Simul Contre Tempore escrita por estherly


Capítulo 5
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.
Eu adorei esse capítulo.



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O lugar era grande. Como uma biblioteca, cheia de estantes e prateleiras. Mas o que havia ali era outra coisa que livros. Misteriosamente, Hermione não conseguia ver nada com foco, apenas sabia que eram esferas, nada mais, nada menos. Iluminou o lugar estranho com a varinha e começou a explorar o local. O ambiente cada vez com menos foco, até que algo, uma esfera se ilumina e cria um foco excepcional para ela.

            Hermione se aproximou curiosamente da esfera com foco. Uma neblina rodeava dentro da esfera. Já vira aquilo... Profecia. Pegou-a. Ela tinha seu nome e mais alguns, borrados dessa vez. E no momento em que a pegou, uma luz vermelha se iniciou de dentro da esfera e foi aumentando a intensidade, aumentou tanto que Hermione fechou os olhos.

            Percebeu que a luz vermelha perdera a intensidade e já podia abrir os olhos, mas... Como fazer algo que não conseguia? Ela tentava abrir os olhos, mas algo a impedia. Via tudo escuro, um escuro agoniante. Ouviu uma voz... Um sussurro, como se fosse alguém que se aproximava ao longe, numa sala fechada. O eco era evidente. Os segundos passaram e finalmente ela conseguiu entender o que a voz misteriosa dizia.

            “Do proibido ela surgiu e no proibido viverá. Com a família nova ela ficará. A escuridão se aproxima. O amor é o único que a salvará. Nas costas, ela carrega a marca, que revelará a obscuridade do passado e a mudança do futuro. Simul contre tempore. Hermione...

            Apenas quando a voz misteriosa e feminina falou seu nome, é que Hermione abriu os olhos. Se viu no Green Park, ao lado de Draco que a olhava preocupado.

            - Você está bem? – perguntou ele ajudando ela a se sentar da grama.

            - Acho que sim. – disse ela passando a mão na cabeça, recordando de tudo o que havia acontecido ali, lá... No sonho, ou pesadelo, dela.

            - Fiquei preocupado. – disse Draco rapidamente. Hermione, ainda concentrada nas palavras que a mulher misteriosa dissera, não ouviu as palavras de Draco. – Parecia que estava tendo um pesadelo.

            - Eu sonhei com uma profecia. – disse Hermione olhando para ele. Infelizmente, Draco era a única pessoa que podia contar aquilo.

            - Se lembra como era? – perguntou Draco buscando algo para escrever.

            - “Do proibido ela surgiu e no proibido viverá.” – começou ela pensativa. Draco anotava tudo. – “Com a família nova ela ficará.”

            - Isso não faz sentido. – disse Draco olhando as frases.

            - Tem mais. – alertou Hermione. – “A escuridão se aproxima. O amor é o único que a salvará. Nas costas, ela carrega a marca, que revelará a obscuridade do passado e a mudança do futuro. Simul contre tempore. Hermione...”

            - Já tem ideia do que isso significa? – perguntou Draco olhando a profecia anotada rapidamente nas suas mãos.

            - Nenhuma. – disse Hermione temerosa. – E se for algo ruim? Tipo... A do Harry? – perguntou Hermione aflita.

            - Vamos descobrir o que ela significa. – disse Draco segurando suas mãos. Hermione sorriu agradecida. – Eu prometo. – disse ele beijando as mãos dela.

            - Hermione! – exclamou uma voz masculina mais adiante deles. Hermione e Draco se viraram, ela assustada e ele feliz, o show começara. – Que diabos significa isso? – perguntou Ron vermelho se aproximando de Draco que ajudava Hermione a se levantar. – Solte ela Malfoy! – mandou Ron empurrando Draco, fazendo o loiro se chocar com uma árvore.

            - Ron! – exclamou Hermione assustada com aquilo.

E se Ron machucasse mais ainda Draco? Ou pior... Os dois começassem a brigar? Ou Draco saísse todo esfolado dali? Hermione engoliu em seco, percebera, e se reprendera por isso, que seus pensamentos estavam na hipótese de Draco sair ferido, e não seu namorado. Aquilo era certo?

- Calma o ruivinho... – disse Draco se defendendo de um soco que Ron lançara contra ele.

- Não venha pedir calma doninha do inferno. – mandou Ron desferindo outra sequência de socos que acabaram acertando Draco.

