma lufada de algo branco atingi-la no rosto.

Por um momento ficou sem saber o que tinha acontecido. Passou a mão pelo rosto e encarou o pó branco em suas mãos.

– Peeta! – ela reclamou, mas o garoto estava rindo.

Ela estava tão emocionada com o fato de vê-lo sorrir novamente que ficou paralisada por algum tempo. Porém um pouco da farinha deslizou e entrou dentro de sua boca, fazendo-a lembrar-se do que ele havia feito.

Esticou o braço até onde o grande saco de farinha estava e pegou um punhado, arremessando-o logo em seguida na direção de Peeta que ficou com a boca cheia de farinha, pois estava sorrindo no momento que foi atingido.

Foi o que bastou para que houvesse farinha por todo o lado.

Somente quando Haymitch adentrou pela cozinha de Peeta e foi atingido por uma lufada de farinha foi que os dois pararam.

A expressão do homem foi o suficiente para causar ataques histéricos em ambos.

Talvez fosse idiota, mas Katniss estava se agarrando naquele momento. Há muito havia perdido a capacidade de sorrir e estar fazendo isso tão naturalmente, era quase como uma benção.

Da mesma forma como era ver Peeta sorrir sem seus fantasmas nos olhos.

Katniss percebeu que Haymitch estava surpreso, mas tentava conter-se.

– Eu ouvi gritos – ele comentou enquanto caminhava pela cozinha que estava branca de farinha. – Mas pelo visto me enganei – sentou-se em uma das cadeiras e puxou um frasco de dentro do casaco.

Porque ele era Haymitch e todos os momentos eram os de beber.

De repente Katniss sentiu um aperto em seu pulso e virou-se para encontrar Peeta com seus olhos escuros e confusos. Novamente.

– Peeta? – ela perguntou e ele parecia perdido em pensamentos.

– Você... Você pediu para que eu fugisse com você... – ele ergueu os olhos para Katniss, a testa franzida como se doesse lembrar. E talvez doesse mesmo. – Estava com medo de que a Capital viesse atrás de nós quando o Snow procurou você na sua casa – falou tudo num jato, fazendo Katniss levar algum tempo para absorver tudo o que ele havia falado.

Peeta continuava a encarando, seu aperto ainda era firme no pulso dela, como se tivesse medo que ela sumisse sem respondê-lo.

– Real ou não real? – ele perguntou silenciosamente, seus olhos voltando ao tom de azul normal.

– Real – Katniss sussurrou.

Fazia algum tempo desde que Peeta não tinha esses lapsos onde as lembranças verdadeiras voltavam deixando-o confuso. Ou melhor, fazia tempo que Peeta não confiava nela o suficiente para que perguntasse se era verdade ou não.

A emoção que a tomou naquele momento foi tão grande que parecia não ser capaz de respirar. Aquilo deveria ser uma melhora, certo? Deveria haver alguma parte de Peeta que estava voltando.

Ela queria acreditar que sim, precisava acreditar que sim.

Peeta desviou os olhos dos dela, acenando afirmativamente com a cabeça dando a entender que havia acreditado nela.

Katniss suspirou.

– Como vão os gansos Haymitch? – Peeta perguntou, quebrando o clima tenso que havia se formado.

– Mais limpos do que vocês, com certeza – ele comentou despreocupadamente.



Foi a contragosto que Katniss deixou-se arrastar para casa, e mergulhar em uma profunda banheira de água. Não queria ir para casa, não queria se livrar da farinha que a cobria. Katniss tinha medo de se lavar e assim apagar todas as evidências de que aquele dia realmente acontecera, apagar as evidencias que tudo fora real, e ter de lidar com a ideia de que os ocorridos não se passara de mais um sonho, que iria se acumular na prateleira de lembranças sem precedentes montada na cabeça de Katniss.

Com um pesado suspiro, a morena deixou que o calor da água a aquecesse e a limpasse, enquanto se permitia fechar os olhos e reprisar em sua mente os melhores momentos que tivera depois desde que voltara para o Distrito 12. E todos esses momentos se resumiam apenas naquela manhã.

