Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 15
Vamos ver quem faz o tipo de quem.


Notas iniciais do capítulo

ooooooi *---*
Eu dividi essa cap (que é a festa) em dois, se não ia ficar muito grande. Eu não gosto nem de passar das 2.000 palavras direito kkk
Boa leitura.
Ps: pra ouvir a musica é só clicar em cima com o botão direito do mouse depois selecionar abrir em uma nova guia (:



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PDV Noah

–EU ME RECUSO A USAR ESSA CALCINHA!- A pirralha esperneava do banheiro.Ela provavelmente devia estar lá dentro olhando assustada para a calcinha.

Infelizmente não era possível ver por causa da cortina que agente usava como porta.

–Desculpa pirralha, mas as outras o Jered jogou fora.- falei rindo.

–Ei!- Jered me repreendeu- Foi você que jogou elas fora.

Eu não joguei elas fora. Eu só queimei. É diferente...

–JERED, VAI COMPRAR UMA CALCINHA DECENTE PRA MIM AGORA!

–Sem chance Julia! Nós estamos atrasados pro salão de beleza!Vai sem calcinha mesmo...

–IR COM CALCINHA OU SEM CALCINHA PELO JEITO NÃO VAI FAZER DIFERENÇA, PORQUE ESSE NEGÓCIO AQUI PARECE SÓ UMA LINHA!

–É por isso o nome fio dental.- revirei os olhos com o obvio - Agora, será que dá pra parar de gritar? Se a senhorita não percebeu, não tem sequer uma porta entre nós e você pra abafar esses seu berros.

Voltei a afundar a cabeça no travesseiro de tanto sono e nem vi quando eles saíram do quarto. Só ouvi os resmungos da pirralha rabugenta as oito da manhã.

Dormi até uma hora da tarde. Na verdade eu não tinha muito o que fazer, era só contratar um Dj, deixar que ele cuidasse da iluminação do salão de festas, ligar para algumas pessoas, pessoas, avisar o Gabe(lógico, a festa era pra ele), postar no Facebook que ia ter festa e fim. Dentro de oito horas não ia mais ser possível nem se mexer de tantas pessoas no salão.

Me ocupei a tarde toda com isso e com um bolo que eu vi a receita na TV, parecia ser muito bom então eu resolvi fazer e quando eu fui ver, me toquei que não havia comprado a fantasia.

Meu fiel amigo e assistente Jered atendeu na segunda chamada.

–Alô?- ele atendeu e eu pude ouvir a voz da pirralha ao fundo gritando suavemente “JERED SEU FILHA DA PUTA, NÃO ME DEIXA AQUI COM ESSA ASSASSINA!”.

Problemas com a pirralha?– perguntei rindo. Ela continuava a gritar agora numa voz chorosa“... EU VOU VIRAR A MONALISA. VOU FICAR SEM SOBRANCELHA...”

Você tem sorte de eu gostar muito de você cara, porque se não eu já tinha jogado ela da janela há muito tempo.- suspirou.

–É bro. Eu sei o que você ta passando.

–MINHA SOBRANCELHA TA TORTA QUE NEM A DO NOAH! JERED OLHA ISSO!OLHA! OLHA!

–TO OLHANDO PORRA! PARA DE SACUDIR A MINHA CABEÇA.

–MINHA SOBRANCELHA TA TORTAAAAA, TORTINHA DA SILVA!- a pirralha gitava do outro lado da linha. Ouvi um monte de barulhos desconexos até que a voz dela ficou abafada.

–Jered?- indaguei.

–Oi dude. Desculpa, agora que eu entrei aqui no banheiro você pode falar a vontade.

–Minha sobrancelha é mesmo torta?- a minha curiosidade foi maior do que eu.

–Érm, err... Ah.. mais ou menos...- ele começou a enrolar.

É definitivamente ela é torta.

Suspirei.

–Mas mesmo assim você me acha gostoso não é?

