Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 16
Sou como seu irmão mais velho agora.


Notas iniciais do capítulo

Oi genteem *-*
Cap fresquinho, só não postei mais cedo pq tava terminado.
Boa leitura (:



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Eu gostaria muito de dizer que havia caminhado lentamente, enquanto as pessoas abriam passagem para mim apenas me encarando. Olha, para falar a verdade aconteceu isso, me senti uma verdadeira modelo na passarela, mas como Deus não deve gostar muito de mim, um garoto totalmente atrapalhado adentrou a minha passarela, e eu mais atrapalhada trombei nele. Por sorte da coordenação motora dele nós dois não fomos pro chão.

É, talvez Deus goste um pouquinho porque aquele em quem eu esbarrei era ninguém mais ninguém menos que o garoto do supermercado. Sim, isso mesmo. Aquele que eu cai em cima duas vezes seguidas.

Abri um sorrisão Colgate ao reconhecê-lo e sabe o que ele fez?

Nem me encarou direito, pediu desculpas e simplesmente me deixou lá. É, acho que Deus não gosta mesmo de mim.

Bufei vendo ele sumir entre a multidão, eu esperava pelo menos um “oi”, ou um “você esta bonita”, mas não, ele apenas me largou ali.

–Mal educado, não?- alguém falou no meu ouvido.

–Muito.- respondi me sentindo insegura novamente, se o garoto do mercado que tinha sido legal comigo quando eu ainda não tinha mudado nem me olhou, imagina o Gabe?

Adam Lambert - For Your Entertainment


–Você se importa?- perguntei puxando a bebida da mão da pessoa que se mantinha ali ao meu lado, eu precisava beber alguma coisa para criar coragem de ir até o Gabe.

–Não, magina.- Ele riu enquanto eu entornava toda a sua bebida. Aquela voz...Aquela risada...Arregalei os olhos constatando que era o próprio Gabe.-Você ta bem?- indagou divertido.

Eram aqueles olhos lindos, parecendo chocolates derretidos que me encaravam do jeito que passei a imaginar em meus sonhos desde que o Noah topou me ajudar com ele.

–To.- dei o ultimo gole daquele liquido que descia rasgando pela minha garganta e mantive a pose graças a voz do Noah que soava na minha cabeça dizendo “ seja indiferente, homens gostam disso”. Devolvi o copo vazio para ele e sai andando para testar se isso era mesmo verdade.

–Ei, espera.- senti uma mão me puxando pelo pulso. Bati contra seu peito e ele me olhou de cima rindo.- Pensei que você fosse falar comigo antes de esbarrar naquele babaca.- falou no meu ouvido para que eu ouvisse.

Respira Julia. Agora inspira. Mantenha o controle da situação.

–E por que eu faria isso?- respondi da mesma forma, sentindo a bebida fazer efeito.

–Não sei...Talvez porque essa festa toda seja para mim e a não ser que você esteja de penetra e não me conheça, seria normal que você me cumprimentasse.

Ele estava insinuando que eu era uma penetra?

–Quem disse que não nos conhecemos?- desprendi meu pulso da sua mão e continuei andando. Realmente aquele negocio de ser indiferente dava certo, porque Gabe estava no meu encalço. Continuei andando até chegar a uma piscina infantil cheia de gelo e bebidas. Foi quase um sacrifício achar a coca-cola ali.

–Coca-cola? A qual é, estamos numa festa.Se divirta!- Gabe apontou para toda aquela variedade de bebidas.

–Eu estou me divertindo.- daí um breve sorriso abrindo a latinha.- Pode apostar que estou.

–Se você diz.- deu de ombros, ali o som era relativamente mais baixo então não precisávamos ficar colados um no outro para conversar, o que de certa forma era uma pena.- Nós nos conhecemos da onde? – perguntou ao meu lado, olhando para a pista de dança.

–Sério que você não lembra?- perguntei rindo. Ele me olhou curioso ficando de frente para mim e pousando sua mãe em minha cintura.

