Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 8
Perfeitinho de araque.


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Demorei né? Pessoas que quiserem me xingar sintan-se a vontade :)
Desculpem, de verdade;x
Ah, e eu mudei o título...



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PDV Julia.

Nunca pensei que poderia me rebaixar a esse nível, afinal, eu nunca ouvi o que os outros falavam de mim.

Acho que foi essa viagem aos Estados Unidos que me transformou nessa pessoa fútil, igual todos os moradores daqui.

Ou talvez fosse só o meu orgulho ferido...

Orgulho. Desde quando eu me importo com isso?

Na minha vida toda, eu nunca me importei com o meu estado, sempre vivi com a cabeça enfiada em mangás. Dificilmente era sociável. Não, isso não quer dizer que eu era antissocial, eu apenas não gostava de seguir as regras que a sociedade impunha, esfregando pelos meios de comunicação como revistas e Tv o quanto cabelos soltos são sexy, a maquiagem realça sua beleza ou os sapatos definem os seus status.

Mas pelo visto isso é passado. Agora a única coisa que eu queria era fazer aquele senhor Perfeitinho de araque dizer que sim, eu sou o tipo dele.

Engraçado como a vida dá voltas, ontem mesmo eu estava desprezando a ajuda do Noah, e agora estou me arrastando para o apartamento, se eu tivesse com rabo, literalmente, ele estaria entre as minhas pernas.

Eu podia ter aceitado a ajuda de primeira, ele parecia, pela primeira vez, ansioso por isso, mas então aquele novo  sentimento de orgulho me fez acreditar que eu seria capaz de fazer isso sozinha.

Depois de ter chutado o Gabe para fora do apartamento, o meu irmãozinho querido veio com uma conversa muito estranha. Ele propôs me ajudar a ficar com o Gabe.

Na hora eu achei super estranho, afinal eu nunca tinha dito a ele que tinha uma quedinha(Lê-se: tombo)  pelo Gabe, então logo deduzi que era o Gabe que estava tendo uma quedinha recíproca por mim.

É, ingenuidade, eu sei.

Não sou muito experiente nesse negócio de “gostar”, apesar dos meus 16 anos o único beijo que eu havia dado era no pôster Bill Kaulitz que ficava pendurado em minha parede. Patético.

Também não sei o que me fez pensar que se eu desse mole para o Gabe ele viria correndo me pedir em namoro. Sim, isso sim foi patético.

 Inocente eu, hoje mais cedo o chamei para passear pela cidade. Aleguei que eu precisava conhecer melhor o local e que o Noah não estava nem um pouco afim de tirar aquela bunda pálida do sofá, o que de certa forma não era mentira.

Enfim, o passeio foi perfeito, Gabe era um ótimo guia turístico, super educado e muito lindo.

Ele abria a porta do taxi para mim, pagava todas as minhas guloseimas, e até me apresentava para os amigos que encontrava no caminho, mesmo que fosse dizendo “essa aqui é a Julia, irmã do Noah, só estou trazendo ela aqui para conhecer a cidade”, esses eram indícios de que ele gostava de mim, certo?

 Errado.

No final do passeio, quando já e estava escurecendo, eu e ele paramos num parque de diversões só para tomar um sorvete.

-Ei, quer ir no tiro ao alvo?- ele perguntou com aquele sorriso encantador, enquanto terminava a ultima colherada de seu sorvete.

-Pode ser.- me levantei seguindo-o.

Eu errei os cinco tiros, e logo passei a arma para ele.

Enquanto Gabe acertava todos os alvos, eu pensava em um jeito de chegar no assunto que não saia da minha cabeça.

-Gabe?- o chamei.

-Sim.- respondeu sem tirar os olhos do alvo que se mexia. O nervosismo era evidente em minha voz.

-Er...- cocei a nuca me enrolando toda, não sabia como dizer o que eu queria dizer, então o jeito foi fechar os olhos e falar tudo de uma vez- vocêquernamorarcomigo?  

E de repente tudo ficou quieto, pelo menos em minha mente, abri meus olhos e pude ver Gabe com os olhos arregalados, ele virou a cabeça em minha direção lentamente. Por um segundo desejei que ele não tivesse entendido a minha frase, pois eu mesma não entendi.

