Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 13
Livro de duas folhas.


Notas iniciais do capítulo

*A lik perguntou se não contém incesto. Não, a fic não tem, por que o Noah e a Julia não são irmãos de sangue...
*Daqui alguns capítulos o Noah vai explicar da tatuagem.
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Oi povão *-*
Me desculpem mas eu tenho que avisar. O cap ta uma bosta ):
Acho que eu não consegui passar o que eu queria, mas de qualquer jeito o finalzinho ta melhor...
Mesmo com o cap horrível como esse, sabe porq eu estou feliz?
Ta, podem parar de insistir, eu conto kk.
Eu recebi recomendações*-* Duas *-* No mesmo dia *-* Eu sou foda, eu sei kkkkk
Obrigadão Ordinary Girl E BellaCute, suas linjas que quase me fizeram ter um infarte. Sério, receber recomendações é muito bom!
Ainda não terminei de responder os comentários, mas eu li todos, e amei *-*



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Abri os olhos sentindo uma imensa dor nas costas. O quarto ainda estava escuro, não devia passar das quatro da madrugada.

Noah continuava deitado em meu colo, e sua temperatura estava quente. Deitei a cabeça dele com dificuldade no travesseiro e fui em direção ao banheiro. Procurei em uma das gavetas a caixa de remédios e optei por um antitérmico, busquei um copo d’água na cozinha e liguei a luz facilitar.

–Noah.- chamei me sentando na cama.

–Humm.- gemeu com os olhos semicerrados.

–Eu peguei um remédio, toma. – ele se sentou pegando o comprimido da minha mão, e o copo.

Esperei até que ele terminasse de beber e depois levei o copo até a mesa do computador, aproveitei e deixei meus óculos lá também. Apaguei a luz e segui para me deitar na cama de cima.

–Julia?- a voz dele saiu rouca, me impedindo de subir na pequena escadinha.

–Está passando mal?- perguntei, não de forma irônica, mas de forma preocupada diante a seu estado.

–Obrigada.- sussurrou rouco.

Cheguei a me perguntar se ele tinha mesmo agradecido, ou se eu estava fantasiando, mas então me dei conta de que ele que estava num momento de delírio.

– De nada.- respondi finalmente subindo na cama.

O desabafo de Noah havia realmente mexido comigo. Talvez fosse porque eu não esperava que ele pudesse ter passado por uma coisa dessas. Devia ter sido difícil para ele superar isso, o que justifica o fato dele ter aquele jeito de quem nunca está nem aí para nada, como se nada fosse importante o bastante para ele se importar. Ele devia ter deixado de se importar com as coisas quando descobriu que a única coisa importante para ele era um monstro. Me sinto mal agora por ele, sinto dó. Eu percebi que ele, tanto como eu, é apenas um ser humano, com inseguranças e medos. Mas uma coisa me intriga...Talvez eu possa estar vendo coisa aonde não tem...Por mais que ele não se importe com nada, por conta de seu passado, eu sinto que no fundo ele se importa comigo.

É, a possibilidade de eu estar enganada é muito grande, mas de qualquer jeito, vê-lo tão indefeso como eu vi hoje, mesmo que ele estivesse apenas delirando, me fez ser incapaz de odiá-lo.

Sim, eu ainda odeio como ele se acha garanhão, odeio as roupas que ele usa,odeio aquelas covinhas que teimam em aparecer quando ele sorri, odeio o estilo de skatista dele, e odeio muito mais coisas nele, mas mesmo assim eu sou incapaz de odiar a pessoa que ele realmente é. É meio confuso até mesmo para mim.

Decidi a partir de hoje a tentar aceitar o fato de sermos irmãos.Que dizer, irmãos odeiam ene coisas uns nos outros, mas no fundo se gostam, e é isso que eu estou decidida aceitar.

(...)

Acordei novamente, só que dessa vez sem dor nas costas. O quarto estava claro, sinal de que já havia amanhecido. Me sentei na cama meio entorpecida. Noah estava acordado mexendo no notebook.