Imaginava que poderia fazer pães todos os dias ao lado de Peeta. Talvez com o tempo suas habilidades melhorassem e Katniss conseguiria colocar força o suficiente na massa para deixá-la tão macia e suave como apenas Peeta conseguia. Ou não, não se importaria de vê-lo preparar pães, ela se contaria em preparar café preto para ambos, ou sair em caça. Não fazia diferença, desde que seu garoto dos pães se mantivesse como estava, Katniss faria qualquer coisa que lhe pedissem.

A garota foi arrancada de seus devaneios com uma lufada do vento de inverno que penetrou por sua janela, no momento em que essa se escancarou.

Mais por costume do que por vontade, em um piscar de olhos Katniss se colocou rapidamente em pose de alerta, dando um salto da banheira e puxando a toalha para si. Porém foi obrigada a relaxar os membros quando uma peluda e alaranjada cara grunhiu para ela.

– Buttercup – praguejou ela revirando os olhos.

O gato soltou um estreito miado, provavelmente tão feliz em vê-la quanto ela estava em vê-lo. Mas verdade seja dita, Katniss realmente estava feliz em vê-lo, desde que voltara para o Distrito 12, Buttercup tinha se tornado seu único ouvinte, soltando estreitos grunhidos enquanto Katniss se colocava a desabafar. Com o tempo, o gato até se aproximou da garota, enroscando-se por suas penas, mas velhos hábitos nunca mudam. Buttercup adotara uma vida selvagem, e só vinha ao encontro de Katniss quando queria comida fácil e um lugar para se aquecer, ou quanto a garota estava realmente mal e se sentindo sozinha, e precisava de alguém para conversar.

– Imagina que trágico seria, você ter caído do telhado ao tentar entrar? – ironizou a morena.

Buttercup grunhiu mais uma vez, antes de virar o rosto para Katniss e passar pela porta entreaberta do banheiro, para usufruir da vida mole de gato doméstico.

Katniss estava pronta para mergulhar novamente, quanto outro estrondo, dessa vez vindo do andar de baixo, a alertou novamente, fazendo prender mais toalha contra o corpo, e correr aos pulos até o andar de baixo, para encontrar um Haymitch cambaleante derrubando os mínimos objetos que havia por ali.

– Eu não estou bêbado – balbuciou Haymitch se jogando no sofá com uma garrafa de whisky nas mãos.

– Não, claro que não. – murmurou Katniss baixo de mais para que Haymitch a ouvisse – O que faz aqui?

– Eu vim lhe dar parabéns pelo... – Haymitch se curvou para cima, na intenção de levar um gole de whisky aos lábios antes de continuar – Pelo progresso de hoje, vou mentir se disser que eu imaginava ver uma cena daquelas depois de tudo.

– Obrigada, acho – respondeu Katniss incerta.

– Aceita um gole? – ofereceu Haymitch esticando o braço – Vai lhe aquecer.

– Não, não gosto do sabor – respondeu ela, segurando a toalha contra si.

– Não bebo pelo sabor, queridinha – Haymitch se curvou e tomou mais um gole.

Katniss sabia que não. Haymitch bebia para esquecer.

– Talvez... Talvez Peeta queria ajuda, digo, com a limpeza e essas coisas – a ideia confortou Katniss, que com uma animação que não tinha quando o assunto era sair de dentro de casa surgiu dentro de si. Katniss se vestiu rapidamente, e sem demora deixou um Haymitch sonolento em seu sofá e fora para a casa do vizinho.

Katniss imaginava a bagunça que estaria a cozinha, mas quando abriu a porta da frente da casa de Peeta sem anunciar sua chegada, não imaginava ver a sala de estar pela qual entrara a pouco, totalmente destruída, e um Peeta sem controle arremessando qualquer coisa em sua direção.




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Notas finais do capítulo

Miller: Não esqueçam de dizer o que acharam, certo? Nada de fantasminhas por aqui. Ficaremos muito felizes em saber o que estão achando! Até o próximo!
Besos :*
[PS: Divulgação basiquinha: eu e as divas letter e Buttercup postamos uma fic em conjunto, também Peetniss *--*
https://www.fanfiction.com.br/historia/215807/Never_Let_You_Go *--* Please, dêem uma olhadinha?]