Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 19
É muito medo pra uma Julia só.


Notas iniciais do capítulo

Oooi gentem *-*
Mais um capítulo pra vocês, e eu gostei dele o.o
Espero que também gostem, e leiam as notas finais (:
até.



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Eu dirigia, Jered estava ao meu lado. A pirralha,o irmão da Gi, e a Gi no banco atrás do meu, e o Gabe estava no ultimo banco na companhia de Bacon e Gary.

Dei um sorrisinho involuntário ao ver a careta de Gabe. Foi ideia minha deixá-lo lá atrás, aleguei que o Bacon precisava ser segurado pelo macho da viagem. Lógico que era só uma desculpa para não ver ele se atracando com a pirralha. Tudo bem que eu havia dado ela nas mãos dele, mas eu não era obrigado a ficar assistindo isso.

A pirralha estava numa conversa animada com o irmão da Gi, parecia que eles já se conheciam, alguma coisa a ver com mercado...Não entendi muito bem, estava prestando atenção na estrada.

Eram quatro intensas horas de viagem.

Abri o vidro deixando o vento bater contra o meu rosto e respirando fundo. Tentei ignorar todas as circunstâncias e fatos, apenas me concentrando na musica.

A paisagem corria por meus olhos, mudando drasticamente de cidade para campo, Jered ao meu lado discutia com o GPS que tinha voz de Homer Simpson.

Voltando a ignorar os fatos e as circunstancias me permiti sorrir ao olhar no retrovisor e ver a pirralha babando e quase roncando com a cabeça encostada na janela.

Porque eu não podia simplesmente gostar de alguém mais acessível?

Giovanna por exemplo seria uma ótima pessoa.

Ok, quem eu estou tentando enganar? – Giovanna era galinha, e o pior de tudo, não ia com a cara da pirralha.

Mas tirando isso acho que ela era uma amiga legal. Mas não do tipo que eu namoraria.

Oh Deus, que merda é essa? Estou pensando em namoro?

Murchei os ombros- era melhor eu parar de ficar fantasiando. A pirralha estava com o Gabe agora. Ela gostava dele e ponto final.

–Jered, você sabe para onde estamos indo mesmo?- olhei de rabo de olho para o meu amigo que torcia a boca tentando desvendar o mapa. Pelo jeito ele tinha desistido do GPS.

–Véeeeei.- semicerrou os olhos. O-ou, algo me dizia que aquele ‘Véeeei’ era algo como: to perdidão.

–Jered, você ta segurando o mapa de ponta cabeça.- comentei diminuindo a velocidade.

–Aaaaah, agora entendi.- revirei os olhos.

Havia uma bifurcação na estrada tipo, de desenho, onde um lado é assustador e o outro parece quase o paraíso.

O lado assustador fazia a copa das arvores tampar o céu, deixando a estrada escura, se bobear dava até pra ouvir uns uivos, ou talvez fosse coisa da minha imaginação...

O lado que parecia ser o paraíso tinha a graminha verdinha brilhante, o céu aparecia azulzinho e o sol brilhava, sem contar com os passarinhos cantando.

–Me diz que agente vai por aquele lado ali, por favor- pedi apontando para o ‘paraíso’. Jered engoliu seco. Franzi o cenho e nem esperei sua resposta.

Se eu parasse para pensar muito, daria meia volta e ficaria em casa na fossa com o Bacon carnívoro.Esquecendo o fato dele ter roubado o meu travesseiro, ter feito fezes no meu carro e no tapete da minha mãe...Será que a pirralha já tinha limpado aquilo?

Continuei dirigindo por aquela estrada assustadora, detalhe: Jered estava me abraçando e escondendo a cara no meu pescoço.

–O que você ta fazendo seu acéfalo?- murmurei mudando a marcha.

Ele não respondeu.

E subitamente o carro parou.

Assim, do nada.

Parou.

Pelo retrovisor todos me olhavam preocupados, exceto pela pirralha que devia estar em seu quinto sono.