- Pare Ronald! – mandou Hermione conseguindo afastar Ron vermelho de Draco roxo. – Por Merlin! – exclamou ela afastando agora, ele com as duas mãos. – Que diabos está fazendo aqui? A esta hora? – perguntou Hermione nervosa. Por que estava assim? Ela não estava traindo Ron... Não é? Ela viu que o ruivo corara.

- Passeando um pouco. – disse ele desviando o olhar.

Hermione olhou ao redor, procurava algo, ou alguém, sabia que Ron estava mentindo. Ao longe avistou uma figura loira e feminina andar calmamente, olhando as árvores. Os olhos chocados de Hermione olharam para Draco, que também avistara ela, e viu ele dar os ombros.

- Está saindo com Luna? – perguntou Hermione direta.

- Já que minha namorada não me dá mais atenção. – disse Ron dando ombros.

- Me traiu com Luna? – perguntou Hermione não querendo pensar nessa hipótese. Por que não? Ela traiu Ron no primeiro dia de namoro.

- Não. – disse ele sincero. Hermione engoliu em seco, não poderiam continuar assim. – Hermione...

- Vamos terminar. – disse ela olhando para baixo. Ouviu apenas um silêncio e ergueu o olhar, Rose olhava para o lado pensativo. – Vai ser melhor. – disse ela. – Eu não preciso me preocupar com você esfolando Draco, não preciso me sentir traída quando vejo você e Luna juntos, e você estará livre para ficar com Luna. – disse Hermione. Ron pensou naquilo, de fato Hermione tinha razão.

- Como sempre, você tem razão. – brincou ele. Hermione sorriu e sentiu-se bem, iriam terminar o namoro numa boa. – Vem cá. – disse ele abraçando Hermione. – Eu sempre vou ser seu amigo. – disse ele. Hermione sorriu.

- Obrigada. – agradeceu ela olhando nos olhos azuis de Ron. Não queria admitir, mas os olhos cinza de Draco eram muito mais bonitos que os de Ron.

- Você está gostando dele? – perguntou Ron. Hermione se virou e viu Draco tentando estacar o sangue do nariz.

- Eu não sei. – murmurou ela sincera. Ron sorriu e abraçou-a.

- Seja feliz Hermione. – disse Ron. Hermione sorriu.

- Cuidado com a Luna. – pediu ela. Ron riu do aviso da, agora, amiga. – Vá lá, ela está te esperando. – disse Hermione. Ron sorriu, deu um beijo no nariz dela e saiu.

Hermione suspirou, se virou e viu Draco sentado na grama tentando estacar o sangue que escorria. Uma dor no peito surgiu, devia ter mandado Ron parar há muito tempo antes.

- Você está bem? – perguntou ela se aproximando dele. Ela passava o dedo no sangue que sujava o lábio dele.

- Estou sim. – mentiu Draco, não queria que Hermione se preocupasse com ele, mesmo que adorasse a atenção da morena.

- Seu mentiroso. – disse ela rindo. – Venha, vamos para a minha casa. Lá tem coisas que podem curar esses machucados. – disse Hermione ajudando Draco a se levantar. – Já que não podemos fazer feitiços. – disse ela recolhendo o café da manhã deles.

Calmamente, foram para o Beco e de lá... Para uma casa trouxa.

- Mãe? – chamou Hermione saindo da lareira e ajudando Draco a sair de lá também.

- Oi minha querida. – disse Jean aparecendo na sala limpando as mãos num pano. – Achei que ia voltar a noite.

- Eu também achei. – respondeu Hermione. – Mãe, esse é Draco. – apresentou Hermione. – O amigo que ia sair comigo hoje. Draco, minha mãe, Jean. – disse Hermione nervosa. Sabia que Draco havia mudado muito, mas mesmo assim tinha medo.

- Um imenso prazer de conhecer a senhora. – disse Draco beijando a mão de Jean que sorriu com o encanto do loiro. – Agora sei de quem Hermione puxou a beleza.

- Olha como fala com a minha mulher rapaz! – exclamou John aparecendo na sala. Draco engoliu em seco. Hermione e Jean abafaram um riso. – Bony, é você? Como você mudou. – disse John tirando os óculos que usava e analisando Draco. – Filha, ele não era ruivo na última vez que veio aqui? – perguntou John olhando para Hermione que sorria animada com a cena.

- Papai... É Rony, não Bony. – disse Hermione. – E esse não é o Ron, é o Draco.