–Não lembro, mas você poderia me lembrar.- depositou um leve beijo no meu pescoço, me desvencilhei dele quando a voz do Noah soou na minha cabeça novamente “Seja difícil” .-O que foi?- perguntou visivelmente confuso- Você tem um rolo com o Noah?

Engasguei com a minha coca.

–Oi? Eu? Rolo com o Noah? De onde você tirou uma coisa dessas?-senti minhas bochechas esquentarem.

–Não sei, eu vi vocês dois lá em cima do palco, pareciam até que tinham um romance mal resolvido.- ele riu- Deve ser coisa da minha cabeça, o Noah nunca tem romance.

–Nunca?- a pergunta simplesmente saiu sem pensar.

–Nunca. – Gabe pareceu distante por um momento, mas depois voltou a me encarar com um sorriso no rosto- Bem, já que você não é um rolo dele, e simplesmente apareceu aqui, vestida para matar, com uma entrada triunfal porque eu duvido muito que alguém aqui não tenha te notado, eu poderia ter a honra de saber o seu nome?

Hesitei em responder, talvez ele descobriria tudo e perderia a graça.Não era difícil matar a charada.

–Julia.- falei por fim lentamente esperando alguma reação do tipo “PUTAQUEPARIU VOCÊ É A IRMÃ DO NOAH!” mas em vez disso ele só beijou as costas na minha mão direita e sorriu.

–Encantado senhorita Julia.- foi ai que eu parei para prestar atenção na fantasia dele. Ele estava vestido de príncipe, desses de contos de fadas mesmo. Com direito a capa vermelha e tudo.

–Agora que você já sabe o meu nome, já beijou a minha mão, será que eu posso curtir a festa?- indaguei ríspida levando bem a sério o lance de ser difícil.

Ele fingiu pensar ainda segurando a minha mão.Ri internamente com aquilo. Ele era um cara cheio de clichês bobos que me encantavam.

–Olha, eu até deixo você curtir a festa.- Ergueu uma sobrancelha- Mas você vai precisar fazer duas coisas em troca.

–E quais são?- indaguei fingindo impaciência. A verdade era que eu tava adorando ficar ali com ele.

–A primeira é tirar essa mascara. Fácil não?- perguntou retórico.Ele passou a ponta dos dedos em meu queixo subindo até que encostassem em meus lábios.- E a segunda, é deixar que eu te beije.- Sorriu- E aí, disposta a curtir a festa?

PDV Noah

Morto, cansado, frustrado, e bêbado, mas não bêbado o suficiente para me sentir bêbado e sentar com a minha plantinha para conversar.

Era quatro da manhã quando terminei de dispensar todo o povão. Restando apenas a pirralha lá, que pulava de um lado para o outro feliz da vida.

Pelo menos ela tinha aproveitado alguma coisa, porque eu nem gripe catei, fiquei a festa toda em cima daquele palco não podendo nem beber direito.

–Você não vai apertar o botão?- ela perguntou sorrindo boba dentro do elevador. Olhei para o numero sete, ele estava muito alto e eu estava cansado de mais para levantar o braço.Impaciente ela revirou os olhos e apertou o botão.- Você não vai perguntar como eu fui?

–Como você foi?- falei numa voz arrastada e a pirralha disparou a falar. Eu nem sabia que ela falava tanto. Ela devia ter a capacidade de soltar cinco palavras por segundo.

Entramos no apartamento e ela continuava a falar.

Ela entrou no chuveiro e me fez sentar perto do banheiro para ainda ouvi-la falar.

Eu tomei banho e ela ficou perto do banheiro sem parar de falar.

Escovamos os dentes juntos e finalmente ela se calou por causa da escovação.

Sentei na privada, porque ela provavelmente terminaria de escovar os dentes primeiro e dispararia a falar de novo.

Absorvi aquele silencio lindo, mas não tão lindo quanto ela estava.

Eu ainda não tinha parado para observá-la sem a mascara. Ela estava usando seu costumeiro pijama de flanela com uma vaca espacial estampada na camisa. Perdi a conta de quantas vezes eu tirei sarro dela por causa daquele pijama, mas ela o defendia com unhas e dentes por ser seu favorito.