–Nada de me culparem, não foi eu que aluguei essa joça velha aqui.- ergui as mãos rendido.- Falando nisso, quem foi?

O olhar de todos mudou para Jered, que continuava gaymente grudado a mim.

–Agente podia ir andando.- Jered falou contra o meu pescoço, me fazendo arrepiar. Arregalei os olho e o empurrei com força me sentindo o maior gay da face da terra.

–Ai cara.- gemeu depois de bater a cabeça na janela.

–Me diz que o sítio não é aquele ali na frente.- o irmão da Gi apontou para o fim da estrada, não era muito longe mas tinha uma casa assustadora digna de filme de terror.

–Ok, eu digo. Não é aquele sitio ali. Agora, vamos?- Jered falou abrindo a porta- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!! AREIA MOVEDIÇA!!!EU VOU MORRER!!- gritava desesperado balançando os braços em cima da cabeça.

Me arrastei no banco para ver mesmo se era isso. Vocês acham que era?

É lógico que não, Jered era só um desesperado mesmo.

–Pra começar, não tem nem areia ai.- falei olhando para o chão, aquilo era um pântano (pra vocês verem o nível de feiura do local), a água verde e musgosa não devia ter mais que trinta centímetros de profundidade.

–Estamos num pântano.- Gabe falou olhando pela janela.

Sério? Isso não era meio obvio?

–Vamos ficar presos aqui?- choramingou Gi.

–Agente pode pegar as malas e ir andando até o sitio, depois lá agente pede ajuda para tirar o carro daqui.- falei apoiando o braço no banco e olhando para trás.

–E vamos andar nesse negócio aí?- ela fez cara de nojo.

–Não tem jeito.- suspirou o irmão dela, já abrindo a porta.

Eu mencionei que gosto desse garoto? Se não, eu vou mencionar agora.

Eu gosto desse garoto. Ele não é frescurento nem chato, mesmo tendo me deixado na mão como Dj naquele dia. Mas o final daquele dia foi compensado depois...

Descemos todos, com cara de nojo e fazendo um ‘Argh’, e depois pegamos nossas respectivas malas.

–Eu devia ter avisado sobre aquela placa.- choramingou Jered apontando para uma placa laranja quase tampada pela vegetação. Como já havíamos passado dela, não dava para ver o que estava escrito na frente.

–Por que você devia ter avisado sobre aquela placa?- o irmão da Gi verbalizou a pergunta que todos queríamos fazer.

–Porque estava escrito que os carros deviam parar ali, porque havia um pântano na frente.

Ah, doce vontade de matar meu amigo, você por aqui de novo?

(...)

Bacon fazia a festa de tão sujo e Gary...
–Cadê o Gary?- murmurei me virando para a minivan, ela já estava uns trinta metros de distância ( fazia uma hora e meia que estávamos andando), e a casa assustadora a uns vinte.

–Acho que esquecemos ele lá.- Gabe deu de ombros, ele nunca gostou do Gary mesmo.

Suspirei.

–Vão indo na frente, eu vou buscar o meu cão de guarda.

–Mas aquilo é um pa- interrompi o irmão da Gi metendo o dedo na boca dele.

–Shhhh! Não ouse pronunciar..- movi somente os lábios dizendo ‘pato’.

O garoto me olhou como se eu fosse um retardado.

–Tudo bem, vá buscar o seu ‘cão’, eu levo a sua mala.

Já falei que gosto desse menino?

Sorri agradecido para ele e dei meia volta, foi mais uma hora e meia para chegar até o carro. Já estava escuro quando finalmente abri a porta da minivan.

PDV Julia.


Me encolhi abraçada ao Gary. Estávamos nós dois sozinhos no meio daquele breu. Eu não enxergava mais do que um palmo a frente de meu rosto.