Desci da cama e fui até ele pegar meu óculos.

–Bom dia.- murmurei sonolenta, colocando o óculos.

–Bom dia.- falou sem tirar os olhos de seu facebook.

–Se sente melhor?- perguntei analisando-o, ele estava sem camisa, com o cabelo ligeiramente molhado e uma calça de moletom preta.

–Me sinto ótimo pirralha, por quê?Eu estava mal?- indagou finalmente me encarando com uma sobrancelha erguida.

Talvez ele não lembrasse da noite passada por conta da bebida.

–Você resmungou que estava com diarreia durante a noite.- menti dando de ombros.

–Acho que você que estava delirando.- ele disse divertido.É, definitivamente ele não lembrava da noite passada.- Falando nisso, hoje eu acordei com dor de cabeça, daqui a pouco vou lá comprar remédio para isso, porque aqui em casa não tem.- falou despreocupado.

–Ok.- fiz uma pausa mudando de assunto.- Ei, quando é que você vai...Você sabe...

–Oi?- me olhou confuso.

–QuandovocêvaimeajudaraconquistaroGabe?- falei encabulada.

Primeiro ele arregalou os olhos, mas depois de uns sete segundos ele compreendeu a frase rindo.

–Ah, isso?- fez uma pergunta retórica – Não vejo por que a pressa, o cara acabou de ir pra Austrália.

Revirei os olhos.

–Eu vejo pressa, tenho um mês pra me tornar impecável.- argumentei.

–Por que você se importa tanto com isso?- pergunto com os olhos curiosos.Me fiz a mesma pergunta mentalmente, mas não obtive resposta.

–Você vai me ajudar ou não?- falei por fim.

–Eu tenho escolha?- ergueu uma sobrancelha irônico.

–Não.- sorri.

Ele se levantou indo em direção ao armário.

–Você não vai se trocar?- perguntou, enquanto escolhia uma roupa para si mesmo.

–Aonde eu vou?- o olhei confusa.

–Comigo na farmácia. Eu achei o Gary hoje dentro de uma panela lacrada com fita isolante. Acredite, se eu fosse você, eu não ficaria nesse apartamento sozinho com ele. Principalmente depois de prender ele lá. – falou casualmente, me metendo mais medo ainda.

Não era a minha praia ser morta por um pato psicopata...

Três semanas e três dias depois.

–Ei, ei, acorda- Noah começou a me cutucar, mas foi totalmente ignorado pela minha pessoa. – É melhor você acordar, ou...

–Ou o que?- desafiei de olhos fechados.

–Ou isso – abri os olhos rapidamente e pude vê-lo levantando um balde e despejando toda a água em cima de mim.

Fiquei uns segundo parada, apenas absorvendo o acontecimento, sentindo todo o meu corpo molhado.

–SEU VIA-

–Sem baixaria aqui, por favor.- me interrompeu com um sorriso travesso, mostrando suas covinhas.Que ódio.

Respirei fundo uma ultima vez antes de me levantar e entrar no banheiro sem porta.

Pelo glorioso (sim, sintam a ironia) fato de não termos mais uma porta graças a Noah, ele entrou em meu encalço.

Era uma coisa linda ser acordada com um balde de água fria e depois não poder usufruir da privacidade nem no banheiro.

Me enrolei numa toalha e virei para ele.

–O que você quer?- perguntei mal humorada

–Te ajudar, oras bolas.- chateou-se.

O garoto me acordava com um balde de água fria e ainda se achava no direito de se chatear...

–A tomar banho?- indaguei confusa.

–Não, sua anta. Com o seu lance lá do Gabe.- rolou os olhos como se eu fosse a pessoa mais lerda desse mundo. Ok, acho que eu sou. Mas ele era também um lerdo, porque fazia três semanas que eu pedia pra ele me ajudar e só agora ele tomou uma atitude. - Toma, eu passei a madrugada inteira produzindo esse livro.- Encarei as duas folhas grampeadas que ele chamava de livro.

