Simul Contre Tempore escrita por estherly


Capítulo 12
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Rock Roll pela recomendação, muito obrigada querida!! À Imy, graaaande amiga que opinou o capítulo. E também a querida jurada Layra que alegrou meu dia com o decreto dela.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/213439/chapter/12

Dezembro de 1996 - 09:00 am

            - Tem certeza que é aqui? – perguntou Sirius nervoso. Bellatrix o fulminou pelo olhar.

            - Acha que eu esqueceria qual a casa onde deixei nossa filha? – perguntou ela frustrada. Sirius abriu a boca para responder, mas foi cortado por Bellatrix. – Foi uma pergunta retórica.

            - Ei! – exclamou Narcisa se pondo entre os dois. – Aqui não é lugar para discutir a relação de vocês. – disse ela. Bellatrix e Sirius se entreolharam e focaram suas atenções na porta azul.

            Toc, toc.

            - Sim? – perguntou Jean abrindo a porta. Narcisa engolia em seco, já Bellatrix e Sirius tremiam de nervosismo.

            - A senhora sempre morou aqui? – perguntou Bellatrix sentindo os olhares curiosos de Jean passearem sobre eles.

            - Quem quer saber? – perguntou ela nervosa.

            - Apenas responda senhora. – pediu Sirius. – Há quanto tempo mora aqui?

            - Deve ter uns... 20 anos... – disse Jean.

            - Precisamos conversar. – disse Bellatrix séria. Jean olhou desconfiada para eles.

            - Perdoe-me – pediu Sirius. -, me chamo Sirius Black. – disse ele estendendo a mão para a mulher.

            - Jean Granger. – disse ela sorrindo carinhosamente.

            - Granger? – perguntou Sirius. – Mãe de Hermione Granger?

            - Exatamente. – disse ela desconfiada.

            - Sou padrinho do Harry Potter, já deve...

            - Ah sim, Harry... Quanto tempo que não o vejo. Perdoem-me. Entrem. – pediu Jean abrindo a porta e vendo Narcisa, Bellatrix e Sirius passarem por ela. – Querem algo para tomar? – perguntou ela. – Estava fazendo um chá. Sempre é bom tomar um chá cedo.

            - Aceitamos sim, obrigada. – disse Narcisa sentando na poltrona e olhando a decoração da pequena casa.

            - Eu lhe ajudo. – disse Sirius se levantando e indo ajudar Jean.

            - Então, como está Harry? – perguntou Jean pegando mais xícaras.

            - Está grande. – disse Sirius. Jean riu e assentiu com a cabeça. – Ele veio aqui nas férias, não?

            - Sim. – disse ela animada. Adorava conversar sobre a filha dela e de outros com alguém. – Draco também veio muito aqui.

            - Draco? – perguntou Sirius assustado.

            - Sim. – confirmou Jean se virando para Sirius. – Draco Malfoy.

            - Está vendo aquelas senhoras lá? – perguntou Sirius apontando para Bellatrix e Narcisa. Jean assentiu com a cabeça. – São minhas primas.

            - São parecidos. – disse Jean carinhosamente.

            - E aquela mulher loira, ela se chama Narcisa, e ela é mãe do Draco.

            - Oh. – murmurou Jean com as duas mãos na boca. – Sabia que ela me era familiar. – disse Jean. Sirius riu e assentiu.

            - Sra. Granger. – chamou Sirius cautelosamente.

Jean se virou e ficou encarando-o. Segurava uma caneca, ia se virar e colocar água quente ali, quando o chamado de Sirius a interrompeu.

- A senhora tem apenas Hermione como filha?

- Sim. Filha única.

- E ela é adotada? – perguntou ele. Jean engoliu em seco e assentiu.

- E o senhor? Possui filhos? – perguntou ela delicadamente indo colocar água quente na caneca. Sirius engoliu em seco.

- Eu tenho uma filha. – disse ele cautelosamente.

- Oh que maravilha! – exclamou Jean animada. – Me conte dela!

- Eu só a vi quando ela era um bebê. – disse Sirius. Jean ouvia as palavras atenciosamente. – Ela era linda. Deve ser agora. Cabelos castanhos, olhos castanhos e doces. Pele clara e tem algo que a deixa especial...

- Constelação de Órion. – murmurou Jean e Sirius ao mesmo tempo.

O pavor era claramente visto nos olhos de Jean. Ainda em estado de choque, a circulação diminuiu e os músculos não se contraíram mais, fazendo a caneca colorida se espatifar no chão. O choque ainda ocupava o corpo dela. A água quente queimava seus pés e a chaleira ainda funcionava como uma cachoeira, deixando cair livremente água, mas quente.

- Sra. Granger? – perguntou Sirius arrumando a chaleira.

- Você é...

- Sou o pai de Hermione. – disse ele firme do que falava. Jean engoliu em seco e passou a mão nos cabelos castanhos. – Está vendo aquela mulher? – perguntou Sirius apontando para Bellatrix. Jean assentiu. – Ela é minha prima. Tia de Draco. Mãe de Hermione.

            - Oh meu Deus... – murmurou Jean nervosa.

            - Venha. – chamou Sirius conduzindo-a calmamente pelos ombros.           Bellatrix se levantou e olhou para Sirius que segurava Jean pelos ombros. Engoliu em seco.