–Noah, você ta bem?- ele perguntou com uma voz engraçada.

–To.- respondi mudando de assunto- Eu preciso de um favor. Eu não comprei- a campainha soou, me interrompendo- espero um pouco, vou atender a porta.- o Jered murmurou um “ok” enquanto eu caminhava descalço para ver quem era.

–Eu já acabei de instalar tudo lá em cima e estou com um pouco de fome...- o Dj falou meio sem graça coçando a nuca. Ele era irmão da Giovanna, tinha os cabelos louros, usava aparelho, devia ter uns 17 anos. Não estava cobrando nada para fazer a festa, só queria ganhar experiência e divulgar o seu trabalho.

–Entra aí. – dei passagem a ele com um sorriso receptível. Coitado do cara, já era quatro da tarde e ele talvez ele nem tivesse comido- Tem bolo no forno, acho que já esta pronto...É só tirar. Refrigerante ou suco tem na geladeira, prato no armário ao lado dela e talheres na gaveta em baixo da pia. Sinta-se a vontade. Caso um pato aparecer, não ouse chamá-lo de pato ok? E se ele tentar te agredir, procura um pacote de bolacha. Sempre tem um por aí estrategicamente guardado para casos como esse. – o cara me olhava assustado quando terminei as instruções- Alguma pergunta?

–Onde fica a cozinha?- ele sorriu amarelo.

Apontei para a janela da cozinha que dava para a sala. O garoto pediu licença enquanto eu me jogava no sofá com o telefone na orelha.

–Jered?- chamei, passando a mão pelos meus cabelos.

–Diga.

–Preciso que você compre uma fantasia para mim, ok?- pedi.

–Alguma preferência?

–Pode ser qualquer uma.- falei fechando os olhos.

Pode deixar, chefe.- Jered desligou na minha cara. Revirei os olhos e andei até a cozinha onde o garoto se lambuzava no meu bolo.

–Isso aqui ta muito bom!- elogiou lambendo os dedos.

–Fui eu que fiz.- sorri pegando um pedaço. Estava bom mesmo. – Bom, vou tomar um banho. Fica a vontade aí,- repeti- seis horas você sobe pra começar.- pisquei para ele por força do habito.

Tomei um banho demorado, fiz a barba, arrumei o cabelo com o secador de cabelos da pirralha. Quando terminei era cinco e meia da tarde. Fiquei só de roupão mesmo para esperar a minha fantasia.

Com muito tédio pela demora, me joguei na cama da pirralha sentindo o cheiro dela. Era algo parecido com baunilha, doce e suave. Adormeci ali mesmo e só acordei uma hora depois quando o Jered jogou uma sacola em mim.

Olhei em volta meio tonto. Estávamos só eu e ele no quarto. Detalhe: ele estava fantasiado de mosca.

[n/a: o meu amigo (Fire) achou a foto da fantasia de mosca gente kkk, eu precisava colocar aqui pra vocês verem]

–Cadê a pirralha?- indaguei meio rouco.

–Já subiu.Se troca logo, a festa tá bombando lá em cima. – falou enquanto eu abria a minha sacola.

–Você ta brincando não é?- falei olhando para a fantasia verde de vagalume.

–Legal não é? O bumbum brilha.

–Beeeem legal.- falei irônico vendo a luz da bunda da fantasia piscar.


(...)

The Wanted - Chasing The Sun


A porta do elevador se abriu revelando a musica que soava alto. Havia muita gente bêbada dançando, se esfregando, se agarrando, fazendo sexo enquanto eu adentrava o local vestido de vagalume com uma bunda que brilha, mal conseguindo me mexer porque a fantasia era dois números menor do que o meu e ainda por cima havia um marmanjo ao meu lado, vestido de mosca.Patético, eu sei.