Na primeira folha, como “capa” de seu “livro” estava escrito em letras garrafais: COMO CONQUISTAR O GABE. E em letras um pouco menores: Para leigos. Escrito por Noah Bouvier Knight.

Abri o livro desacreditando que seu interior poderia ser pior do que a capa.

Puro engano meu.

Na segunda folha havia apenas uma foto de Noah montado nas costas de Jered. Noah usava um gorro cinza e uma regata azul marinho. Ele fazia um “joinha” com as mãos enquanto Jered o sustentava nas costas.

–Sério que você passou a madrugada toda para fazer isso?- indaguei incrédula, mas não esperei que ele respondesse.- Por que tem uma foto de você nas costas do banana do Jered?

–Porque eu e o Jered somos tudo que você precisa para conquistar o Gabe.- sorriu piscando.

–Oi, me chamou?- o Banana que tinha tentado me beijar bêbado apareceu na cortina (lê-se: porta) do banheiro.

–Rápido Jered, pose de expert.- Noah falou se jogando nas costas do Jered e fazendo o “joinha” com os polegares, como na foto.

–Isso é mesmo sério?- a pergunta foi mais forte do que eu.

–Sim, isso é sério, e quanto mais rápido começarmos, mais rápido terminaremos, você tem três dias, então vai logo tomar um banho e se trocar, para a lição numero um do “ COMO CONQUISTAR O GABE”.- falou saindo do banheiro.

–“Para leigos”.- Jered completou com aquela voz de tapado dele, e seguiu o Coiso, porta a fora.

Eu mereço.

(...)

Ao sair do banheiro me deparei com Jered cortando as minhas roupas e Noah desfazendo as minhas malas.

–O QUE É ISSO?- indaguei indignada, Jered usava um sutiã meu na cabeça sorriu para mim fazendo o “joinha”.

–O que é isso digo eu.- Noah esticou uma das minhas calcinhas.- Olha o tamanho desse troço Jered.- os dois caíram na gargalhada.

–Ei!- chateei-me, pegando a calcinha das mãos dele e jogando de volta na bolsa.

Eu ainda jogo esse garoto da janela um dia.

–Jered, marca na lista: comprar calcinhas novas.- Noah ordenou me ignorando completamente.

Jered tirou um bloquinho de anotações do bolso e escreveu.

–Marcado chefe.- disse voltando a picotar as minhas roupas.

–Jered, larga.Essa.Saia.- falei pausadamente, aquela era a minha saia preferida e ele estava prestes a cortar.

–Eu largo a saia chefe?- ele olhou para o Ex-cabeça ensebada, que por sua vez fez que não com a cabeça.- Desculpa Julia, aqui o chefe é que manda.

–Por que é que ele ta te chamando de chefe? E por que vocês estão acabando com as minhas roupas?- choraminguei.

–Eu to chamando ele de chefe porque ele ta me pagando para isso.- Jered fez o “joinha”. Revirei os olhos, se ele fizesse mais uma vez o “joinha” eu ia enfiar os dedos dele num orifício bem desagradável.

Desperdicei alguns segundos da minha vida imaginado Jered nessa situação.

–Não estamos acabando com as suas roupas.- a voz de Noah me tirou dos meus devaneios- Estamos customizando elas.- ele sorriu e ergue uma sobrancelha divertido- Era isso, ou fazer o Jered te ensinar a beijar.

–Jered!- o olhei indignada.

–Que foi? Ele ta me pagando bem.- se justificou com os braços erguidos.-Hoje em dia, por dinheiro eu faço tudo... Até beijar você.

Para não cometer um homicídio, preferi fingir que não havia ouvido.

–Tá, podem cortar as minhas roupas a vontade. – resignada me joguei na cama.

–Eu sabia que você ia deixar.- Noah falou convencido . Fechei os olhos e só fiquei ouvindo quando ele pedia para o Jered marcar mais alguma coisa na lista.

–Cara, o Cadú ta chamando agente pra uma festa na casa dele.- ouvi Jered falar, depois de um tempo.

–Quando?- o Ex-cabeça ensebada perguntou.