-Oh meu Deus Julia.- ele falou assustado colocando as mãos na cabeça- Você não estava achando mesmo que eu gosto de você, estava?

Acho que sim. Não?

Eu queria dizer que ele tinha entendido a minha frase errado, que eu não achava aquilo,  que era tudo um mal entendido mas em vez disso eu produzi um gemido estranho que era uma confirmação, sentindo minhas bochechas enrubescerem fortemente.

-Meu Deus, Julia.- repetiu estupefato- Eu te fiz entender tudo errado.

-Oi?- perguntei confusa, do que ele estava falando?

-Lógico.Você me chamou para mostrar a cidade como se fosse um encontro e eu aceitei. - Gabe se iluminou como se tudo fizesse sentido agora- Desculpa Julia, eu não queria que você entendesse errado, foi tudo culpa minha.

-Então você não gosta de mim?- perguntei me sentindo uma palhaça, já estava mais do que na cara que ele não gostava, mas mesmo assim eu queria ouvir isso de novo.

-O problema não é você, minha linda. O problema é que você não faz o meu tipo...- olhei boba para ele, como ele tinha coragem de me chamar de linda?

Por um momento desejei que Gabe fosse só mais um pôster, do qual eu poderia beijar, dizer que amava e ele ficaria ali, quietinho, sem quebrar o meu coração em mil partes como agora.

- A culpa não foi sua, eu que entendi errado.- falei com a voz embargada. Eu não queria chorar agora, não na frente dele, então a única coisa que fiz foi dar as costas. Ouvi ele gritar perguntando se eu não iria querer carona, mas ignorei. No estado em que eu estava ele deveria ser muito sem noção para achar que eu ocuparia o mesmo espaço que ele, ainda mais depois de descobrir que não fazia o seu tipo.

Eu fui para o prédio a pé mesmo. Nem sei como eu encontrei o caminho, para melhorar tudo ainda chovia forte, mas eu não estava ligando.

Era como se eu estivesse no modo automático, tão automático que nem vi quando o carro veio em minha direção, só o senti encostando em minha cintura e então pude perceber que por pouco ele não me atropelara.

Pedi desculpas ao motorista e continuei o caminho me sentindo uma nada. A única coisa que eu queria era tirar esse peso do meu peito. E eu só conseguiria fazer isso quando o Gabe falasse “você é o meu tipo”.

Era questão de honra.

PDV Noah.

Dei um pause em meu jogo para comer outro pedaço de pizza. Aquele barulho de chuva forte e irritante não parava, era impossível desfrutar o silencio de um dia sem a Pirralha quando o barulho não para.

Falando em Pirralha, já eram quase nove da noite e nem sinal dela, talvez ela tivesse conseguido mesmo conquistar o Gabe...

Ah, quem eu estou tentando enganar? É lógico que ela levou um fora e esta chorando em algum beco escuro enquanto come brigadeiro enlatado.

Coitadinha...Ah  foda-se.

Terminei de comer e ouvi alguém batendo na porta, provavelmente a Pirralha. Levantei com muito custo, precisava providenciar logo uma chave para ela.

Abri a porta e me surpreendi com o abraço da Pirralha, ela estava enxarcada.

-O que você está fazendo sua louca?- a empurei verificando minha roupa, agora também molhada.

-E-eu...- ela gaguejou sem graça, seus óculos estavam embaçados e seu rosto vermelho. Aquilo era uma lagrima?

-Pronto, era só o que me faltava, agora você está chorando. –revirei os olhos e a puxei para meus braços, envolvendo-a como se fosse uma criancinha- não se acostume com isso.- murmurei carrancudo enquanto ela chorava baixinho em meu peito.Eu sei que não ligo para ela, mas é que nunca é bom levar um fora.

Que isso fique bem claro.


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Notas finais do capítulo

Fim (:
Obrigada a todas as pessoas lindas e maravilhosas que comentaram no cap anterior, sério, os comentários foram perfeitos dms *-*
até o próximo cap (: