Simul Contre Tempore escrita por estherly


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/213439/chapter/3

Capítulo II

            - Finalmente. Achei que não ia descer nunca de lá. – resmungou Ron quando finalmente viu Hermione descer as escadas do dormitório feminino.

            - Seu bobalhão. – disse ela arrumando o lenço no pescoço. – Tenho o direito de dormir até tarde num sábado.

            - Não quando marcou com seu namorado de ir para Hogsmead. – disse Ron enlaçando a cintura de Hermione.

            - Namorado... – murmurou ela como se estivesse saboreando as palavras. – Ron Weasley, meu namorado.

            - Amei ouvir isso. – disse ele sorrindo e beijando ela.

            - Venha, temos que ir para Hogsmead. – disse Hermione se afastando e puxando Ron pela mão.


            - Finalmente saíram de lá. – resmungou Harry se desencostando de um pilar no pátio da escola.

            - Hermione que demorou. – respondeu Ron.

Hermione bufou, iria começar o namoro com brigas? Colocou a mão no bolso e sentiu a carta de Draco. Se lembrou que, se o encontrasse em Hogsmead, deveria devolvê-la.

Já na carruagem que tremulava levemente, Hermione viu como seria seu namoro com Ron. Suspirou, deveria ter aceitado? Olhava para a imagem que a janela trazia para ela. Os pensamentos foram até o momento em que o encontrou sentado sozinho na torre de astronomia. As coisas que Draco Malfoy havia dito... Totalmente desconexas. Seriam mesmas desconexas? Quando teve aquela conversa com Draco, havia se lembrado do diretor. Dumbledor... Será que se ela perguntasse, o diretor responderia? Ora... As frases de Draco foram tão desconexas que talvez, nem Dumbledor soubesse explicar.

Draco começou com “segredos”... Ele havia descoberto um segredo. Não queria ter descoberto. Será que ele descobriu, ou contaram para ele? E que segredo seria esse que mexeria tanto com ele?

 Em seguida veio o assunto de missão. O coração de Hermione pulava naquele momento, estava perto de saber o que tramavam para Draco. Descobrira que ele tinha uma missão amais do que o esperado. Que missão seria?

Logo depois veio uma frase que parecia perdida no meio daquela conversa confusa. Incesto. União sexual ilícita entre parentes consanguíneos, afins ou adotivos. O que diabos isso tem haver com a conversa? Pensando bem... Nada teria sentido. Será que, indiretamente ele havia contado o segredo que... Havia tido relações sexuais com alguém e depois descobriu que era parente? Ou... O segredo que descobrira era que alguém da família havia tido uma relação sexual com outro membro da família... A árvore genealógica de Draco era composta por Black e Malfoy. Duas famílias horripilantes e totalmente preconceituosas. Jamais permitiriam que houvesse um incesto na família, o lado que fosse.

E por fim... Draco havia contado que o pai fora preso, fato que Hermione já sabia e que a mãe estava doente. Ele saiu e deixou a carta. A carta que estava com ela.

- O que é isso? – perguntou Ron vendo que Hermione puxara algo branco amarelado para fora do bolso do casaco fino.

- Uma carta do Malfoy. – respondeu ela sem perceber o que dizia.

- O QUÊ?! – gritou Ron e Harry juntos. Hermione recobrou a consciência do que havia dito.

- Pelas meias de Merlin... Por que o Malfoy te mandou uma carta? – perguntou Ron vermelho. Hermione engoliu em seco. Não podia contar a conversa que tivera com Draco... Olhou de Ron para Harry nervosa, tinha que pensar em algo. E rápido.

- Encontrei ele no corredor e quando ele saiu, deixou cair a carta. – disse Hermione simples. Tentava admitir que não estava mentindo, afinal... De fato aconteceu aquilo, ela simplesmente ocultou alguns fatos que ocorrem durante isso.

- Deixa eu ler. – mandou Harry puxando a carta da mão de Hermione.

- Harry! – exclamou ela nervosa. Se nem ela tinha lido a carta...

- Cai fora Harry! – exclamou Ron se esticando e pegando a carta da mão do amigo. Hermione viu que já estavam chegando.

- Ronald Weasley! – exclamou ela totalmente frustrada com aquela pegação de carta. Rapidamente arrancou a carta das mãos do namorado que a olhou abismado.

- Por que pegou a carta? – perguntou Ron revoltado com a atitude da namorada.

- Vocês não têm direito de ler esta carta. – disse Hermione guardando a carta no casaco. – É pessoal demais.

- E por isso mesmo devíamos ler! – exclamou Ron de braços cruzados, ainda indignado. – Imagina as pérolas que tem isso.

- Por favor Ronald... Tenha compaixão... – pediu Hermione não sabendo o que dizia.

- Está defendendo ele Hermione?  - perguntou Ron chocado. Hermione engoliu em seco. Sim, estava defendendo ele.

- Não estou defendendo ninguém. – mentiu ela. Ron bufou, sim... Ela estava contrariando o namorado para defender Malfoy. – Apenas não acho legal...

- Hermione! – exclamou Ron impaciente, queria ler aquela carta.

- Pare Ron. – pediu Hermione saindo da carruagem. Sentiu Ron e Harry se postarem ao seu lado.

- Hermione... – chamou Ron. Hermione se virou cansada. Tudo aquilo estava sendo cansativo demais para ela. - Isso é como uma traição para nós. – disse Ron. Aquelas palavras a machucaram. Nunca havia imaginado que seria chamada de traidora pelo próprio namorado. Sentiu lágrimas escorrerem. – Mione...

- Me deixe. – pediu ela saindo dali. Ron não a seguiu, nem gritou pelo seu nome, apenas suspirou.

Ela caminhava pelo vilarejo. Não queria se encontraram com Harry, tampouco com Ron. Queria ir para o lugar mais afastado que tinha... E apenas tinha um lugar em mente... A velha Casa dos Gritos.


Nunca imaginou que chegaria esse dia. Nunca imaginou que iria com aquele humor para um passeio. Mas chegou. E ele está com aquele humor. Pela primeira vez, foi sozinho para Hogsmead. Pela primeira vez, Parkison... Crabble ou Goyle não estavam juntos. Também... Depois do pai ser preso pelos aurores na batalha do Ministério... Lucius Malfoy era tachado como covarde e traidor.

Draco jogou a cabeça e sentiu o impacto que teve na árvore. Pela primeira vez estava sozinho. E gostava dessa sensação. Os conteúdos das cartas que recebera da mãe e da tia Bellatrix invadiam sua mente. Estava acontecendo alguma coisa com elas. Uma sentia saudades. Outra pediu uma missão. Missão essa que Draco aceitou de bom grado. Segredos seriam revelados ali...

Ouviu um choro. O choro vinha de trás da árvore em que estava. Draco olhou e viu que era uma menina. Pensou melhor e conjurou uma pena e um pergaminho.

“Oi”

Mandou para o outro lado da árvore. Ouviu uma exclamação de surpresa, vindo da garota.

Oi

O que houve com você?”

Por que se importa?

Por que está atrapalhando meus pensamentos”

Draco mandou e não recebeu resposta. Olhou para os lados e viu o pergaminho amassado e jogado ao longe. Bufou. Se levantou e se postou ao lado da garota, Hermione.

- Está tudo bem? – perguntou ele sentando-se ao lado dela. A visão dos dois... A casa dos gritos.

- Por que se importa? – repetiu ela a pergunta. Na verdade... Draco não sabia responder essa pergunta. Ou talvez ele soubesse...

- Por que você se importou comigo ontem. – respondeu ele. Ela sorriu de lado.

- Isso é seu. – disse ela tirando a carta do bolso do casaco fino.

- Obrigado. – disse ele guardando a carta.

- Eu não li. – murmurou Hermione olhando para baixo.

- Eu sei que não. – disse ele olhando para a casa dos gritos.

- Como...

- Eu vejo nos seus olhos. – disse ele simples olhando nos olhos castanhos dela.

- Você entrou...

- Não precisa nem entrar na sua mente Granger. – disse Draco olhando para frente. Hermione sorriu de lado e olhou para a Casa dos Gritos. – Está tudo bem com você?

- Ron... Ele me chamou de traidora. – respondeu Hermione não sabendo por que estava desabafando com ele.

- Ele não sabe o que fala. – disse Draco vendo que Hermione ainda olhava para a Casa dos Gritos. – “Somente a curiosidade não envelhece conosco e fica sempre criança”.

- Por que falou isso? – perguntou Hermione confusa. – Você anda muito misterioso.

- Estou revelando o meu lado que a máscara cobriu. – disse Draco se levantando e esticando a mão para ajudar Hermione que a aceitou.

- O que faremos? – perguntou ela vendo que ele a conduzia para a casa dos gritos.

- Acabaremos com a sua curiosidade. – disse ele entrando na casa dos gritos.


- Ah, não tem nada demais. – resmungou Draco quando chegaram num quarto um pouco destruído.

Hermione olhava em volta. Cenas do terceiro ano... Feitiços, segredos revelados... Tudo... Aconteceu ali, naquele quarto. Viu que Draco fez um movimento com a varinha e o quarto se arrumara todo. Ela olhou-o espantada e Draco fez um sinal dizendo que ela podia sentar na cama.

- Por que está sendo gentil comigo? – perguntou ela sentando na cama e vendo Draco sentar ao seu lado.

- Estou sendo como sempre quis ser com você. – disse ele a olhando.

- Gentil? – perguntou ela confusa. O rosto dele muito perto do seu causava confusão no cérebro e borboletas no estômago.

- Diferente. – disse ele antes de puxar o rosto dela pela nuca para um beijo.

O beijo dele era entorpecente. Os lábios dele envolventes. A língua dele brincando com a língua dela, assim como o beijo dele brincava com a sanidade dela. Sentiu a mão dele apertar sua cintura.

- Não! – exclamou Hermione afastando-se de Draco nervosa. O beijo dele era maravilhoso, mas... Era errado! – Ron... Oh não... – murmurava ela nervosa, olhava para os lados e passava a mão nos cabelos freneticamente.

- Hermione. – murmurou Draco segurando o rosto de Hermione. Os olhos de Hermione deduzindo a vontade que tinha de sentir os lábios dele novamente. Deduzindo o medo que estava. Ele suspirou e soltou o ar que se misturou com o hálito de menta, fazendo Hermione perder o equilíbrio por questão de segundos. – Seja feliz com quem você ama. – disse ele dando um beijo na testa dela e saindo dali.

Hermione suspirou e se jogou na cama, antes destruída. O que estava acontecendo ali? 



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!
Beijão.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Simul Contre Tempore" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.