–Ele mandou a mensagem chamando agente, mas não avisou.Vou perguntar.- imaginei Noah revirando os olhos. O silencio se estendeu por alguns segundo até que Jered falou novamente.- Ele ta falando que é agora, de ultima hora.

–Agora?- a voz de Noah saiu surpresa.

–É, parece que uma tia distante que mora lá no Canadá vai casar, e os pais dele resolveram ir. Daí ele ta aproveitando pra dar a festa, já que você que era o cara das festas nessas férias está meio ocupado...- eu podia apostar que Jered lançou um olhar para mim.

–Tamo esperando o que Dude? – animou-se.

–Não sei quanto a você, mas eu vou lá pra casa ficar gostosinho pras gatinhas.- precisei revirar os olhos internamente diante da frase do Banana.

–Ta certo, vou dar um trato em mim aqui também. Falou brother.- os dois devem ter apertado as mãos para se despedirem. Não me dei o trabalho de olhar.Fiquei de olhos fechados até sentir um cutucão.

–Eu não vou precisar te deixar na Dona Judith, não é?- perguntou por perguntar,ele sabia que eu ficaria sozinha sem problemas .

Abri os olhos e me deparei com o Ex-cabeça ensebada espalhando creme de barbear no queixo.

–Eu prometo me comportar.- revirei os olhos, me sentando na cama.

–Valeu.- ele sorriu e foi para o banheiro.

Fiquei observando ele sair e entrar do banheiro, trocar de roupas diversas vezes, e mudar de gorro. Era engraçado toda aquela preocupação em ficar “gostosinho”.

–Por que esta sorrindo?- Noah me tirou de meus devaneios.

–Eu só estava aqui pensando...

–Pensando em como eu to gostoso?- com um sorriso convencido, ele deu uma voltinha . Ele estava com uma camiseta gola v de manga longa chumbo, uma calça saruel jeans preta e um Nike preto.

–Você ta normal.- falei fazendo seu sorriso murchar.

–Normal?- perguntou incrédulo.

–É, normal.- confirmei.

–Poxa.- desanimou-se- Você me pegava?

–Por que esta perguntando isso pra mim?

–Ah, não sei. Você é mulher, mulher são todas iguais.- deu de ombros.

–Definitivamente não te “pegaria”.- fui sincera.

–Não?- fez um biquinho.

–Não, não sinto atração por você.

–Ta bom então né.- chateou-se, pegando a chave do carro.- Vou indo, se cuida.

–Tchau.- despedi-me, voltando a me deitar na cama.

–Mas você não me acha nem um pouco gatinho? – mas esse garoto ainda não tinha ido embora?

Olhei para a porta e ele estava só com a cabeça para dentro do quarto.

–Não Noah, eu.Não.Te.Acho.Gatinho.- falei pausadamente.

–Ah, ok.- ele finalmente se foi me deixando lá sozinha.

Fiz um miojo, alimentei o Bacon, passei as fotos e os vídeos da câmera do Noah para um DVD, e entediada fui dormir.

(...)

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM

O QUE? CINCO HORAS DA MANHÃ? Não atendo nem ferrando.

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM

Tem gente que não desiste no telefone...

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIII- O que é?- atendi mal humorada.

–Abre a porta pra mim? Eu não to enxergando aquela coisa que coloca a coisa pra abrir.- A voz bêbada do Noah saiu como um sussurro.

–As coisas são a fechadura e a chave.- revirei os olhos colocando a pantufa dele mesmo.

–É isso mesmo. Essas coisas aí.- caminhei meio sonolenta pelo apartamento escuro, com o telefone na orelha, e do nada, tipo assim, do nada MESMO, o Ex-cabeça ensebada começou a gargalhar altíssimo. Me fazendo tropeçar em meus próprios pés com o susto e cair de cara no chão.

–Au!- gemi sentindo uma forte dor no nariz.

Ignorei a dor e fui correndo até a porta para não deixar que ele acordasse os vizinhos com aquela gargalhada espalhafatosa.