A luz era precária, típico de balada com apenas aquela iluminação colorida piscante. O lugar estava quente, mas bem organizado com sofás espalhados, onde pessoas se agarravam e no fundo havia uma piscina infantil cheia de gelo e bebidas. Típica festa minha.

Sorri percebendo o quanto eu gostava daquilo. O único problema era que dessa vez ninguém havia me notado. Talvez fosse pela minha fantasia ridícula. Eu não havia nem recebido um “ei, parabéns pela festa”.

–Noah.- o Dj me puxou para perto do pequeno palco improvisado-estou com um problema.- falou alto para que eu conseguisse ouvir.

Problemas, era só o que me faltava.Alem de estar vestido de vagalume, agora havia um problema. Será que alguém percebeu o quanto eu odiei minha fantasia?

–O que aconteceu?- perguntei franzindo a testa.

–Eu comi todo o seu bolo.- me olhou culpado.

–Relaxa cara. Se você quiser, depois eu faço mais! - Abri um sorriso e dei um soquinho no ombro dele.

–O problema não é esse. O problema é que agora eu não to passando bem.- então a cara preocupada dele se transformou em dor- Preciso ir embora dude. – Ele tirou o fone que estava em seu pescoço e me largou lá sozinho,enquanto corria tapando a boca com a mão pra não vomitar.

–Legal.- murmurei subindo no palco sem nenhum pouco de humor.

Estranhamente todo mundo parou de fazer o que estava fazendo, tanto se agarrar quanto dançar, só para encarar o verdinho aqui.

Ok, não era para encarar o verdinho aqui. Era para encarar aquela que estava atrás do verdinho.

Simples, sexy, misteriosa e perfeita. Com uma mascara prata que cobria quase seu rosto todo, menos os lábios, que estavam num convidativo vermelho sangue.

O cabelo longo e repicado estava bagunçado, dando um ar selvagem. Me perdi naqueles olhos azuis que beiravam o cinza frágeis como cristal.

–J-Julia?- gaguejei pasmo.Sabe quando a ficha cai? Então, praticamente a ficha foi atirada com um estilingue na minha cabeça me acordando do transe.

PDV Julia

Eu tinha dito a Jered que ia subindo enquanto ele chamava o Noah. Resolvi subir de escada mesmo de salto. Precisava colocar minha mente no lugar.

Aquele estranho friozinho na barriga me fazia arrepiar, com um sorriso bobo no rosto que logo se desfez ao perceber o quão insegura eu estava.

Havia ene possibilidades nesse dia, e uma delas era o Gabe nem olhar para mim.

Eu precisava admitir que passar o dia inteiro naquele salão dos infernos realmente havia me dado um upgrade legal, mas mesmo assim o medo me dominava.

Eu havia subido tanto e passado por tantas portas que quando foi ver estava no final da escada, em frente a ultima porta. Eu sabia que ela não dava para o salão de festas

Abri a maçaneta sentindo o vento esvoaçar meu cabelo solto. A barra do vestido preto que ia até um pouco acima dos meus joelhos dançava em minha pele. O vestido era simples, com as costas nua e um decote em V, era tão apertado na cintura que eu quase não respirava direito. Eu usava brincos de pressão grandes por me recusar a furar a orelha, isso dispensou o uso de colar segundo o cabeleireiro. Havia uma mascara prata que finalizava a fantasia. Nada que chamasse muito a atenção.

O Jered queria me vestir de cinderela. Imagina eu de cinderela?

É lógico que recusei na hora, por mais que fosse na maior boa intenção a dele.

O céu estava escuro como ontem quando Noah e eu comemos a macarronada dele. Aquele era um lugar tão bonito, eu devia agradecer ele depois por ter me mostrado.

Para falar a verdade eu deveria agradecer ele por muitas coisas. Principalmente pela festa que me esperava lá embaixo.

Suspirei voltando a fechar a porta.

Era melhor eu ir logo. Precisava achar o Noah antes de fazer qualquer coisa naquela festa.