- Que seria... – começou John com a sobrancelha erguida. Hermione e Draco engoliram em seco. Draco queria gritar para ele que Hermione era sua namorada, mas não dava.

- Um amigo papai. – disse Hermione se postando ao lado de Draco. – Agora, se me derem licença, eu vou tentar parar de sangrar o nariz dele.

- Tem o kit no meu banheiro. – avisou Jean para Hermione que puxava Draco pelas escadas.

- Seu pai vai me matar. – disse Draco sentando na cama de Hermione.

Draco olhou em volta. Era um quarto simples e bonito, combinava com Hermione. Havia apenas uma cama de solteiro, um guarda-roupa, uma escrivaninha, prateleiras com vários livros empilhados e um criado mudo, na frente de uma janela grande. Na escrivaninha, fotos dela com os pais, os amigos e uma pilha de cartas, dele.

- Por que acha isso? – perguntou ela aparecendo com algodão.

- Ele achou que eu estava dando em cima da sua mãe. – disse Draco fazendo uma careta de dor quando Hermione passou o algodão úmido no nariz ainda sangrando dele.

- E não estava? – perguntou Hermione se afastando ao ver que Draco mexia no casaco que usava.

- Não era na mãe que eu dava em cima. – disse ele tirando uma flor dali. Uma rosa vermelha. Ele estendeu para Hermione que endureceu na hora. – Era da filha.

- Draco... – murmurou Hermione extasiada com tudo aquilo.

Pegou a rosa e cheirou-a. Amava o cheiro da rosa. Ela ergueu o rosto e viu o rosto de Draco próximo dela. Sem perceber duas vezes, ambos se beijaram. Apenas quando os lábios deles se encontraram, eles perceberam como sentiram falta daquele beijo. Draco tinha a mão no rosto de Hermione e outra mão nas costas dela. Já Hermione tinha uma mão no joelho dele, já que ela estava agachada, e outra na rosa. Ambos se levantaram e o beijo não parava. Queriam sentir um ao outro. Draco se virou e deitou Hermione na cama de solteiro dela.

Eles se afastaram ofegantes e se olharam. Rapidamente voltaram a se beijar, como se precisassem daquilo. A mão com a rosa de Hermione caiu para o lado e deixou a rosa na escrivaninha. Ela sentia a mão de Draco subir pelas pernas nuas dela. Chegou no joelho e subiu para a coxa.

- Com licença. – disse uma voz tímida na porta. Draco se afastou de Hermione e virou para o lado, saindo de cima dela, o que foi uma péssima ideia, já que ele caiu da cama, projetada apenas para uma pessoa.

- Mãe... – murmurou Hermione vermelha. Jean sorria carinhosa para a filha.

- Querida, seu pai está lhe chamando.

- Mas Draco... – murmurou Hermione vendo Draco se levantar.

- Eu cuido dele. – disse ela. Hermione olhou para Draco e saiu do quarto.

“Cara irmã,

Me sinto triste recebendo apenas cartas suas. Queria receber de minha filha. Sei que nem sei como ela é, no que se transformou, o nome dela, mas sinto que ela está viva. Sei que já falou com Draco sobre isso, e lhe agradeço. Ainda estou escondida. Sei que devo sair e irei, mais cedo ou mais tarde. Ela estourará, sabe disso, e peço que se cuidem, você e minha filha, são as únicas ligações que tenho com o passado.

Com amor,

Bellatrix”

- Não pai... – disse Hermione cansada. – Eu já disse que não bati nele. Se eu tivesse batido, ele não estaria aqui. – disse Hermione como se fosse óbvio.

- Isso faz sentido querida. – disse John pensativo. Hermione sorriu e se aproximou do pai.

- Sei que quer parecer intimidador perto dele, ele já está achando isso de você. Mas Draco e eu... Somos amigos pai. – disse Hermione se agachando e segurando os joelhos do pai.

- Não parecem. – resmungou John. Hermione sorriu. – Quero conversar com ele.

- Mas pai...

- Nem mais nem menos Hermione. Veja como um pai preocupado com a filha que precisa saber mais dos amigos dela. O Bony e o Harry, nós já conhecemos.

- É Rony pai...

- Sim, sim... – resmungou John. – Ele não é seu namorado?

- Terminamos hoje. – disse Hermione.

- Não parece triste com isso. – analisou John.

- Não estou. Foi melhor para nós. – disse Hermione.