–Muito engraçada essa piada! HAHAHAHA.- abri a porta e me deparei com o Noah esparramado no chão, com um braço ao redor do vaso de plantas. Ao me ver ele se levantou meio cambaleando e apontou para o vaso.- HAHAHA, essa plantinha é uma figura, né não pirralha?- e enxugou uma lagrima de tanto rir.

Será que esta muito tarde pra ligar pro manicômio?

–É, ela é uma figura.- falei puxando ele para dentro do apartamento.

–Eu bebi só um pouquinho sabe?Bem pouquinho mesmo pirralha.- Noah divagava enquanto caminhávamos até o quarto, no escuro.-A plantinha ficou sozinha lá fora.Sozinha, tadinha.

Não podia ser. Um homem daquela idade estava mesmo chorando por causa de uma planta?

Liguei a luz do quarto, só para ver se era verdade mesmo.

–Tão verdinha e tão...- ele fungou limpando uma lagrima, e do nada sua expressão mudou completamente, analisado o meu rosto.- Seu nariz ta sangrando.- disse sério.

–Tá?- indaguei, percebendo a dor insuportável que estava naquela região. Passei a mão e senti o sangue- Merda. – murmurei correndo para o banheiro.

Eu estava sem óculos, mas pelo que vi no espelho, ele estava meio torto.Noah apareceu logo atrás de mim no espelho.

–Vem cá, deixa eu ver.- pediu preocupado.

Me virei para ele, que pegou em meu queixo e ergueu um pouco a minha cabeça fazendo uma careta.

–Ta muito feio?- indaguei segurando o choro.

–Só deslocou.- constatou.- Vou colocá-lo no lugar pra você.

–O QUE?- me exaltei, causando mais dor- Nem pensar.-encolhi os ombros- Você estava agora pouco rindo de uma planta. Não vou deixar você encostar no meu nariz.

Ele revirou os olhos, com as mãos na minha cintura me sentou no mármore da pia e saiu do banheiro. Por mais que ele parecesse sóbrio, eu não ia me deixar enganar. Ele tinha rido da piada de uma planta.UMA PLANTA.

Não preciso frisar que plantas nem falam né?

Não? Ok.

O Ex-cabeça ensebada voltou com gelo dentro de um saquinho.

–Não vou deixar você tocar no meu nariz.- avisei colocando a mão em seu peito para que se distanciasse.

–Deixa de graça.- Noah falou sério.

–Não estou com graça.- também falei num tom sério.

Ele olhou para o teto, respirou fundo, tirou o tênis e foi até o Box do chuveiro.

–O que você ta fazendo?- perguntei confusa.

–Ficando sóbrio, pra senhorita deixar eu mexer nesse seu nariz. – explicou entediado, entrando na ducha de roupa e tudo. Desci de cima da pia e fui enfiar a mão na água para me certificar de que ela estava bem gelada, e de fato estava.

–Agora eu posso cuidar de você?-Noah ergueu uma sobrancelha.resignada voltei ao mármore da pia e me sentei lá, ignorando o efeito que aquela frase tinha causado inexplicavelmente no meu estômago.

–Vai, anda logo com isso.- murmurei.

Noah pegou uma toalha de rosto, e em vez de se enxugar, ele a torceu e entregou para mim.

–Morde isso.- ordenou e eu obedeci prontamente, não aguentando mais a dor.Ele pegou uns cotonete para tirar o excesso de sangue.

–Um...Dois...Três.- Eu não sei como ele fez porque resolvi fechar os olhos, mas a dor aumentou em fração de segundos o triplo me fazendo dar um grito abafado pela toalha.- Pronto, passou...- me tranquilizou colocando o gelo no lugar.

Abri os olhos com a visão embaçada tanto por estar sem óculos como por estar chorando.

–Você é fraquinha.- ele disse sorrindo e lavando o sangue que ficou com suas mãos.- Quando eu ia andar de skate todos os dias, era a coisa mais normal do mundo deslocar um osso.- isso explicava a facilidade dele em colocar meu nariz no lugar.