Desci um lance de escada e cheguei até a porta do salão. Não foi difícil achar o Noah, assim que abri a porta do meu lado esquerdo ele conversava com um garoto que eu não vi direito quem era, o garoto passou correndo por mim.

–Noah.- chamei e percebi que a minha voz havia soado muito baixo para que ele ouvisse com a musica naquela altura.

Ele começou a andar e eu o segui, quando percebi estávamos os dois em cima do pequeno palco. A musica alta havia acabado naquele momento.

O Ex cabeça ensebada vestido de vagalume se virou para mim e abriu a boca.

–J-Julia?- gaguejou pasmo.

–To tão ruim assim?- indaguei franzindo o cenho. Quase levei as mãos os ouvidos para tapá-los.O medo de ouvir uma resposta negativa me assombrava, misturado com a insegurança de sempre.

–Você esta linda.- ele sorriu pegando a minha mão e me fazendo dar uma voltinha.

–Queria poder dizer o mesmo de você.- ri, olhando a fantasia dele visivelmente pequena para seu corpo.

–Alem de vagalume sou Dj agora. – ele me deu as costas olhando todo o equipamento. Olhei por cima de seu obro, todas aquelas pessoas paradas olhando para mim, provavelmente esperando pela musica. – Me ajuda, procura alguma musica aí.- ele pediu apontando para o notebook em cima da mesa do Dj.

Obedeci enquanto ele pegava o microfone.

–AÊ POVÃO!- gritou erguendo as mãos, criando um coro de “wohoo” das pessoas.-Merda, acho que a minha fantasia rasgou.- a declaração dele arrancou risos de todos- Mas, quem é que precisa de fantasia?- Noah perguntou arrancando a roupa, totalmente. Fiquei pasma com ele só de cuequinha Boxer preta. A mesa do Dj tampava sua cintura para baixo, mas eu que estava ao seu lado podia ver perfeitamente. Ouvi ao fundo só as mulheres gritando “lindo” “tesão” “wou!”. –Hehe, faço o que eu posso né gatinhas!- ele piscou convencido. Não consegui conter o impulso de jogar a primeira coisa que eu vi na cara dele. Para a sorte dele, era só a parte da cabeça de vagalume da fantasia- Au!- gemeu e depois falou só com os lábios “ela me ama” apontando para mim. Revirei os olhos – ENTÃO VAMO COMEÇAR LOGO A FESTA!- ele fez um sinal para que eu ligasse o som.

A luz piscava conforme a batida da musica.

–Obrigada.- Noah me abraçou rindo- Agora desce lá que a festa é sua.Eu cuido do resto aqui. Você vai conseguir.- me incentivou se referindo ao Gabe. O engraçado era que desde que subi no palco com o Noah, o Gabe havia abandonado totalmente a minha mente.

Sorri e desci do palco. Ele tinha razão, a festa era minha. Minha para conquistar o Gabe.

Munida de uma segurança descomunal devido as palavras do meu meio-irmão e a um gole de uma bebida que ele me ofereceu em seguida, olhei em volta a procura daqueles olhos castanhos. Foi meio difícil achá-lo mas quando finalmente o encontrei ele estava com os olhos pousados em mim. Aquele sorriso terno que ele normalmente usava comigo não parecia nem existir perto do sorriso safado que ele me lançou enquanto me analisava dos pés a cabeça.

Mordi o lábio inferior em meio a um sorriso, caminhando lentamente em sua direção.

Vamos ver quem faz o tipo de quem Gabe querido.



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Notas finais do capítulo

Ai ai, é agora UHASUHSUH.
MAAANOO, nem preciso dizer que pirei nos comentários né?
foram 18 em um cap só, quase morri de alegria e de rir também com as coisas que vcs me contaram.
Se esse cap chegar a pelo menos 14 hoje, dia 24-07-12 eu ainda libero a outra parte da festa *--*
Beijos seus lindjos e lindjas.