            A verdade havia sido dita.

            Sem pensar duas vezes as duas se abraçaram. Transmitiam gratidão, confiança, o amor que sentiam por Hermione e agora, uma pela outra. Tanto Bellatrix quanto Jean chorava, calmamente, mas choravam.

            - Que confusão. – murmurou Jean sentando no sofá, ao lado de Bellatrix.

            - Eu sei... – murmurou Bellatrix fraca. – Como ela está? – perguntou ela nervosa. Jean segurou na mão de Bellatrix e a puxou para o quarto de Hermione.

            - E agora? – perguntou Narcisa vendo Sirius sentar na poltrona.

            - Vamos juntos. – disse Sirius subindo as escadas.

~*~

Dezembro de 1996 - 2:30 pm

            Hermione havia rolado para o lado devido a força que Draco usara para empurrá-la. Olhou preocupada e viu que havia vários comensais ali, em volta dela, cercando ela, Draco, Lilith e Harry. Se levantou e preparou sua varinha. Começou a caminhar, não para ao lado deles, para a direção oposta.

            Olhou para trás, ela se distanciava deles. Estava nervosa. Queria lutar com eles, mas algo a detinha. Olhou para seus pés, como se alguém tivesse comando-os. Viu a estrela da tornozeleira brilhar, “É uma estrela guia. Quando quiser achar o caminho, ela guiará você”.  Se viu na frente da árvore onde começou a falar com Draco. Havia um motivo para ela estar ali. A estrela ainda brilhava, como dizendo que ela devia estar ali.

            O clima estava tenso. Hermione podia estar a quilômetros de distância do primeiro ataque, mas ouvia os gritos de dor e de feitiços, sentia os feitiços passarem por ela, podia sentir o clima. Tudo isso como se ela estivesse lá. Mas ela não estava entre a batalha que se estendia entre as lojas de Hogsmead, e sim em cima do lago congelado.

            A estrela guia indicava que era ali o lugar onde ela devia estar, por um motivo que Hermione ainda desconhecia. Ouviu um barulho, rápido e baixo. Olhou em volta, a varinha firme na sua mão. Ouviu um farfalhar das folhas que haviam caído das árvores totalmente secas. O coração de Hermione pulava desesperado. E então, tudo aconteceu muito rápido.

            Ouviu-se um som parecido com uma rachadura sobre os pés dela, uma coruja prata e por fim, a escuridão junto com a queda de temperatura ao redor dela.  

~*~

            Draco olhava em volta nervoso. Não havia visto Hermione desde o momento em que a empurrara para o lado. Viu Harry Potter lutar contra um comensal. Engoliu em seco, estava do lado de quem? Lentamente foi para trás, não queria lutar contra ninguém. Queria apenas encontrar Hermione.

            Começou a correr em Hogsmead, tentando se desvencilhar dos feitiços de ambos os lados da guerra. Chegou na árvore onde começara a falar com ela. Viu mais a frente, o lago quebrado. Uma luz prata e uma menina de cabelos castanhos dentro do lago. Lembrou-se que Hermione havia dito que não sabia nadar. Engoliu em seco, sem pensar duas vezes correu até ela.

~*~

            Hermione sentiu a água envolver seu corpo, machucando-a. O sangue parando de correr rapidamente. Ela perdia os movimentos lentamente. O pânico assolando sua mente. O que fazer? Nunca aprendera a nadar. A água gelada machucando seus olhos abertos, procurando uma solução. Seu cérebro mandando uma das duas mãos buscar a varinha, nenhuma mão respondendo ao comando.

            Começou a agitar as pernas, talvez assim chegasse à superfície. Inútil... O movimento das pernas impulsionou Hermione para o lado, deixando-a embaixo de onde o gelo não quebrara. Hermione estava presa embaixo do gelo. Ela foi até a camada de gelo sólido que a separava do oxigênio e começou a bater com os punhos na camada, numa tentativa de quebra-la. Hermione sabia que era inútil, a camada tinha milímetros, se não centímetros, de gelo sólido, não conseguiria quebrar.

            Viu o oxigênio acabar do seu corpo tortuosamente, olhou para o lado, a alguns metros de onde caíra e viu algo prata. Aquilo prata era um patrono... Uma coruja. A coruja prata “voava na água”, chegando perto de Hermione.

            O corpo de Hermione começou a sentir dor no corpo. Viu suas mãos completamente brancas e seus dedos escuros. Assustou-se e gritou. O grito fez com que o oxigênio dela chegasse ao fim. O corpo parou de se movimentar, a visão foi escurecendo e a coruja se aproximando.

Sentiu as asas da coruja envolvê-la e sentiu-se bem. Sentiu-se quente, acolhida, perfeitamente bem. Deixou seu corpo seguir aquele conforto. O ouvido ainda trabalhava, mas quase chegando ao fim... A audição foi enfraquecendo e por último, ouviu varias bolhas estourarem perto do seu canal auditivo.

Simul contre tempore, Hermione.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então????
O próximo capítulo...
" Eu queria saber... O que seria essa coruja prata que me envolveu? perguntou Hermione olhando para todos e parando um tempo em Lilith.
- Era uma pessoa. disse Lilith confiante. "
Comentem!!