Ele secou as mãos numa toalha, tirou os meus óculos do bolso, me entregando-os, e voltou a me examinar segurando o meu queixo.

Ele analisava concentrado. Seus cabelos, agora pretos novamente, estavam encharcados por conta da água gelada , e gotas escorriam por seu rosto.

Observei uma gota que parecia estar em câmera lenta, ela deslizou pela ponte do nariz dele até chegar a sua boca, onde ficou presa no lábio superior de forma desconcertante.

–Que foi?- perguntou com um sorriso torto, percebendo meus olhos em sua boca.

–Oi? Hãn, nada. Nada.- senti minhas bochechas esquentarem, arrumei os óculos meio sem graça e desviei os olhos.

–Por que você corou?- ele indagou divertido – Não precisa ter vergonha por admirar essa beldade. – ele apontou para si mesmo, convencido.Ele se achava mesmo a ultima bolacha do pacote?

–Ah, se enxerga garoto.- me revoltei descendo do mármore.

–Ei, não foge não.- o Ex-cabeça ensebada sorria como uma criança me prendendo entre ele mesmo e o mármore, com um braço de cada lado do meu corpo.

–Noah, da licença, eu vou tomar um remédio pra dor.- tentei afastá-lo em vão.Com um sorriso matreiro ele foi aproximando o rosto do meu pescoço me arrepiando toda.- Noah, você ta bêbado, vai dormir.- pedi num sussurro sentindo sua respiração contra a minha pele.

–Vai me dizer que você não me acha nem um pouquinho atraente?- murmurou com os lábios roçando meu pescoço me fazendo perder a linha de raciocínio.

–Você ta bêbado, vai dormir.- repeti com a voz mole.Apenas deixando o joguinho mais divertido para ele.

–Eu vou dormir se você admitir que me acha bonito.- sussurrou contra o meu ouvido.

–Eu não acho você bonito.- falei sincera, o que o fez rir.

–Não me acha mesmo? –ele não pareceu acreditar em minhas palavras. Seu corpo se aproximou todo do meu, não se importando se estava me molhando ou não, essa hora eu nem sentia mais o cheiro de álcool que ele emanava ha pouco tempo, para falar a verdade, não lembrava nem meu nome.

–Para com isso, você esta bêbado Noah.- murmurei me sentindo fraca. Ele me ignorou completamente apenas focado em meus lábios, com o rosto a centímetros de distancia do meu.

Meu lado racional gritava, obrigando meus músculos se mexerem para evitar que eu me arrependesse depois, mas meu lado irracional só ansiava pelos lábios dele.

Espera um pouco. Ele estava mesmo prestes a me beijar?

Noah parecia estar fora de si. Um braço seu rodeou minha cintura como se fosse possível ficarmos mais próximos do que estávamos, enquanto sua mão livre afagava meu rosto. Seus olhos tornaram-se um azul indecifrável, e seus lábios estavam tão próximos dos meus que...

–AI! Ai ai ai. Dói.- choraminguei levando as mãos ao nariz.

–Merda.- Noah batei o punho no mármore, saindo de seu transe interno.Ele deu um passo para trás colocando a mão na cabeça.- Oh Deus, no que eu estava pensando?- perguntou para si mesmo. Então seus olhos voltaram se para mim, e a expressão preocupada o tomou novamente.- Desculpa, estou bêbado.-disse arrependido me largando sozinha no banheiro.





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Notas finais do capítulo

É, me desculpem por esse cap...
Só esclarecendo, depois o Noah vai contar como foram essas três semanas e três dias que eu pulei ok?
Gente, eu imagino o Jered assim:
http://weheartit.com/entry/32656217
E o Noah é algo entre isso:http://weheartit.com/entry/28361851
e isso : http://weheartit.com/entry/31837971
Ai ai, enfim...
TODO MUNDO COMENTANDO AÍ MANO U.U
QUERO RECEBER NEM QUE SEJA PELO MENOS UM OI, TÁ ENTENDIDO?
Bom mesmo, 'run u.u
BEIJOOS seus Lindjos e Lindjas do meu fígado.