Era difícil decidir o que me desesperava mais:

O fato de ter sido deixada sozinha (Ok, não totalmente sozinha, o Gary estava se cagando de medo-não no sentido literal, se não ele já tinha virado pato assado -, mas tava ali comigo, pelo menos ele)
O liquido gelado que encostou na minha perna quando eu tentei descer da minivan
Eu não saber o que era aquele liquido
Os barulhos estranhos (talvez uivos?) A escuridão medonha.
Os monstros que moram na escuridão medonha.
Ou o ser que abriu a porta.

–Q-quem está aí?- gaguejei amedrontada me encolhendo ainda mais contra o banco da minivan.

–Pirralha?- murmurou surpreso.

Larguei Gary no mesmo instante e me joguei nos braços de Noah. Ele me envolveu como uma criancinha me pegando no colo e entrando na minivan.

–Ei, não chora.- ele falou divertido. Foi só aí que eu percebi que lágrimas desciam pelo meu rosto, meu corpo dava espasmos e eu estava até soluçando. Era muito medo pra uma Julia só.

–O que aconteceu?- perguntei num fio de voz me encolhendo contra seu copo, me acalmando aos poucos.

–Bom, essa joça velha ficou presa no pântano, aí nós resolvemos seguir o resto do caminho a pé, daí eu me toquei que tinha esquecido e Gary e voltei para buscá-lo e você apareceu aqui...- não consegui ouvir mais nada do que Noah falava. Senti meu sangue ferver.

Então ele não tinha se dado conta de que tinha me esquecido no carro?

Não deu tempo nem de pensar direito, minha mão espalmada estava dando um tapa em seu rosto de ficar marca.

–Au!- gemeu, senti o braço que estava sustentando minhas costas me soltar, e eu cai com as costas direto no banco. – Eu apareço aqui, te reconforto na maior boa vontade e é assim que você me agradece?- reclamou.

–Você me esqueceu.- retruquei olhando para o teto, mas não vendo nada.

–Bata no seu namoradinho também, porque se ele lembrasse de você, ele estaria aqui agora, te procurando que nem louco.- falou irônico.

Ele tinha razão, nem Gabe havia lembrado de mim.

–Ele não é minha babá.- revidei por orgulho.

–Nem eu sou sua babá. Mas eu sempre estou aqui com você, não estou? Sempre do seu lado. Pelo menos você podia dar um pouco de valor a isso.- Noah parecia chateado. Ele tirou as minhas pernas que ainda estavam no colo dele e saiu.

Ele não saiu do carro, só foi para o banco de trás. Eu soube disso porque ouvi ele bufando ali.

–Nós não vamos o sitio?- perguntei depois de uns 5 minutos de puro e completo silencio.

–Eu estou andando a três horas, vou descansar. Além do mais, está escuro, não tem nem condições da gente chegar lá.

E mais uma vez ele tinha razão.

–Gary?- chamei e o pato rapidamente pulou em meu colo. Afaguei sua cabecinha pequena, ele tinha as penas macias.

–Ah, qual é Gary, desde quando você gosta dessa daí?- murmurou mal humorado – Aposto que ela vai te jogar pro lado na primeira oportunidade.- eu podia apostar que tinha rancor em suas palavras.

Gary rapidamente saiu do meu colo. Não pude enxergar para onde ele foi, mas tinha certeza de que ele tinha pensado no momento em que Noah apareceu e eu joguei ele pro lado.

–Aê amigão!Deita aqui! Eu sabia que você viria pra mim, afinal, eu me preocupo com você, e vim aqui porque sou seu companheiro, e não deixaria você sozinho nesse pântano de jeito nenhum.

Bufei para a sua indireta.

–O Gabe vai vir me buscar, eu tenho certeza.- ok, eu não tinha tanta certeza assim.

–Não sei o que você vê nele.- revoltou-se.

Pensei em sua pergunta.

Antigamente eu via no Gabe um cara legal que eu daria tudo pra ter um romance, hoje em dia eu só vejo que ele é uma forma de escapar do meu maior medo.

Afastei esse pensamento e mudei o rumo da conversa.