- Fez bem. Agora chame o... Loiro lá em cima. E rápido. – mandou John, Hermione se levantou e foi para a porta. – É capaz dele estar dando em cima da sua mãe, ou pior... Agarrando ela! – resmungou John para ele mesmo. Hermione riu e revirou os olhos, foi chamar Draco.

- Draco? – chamou Hermione da porta do seu quarto. Jean ria com ele, ela mostrava um álbum de fotos que Hermione conhecia muito bem.

- Oi. – disse ele sorrindo para ela.

- Papai está te chamando. – disse Hermione vermelha. Draco engoliu em seco.

- Sra. Granger, foi muito bom te conhecer. – disse ele beijando a palma da mão dela. Jean riu de Draco. – Hermione... Quero que vá ao meu enterro. – pediu Draco dando um selinho nela e saindo dali. Hermione avermelhou e olhou para a mãe.

- Oh mãe... – murmurou ela deitando na cama e colocando a cabeça nas pernas da mão. – Eu acho que estou apaixonada. – disse Hermione sentindo a mãe fazer carícias nos cabelos castanhos dela. – Eu não quero estar apaixonada.

- Por que não? Já não estava assim antes por Ron? – perguntou Jean.

- Não... Eu acho que não o amava. – disse Hermione. – É ruim estar apaixonada.

- Não é querida.

- É sim. A menina apaixonada sempre se dá mal no final. – disse Hermione.

- De onde tirou essa ideia? – perguntou Jean surpresa. Hermione limitou-se a apontar para as prateleiras com livros. – Querida, todos tem uma história. Acho que está na hora de escrever a sua. – disse Jean. Hermione sorriu para a mãe e a abraçou.

- Eu te amo mãe. – disse Hermione.

- Eu também te amo, filha. – disse ela abraçando Hermione de volta.

“Querida Bella,

Sinto sua falta. Desde que Lúcio foi preso, eu me sinto sozinha. Descobri que Draco está apaixonado, felizmente não é por uma sangue puro. Eu me sinto feliz, e por isso agradeço a Merlin por Draco não ter esse preconceito. Hoje mesmo ele foi sair com ela, me disse que iam comer um café da manhã juntos e só voltaria depois de jantar, com ela. Ele parece bem melhor, mais feliz, quero conhecer ela apenas para agradecer pelo o que ela está fazendo ao meu filho.

Bella, sinto que meu tempo está se esvaindo. Eu estou doente e minto para Draco que é apenas saudade, acho que ele já percebeu a mentira. Deveria vir aqui, fazer-me companhia. Depois da prisão de Lúcio, o Lord não quer mais os Malfoy. Ele sabe que nem eu e Draco somos comensais. Quero proteger Draco, mas apenas eu não consigo. Tive uma ideia para isso.

Espero a sua companhia.

Com amor,

Narcisa”

- Mãe... Será que eles se mataram? – perguntou Hermione olhando o andar debaixo pela sua porta. Não ouviu nenhuma resposta vindo da mãe e se virou, viu-a olhando a rosa que Draco dera para ela.

- É linda. – disse Jean.

- Ele me deu. – disse Hermione se aproximando da mãe. Pegou a rosa e viu que ela mudou de cor, para amarelo. – Você viu? – perguntou Hermione animada com aquilo.

- É fabuloso. – disse Jean.

- NÃO! – gritou John do escritório dele. Hermione e Jean se entreolharam e desataram a descer as escadas.

- O que houve? – perguntou Hermione abrindo a porta rapidamente. Ela e Jean pararam na hora. Draco e John jogavam cartas.

- Ele é um bom rapaz. – disse John alterado. Hermione olhou para Draco e Jean olhou a garrafa de álcool pela metade. – E cuidado... Ele rouba no pôquer!

- Que isso... O senhor que é muito ruim. – disse Draco rindo com John.

- Venham jogadores, vamos almoçar. – chamou Jean puxando o marido dali.

- Draco... – chamou Hermione. Draco se virou e ficou frente a frente com ela.

- Diga morena. – disse ele carinhosamente. Hermione sorriu de lado.

- A flor... Ela mudou de cor. – disse ela. Draco sorriu como se já soubesse daquilo. – Por quê?

- Para você lembrar de mim. – disse Draco dando ombros. – E dos meus sentimentos. – sussurrou ele dando um beijo na bochecha dela e em seguida seguindo os passos do Sr. e da Sra. Granger. 


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Notas finais do capítulo

Olá!
O que acharam?
Amei o "Bony" e o Draco...
Comentem!



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