Suas bochechas estavam levemente rosadas, talvez pelo calor, ou talvez pela bebida. As sobrancelhas loiras estavam mais finas dando um ar mais adulto a ela, não estavam tortas como imaginei que estariam. Estavam perfeitas.

Ela usava um óculos com a armação mais delicada, era o que eu havia escolhido na ótica. E seus cabelos repicados caiam em ondas por seus ombros parando um pouco abaixo de seus delicados seios.

É, me crucifiquem. Eu olhei pros seios dela.

Foi rápido, mas inevitável. Qual é, sou homem e aquele pijama não ajudava em nada.

Por que é que eu to me justificando pra mim mesmo?

–Você deve estar cansado de me ouvir falar.- a pirralha quebrou o silencio. Voltei ao planeta chamado terra e cuspi na pia a pasta de dentes.

–Magina, pode continuar falando.- disse antes de enxaguar a boca. Para a minha sorte, ela não continuou falando. Era um saco ter que ouvi-la falar de Gabe pra cá, Gabe pra lá, o Gabe é isso, o Gabe é aquilo...

–Vem, vou colocar você pra dormir.- ela disse rindo e me puxando pelo braço.

Apenas a segui. Ela subiu na minha cama, eu subi logo atrás. Ela fez com que eu me deitasse, me cobriu com o lençol até o pescoço e depois me deu um beijinho na testa antes de descer.

–Pra que tudo isso?- perguntei rindo.

–Pra agradecer, você tem feito muito por mim.- ela respondeu apagando a luz. – Obrigada por tudo, por ser um cara legal comigo, por ser meu amigo nessa terra horrível chamada Estados Unidos, por me ajudar com o Gabe. Enfim, por tudo.

Sabe quando você sente orgulho de si mesmo? É, eu estava num desses momentos gloriosos em que você percebe que todos os seus esforços valeram a pena.

–Não precisa agradecer.- respondi me sentindo máximo- Eu sempre vou estar aqui para o que você precisar. Sou como seu irmão mais velho agora.- eu não gostava de dizer isso, mas era essa a realidade.

–Pra qualquer coisa que eu precisar?- escutei ela dizer da cama de baixo.

–Qualquer coisa.- afirmei. Me mexi um pouco na cama, aquele calor estava insuportável.

–Qualquer coisa mesmo?- perguntou enquanto eu tirava a camisa.

–Sim, qualquer coisa.- reafirmei me deitando novamente.

–Então acho que eu vou pedir uma coisa.

–Pode pedir.- incentivei afundando a cabeça no travesseiro.

–Me diz como é beijar uma pessoa?

Fiquei uns segundos processando a informação. Eu tinha mesmo ouvido direito?

–Ern hmm- tossi surpreso- Beijar?

–É.- confirmou.

–Bom, beijar.- repeti coçando a nuca- Porque você quer saber isso?

–O Gabe ia me beijar hoje.

–Ele não te beijou?- perguntei surpreso, isso era uma novidade pra mim.

–Eu não deixei. Não sabia o que fazer, ou como fazer. E também não queria fazer feio.

–Entendo.- murmurei com a boca seca.

O silencio pesou entre nós naquele quarto escuro.

–Noah?- ela me chamou num fio de voz.

–Oi.

–Me ensina a beijar?- pediu me deixando atônito.

–Como eu vou te ensinar isso?- eu estava chocado.

–Me beije.- ela riu envergonhada.

Era meio obvio, nem sei porque eu perguntei.



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Notas finais do capítulo

Pirem, respirem, releiam. Sorriam.
É, finalmente aconteceu UHAUHASUHASH
A leitora umaestranha tinha dado a ideia no cap anterior da Julia pedir umas aulas disso pro Noah, mas preciso deixar claro que essa era a minha ideia desde o inicio.
Então é isso, será que eu mereço comentários? Recomendações [hihi receber isso sempre é legal]? O que vocês comeram hj?~ok me ignorem.
Sério, espero mesmo que vocês comentem, pq preciso muito disso pra escrever o próximo cap pirador. Os comentários de vocês me inspiram.
Bem, acho que não tenho mais nada pra dizer.
Até mais;*