–Eu não sei porque toda essa revolta repentina sua, não era você mesmo que estava me ajudando até semana passada a conquistar ele?- falei a primeiro coisa que veio na minha cabeça, só para colocar o peso da culpa nas costas de Noah.

E parece que deu certo.

–Você tem razão.- disse e suspirou- desculpa.

Cadê a minha câmera nesse momento? Sim, porque ela estava com o defeito de ficar gravando as coisas sem eu saber. Eu precisava ver se ela tinha grava isso.

Um legitimo pedido de desculpas de Noah Knight.

Isso não é uma coisa que se vê todos os dias.

–Eu te desculpo se você me perdoar pelo tapa na cara que eu te dei.- falei arrependida, depois desse pedido de desculpas dele, eu me sentia arrependida até de ter nascido.

–Ah isso? Tudo bem. – deu de ombros – Aquele que você me deu quando me viu pelado ardeu bem mais.- ele riu se lembrando.

–Noah!- repreendi sentindo minhas bochechas corarem.

–Falando nisso, o que você estava fazendo dentro do meu armário?- perguntou curioso, senti o banco em que eu estava sentada afundar um pouco.

Ri, percebendo como fui tudo confuso naquele dia.

–Você sabia que eu sou sonâmbula?- perguntei para deixar mais fácil a explicação.

–Você é? – indagou surpreso, sua voz estava mais próxima.

–É, eu sou. Quando eu era pequena ocorriam mais incidentes – fiz uma pausa ouvindo Noah me imitar sob o fôlego, irônico: ‘ quando eu era pequena’. Ignorei e continuei a contar- Aí naquele dia eu sonhei com o Gary, não lembro bem o que, só sei que quando eu acordei, você tinha aberto a porta, aí sua toalha caiu...

–Ok, eu entendi.- ele deu um riso nasalado.

Ficamos em silencio por alguns minutos.

–Mas então maninho, o que vamos fazer pra passar o tempo?- perguntei, já que passaríamos a noite ali mesmo, era bom que fizéssemos algo pra ela passar rápido.

Um jogo de pergunta e respostas talvez.

–Eu sei uma coisa que agente poderia fazer- falou divertido- mas fica estritamente proibido você me chamar de ‘maninho’.

–Aé, por quê?- perguntei confusa não conseguindo ver o mínimo de sentido em suas palavras, para falar a verdade eu não conseguia ver nada.

–Porque não quero senti remorso em fazer isso.- Noah me deitou delicadamente no banco ficando por cima de mim. Nossa proximidade era tanta que eu conseguia enxergar seus olhos azuis mesmo naquela escuridão.

Senti meu coração falhar. Minha respiração ficar descompassada, e o desejo absurdo de ter aqueles lábios nos meus me inundou.

Era por isso que eu estava com Gabe.

Eu tinha medo exatamente disso.

Medo de estar apaixonada por Noah.

Seus lábios roçaram os meus, ele parecia meio apreensivo.



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Notas finais do capítulo

Oh, aqui estou eu.
O que acharam? Comentem e comentem, quem sabe, mesmo com as aulas, eu poste o próximo cap mais rápido?
É, eu sei, estou em falta quanto a responder os reviews de vocês. O pior de tudo é que eu deixei acumular e nem sei se vou conseguir responder todos do cap passado e retrasado, me perdoem ;/ (mas eu li todos eles ok?)
Enfim, a partir desse eu não vou deixar nenhum sem ser respondido *-*
Ah, segundo os dados, a fic tem 90 leitores *--* Todos aí, mesmo que tenham preguiça de comentar sobre o capitulo, poderiam apenas dizer um 'oi' só pra eu saber o rostinho de vocês né? UASHUSHAHSUA
Enfim. GEEENTE, não, meu nome não é Bruna kkkk, meu nome é um mistério HOHO, ok parei.
Não esqueçam do meu Oi, ok?
Ah, qual é a cor do Nyah de vocês? Eu mudei o meu pra roxinho *-* Cinza é sem graça...